Intercambistas mais velhos: existem limitações?
1 de agosto de 2014 by News - Lima Lopes, Cordella Adv
Quando pensamos em intercâmbio, logo nos vêm jovens estudantes à cabeça. No entanto, o
intercâmbio nada mais é que uma experiência estudantil e/ou profissional em um país
estrangeiro. Por mais que a maior parte dos adeptos dessa modalidade de estudo seja de
jovens de até 25 anos, o número de profissionais com mais de 30 anos que têm procurado as
agências de intercâmbio aumentou. Além disso, segundo a Central Intercâmbio, o número de
profissionais com mais de 50 anos que procuram participar desse tipo de programa aumentou
45% nos últimos 2 anos. Os números demonstram um claro aumento no interesse de
profissionais mais velhos pelos intercâmbios, mas, e na prática, como funciona?
Público jovem x público maduro
Os interesses dos intercambistas variam muito de acordo com a idade. Jovens em idade
escolar buscam fazer amizades, conhecer a cultura e aprender o idioma, mas nada que tenha
muito a ver com planos profissionais futuros. Já quando são estudantes universitários, a busca
é por aperfeiçoamento profissional, fluência no idioma e até mesmo networking, pois
relacionar-se com pessoas de diversas nacionalidades pode abrir muitas portas. Após a idade
de estudante, entram em campo os intercâmbios de aperfeiçoamento linguístico e profissional.
O foco então é melhorar as próprias qualificações perante o mercado, visando se destacar
entre os profissionais da mesma geração, e aliando o que os jovens recém-chegados ao
mercado têm de melhor, que é a qualificação, à experiência e à expertise de um profissional
mais velho.
Como funciona o intercâmbio para os mais maduros?
O intercâmbio para estudantes mais velhos funciona de forma diferente da dos jovens. São
feitas adaptações com relação à hospedagem, ao roteiro, e à programação. Em geral, um
público mais velho se interessa mais por arte, cultura e museus, diferentemente dos mais
jovens que frequentam festas. De olho nessas mudanças e na necessidade de se adequar a
elas, muitas empresas de intercâmbio já disponibilizam atualmente programas voltados
exclusivamente para esse novo público.
Este público geralmente busca programas de aperfeiçoamento profissional, como os MBA’s
executivos, além de cursos direcionados de idiomas, para ganho de vocabulário técnico e de
negócios, por exemplo. A duração varia de algumas semanas a um ano, além de alguns que
são realizados em diversos períodos com intervalos mensais, para que haja equilíbrio entre
família, trabalho e estudo. Estes programas são, também, geralmente mais caros.
Existe preconceito?
Por mais que a maior parte dos estudantes de intercâmbio seja de jovens em idade escolar ou
universitários, não existe essa diferença no tratamento de profissionais mais velhos. O que
ocorre é uma dificuldade maior para que estes profissionais participem deste tipo de programa.
Muitas vezes o indivíduo possui uma posição consolidada na empresa, e tem diversos outros
compromissos que o limitam a sair do país apenas para estudar, como vida pessoal,
compromissos familiares e deveres profissionais. Talvez o julgamento precipitado parta
justamente dos profissionais, que podem achar que o intercâmbio não é uma opção para eles,
quando na verdade pode ser uma experiência muito útil e enriquecedora.
De qualquer modo, é importante lembrar que a atualização profissional e a busca pelo
aperfeiçoamento são indispensáveis em qualquer idade e área profissional. Por mais que um
profissional não tenha tido a oportunidade de estudar fora enquanto jovem, isso não quer dizer
que nunca poderá usufruir deste aprendizado. Além do mais, a experiência de vida e a
expertise profissional ainda contam tanto quanto a capacitação no mercado de trabalho, por
vezes até mais. Profissionais mais velhos não são sinônimos de obsolescência. A menos que
queiram.
Fonte: BERNT ENTSCHEV Fundador da De Bernt Entschev Human Capital.
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