Serviço de Voluntariado da UMP Voluntariado Do Assistencialismo ao Exercício de Cidadania Activa 07 de Dezembro de 2011 Cláudia Amanajás apresentação Quem Somos? Somos uma estrutura da União das Misericórdias Portuguesas, ainda recente e em crescimento… O Serviço de Voluntariado da UMP foi constituído em 2009, com o objectivo de responder às necessidades crescentes das suas Associadas, em matéria de Voluntariado. Serviço de Voluntariado da UMP O que Fazemos? Sensibilização e Promoção do Voluntariado em Portugal Apoio às Santas Casas de Misericórdia na área do Voluntariado, nomeadamente através de: - Aconselhamento; - Cedência de informação; - Esclarecimento de dúvidas; - Organização de projectos ou programas de voluntariado; - Formação. Divulgação de notícias e eventos Recepção e encaminhamento de candidaturas Participação em Eventos. Acção de Sensibilização / Formação para Provedores e Dirigentes das Santas Casas de Misericórdia Dias 23 e 28 de Outubro, 6 e 13 de Novembro de 2009 Vila do Conde, Fátima, Golegã e Portel 80 Misericórdias 200 Pessoas Artesanato nas Misericórdias Projecto lançado em Novembro de 2010 Campanha de Solidariedade «Juntos Vamos distribuir calor neste Natal» Concerto de Solidariedade “Contra a Indiferença…Sê Voluntário!” Integração na Comissão de Acompanhamento do Ano Europeu do Voluntariado Participação nas Feiras do Voluntariado, em Lisboa e no Porto Sessões de Formação e Promoção 2010: Oliveira de Frades, Braga e Paredes 2011: Seia, Castelo Branco, Braga, Tarouca, Vila Velha de Ródão, Estarreja, … Encaminhamento de candidatos Ficha de Inscrição Congressos e outros Eventos Actividades / Projectos até final de Dezembro Questionário/Apresentação dos resultados Participação na NATALIS • Prática tão antiga como a Humanidade; • Permanece até aos nossos dias… História… As origens do Voluntariado O Voluntariado sempre existiu: Foi pioneiro em relação ao trabalho remunerado e soube viver sem apoios estatais; Abriu caminhos para a introdução do trabalho remunerado e até o enquadrou em instituições de base voluntária, antes do aparecimento de instituições profissionalizadas, de natureza pública ou particular. Do que se conhece, o voluntariado começou por ser uma actividade eminentemente informal, de vizinhança, característica que permanece até aos nossos dias… História… As origens do Voluntariado Associa-se fortemente a Idade Média ao desenvolvimento do trabalho voluntário, tanto individual como colectivo, informal ou organizado. A difusão do imperativo da caridade, a ausência de direitos e de instituições de resposta aos problemas sociais, explicam, em parte, o surto medieval do Voluntariado. História… As origens do Voluntariado Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos, vistos como virtudes do indivíduo. Do ponto de vista religioso, acredita-se que a prática do bem salva a alma… Numa perspectiva social e política pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do Homem. História… As origens do Voluntariado A vida quotidiana é revestida de actos, gestos e relações que têm na sua base o espírito do Voluntariado, praticado de forma informal e sem qualquer reconhecimento. Mas a origem histórica do trabalho voluntário organizado está intimamente ligada à formação de uma consciência comunitária, ora proporcionada por razões sociais, ora instigada por razões religiosas. História… As origens do Voluntariado Há registos de grupos de Bombeiros Voluntários na Europa, como é o caso de um grupo de Portugal que já conta com mais de 600 anos de existência. As origens do Voluntariado “ Em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros, calafates, venham a aquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E outro assim todas as mulheres que o Carta Régia de D. João I dito fogo 1395, acudirem, História… História… As origens do Voluntariado Ao longo da história constata-se que as pessoas mais carenciadas foram acolhidas e ajudadas quer, espontaneamente, por particulares, quer por organizações, nomeadamente a IGREJA e as MISERICÓRDIAS. História… Misericórdias Nasceram em Itália, em 1244, sob a forma de Confraria. Em Portugal, a primeira Misericórdia – a de Lisboa - foi criada em 1498, sob o mandato da Rainha D. Leonor. «Nasceu com o fim de auxiliar os pobres, presos e doentes e apoiando os chamados envergonhados (pessoas decaídas na pobreza, por desgraça). A todos os necessitados socorria, dando pousada, roupas, alimentos, medicamentos ou mezinhas.» História… Misericórdias Difundem-se rapidamente por todo o País e pelo mundo fora. Actualmente, Portugal conta com 386 Santas Casas de Misericórdia ao serviço das suas Comunidades. São associações voluntárias de pessoas, à volta dos valores cristãos, consubstanciadas nas 14 Obras de Misericórdia, e regidas pelo Compromisso. Compromisso Misericórdias Voluntariado História… As origens do Voluntariado O século XIX marcou uma viragem muito forte no voluntariado. Surgiram os voluntariados sindical, cooperativo, mutualista, político e associativo em geral. História… As origens do Voluntariado A fase do Estado Novo foi marcada por ambiguidades e contradições, na esfera do voluntariado. O voluntariado laico e democrático do sec. XIX foi, em muitos casos, objecto de repressão. O de origem medieval passou a beneficiar de ambiente mais favorável, mas com reservas provenientes dos dinamismos da previdência social. História… As origens do Voluntariado Pós 25 de Abril: fervilhar explosivo e generalizado do voluntariado. Anos 80: renovação e substituição parcial do voluntariado tradicional, sobretudo com o impulso dado às IPSS (a substituição parcial vem-se traduzindo no aumento da profissionalização remunerada nessas mesmas instituições). História… Aparecimento de novos domínios do voluntariado, tais como: direitos humanos, cooperação para o desenvolvimento, desenvolvimento local, ambiente, defesa do património… Em simultâneo, continuam a desenvolver-se os domínios mais antigos: social, educativo, saúde, protecção civil, sindicalismo, política, religião, despor to e recreio, colectividades locais, associativismo. Voluntariado Actualidade Actualidade Voluntariado no Mundo… Países com uma forte tradição de Voluntariado: Europa: Inglaterra, Irlanda, França e os países nórdicos. Fora da Europa: EUA, o Canadá e a Austrália Actualidade Voluntariado no Mundo… • Estados Unidos da América: 63,5 milhões de pessoas fazem voluntariado • Europa: mais de 100 milhões de voluntários • União Europeia: 92 a 94 milhões de adultos, o que representa cerca de 23 a 24 % da população Os “maiores níveis de envolvimento” são no norte da Europa, em países como a Holanda e a Suécia: cerca de 40% . Forte contraste com a realidade dos países do sul da Europa, como Portugal, Espanha e Itália, onde os níveis de envolvimento são pouco superiores a 10%. Portugal Em Portugal, o voluntariado representa cerca de 12%. Áreas de intervenção: o voluntariado em Portugal, como no sul da Europa, é virado para os serviços sociais (36 por cento), sendo o valor respeitante à área cultural “bastante reduzido”, o que “contraria a realidade europeia”. “ausência de uma cultura de voluntariado” Observa-se um aumento significativo da participação de voluntários em campanhas pontuais”, de que são exemplo as “recolhas de alimentos do Banco Alimentar” e a “Campanha Limpar Portugal”. 40% dos voluntários inquiridos nunca recebeu qualquer formação, mas 79,7 % considera tratar-se de “um recurso essencial”. 86% dos inquiridos referiu como “importante e necessário” o acompanhamento e avaliação do voluntariado. Caracterização do Voluntariado em Portugal (2001) Alguns factores que contribuem para uma BAIXA TAXA DE VOLUNTARIADO: • Democracia tardia (após 48 anos de regime autoritário) onde a participação activa fora do controlo do Estado era proibida); • Cultura cívica muito incipiente, ou seja, baixa pertença associativa, níveis crescentes de abstenção eleitoral, indiferença declarada pela política, entre outras; • Classes média-alta e alta pouco significativas (estudos internacionais verificam que estas são as classes que mais praticam voluntariado); • Mercado laboral pouco integrador, mais exigente em termos de horas de trabalho extra, escassez de empregos a tempo parcial e frequência do pluriemprego); • Estado não promover reconhecimento necessário da importância e necessidade do voluntariado; • Voluntariado Empresarial / Responsabilidade social ser muito recente e pouco cultivado no meio empresarial, o que dificulta a participação das empresas e dos trabalhadores em acções de voluntariado. Conceito O termo Voluntário vem do latim voluntarìu que, de acordo com o dicionário da língua portuguesa, significa «a pessoa que se compromete a cumprir determinada tarefa ou função sem ser obrigada a isso e sem obtenção de qualquer benefício material em troca». Conceito legal Lei n.º71/98, Art. 3º Indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma organização promotora. Voluntariado Princípios enquadradores do voluntariado Solidariedade – Responsabilidade de todos os cidadãos na realização dos fins do voluntariado; Participação – Intervenção de voluntários e de entidades promotoras em áreas de interesse social; Cooperação – Combinação de esforços e de projectos de entidades promotoras de voluntariado; Complementaridade – O Voluntário não deve substituir os recursos humanos das entidades promotoras; Voluntariado Princípios enquadradores do voluntariado Gratuitidade – O Voluntário não é remunerado pelo exercício do seu voluntariado; Responsabilidade – O Voluntário é responsável pelo exercício da actividade que se comprometeu realizar, dadas as expectativas criadas aos destinatários desse trabalho voluntário; Convergência – Harmonização da actuação do voluntário com a cultura e objectivos da entidade promotora. Expressões mais correntes Decorrente da cultura tradicional de voluntariado, associam-se as seguintes expressões: • Caridade; • Bondade; • Espírito de sacrifício; • Gratuitidade; • Religião; • Altruísmo. Expressões menos correntes Todavia, devem ser tidas em consideração expressões como: • Responsabilidade; • Profissionalismo; • Compromisso; • Direitos; • Deveres. Que Voluntariado? Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa Voluntariado: Prática de Cidadania Que Voluntariado? Voluntariado Assistencialista Participação sem crítica, sem questionar o que está mal nas nossas estruturas, nos nossos sistemas de valores e crenças, nos nossos paradigmas… É ajudar porque os outros precisam. E os outros precisam porque não têm, não podem, não sabem, não querem... Essa postura tira do outro a condição de sujeito, actua na necessidade e não no direito ou na ampliação permanente dos direitos humanos. Que Voluntariado? Uma outra atitude, também prejudicial, é a da crítica sem participação, na qual quem não faz nada evita errar e, assim, estará sempre com a razão. Ficar de braços cruzados, elaborando críticas sofisticadas, análises rebuscadas sobre a realidade, exibindo uma capacidade crítica fenomenal, mas nada fazer, também não é uma postura cidadã. Que Voluntariado? Voluntariado enquanto exercício de Cidadania Activa e Responsável Convergência entre os conceitos de voluntariado e de cidadania, no empenho activo das pessoas em trabalhos voluntários. Este novo conceito de Voluntariado vai muito além do exercício da velha filantropia: representa um envolvimento, um compromisso na garantia de direitos para os outros, estando em causa a vontade de fomentar direitos que todos alcancem… Que Voluntariado? O voluntariado como prática de cidadania, o Voluntariado do Século XXI, deverá ser o que foge destes dois extremos da participação sem crítica e da crítica sem participação. Não pode ser um fazer por fazer, descomprometido com um sentimento de pertença a uma comunidade, a um país, às suas lutas e conquistas, à sua história e leis, instituições, aos processos de melhoria da condição de vida de todos, da condição humana de todos nós. Que Voluntariado? O Voluntariado é, por isso, cada vez mais, um exercício da Cidadania Activa e Responsável. É um processo em construção, cuja consolidação não é automática e que só se afirmará se, de facto, se conseguir fortalecer a cultura cívica do país. A Crise é uma oportunidade… A Crise não pode ser um álibi para não ajudar quem mais precisa… Amanhã podemos ser nós… A Crise é geradora de responsabilidade e de oportunidade para mais solidariedade, mais eficiência, mais iniciativa social, mais voluntariado e mais participação da comunidade. Porquê Ser Voluntário? No voluntariado todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário trabalha, a comunidade… Porquê Ser Voluntário? Ao mobilizar energias, recursos e competências em prol de acções de interesse comum, o voluntariado combate a indiferença, a discriminação e a exclusão social, fortalece a solidariedade e a cidadania, reforça o facto de todos pertencerem a uma mesma sociedade. Ajudando aos outros, ajudamo-nos a nós mesmos e a todos. Porquê Ser Voluntário? Benefícios pessoais O trabalho voluntário pode: ü Melhorar a auto-imagem; ü Promover um sentimento de realização e competência; ü Agir como um antídoto para o stress e a depressão… Os voluntários tendem a ser mais saudáveis e felizes e viver mais do que aqueles que não o são… Porquê Ser Voluntário? Porquê Ser Voluntário? Porquê Ser Voluntário? Porquê Ser Voluntário? Valor acrescido na vida das organizações e da Comunidade Um dos mais valiosos recursos activos de um País Em Portugal, estima-se que represente cerca de 1% do PIB… Obrigada… www.voluntariado.ump.pt/ump [email protected] Tel: 229416888 229416887 Fax: