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A RUPTURA DO
GLACIAR ILULISSAT
Um fenômeno
apavorante
OÁSIS
ALEMANHA
DE BIKE
Pedalar e conhecer
a história
O PODER DA
IMUNIDADE
COLETIVA
O poder
das vacinas
A CURTA SINCRONIA DOS
FLUXOS EMOCIONAIS
NÃO EXISTE
AMOR ETERNO
POR
LUIS
PARA A PROFESSORA AMERICANA BARBARA FREDRICKSON,
UMA DAS MAIORES AUTORIDADES EM EMOÇÕES, NÃO
EXISTE AMOR ETERNO: ELE DURA APENAS AS FRAÇÕES DE
SEGUNDO EM QUE DUAS PESSOAS SE SINCRONIZAM EM
UM FLUXO EMOCIONAL
PELLEGRINI
EDITOR
O
mito do amor romântico, eterno e incondicional, tornou-se uma
das mais persistentes convicções dos últimos séculos. Mas a ideia
que se fazia do amor entre um par de pessoas apaixonadas uma
pela outra nem sempre foi assim. Bem diferente era e continua sendo o
modelo de união entre pessoas adotado por exemplo pela maior parte
das culturas orientais, como a indiana e a chinesa. Nessas culturas, a noção
de amor romântico simplesmente não existe. O casamento e a relação
amorosa mais parece o estabelecimento de uma empresa destinada a
fazer com que uma nova célula familiar funcione e dê “lucro”, traduzido na
forma de filhos, netos, prestígio e riqueza para todos os membros do clã.
Nas últimas décadas, também no mundo ocidental o amor romântico
passou a ser mais e mais desacreditado pela experiência moderna, pela
literatura e pelo cinema, e pela própria evolução dos costumes. Essa noção pode ter recebido agora um golpe mortal com o mais recente livro da
OÁSIS
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EDITORIAL
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POR
LUIS
PELLEGRINI
EDITOR
americana Barbara Fredrickson, diretora do Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte em Chapel
Hill (EUA). Em Love 2.0: How Our Supreme Emotion Affects Everything
We Feel, Think, Do, and Become (“Amor 2.0: Como Nossa Emoção
Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos”), lançado em 2013, Barbara, considerada uma das maiores autoridades do mundo nessa área, propõe, baseada na biologia do corpo quando
o amor aflora, uma redefinição radical do conceito de amor. Em primeiro
lugar, ressalta ela, o amor é uma emoção – e emoções não duram para
sempre...
Este é o tema da nossa matéria de capa. Confira.
OÁSIS
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EDITORIAL
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COMPORTAMENTO
NÃO EXISTE AMOR ETERNO
A curta sincronia dos
fluxos emocionais
OÁSIS
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COMPORTAMENTO
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Para a professora americana
Barbara Fredrickson, uma das
maiores autoridades em emoções,
não existe amor eterno: ele dura
apenas as frações de segundo em
que duas pessoas se sincronizam
em um fluxo emocional. O
amor depende de conexões
corriqueiras no curso do dia. Mas
experimentá-lo rotineiramente é
essencial para a estabilidade da
saúde e o bem-estar
O
POR EDUARDO ARAIA
mito do amor romântico, eterno
e incondicional, desacreditado
pela experiência moderna, pela
literatura e pelo cinema, pode ter
recebido um golpe mortal com o
mais recente livro da americana
Barbara Fredrickson, diretora do
Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte
em Chapel Hill (EUA). Em Love 2.0: How Our
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COMPORTAMENTO
Supreme Emotion Affects Everything We
Feel, Think, Do, and Become (“Amor 2.0:
Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo
o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos
Tornamos”), lançado em 2013, Barbara, considerada uma das maiores autoridades do
mundo nessa área, propõe, baseada na biologia do corpo quando o amor aflora, uma
redefinição radical do conceito.
Em primeiro lugar, ressalta ela, o amor é
uma emoção – e emoções não duram para
sempre. Ninguém vive permanentemente com raiva ou com medo. O amor não é a
emoção continuamente presente que sustenta um casamento, nem a ansiedade da paixão
juvenil ou o vínculo de sangue do parentesco. Também não existe amor individual, autônomo, isolado, pois a conexão com o outro
é fundamental para a sua deflagração fisiológica. “O amor não conhece tais fronteiras”,
afirma a autora. “As evidências sugerem que
quando você realmente tem um ‘clique’ com
alguém, uma sincronia momentânea, mas
discernível, emerge entre os dois, conforme os gestos, a bioquímica e as descargas
neurais, se espelhando um no outro em um
padrão que denomino ressonância de positividade.”
Em termos fisiológicos, o amor estaria longe de durar minutos. Na verdade, o período
desse “ato único, desempenhado por dois
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Quando o amor aparece, os neurônios espelhos dos envolvidas se comportam de forma peculiar. Um estudo
feito com imagens de ressonância magnética pelo psicólogo Uri Hasson, da Universidade Princeton (EUA), sugere que um espelhamento pode ocorrer com frações de
segundo de diferença entre quem inicia a ação e o parceiro, simultaneamente, ou como uma antecipação do que
se espera que o outro faça. Qualquer um desses casos de
entendimento mútuo e compartilhamento de emoções é
um micromomento de amor, define Barbara.
O segundo protagonista-chave é a oxitocina, o hormônio
do amor e do afeto. Esse componente do ancestral sis
cérebros”, como diz a psicóloga, dura frações de segundo.
Trata-se de “micromomentos de ressonância de positividade”, define Barbara. Podem ser compartilhados com
outra pessoa – qualquer pessoa – com quem você se conecte ao longo do dia.
Há três protagonistas-chave nesse cenário. O primeiro é o
cérebro, ou, mais precisamente, seus neurônios-espelhos.
Eles disparam quando um animal pratica um determinado ato ou observa outro animal (em geral da mesma
espécie) fazer o mesmo. Já observados em primatas, os
neurônios-espelhos supostamente existem em aves e humanos. Nesses últimos há evidências de sua presença no
córtex pré-motor e no lobo parietal inferior.
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COMPORTAMENTO
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tema “acalmar-se e conectar-se” dos mamíferos (oposto
ao “lutar ou fugir” relacionado ao cortisol, o hormônio
do estresse que afasta dos outros), age tanto no cérebro
quanto no resto do corpo, estimulando as pessoas a se
sentir mais confiantes e abertas a entrar em conexão.
Produzida no hipotálamo, a oxitocina é liberada em
enormes quantidades no sangue durante a relação sexual, mas também aparece em outros instantes de relacionamento íntimo. As pesquisas mostram que, quando
a mãe ou o pai interage afetivamente com o seu bebê,
olhando-o nos olhos, abraçando-o, sorrindo e brincando
com ele, os níveis de oxitocina sobem sincronicamente
tanto na criança como no adulto, propiciando-lhes novos
micromomentos de amor.
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COMPORTAMENTO
O terceiro personagem é o nervo vago, que liga o cérebro
ao resto do corpo, e em especial ao coração. Ele tem papel importante na coordenação e no apoio à experiência
amorosa. “Totalmente fora da consciência, o nervo vago
estimula micromúsculos faciais que melhoram a capacidade de fazer contato visual e sincronizar as expressões
faciais com outra pessoa”, explica Barbara. “Ele também
ajusta os pequenos músculos do ouvido médio de modo
que se possa rastrear melhor a voz da outra pessoa em
meio a qualquer barulho de fundo.” De forma sutil, mas
com importantes consequências, o nervo vago aumenta
as chances de nos conectarmos a outras pessoas e, assim,
de chegarmos à ressonância de positividade.
Os cientistas avaliam a força do nervo vago (o tônus va
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montou a tese de que o tônus
vagal é sempre estável em
cada pessoa. Ela designou
aleatoriamente metade dos
participantes do estudo a dedicar uma hora por semana,
durante vários meses, à prática da meditação budista da
benignidade (loving-kindness
meditation), enquanto os demais funcionavam como grupo de controle.
gal) medindo a frequência cardíaca em conjunção com a
frequência respiratória. Assim como o tônus muscular,
quanto mais elevado for o tônus vagal, melhor: mais a
pessoa será capaz de regular processos biológicos como a
taxa de glicose no sangue e as inflamações, além de reduzir as chances de ocorrência de diabete, derrames e doenças cardíacas. O tônus aprimora o controle da atenção
e das emoções, torna a pessoa mais amorosa e aumenta
suas conexões positivas.
Meditação
Em uma pesquisa de 2010, Barbara Fredrickson desOÁSIS
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COMPORTAMENTO
Nessa prática, feita num ambiente silencioso, a pessoa repete, mentalmente, frases de
carinho e de compaixão com
desejos de paz, amor, força
e bem-estar geral – inicialmente para si própria, a fim
de interiorizar esses sentimentos, e depois para outros
indivíduos. Todos os participantes tiveram seu tônus
vagal medido antes e depois do treinamento. A equipe
da psicóloga constatou que os praticantes da meditação
elevaram seu tônus vagal, capacitando-se para viver mais
momentos de amor.
Atingir a almejada ressonância de positividade, portanto,
não é exclusividade de casais enamorados ou da relação
entre um bebê e sua mãe. Embora a intensidade certamente não seja a mesma, muitos contatos simples do
cotidiano podem gerar micromomentos de amor e acarretar efeitos positivos.
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“A conversa rotineira com o cônjuge, no café da manhã, ou uma
bem-humorada interação com
um estranho estão no limite inferior do espectro. Mas o que a
ciência das emoções diz é que experiências modestas como essas,
mas frequentes, são computadas
em nosso bem-estar”, afirma a
autora.
“Certamente nos lembramos
melhor das experiências superintensas, mas elas não são necessariamente mais importantes
em termos da nossa saúde ou da
força de um relacionamento. Partilhar uma história boba, ter orgulho do seu cônjuge, dizer ‘obrigado’, essas são as microinjeções
de reforço que mantêm saudáveis
a nós e aos nossos relacionamentos.”
A mudança na forma de ver a situação se reflete em todo
o corpo, afirma a psicóloga, pois repercute nas células
que ele produz rotineiramente para substituir as antigas.
A pessoa que se sente só e desconectada dos outros, por
exemplo, provavelmente verá seus níveis de cortisol subirem, o que levará o sistema imunológico a alterar a forma
com que os genes são expressos na geração seguinte de
células brancas, tornando-as mais sensíveis ao cortisol.
Isso pode acarretar mais doenças crônicas baseadas em
inflamações, como problemas cardiovasculares e artrite.
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COMPORTAMENTO
“Em uma considerável medida, você orquestra as mensagens que suas células escutam, as mensagens que contam
às suas células se elas devem crescer no rumo da saúde”,
explica a pesquisadora.
No mínimo, salienta Barbara, devemos cultivar os micromomentos de amor diariamente, sintonizando-se e conectando-se não só com as pessoas próximas, mas também com aquelas com que interagimos a cada dia. Com a
multiplicação dos divórcios e a diminuição dos casamentos, mais gente corre o risco de viver a vida sem relacio
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alguns deles.
Hipotálamo, berço do desejo - As imagens do cérebro que
mostram o amor maternal e o amor romântico em cena
apresentam atividade em regiões coincidentes. As diferenças, no caso do amor romântico, começam sobretudo
na estimulação do hipotálamo, região do encéfalo situada
na parte central da cabeça. Seu denso agrupamento de
nervos influencia centenas de funções corporais, entre
elas as emoções e a atividade sexual. É ali que surge o desejo. Com ele se iluminam áreas ricas em dopamina – o
neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer
– nos núcleos da base (conjunto de neurônios interco
namentos íntimos. Se mudarmos de atitude, perceberemos que o amor alcança mais longe do que se imagina.
“Promova esses momentos como algo importante na sua
vida diária e priorize-os. Você verá que ganhará não só
uma plástica emocional, mas também um aprimoramento da saúde, e não será o único a conseguir a melhora; na
medida em que você a produz, o outro indivíduo também
a consegue. Portanto, você está espalhando bem-estar e
saúde, e não apenas cultivando para si mesmo.”
Orquestra neurológica
Além dos neurônios-espelho, da oxitocina e do nervo
vago, outros personagens influem bastante para o fenômeno do amor, segundo a ciência da emoção. Conheça
OÁSIS
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COMPORTAMENTO
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disputam um prêmio, segundo pesquisas da antropóloga americana Helen
Fisher, da Universidade de Rutgers, em
New Jersey. Como o ato sexual aumenta
a quantidade de testosterona, quanto
mais sexo for feito, mais os amantes
têm vontade de fazê-lo e mais dispostos
ficam a procurá-lo.
nectados com o córtex cerebral, o tálamo e o tronco encefálico), relacionados aos processos de controle motor,
emoções, cognição, aprendizagem e recompensa.
Andrógenos, hormônios de caça - O interesse sexual deflagra no cérebro um processo que leva à liberação, pelas glândulas sexuais, de hormônios masculinos, os andrógenos, entre os quais a testosterona. Esse fenômeno
acontece tanto em homens quanto em mulheres. Estas
produzem mais testosterona do que os homens quando
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COMPORTAMENTO
Orgasmo, satisfação insaciável - A sensação de êxtase proporcionada pelo orgasmo ativa 30 áreas do cérebro, entre
as quais as relacionadas ao contato, à
fantasia, à recompensa e à memória.
Em 2011, a pesquisadora científica
americana Kayt Sukel (autora de Dirty
Minds: How Our Brains Influence Love,
Sex and Relationships) experimentou
o clímax do orgasmo num aparelho de
ressonância magnética, que aparece
nas imagens disseminando-se rapidamente pelo cérebro, tomando conta do
córtex pré-frontal (a região que organiza pensamentos e
ações em função de metas) e do córtex cingulado anterior (ligado à antecipação de recompensa, ao controle de
impulsos e à emoção). Já outras áreas ficam sufocadas
no processo, como o córtex orbitofrontal esquerdo (envolvido na tomada de decisões). Como o orgasmo libera
o neurotransmissor serotonina (cujas funções controlam
o humor e o combate à depressão) e também opiáceos
(que produzem sensação de euforia), entende-se por que
o sexo com a pessoa amada pode tomar as proporções de
um vício.
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Amígdala, juiz falho - Situadas
perto do tronco encefálico e dos
núcleos da base, as duas porções
da amígdala do cerebelo (não
confundir com as glândulas situadas na garganta) integram o
sistema límbico, uma das regiões
mais antigas do cérebro. Cabe
a elas identificar sinais de perigo ou de risco, gerando medo e
ansiedade, induzindo a pessoa à
fuga ou à luta. Todo esse sistema
de alarme, contudo, fica desligado, assim como as áreas do lobo
frontal relacionadas a julgamento, quando se está em meio aos
espasmos do amor romântico.
Sem os alertas da amígdala, o
cérebro apaixonado corre o risco de tomar decisões ruins. Essa
deficiência aparece, por exemplo, na falta de avaliação
do ciúme do parceiro e no descaso das consequências de
praticar sexo sem precauções adequadas.
Pele, o primeiro contato - Tocar o parceiro é um gesto que se estende por toda a vida amorosa do casal. As
pesquisas revelam que aumenta a felicidade e reduz os
níveis de estresse. Entretanto, segundo o psicólogo americano Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia em
Berkeley, o sexo feminino nem sempre é capaz de sentir compaixão no toque dos homens, enquanto estes em
geral demoram a perceber raiva no toque das mulheres.
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COMPORTAMENTO
Como o tempo amoroso se desdobra num aprendizado
de tolerância e perdão, o amor maduro tem no contato de
pele dos dois parceiros uma de suas sensações emblemáticas de conforto.
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AMBIENTE
A RUPTURA DO
GLACIAR ILULISSAT
Na Groenlândia, um fenômeno
geológico apavorante
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AMBIENTE
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OÁSIS
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AMBIENTE
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Adam LeWinter e Jeff Orlowski,
ambos documentaristas,
viram algo que ninguém, em
toda a história, ainda tinha
testemunhado: a ruptura de
um gigantesco trecho do glaciar
Ilulissat, na Groenlândia
O
VÍDEO: TRECHO DO DOCUMENTÁRIO
CHASING ICE, DE ADAM LEWINTER E
JEFF ORLOWSKI
evento foi “mágico, miraculoso,
horrível e apavorante”. Em maio
de 2008, os cinegrafistas Adam
LeWinter e Jeff Orlowski filmaram uma histórica ruptura do
glaciar Ilulissat no oeste da Groenlândia. O
evento, que teve as proporções de um verdadeiro cataclisma, durou 75 minutos. Por causa
dele, o glaciar recuou cerca de 3 quilômetros.
Enormes blocos de gelo do glaciar (com cerca
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AMBIENTE
de mil metros de altura, a maioria deles submarinos) se esfarelaram durante a ruptura.
Quando imaginamos que o Ilulissat tem cerca de 5 quilômetros de largura, podemos ter
uma ideia do que significou esse verdadeiro
apocalipse testemunhado e filmado pelos
cineastas. A área do glaciar envolvida no
evento equivale à de toda a ilha de Manhattan! O episódio faz parte do premiadíssimo
documentário Chasing Ice (À caça do gelo)
produzido por LeWinter e Orlowski. Esse
documentário busca provar que as mudanças climáticas atualmente em curso em nível
global provocam profundos efeitos em nosso
planeta.
Leia mais aqui.
Veja os dois vídeos abaixo. O primeiro é um
trailer do documentário Chasing Ice. O segundo é a filmagem original da ruptura do
glaciar Ilulissat.
Trailer Chasing ice
Filmagem da ruptura do glaciar
Ilulissat
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VIAGEM OÁSIS
Na praça da Igreja Nova,
Gendarmenmarkt, em Berlim
ALEMANHA DE BIKE
Pedalar e conhecer a história
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VIAGEM OÁSIS
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Duramente bombardeadas na
Segunda Guerra, Berlim, Potsdam
e Dresden ainda agora estão
sendo reconstruídas. Vibrantes,
as três cidades alemãs são planas
e escondem inúmeros tesouros
históricos e culturais. Vale a pena
desvendá-los de bike, numa
aventura inesquecível
G
POR: FABÍOLA MUSARRA
A metrópole é praticamente plana, o que facilita as pedaladas. Sem contar que as ciclovias
em suas ruas mais importantes conduzem
aos principais pontos turísticos da cidade.
Se ficou interessado, uma dica: a Butterfield
& Robinson disponibiliza um roteiro de bike
para brasileiros. Com saídas de 15 a 20 de junho, ele começa na pulsante Berlim, de onde
segue para Potsdam, Patrimônio Mundial da
Unesco, e termina em Dresden.
Em Berlim – O Portão de Brandemburgo é
o ponto de partida da viagem. Reconstruída
no final do século 18 como um arco do triunfo neoclássico, a porta dava acesso à cidade
séculos atrás, quando Berlim ainda era bem
pequena e circundada por muro. Hoje, é o
seu mais famoso cartão-postal.
Porta de Brandenburgo, Berlim
osta de pedalar? O que acha de
conhecer as cidades alemãs de
Berlim, Potsdam e Dresden de
bike? Maior cidade da Alemanha, Berlim cativa não só pelas
atrações que abriga, mas também por sua fascinante história. Conhecê-la a bordo de uma
bike é, sem dúvida, uma experiência única. Ainda mais nessa época do ano,
quando o clima é agradável e suas sedutoras
paisagens ficam ainda mais bonitas.
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VIAGEM OÁSIS
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Berlim, distante cerca de um quilômetro ao sul do Portão
de Brandemburgo. Com prédios modernos, a praça foi
alvo de muitos bombardeios durante a Segunda Guerra.
Reconstruída, agora é um vibrante centro de lazer, com
salas de cinema, restaurantes e bares.
Como está a poucos quarteirões do Memorial do Holocausto, tente visitar esse lugar histórico. Inaugurado em
2005, é integrado por blocos de concreto cinza escuro e
de alturas variadas, distribuídos em fileiras paralelas. No
subterrâneo há a sala chamada “Local da Informação”,
onde uma exposição retrata a perseguição e o extermínio
dos judeus.
Grupo de ciclistas passam
diante do Muro de Berlim
Checkpoint Charlie, uma das portas entre Berlim
Oriental e Berlim Ocidental, ainda está lá
O importante marco da capital fica na Pariser Platz, no
bairro central Mitte. É dessa praça que você vai pedalar
até Checkpoint Charlie, um antigo posto militar na fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante a Guerra
Fria, quando a cidade era dividida por um muro, o posto
era usado só por membros das Forças Aliadas e diplomatas.
Atualmente, é um dos locais mais visitados pelos turistas.
Afinal, quem não quer tirar uma foto ao lado da placa ali
existente informando “You are leaving the American sector”?
Do posto, você e sua bike seguem até a Potsdamer Platz,
importante ponto de interseção de tráfego no centro de
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VIAGEM OÁSIS
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Ainda nesta avenida fica o Neue Wache, um prédio em
estilo neoclássico onde funciona o Memorial Central da
República Federal da Alemanha para as Vítimas da Guerra e da Tirania, e o prédio Zeughaus, que abriga o Museu
Histórico Alemão.
Após a Ponte Schlossbrücke, você dá de cara com a Ilha
dos Museus. Patrimônio Mundial da Unesco, o majestoso
complexo é integrado pela Catedral de Berlim, em frente
à Praça Lustgarten, além de cinco museus: o Antigo, o
Novo, o Pergamon, a Galeria Nacional Antiga e o Bode.
À tarde, você embora de Berlim. Por isso, dê um jeito de
fugir do grupo e vá conhecer outros concorridos points
O imenso Memorial do Holocausto, em Berlim
Seu próximo destino é o Reichstag, a sede do Parlamento
Federal alemão. Com dimensões monumentais, o prédio
tem muita história para contar: foi de uma de suas janelas que, em 1918, o político Philipp Scheidemann proclamou a República na Alemanha. Em 1933, um incêndio
em seu interior serviu de pretexto aos nazistas para iniciar a perseguição aos seus oponentes.
A Schlossbrucke, em Berlim
Seguindo pela Unter den Linden, você agora vai conhecer a Ilha dos Museus. No trajeto, repare que ao longo
desta avenida que se estende da Pariser Platz até a Ponte Schlossbrücke encontram-se várias atrações, como a
Ópera de Berlim, a Universidade Humboldt e os Kronprinzenpalais e Prinzessinnenpalais, respectivamente os
palácios do Príncipe Herdeiro e da Princesa.
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lagos e parques, com destino a Potsdam, onde vai passar
os dois próximos dias. Rica em história e cultura, a cidade
foi há três séculos a residência da Prússia, uma das mais
suntuosas da Europa.
Os reis prussianos, especialmente Friedrich Wilhelm I e
seu filho Friedrich II, ergueram diversas construções na
cidade e ao seu redor, transformando-a num sonho barroco. Seus sucessores complementaram a paisagem com
monumentos do classicismo.
Todo esse conjunto de Potsdam foi declarado Patrimônio
Jardins do Palácio em Potsdam
Igreja de são Nicolau, em Potsdam
da cidade, como a Gendarmenmarkt, uma praça no centro onde ficam a Casa de Concertos e as catedrais Francesa e Alemã. Ao redor dela espalham-se muitas lojas e restaurantes, onde você pode almoçar e fazer compras.
Dê uma esticada até o Muro de Berlim. Programa obrigatório, ele ainda agora, quando mais de 25 anos já se passaram desde a sua queda, fascina as pessoas. Em alguns
pontos da cidade, é possível ver trechos da extinta construção, como em East Side Gallery (entre a Ostbahnhof e
a Ponte Oberbaumbrücke), onde pinturas de artistas do
mundo todo revelam acontecimentos políticos ligados ao
muro.
Potsdam – Depois do almoço, você vai pedalar rumo a
Grunewald, um emaranhado de floresta verde-escura,
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O simpático Kongresshotel, em Potsdam
entre 1730 e 1916.
Em sua estadia em Potsdam, você vai
visitar alguns deles, como o palácio e
os jardins do Palácio Sanssouci, a antiga residência de Frederico II, um refúgio onde o rei podia aprofundar seus
conhecimentos em filosofia e artes
sem as pressões da monarquia.
Depois do palácio, você sua bike prosseguem por caminhos planos do majestoso parque e seus pavilhões. O almoço é na Fazenda Meierei, no parque
Neuer Garten, onde deliciosas cervejas
são produzidas.
da Unesco em 1990. Inicialmente integrado pelos os Jardins de Sanssouci, Neuer Garten, Babelsberg, Glienicke
e a Ilha Pfaueninsel com seus castelos, foi ampliado em
1992, com a incorporação do castelo e parque de Sacrow e
da Igreja Heilandskirche.
Em 1999, a lista ganhou mais 14 monumentos, entre eles
o castelo e parque de Lindstedt, a Colônia Russa Alexandrowka, o belvedere sobre a colina de Pfingstberg, a Estação Kaiserbahnhof e o observatório no Parque Babelsberger. Hoje, o patrimônio mundial abrange cerca de 500
hectares de parques e inclui 150 edificações do período
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VIAGEM OÁSIS
A viagem segue pelo interior da floresta até o hotel, com tempo para relaxar
antes de seguir pedalando rumo ao
centro de Potsdam. Como o tempo é
curto, procure explorar o lugar o máximo possível. Comece a caminhada na Alter Markt. Ali, no antigo estábulo
Kutschstall, hoje funciona a Casa da História de Brandemburgo e Prússia. A praça vizinha, Luisenplatz, liga a
barroca Rua Brandenburger Straße ao bulevar que leva à
entrada do Parque Sanssouci.
No centro da Marktplatz há um obelisco de 16 m de altura com retratos de grandes arquitetos de Potsdam. Atrás
dessa praça fica o Neuer Markt, o novo mercado. Construída nos séculos 17 e 18, é uma das praças barrocas
mais bem conservadas da Europa.
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Os bike-bars, com cerveja,
refrigerqnte e snacks, fazem ponto ao
longo dos roteiros dos ciclistas
O centro antigo de Potsdam também acolhe três antigas e lindas
portas: a de Brandemburgo, a
Jägertor e a Nauener Tor. É através desta última que você chega
ao Holländisches Viertel, o charmoso bairro dos holandeses, com
seus caprichados pátios internos,
cafés, bares e galerias de arte.
Se a sua agenda permitir, embarque em um dos antigos barcos
a vapor da Weiße Flotte (a rota
Branca). Ali são oferecidos diversos passeios, desde cruzar as
águas da cidade até o que conduz
a Glienicker Brücke, a ponte que
liga Potsdam a Berlim e sobre a
qual era feita a troca de espiões
e agentes secretos entre o lado
ocidental e o lado oriental até os
anos de 1980.
Também não deixe de conhecer Babelsberg, uma das
mais antigas metrópoles cinematográficas da Europa –
ali foram produzidos mais de três mil filmes para o cinema e a televisão. Entre março e outubro, o local abre suas
portas aos turistas.
Pela manhã, você segue em direção à borda ocidental da
Floresta Spree. As incessantes mudanças da paisagem
vão se revezar no trajeto até revelar um campo pontilhado por bosques e pequenos rios prateados, um local per-
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VIAGEM OÁSIS
feito para um piquenique.
Na hora de voltar a Potsdam, você tem duas opções: pedalar pelo caminho mais longo percorrendo a reserva
Spreewald, ou seguir pela rota mais curta, indo direto
para o hotel, com tempo livre para desfrutar do SPA ou
passear pelas ruas de Potsdam. Lembre-se que elas guardam inúmeros tesouros.
Saxônia – É chegada a hora de se despedir da bucólica
Potsdam. A saída em direção ao sudoeste tem como des
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1904 e 1908. Já a torre oriental data dos séculos 14 e 15.
Ao circular pela cidade, repare também no conjunto de
sinos de porcelana na torre da igreja gótica Frauenkirche,
cujo som encanta a todos desde 1929. Já na Igreja Nikolaikirche encontram-se as maiores figuras produzidas em
porcelana de Meissen.
Não é à toa que você vai ouvir falar muito dessas delicadas peças por aqui – a cidade é sede da fábrica que é
internacionalmente famosa pela produção da porcelana
Meissen.
Uma 'schack', casa de campo tradicional,
em madeira, em Potsdam
O castelo Albrechtsburg
tino o Vale do Elba, na Saxônia, tradicional região produtora de vinhos. Tem, inclusive, uma rota turística privilegiando seus bonitos vinhedos.
O percurso sob duas rodas é feito em uma ciclovia plana
que se estende ao longo das margens do Rio Elba, com
parada em Meissen, onde o Castelo Albrechtsburg impera
soberano.
Pode acreditar, essa construção de estilo gótico merece
a visita. Além da visão panorâmica que proporciona do
Elba, é considerado o primeiro castelo construído no país
e abriga museus e coleções, como a de porcelana.
Berço da Saxônia, a cidade de belíssima arquitetura é repleta de encantos, como a catedral gótica de Meissen, de
torres desiguais: as ocidentais só foram concluídas entre
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À noite, os fervilhantes barzinhos do bairro Neustadt, na
cidade nova, são invadidos por dezenas de universitários.
Já o centro antigo da cidade é palco de festivais de cinema, dança e música, atraindo pessoas de diferentes nacionalidades.
Apesar de ainda estar sendo reconstruída, Dresden faz
jus ao título de Florença do Elba, pelo grande conjunto de
belezas artísticas e naturais que concentra. Seus floridos
parques são um convite para as caminhadas, enquanto as
ciclovias ao longo do Rio Elba também servem de palco
para corridas e para a prática de skate.
Um cervo atravessa a estrada nas
proximidades de Dresden
Dresden
Dresden – Capital da Saxônia, Dresden é a parada seguinte. Em uma ciclovia plana, você vai pedalar pelo coração dessa graciosa cidade da Alemanha, agora reconstruída dos tempos de guerra.
A maioria de seus monumentos foi erguida nos séculos
17 e 18, pelo príncipe Augusto, o Forte, como o Palácio
Zwinger e as igrejas de Frauenkirche e Hofkirche. Durante a Segunda Guerra, muitos deles formam danificados –
alguns foram reerguidos, outros sumiram para sempre.
Desde a reunificação alemã, Dresden é intensamente
reconstruída, restaurada e transformada. Efervescente,
abriga a Ópera Semper, diversas as galerias de arte e museus – o da Abóbada Verde e o histórico Deutsches Hygienemuseum são alguns deles.
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Uma das muitas cervejarias na rota das
bicicletas, nas cercanias de Dresden
fazer o check-out no hotel, aproveite para
explorar mais a burburante Dresden. Auf
Wiedersehen!
Em média, você vai percorrer 40 km por
dia. O roteiro inclui hospedagem com café
da manhã, oito refeições acompanhadas de
vinho, guias, van de apoio, tours e entradas,
bicicleta hibrida ou racing com guidão curvado, mapas detalhados, sugestões de rotas e transporte do início ao fim da viagem.
Custa US$ 5.795 por pessoa em quarto duplo e pode ser adquirida na Mixtur Viagens
e Turismo, tel. (11) 3246-2999.
Ainda em Dresden, você e sua bike vão partir do centro
da cidade, seguindo o caminho para Elba ao longo o rio.
Se preferir, pode ir pela a Suíça da Saxônia, a Sächsische
Schweiz, uma extensa reserva natural que se estende até
a fronteira tcheca.
Como companhia terá fascinantes paisagens ora tingidas
por pitorescas formações rochosas de arenito, penhascos
e cavernas, ora por ravinas profundas. O passeio segue ao
longo da costa, onde acontece uma travessia de balsa. No
retorno a Dresden, a aventura é coroada com um jantar
de despedida.
Depois de seis dias, o sonho chega ao fim. Se não tiver de
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Ponte Alexandre III, no coração de Paris
Air France e KLM têm
tarifas promocionais
A Air France e a KLM têm uma
boa novidade: respectivamente
a Wild Online Wednesday e a
Promo 3 D, duas promoções que
entram no ar todas as quartas-feiras de março, dias em que são
oferecidas passagens aéreas com
tarifas especiais para alguns destinos da Europa. Eles mudam a
cada semana, ficando disponíveis
para compra por três dias.
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Cerejeiras em flor na capital Washington
A novidade fica por conta do Anacostia
River Festival, que acontece no dia 12
de abril, no Anacostia Park. O evento
mescla atividades de arte com saúde,
meio ambiente, recreação e esportes,
como canoagem, caiaque e ciclismo.
Para conhecer a programação completa acesse, www.nationalcherryblossomfestival.org
Festival das Cerejeiras nos
Estados Unidos
Considerado a maior celebração da primavera dos Estados Unidos, o National Cherry Blosson abre a temporada
de eventos e festivais na região formada pela capital Washington e os estados de Maryland e Virginia.
O festival acontece em Washington até o dia 12 de abril.
Sua programação inclui diversas atividades, a maioria
gratuita, como desfiles de rua, queima de fogos e exercícios ao ar livre, além de promoções em hotéis, restaurantes e atrações em toda a cidade.
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Superclub Breezes, nas Bahamas
Lua de mel nas
Bahamas e com
desconto
Essa é para os casais que estão
planejando passar as férias ou
curtir a lua de mel nas Bahamas:
o Breezes Bahamas está dando
30% de desconto para as reservas feitas em seu site até o dia 27
de março. A promoção vale para
diárias adquiridas até 30 de setembro, com o mínimo de duas
noites de estadia.
O resort all-Inclusive possui
quadra de tênis, vôlei de praia,
parede de escalada, caiaque e
windsurfe, além de quatro restaurantes. Aos sábados, os hóspedes são brindados com um
jantar na praia. Informações: www.breezes.com
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O incrível mar de Bora Bora
Já o segundo oferece uma diária e um
day use em Papeete, três diárias com
meia pensão em Moorea e três diárias
com meia pensão em Bora Bora, traslado de chegada e saída e o bilhete interno (Papeete, Moorea e Bora Bora).
A Polinésia Francesa também é famosa pelo casamento polinésio, cerimônia típica, com trajes tradicionais e
troca de tiaras de flores entre os noivos. Na ilha, os casamentos não têm
valor legal, mas os muitos hotéis locais
se encarregam de torná-los possíveis.
Esse serviço também ser adquirido na
CVC, que oferece ainda uma lista de
casamento, possibilitando que amigos e familiares contribuam com cotas
para custear a viagem do casal. Informações: www.cvc.com.br
Casamento dos sonhos na Polinésia
Francesa
“Tahiti e Bora Bora” e “Tahiti, Moorea e Bora Bora” são
os dois novos roteiros da CVC, para casais que sonham
em casar ou renovar os votos matrimoniais na Polinésia
Francesa, um paraíso no meio do Oceano Índico.
Com duração de nove dias, o primeiro inclui seis diárias
com meia pensão em Bora Bora e uma diária e um day
use em Papeete, capital da Ilha do Tahiti, traslado de chegada e saída e o bilhete interno (Papeete a Bora Bora).
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Trecho da Praia do Forte, na
Costa dos Coqueiros, Bahia
Para alegrar a Páscoa
da garotada
Vai viajar com a família na Semana Santa? O Tivoli Ecoresort
Praia do Forte pode ser uma boa.
Entre 29 de março e 5 de abril,
está com uma programação especial para a garotada, incluindo
uma divertida busca pelos ovos
de Páscoa ao ar livre com a Turma do Jornaleco, mascotes infantis do hotel.
Para os adultos, o resort oferece
SPA, com salas de terapias, espaços de relaxamento, academia,
piscina, mergulho e pesca, além
de aulas de ioga, dança. Com 12
quilômetros de areias brancas
e 30 hectares de jardins, possui
oito piscinas, campo de futebol, quadras de tênis e de vôlei de areia, anfiteatro e quatro restaurantes.
Na Semana Santa as diárias do pacote de no mínimo
quatro noites custam a partir de R$ 1.300 e incluem hospedagem em apartamento duplo, café da manhã e jantar
com bebidas não alcoólicas. Informações: www.tivolihotels.com/pt/hoteis/bahia/tivoli-ecoresort-praia-do-forte/o-hotel.aspx
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Panorama do Castelo Parque Aquático,
em Cesário Lange, São Paulo
dimento tem nas divertidas atrações
aquáticas o seu ponto alto.
O Half Pipe é uma delas. Com 12 m
de altura, é similar a uma rampa de
skate, onde a descida em dupla é feita em boia. Outras atrações são o Rio
de Correnteza, o Lago do Tubarão e
as piscinas com cascata, de Ondas e
de Bolhas, cujas águas proporcionam
relaxantes massagens.
Feriadão na água
Para quem gosta de adrenalina, há
vários toboáguas: desde o de 6 m de
altura com descida em caracol até o
radical de 21 m de altura e 60 m de
descida, além de outros dois toboáguas, o azul com 6 m altura, e o vermelho com 9 m de altura. Para os
bebês e crianças de pouca idade, o
parque oferece duas piscinas de 60 cm de profundidade.
Informações: www.casteloparkaquatico.com.br
Se você quer curtir o finzinho do calor e se divertir com os
pimpolhos, o Castelo Park Aquático é uma opção. Como
fica em Cesário Lange, a 140 km da capital paulista, dá
para você ir e voltar no mesmo dia. Se preferir passar o
feriadão da Semana Santa por lá, pode se hospedar no
hotel do parque.
Com equipe permanente de monitores, praça de alimentação, restaurante, lanchonete, vestiários, guarda-volumes, ambulatório e estacionamento gratuito, o empreenOÁSIS
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Azul Viagens abre loja
em São Paulo
Desde o dia 9, os paulistanos
podem conhecer os destinos turísticos do Brasil e do Exterior
da Azul Viagens na primeira loja
aberta pela operadora na capital
paulista. Anote: ela atende no
Shopping Tietê.
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Seu cachorro já pode viajar na Gol
tado de saúde do animal. Este último
precisa ter validade para dez dias e ser
apresentado no embarque no máximo
72 horas após sua emissão.
Mais detalhes no link: www.voegol.
com.br/pt-br/viaje-sem-duvidas/
viaje/passageiros-especiais/Paginas/
animais-de-estimacao.aspx
Gol libera embarque de bichos
de estimação
Cães e gatos já podem viajar na cabine de passageiros da
companhia aérea em voos domésticos. Para isso, é preciso cumprir alguns requisitos, como o animal ter idade
mínima de quatro meses e estar acomodado dentro de
uma caixa de transporte própria.
Na hora do check-in, o dono deve apresentar o comprovante de vacina contra a raiva, aplicada há mais de 30
dias e menos de um ano da data do embarque, e o atesOÁSIS
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Pousada Maravilha,
em Fernando de Noronha
Novos membros do
Hotels & Sports
As pousadas Maravilha e Vila
Itaqui são as mais novas associadas do e-group Hotels & Sports,
responsável pela promoção de
pousadas e hotéis de charme no
Brasil e que também atua nos
segmentos de ecoturismo e esportes náuticos.
A Pousada Maravilha fica na Baía
do Sueste, em Fernando de Noronha (PE). Com cinco bangalôs
para casais e três apartamentos
de luxo para famílias, conta com
piscina de borda infinita, varandas amplas, SPA e restaurante.
Já a Pousada Vila Itaqui, na
Praia do Itaqui (PI), está próxima ao Delta do Parnaíba, o
arquipélago formado por mais de 70 ilhas, dunas e lagoas. Disponibiliza escola de kitesurfe, piscinas, espaços de
relaxamento, restaurante e bar. Seus bangalôs com varandas de frente para o mar têm ar-condicionado e frigobar. Informações: www.egroup.net.br
(*) Correspondência para esta seção:
https://fabiolamusarra.wordpress.com/
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SAÚDE
SAÚDE
O PODER DA
IMUNIDADE COLETIVA
O poder das vacinas
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Há um conceito chamado
“imunidade coletiva”. É a vacinação
em massa de uma comunidade, de
modo que se interrompa a cadeia
de infecção. A especialista em saúde
Romina Libster nos mostra como a
imunidade coletiva evitou um surto
de H1N1 em sua cidade natal
R
VÍDEO: TED – IDEAS WORTH SPREADING
TRADUÇÃO: FERNANDO GONÇALVES.
REVISÃO: FABRICIO CASSILHAS
omina Libster, cientista médica, investiga a gripe e outras moléstias respiratórias provocados por vírus, com foco
em vacinas que efetivamente impeçam
a dispersão desses agentes infecciosos.
Romina Libster é pesquisadora do
Conselho Nacional de Ciência e tecnologia, em
Buenos Aires, Argentina.
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SAÚDE
A cientista médica
Romina Libster
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Vídeo integral da palestra de Romina Libster
OÁSIS
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SAÚDE
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Tradução integral da palestra de Romina Libster
Um dos primeiros pacientes que eu atendi como pediatra foi Sol, uma
linda bebê de um mês de vida que deu entrada com sinais de infecção
respiratória grave. Até então, eu nunca tinha visto um paciente piorar
tão rápido. Em dois dias, ela estava ligada a um respirador e no terceiro
dia ela morreu. Sol tinha coqueluche. Após discutir o caso, e passar por
uma catarse angustiante, eu lembro que o meu chefe-residente disse:
“Tudo bem, respire fundo. Lave o rosto. Agora vem a parte mais difícil.
Temos que falar com os pais.” Naquele momento, milhares de questões vieram à minha mente: “Como uma bebê de um mês de vida pode
ser tão infeliz?” “Poderíamos ter feito algo a respeito?”
Antes de existirem as vacinas, várias doenças infecciosas matavam
milhões de pessoas por ano. Durante a epidemia de gripe de 1918, 50
milhões de pessoas morreram. Isso é mais do que a atual população
da Argentina. Talvez os mais velhos se lembrem da epidemia de pólio
que ocorreu na Argentina em 1956. Naquela época, não existia vacina
disponível contra a pólio. As pessoas não sabiam o que fazer, estavam
desoladas. Elas pintavam as árvores com cal. Colocavam bolsinhas de
cânfora nas roupas íntimas das crianças, como se isso pudesse ajudar.
Durante a epidemia de pólio, milhares de pessoas morreram. E milhares de pessoas ficaram com danos neurológicos graves. Eu sei disso
porque li a respeito, pois graças às vacinas, minha geração teve a sorte
de não viver uma epidemia tão terrível quanto essa.
te preveníveis, mas para que isso aconteça, algo deve ser feito.
Você precisa se vacinar. Eu imagino que a maioria, se não todos
que estão aqui hoje, foi vacinada em algum momento da vida.
Agora, eu não tenho tanta certeza se muitos de nós sabemos
quais vacinas ou reforços deveríamos receber depois da adolescência. Você já se perguntou, quem estamos protegendo quando
nos vacinamos? O que eu quero dizer com isso? Existe algum
outro efeito além da nossa própria proteção?
Deixe-me mostrar algo. Imagine por um momento que nós
estamos numa cidade que nunca teve um caso de uma doença
em particular, como, por exemplo, o sarampo. Isso significa que
ninguém na cidade teve contato com a doença. Ninguém tem
defesas naturais nem foi vacinado contra o sarampo. Se um dia,
uma pessoa com sarampo aparecer na cidade, a doença não
encontrará muita resistência. Ela começará a ser transmitida de
pessoa para pessoa e, em pouco tempo, se disseminará por toda
a comunidade. Depois de um tempo, grande parte da população
As vacinas são um dos grandes feitos da saúde pública do século 20.
Depois da água potável, elas são as intervenções que mais reduziram a
mortalidade, mais até do que os antibióticos. As vacinas erradicaram
doenças terríveis do planeta, como a varíola, e conseguiram reduzir,
significativamente, a mortalidade causada por outras doenças, como o
sarampo, coqueluche, pólio, entre outras.
Todas essas doenças, estão dentro do grupo de doenças consideradas
imunopreveníveis. O que isso quer dizer? Que elas são potencialmenOÁSIS
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SAÚDE
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Tradução integral da palestra de Romina Libster
estará doente. Isso acontecia quando não existiam as vacinas.
Agora, imagine o caso totalmente oposto. Estamos numa cidade, onde
mais de 90% da população têm defesas contra o sarampo, o que significa que já tiveram a doença e desenvolveram defesas naturais, sobreviveram ou foram imunizados contra o sarampo. Se um dia, uma
pessoa com sarampo aparecer na cidade, a doença encontrará maior
resistência e não será transmitida facilmente de pessoa para pessoa. A
disseminação, provavelmente, será contida e um surto de sarampo não
ocorrerá.
Preste atenção a isto: As pessoas que estão vacinadas não estão apenas
se protegendo, mas ao impedir a disseminação da doença, dentro da
comunidade, estão, indiretamente, protegendo as pessoas dessa comunidade que não estão vacinadas. Elas criam uma espécie de escudo
protetor que as protegem de entrarem em contato com a doença, assim
elas estão protegidas. Esta proteção indireta, que as pessoas não vaci-
nadas dentro da comunidade recebem simplesmente por estar
cercadas por pessoas vacinadas, se chama imunidade coletiva.
Muitas pessoas na comunidade dependem, quase que exclusivamente, dessa imunidade coletiva para se proteger contra
doenças. Essas pessoas não são desenhos num gráfico. Elas são
nossos sobrinhos, nossos filhos que talvez sejam muito novos
para ter tomado as primeiras vacinas. São nossos pais, nossos
irmãos, nossos conhecidos que talvez tenham uma doença ou
tomam remédios que diminuem suas defesas. Existem também pessoas que são alérgicas a uma determinada vacina. Elas
poderiam estar entre nós, qualquer um que foi vacinado, mas
que a vacina não produziu o efeito esperado, porque nem todas
as vacinas são 100% efetivas. Todas essas pessoas dependem,
necessariamente, da imunidade coletiva para se proteger contra
doenças.
Para conseguir o efeito da imunidade coletiva, é necessário que
uma porcentagem da população esteja vacinada. Esta porcentagem é chamada de limiar. O limiar depende de muitas variáveis:
das características dos germes; das características das respostas
imunes geradas pela vacina. Mas todas elas têm algo em comum: Se a porcentagem da população em uma comunidade
que está vacinada estiver abaixo desse número limiar, a doença
começará a ser transmitida livremente e poderá gerar um surto
dentro da comunidade. Mesmo doenças que, de certo modo,
estavam controladas podem reaparecer.
Isso não é só uma teoria. Isso aconteceu e ainda acontece. Em
1998, um pesquisador britânico publicou um artigo em uma das
mais importantes revistas de medicina, dizendo que a vacina
tríplice viral, dada contra o sarampo, caxumba e rubéola, estava
associada ao autismo. Isso gerou um impacto imediato. As pessoas pararam de se vacinar e de vacinar seus filhos. E o que
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aconteceu? O número de pessoas vacinadas, em muitas comunidades
pelo mundo, caiu abaixo desse limiar. E houve surtos de sarampo em
várias cidades do mundo, nos Estados Unidos, na Europa. Várias pessoas adoeceram. Pessoas morreram de sarampo. O que aconteceu?
Esse artigo também gerou uma grande comoção na comunidade médica. Dezenas de pesquisadores começaram a avaliar se isso era verdade. Não apenas ninguém encontrou uma relação entre a vacina tríplice
viral e o autismo em termos populacional, mas também foi descoberto
que o artigo possuía alegações incorretas. Mais do que isso, era fraudulento. Era fraudulento. Na verdade, a revista se retratou publicamente
pelo artigo em 2010. Uma das principais preocupações e desculpas
para não se vacinar são os efeitos colaterais.
As vacinas, como outros medicamentos, podem ter efeitos colaterais.
A maioria é leve e temporário. Mas os benefícios são sempre maiores
do que as possíveis complicações. Quando estamos doentes, queremos
melhorar rápido. Muitos de nós aqui, tomamos antibióticos quando
temos uma infecção, tomamos anti-hipertensivos quando nossa pressão está alta, tomamos remédios para o coração. Por quê? Porque estamos doentes e queremos melhorar rápido. E não questionamos isso.
Por que é tão difícil pensar em prevenção de doenças e nos cuidarmos
quando estamos saudáveis? Cuidamos de nós quando estamos doentes ou em situações de perigo iminente.
trabalhava como pediatra em domicílio para uma operadora de
plano de saúde. Eu lembro que o meu turno começava às 8h, e
às 8h já tinha uma lista de 50 visitas agendadas. Era um caos.
Ninguém sabia o que fazer. Me lembro dos tipos de pacientes
que eu examinava. Eram um pouco mais velhos do que aqueles
que costumávamos ver no inverno, com quadros de febre mais
prolongados.
E lembro de ter comentado com o meu orientador, e ele também ouviu de um colega, sobre o grande número de mulheres
grávidas e adultos jovens sendo hospitalizados na UTI com
quadros de difícil tratamento. Naquele momento, procuramos
entender o que estava acontecendo. Na segunda-feira, pegamos
o carro e fomos para um hospital na Província de Buenos Aires
que era referência para os casos do novo vírus influenza. Chegamos ao hospital, e estava lotado. Toda a equipe de saúde estava
Eu creio que a maioria dos que estão aqui, se lembra da pandemia de
gripe A que eclodiu em 2009 na Argentina e no mundo todo. Quando
os primeiros casos vieram à tona, nós, aqui na Argentina, estávamos
entrando no inverno. Não sabíamos absolutamente nada. Estava um
caos. As pessoas usavam máscaras nas ruas, corriam às farmácias para
comprar álcool em gel. Formavam filas nas farmácias para se vacinar,
mesmo sem saber se estavam tomando a vacina correta que as protegeria contra o novo vírus. Não sabíamos absolutamente nada. Naquela época, além da minha bolsa de estudos na Fundação INFANT, eu
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SAÚDE
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vestida com roupas de biossegurança, tipo NASA. Nós tínhamos máscaras para o rosto no bolso. Eu, hipocondríaca, não respirei por duas horas. Mas podíamos ver o que estava acontecendo. Imediatamente, começamos a entrar em contato com pediatras de seis hospitais na capital
e na Província de Buenos Aires. Nosso principal objetivo era descobrir
como esse novo vírus se comportava em contato com as nossas crianças, Um trabalho desgastante. Em menos de três meses, conseguimos
ver quais características tinha este novo vírus H1N1 nas 251 crianças internadas nos hospitais por causa dele. Podíamos ver quais crianças que
mais adoeciam: crianças abaixo dos quatro anos, especialmente aquelas
menores de um ano; pacientes com doenças neurológicas; crianças com
doenças pulmonares crônicas. Identificar esses grupos de risco foi muito importante para poder inclui-los como grupos prioritários nas recomendações da vacina contra a gripe, não apenas aqui na Argentina, mas
também em outros países onde a epidemia ainda não tinha chegado.
Um anos depois, quando a vacina contra a epidemia do vírus H1N1
estava disponível, quisemos ver o que tinha acontecido. Depois de uma
enorme campanha de vacinação, destinada a proteger os grupos de
risco, esses hospitais, com 93% dos grupos de risco vacinados, não receberam mais nenhum paciente por causa da pandemia do vírus H1N1.
(Aplausos) Em 2009: 251. Em 2010: zero.
A vacinação é um ato de responsabilidade individual, mas tem um
grande impacto coletivo. Se eu me vacino, não estou apenas me protegendo, mas também protegendo os outros. Sol tinha coqueluche. Sol
era muito jovem e ainda não tinha tomado a primeira vacina contra a
coqueluche. Mesmo assim, ainda me pergunto, o que teria acontecido
se todos, ao redor de Sol, tivessem sido vacinados.
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não existe amor eterno