Artigo #3: “Deixar as Fraldas”
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Não existe uma idade específica para a retirada das fraldas, embora por norma, nos
infantários, esse processo começa quando as crianças têm cerca de dois anos de idade.
Desenvolvimento fisiológico e motor
É necessário que exista uma maturação do sistema nervoso que controle os
esfíncteres, nomeadamente, ao nível da bexiga e do ânus, e uma maturação motora, ao nível
dos músculos e da coordenação.
Nesse sentido, quando se pretende iniciar essa transição, ao nível motor e fisiológico,
deverá ter-se em conta se a criança:
 Fizer as fezes relativamente sólidas;
 Mantém a fralda seca durante longos períodos de tempo,
 Fizer uma grande quantidade de urina de cada vez e não aos poucos, muitas vezes
 Conseguir andar com firmeza e até correr;
 Conseguir sentar-se e levantar-se do bacio sem ajuda;
Desenvolvimento Psicológico
A criança deve possuir um desenvolvimento da linguagem ao nível da compreensão
e/ou da expressão oral, de forma a entender o que se pretende dela e do mundo que a rodeia,
bem como exprimir assumir as necessidades. Como tal, deve-se verificar os seguintes fatores
na criança:
 Compreende instruções complexas que envolvem várias fases (Ex: “vai à sala buscar
o teu boneco e arruma-o na caixa”);
 Imita o comportamento dos adultos, repetindo aquilo que dizem e fazem;
 Demonstra interesse pelos hábitos de higiene (gosta de observar os outros a irem à
casa de banho ou quer usar cuecas e sentir se limpa) e fica incomodada se a fralda
estiver suja;
 Tem consciência quando está “com vontade de ir à casa de banho” – antes de fazer
as necessidades agacha-se ou esconde-se;
 Consegue ficar sentada na mesma posição entre 2 a 5 minutos.
Desenvolvimento Emocional
É fundamental que a criança se encontre disponível a colaborar no processo de
retirada das fraldas, sem revelar resistência ou medo.
Assim sendo, os fatores de desenvolvimento que se devem verificar na criança são:
 Autodomínio;
 Não revela resistência a utilizar o bacio;
 Deseja ser como as outras crianças mais velhas (faz tudo o que fazem as crianças
mais velha, para ser crescida e sentir-se integrada);
Se a criança apresentar os requisitos acima referidos deve iniciar-se o processo de
retirada das fraldas. Caso contrário, será preferível esperar mais algum tempo, em vez de
posteriormente ter de retroceder neste processo, facto este que pode vir a ter consequências
negativas na criança.
É fundamental ter a plena consciência de que cada passo tem o seu ritmo próprio,
depende de cada criança, da sua disponibilidade motora e psicológica. Os educadores de
infância deverão desenvolver este processo com pais, de modo a que a criança se sinta segura
e encare a situação com a maior tranquilidade possível.