IMAGEM EM UROLOGIA
Pielonefrite Enfisematosa em
Paciente Submetido a Transplante
Renal de Doador Cadáver
PEDRO NICOLAU GABRICH
Mestre em Urologia pela UERJ
Médico Assistente da Disciplina de Urologia da UERJ
Transplante Renal do Hospital Geral de Bonsucesso
Médico Assistente do Serviço de
DANILO SOUZA LIMA DA COSTA CRUZ
Mestre em Ciências da Cirurgia pela UNICAMP Médico Assistente da Disciplina de Urologia da UERJ
tente do Serviço de Transplante Renal do Hospital Geral de Bonsucesso
A
pielonefrite enfisematosa é rara,
porém a frequência é alta em paciente diabéticos e imunodeprimidos. Essa infecção é frequentemente
causada por Escherichia coli ou Klebisiela
pneumoniae e está associada a alto índice
de mortalidade. Ocorre mais frequentemente em rins nativos de pacientes diabéticos,
porém, como mostrado no presente caso,
podem afetar também rins transplantados.
A tomografia computadorizada é um exame crucial para a realização do diagnóstico,
classificação prognóstica e também para
determinar o tratamento.
Caso clínico
Paciente de 56 anos, do sexo feminino, hipertensa e diabética foi submetida a
transplante renal de doador cadáver, com
implante na fossa ilíaca direita, em junho
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Médico Assis-
de 2013. Recebeu alta hospitalar no décimo dia de pós-operatório, com melhora
progressiva de escórias nitrogenadas, sem
necessidade de hemodiálise e mantendo bom débito urinário. Após 48 horas de
alta hospitalar, a paciente evoluiu com febre alta, distensão abdominal importante e
piora súbita de função de enxerto renal e
leucocitose (figura 1).
Estudo de imagens
Foi solicitada TC de abdome e pelve,
que evidenciou moderada quantidade de
líquido livre perienxerto e em subcutâneo,
com importante quantidade de gás perienxerto e em subcutâneo. No momento, nosso principal diagnóstico diferencial foi perfuração de víscera oca (ceco ou delgado),
por isquemia ou por manipulação durante
o transplante (figura 2).
MEDIDA DA ESPESSURA DO DETRUSOR NO HOMEM COM LUTS – QUAIS AS EVIDÊNCIAS PARA SUA UTILIZAÇÃO?
DANIEL MOSER SILVA
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FIGURA 1
Distensão abdominal e abaulamento
de ferida operatória.
A paciente foi submetida à revisão
cirúrgica, na qual observamos necrose
e perfuração de ureter distal de enxerto,
com saída de urina com aspecto purulento
e enxerto renal de bom aspecto. Não observamos qualquer sinal de perfuração ou
de isquemia de víscera oca. Diante desse
quadro clínico, fechamos diagnóstico de
pielonefrite enfisematosa (figura 3).
A apresentação clínica da pielonefrite enfisematosa consiste em febre, dor abdominal ou em flanco,
náuseas e vômitos e é indistinguivel de aspectos clínicos da pielonefrite aguda severa1.
O diagnóstico é frequentemente feito por radiografia simples de abdomem e/ ou tomografia computadorizada de abdomem, que demonstra ar no
parênquima renal ou no espaço pararrenal. Achados
laboratoriais usualmente mostram leucocitose e aumento da proteina C reativa. Urinálises demostram
leucocitúria/ piúria. Diversos tratamentos são descritos na literatura, como nefrostomia, tratamento clínico
e nefrectomia3, 4, 5.
FIGURA 2
Importante quantidade de gás e líquido
perienxerto e em subcutâneo.
Discussão
Muitos aspectos da etiopatogenia
da pielonefrite enfisematosa são ilusórios. Entretanto, diabetes mellitus
tem sido documentado como o fator
de maior risco. Mais de 80% dos pacientes com pielonefrite enfisematosa
têm diabetes1, 2.
O aumento dos níveis de glicose na
urina em pacientes com diabetes pode
propiciar um ambiente favorável para
a produção de gás pela bactéria. Pacientes que têm pielonefrite enfisematosa na ausência de diabetes mellitus
frequentemente mostram obstrução
do trato urinário1.
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PIELONEFRITE ENFISEMATOSA EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE RENAL DE DOADOR CADÁVER
PEDRO NICOLAU GABRICH
FIGURA 3
DANILO SOUZA LIMA DA COSTA CRUZ
Ureter distal de enxerto com necrose e fístula urinária.
REFERÊNCIAS
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48
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