Casos Clínicos de Acompanhamento Farmacoterapêutico CONSIDERAÇÕES SOBRE O MODELO DE ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO ADOTADO Os casos clínicos apresentados neste site possuem finalidade didática, e nesse sentido foram desenvolvidos de forma a estimular o aperfeiçoamento acadêmico através da pesquisa e da análise crítica dos dados obtidos. Não encerram, em si mesmo, uma solução definitiva ou exclusiva dos problemas relacionados a medicamentos apresentados pelos pacientes, mas indicam ações baseadas em evidências que devem ser empreendidas num primeiro momento, visando a uma resolução clínica favorável. A metodologia empregada para o Acompanhamento Farmacoterapêutico foi baseada no Método Dáder (Universidade de Granada – Espanha), com algumas adaptações. O modelo utilizado para o registro dos dados obtidos na primeira entrevista farmacêutica possui oito campos principais, a saber: 1.
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Identificação do paciente e descrição clínica‐farmacológica: neste campo são lançadas as informações básicas colhidas pelo farmacêutico durante a primeira entrevista com os pacientes tais como a sua identificação, sinais e sintomas, exames apresentados, dados biométricos e relação dos medicamentos utilizados. Relação dos principais problemas de saúde (queixas do paciente): encontram‐se relacionados os principais problemas de saúde e sua situação clínica atual, identificados por ocasião da primeira consulta com o farmacêutico. Estudo dos medicamentos utilizados pelo paciente: apresenta, de forma bem sucinta, as principais informações técnico‐farmacológicas dos medicamentos utilizados pelo paciente, obtidas através de fontes científicas confiáveis. Essas informações servem de base para indicação quanto à necessidade de pesquisas posteriores mais detalhadas. As fontes consultadas são identificadas através de índice numérico após o nome de cada medicamento. Identificação e classificação dos Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM): campo destinado à identificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos detectados na fase de estudo dos medicamentos utilizados pelo paciente, e a sua classificação segundo o Método Dáder de Acompanhamento Farmacoterapêutico. Fundamentação técnico‐farmacológica dos PRM e classificação dos dados: é o campo destinado ao registro da fundamentação técnico‐
farmacológica dos Problemas Relacionados a Medicamentos. As reações adversas aos medicamentos são classificadas quanto a sua gravidade e causalidade, empregando‐se o algoritmo de NARANJO. As interações medicamentosas são classificadas seguindo os mesmos critérios adotados pelos autores do livro Interações Medicamentosas – 2ª edição, Manole: 2006. 1
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Manejo dos PRM e recomendações: as orientações para resolução e manejo dos PRM e demais recomendações apresentadas neste campo se baseiam nas informações técnicas contidas nas referências bibliográficas, e devem ser, na maior das vezes, encaminhadas por escrito ao médico do paciente, para que haja a correlação com o exame clínico e demais dados obtidos através de exames laboratoriais, quando necessário. Quanto aos possíveis problemas de saúde que não estão relacionados a medicamentos, devem ser citados neste campo da mesma forma, porém com a recomendação de encaminhar o paciente ao médico especialista. Ações de Farmacovigilância: neste campo são registradas, quando cabíveis, as ações de farmacovigilância, ou seja, as atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos. Deve‐se notificar toda suspeita de evento adverso relacionado com medicamentos e isso implica não somente reações adversas, mas também a não efetividade terapêutica. As reações adversas conhecidas e amplamente descritas não precisam ser notificadas, embora o sistema não as proíba. O que é necessário notificar são os eventos, o que não está tão claro em literatura, o que pode estar até descrito, mas que não é comum e, especialmente, o que não está descrito. Para medicamentos novos há muito pouca informação descrita nas bulas e monografias. Outra questão notificável é o uso off label de medicamentos, ou seja, o uso para indicações não previstas em bula. As notificações podem gerar alertas para que sejam realizadas investigações específicas sobre determinados produtos. Na dúvida se a reação é óbvia ou não a regra é notificar. E não é necessário ter certeza da reação ser devida mesmo ao medicamento, pois as investigações, quando necessárias, serão feitas ou coordenadas pelos responsáveis pelo sistema nacional de farmacovigilância. Tratamento não Medicamentoso: é a parte reservada para o registro sucinto das orientações não medicamentosas correlacionadas com os problemas de saúde apresentados pelo paciente. O Acompanhamento Farmacoterapêutico é arte e ciência ao mesmo tempo. Neste seu último aspecto, encontra‐se em constante evolução. Portanto, cabe ao profissional farmacêutico manter‐se sempre atualizado. “Seguir um paciente significa acompanhá‐lo; portanto, o trabalho de seguimento envolve documentação, consultas de retorno nos casos ambulatoriais e vínculo profissional farmacêutico‐paciente, que só se concretiza com confiança mútua adquirida ao longo do tempo.” (BISSON, 2007). Para maiores esclarecimentos sobre Acompanhamento Farmacoterapêutico, recomenda‐se a leitura da obra Farmácia Clinica & Atenção Farmacêutica do autor Marcelo P. Bisson – 2 ed., Manole: 2007. 2
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