Professores da Educação Básica em greve radicalizam
ações em vários estados
Os professores do ensino básico da rede pública continuam em greve em vários
estados do país. Em alguns locais, os governos se negam a dialogar com os professores,
já em outros, apresentam propostas que não atendem às reivindicações dos docentes.
Diante de tanto descaso os professores da rede estadual resolverem radicalizar os
protestos, como em Santa Catarina. Há mais de dois meses em greve, professores de
arte se acorrentaram na última segunda-feira (25) a uma árvore na Praça XV de
Novembro, no centro histórico de Florianópolis, em protesto contra o governo que
não negocia com a categoria. Outra ação promovida pelos professores é a ocupação da
Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) há mais de 30 dias. A greve conta
com adesão de 30% da categoria e não foi julgada ilegal, ainda assim, os trabalhadores
são submetidos a duros ataques com explícito objetivo de minar o direito de
mobilização dos professores e de fazer valer seu direito de greve. A principal
reivindicação é o plano de carreira da categoria e o reajuste de 13,01% para toda a
categoria.
Em Sergipe, professores ocupam a sede do Governo Estadual desde quarta-feira (27)
algemados. Os educadores exigem que o governador Jackson Barreto (PMDB) os
receba para discutir o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). A
categoria está em greve desde o último dia 18. Na última sexta-feira, 22, o juiz José
dos Anjos, acatou liminar do Governo do Estado pedindo a ilegalidade do
movimento, mas a categoria decidiu pagar multa diária de R$ 10 mil e dar
continuidade à greve.
No Pará, a greve dos professores da rede estadual de ensino no Pará continua após
mais de dois meses sem aulas. Os manifestantes decidiram mobilizar as escolas na
nesta quinta-feira (28) e participar do ato na sexta-feira (29), Dia Nacional de
Paralisação, convocado pelas centrais sindicais.
No Paraná, a proposta apresentada pelo governo na terça-feira (26) foi considerada
“imoral” pelo APP-Sindicato. O governo propôs pagar 3,45% de reposição, parcelado
em três vezes: setembro, outubro e novembro de 2015. “A defesa da entidade e dos
demais sindicatos de servidores continua de reposição da inflação do período, que é
8,17%, em parcela única”, disse o Sindicato, em nota.
No Goiás, os professores também estão em greve há mais de 15 dias e enfrentam a
criminalização e judicialização do movimento. Diversos manifestantes foram
agredidos pela polícia muncipal em manifestação na praça central de Goiânia no
início do mês. O Ministério Público do Goiás já informou que irá entrar com ação
para cobrar do governo estadual o pagamento do piso nacional aos professores.
Em São Paulo, mais de 20 mil professores se reuniram em assembleia estadual no vão
do Masp, Avenida Paulista, em assembleia que aprovou um calendário de
mobilizações que se iniciou no domingo, 24, com professores vistando igrejas,
templos e a outros centros religiosos para ler carta aberta à população explicando os
motivos da greve. Além de visitas às escolas para dialogar com outros professores e
alunos, com panfletagem, carros de som para dialogar com a população. Pedágios no
trânsito também serão realizadas e arrecadação de recursos, inclusive alimentos, para o
fundo de greve. Os professores aprovaram ainda a intensificação à operação “caça
Alckmin” em todo o Estado, além de fazer um varal em frente a Secretaria de Estado
da Educação com os holerites “zerados”. Os docentes ainda participarão do Dia
Nacional de Mobilização e Paralisações no mesmo dia 29 de maio contra o PLC
30/2015 (terceirização), contra as Medidas Provisórias 664 e 665, em defesa da
democracia e contra o ajuste fiscal.
*Com informações da CSP-Conlutas, Em movimento e G1
* Jorge Henrique/Futura Press/Estadão Conteúdo
Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN
28/05/2015
Disponível em http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=7531
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