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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LAIS SOUZA NOVAES
FABIO TSUTOMU AKABANE
TRATAMENTO DA RINITE ALÉRGICA COM ACUPUNTURA
Mogi das Cruzes, SP
2012
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LAIS SOUZA NOVAES
FABIO TSUTOMU AKABANE
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TRATAMENTO DA RINITE ALÉRGICA COM ACUPUNTURA
Monografia apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Universidade de Mogi
das Cruzes, como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Especialista
em Acupuntura.
Orientadores: Profº Luiz Bernardo Leonelli
Profª Bernadete Nunes Stolai
Mogi das Cruzes, SP
2012
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
LAIS SOUZA NOVAES
FABIO TSUTOMU AKABANE
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TRATAMENTO DA RINITE ALÉRGICA COM ACUPUNTURA
Monografia apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Universidade de Mogi
das Cruzes, como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Especialista
em Acupuntura.
Aprovado em ..............................
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________________________
Profa. Bernadete Nunes Stolai
UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
___________________________________________________________________
Prof. Luiz Bernardo Leonelli
UMC – UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por nos iluminar e com fé, conseguimos
alcançar mais esta vitória.
9
Agradecemos aos nossos orientadores Bernadete Nunes Stolai e Luiz
Bernardo Leonelli pela orientação e esclarecimentos de dúvidas surgidas no
decorrer desta pesquisa, e principalmente pela paciência.
Aos Professores Luiz A. Alfredo, Romana de Souza Franco, Bernadete Nunes
Stolai e Luiz Bernardo Leonelli pela dedicação e carinho apostados em nós durante
todo o correr do curso.
E por fim, e não menos lembrados, agradecemos a todos os pacientes que de
alguma forma contribuíram para que esta pesquisa fosse concretizada.
RESUMO
A Rinite Alérgica pode ser definida como uma reação de resposta inflamatória da
mucosa que reveste o nariz toda vez que ela entra em contato com determinadas
substâncias que são chamadas de alérgenos. Elas podem ser encontradas nos
recintos (poeira doméstica, por exemplo), como no meio ambiente (pólen). Os
principais sinais e sintomas da rinite alérgica incluem crises de espirros, coriza,
coceira nasal, obstrução nasal e sintomas oculares (coceira, lacrimejamento).
Geralmente tratada com terapia medicamentosa. A Acupuntura é uma alternativa
10
interessante ao tratamento tradicional. Destacando também a capacidade de
estimluar reações fisiológicas como a ativação do sistema imunológico, além de
manter o equilibrio do organismo para que o mesmo esteja em harmonia. Sendo a
Acupuntura uma prática extremamente segura. Por isso este trabalho tem como
objetivo verificar os efeitos do tratamento com Acupuntura na Rinite Alérgica,
baseado em artigos nacionais e internacionais. Para o estudo sobre o tema foram
realizadas consultas nas bases de dados eletrônicos (Bireme, Scielo, Pubmed)
abrangendo o período de 1992 a 2011. Como resultado da pesquisa, os pacientes
com RA tratados com Acupuntura apresentaram melhoras na obstrução nasal,
espirro, coriza, prurido nasal e nas recidivas da patologia e em apenas um estudo
não houve alterações dos sintomas clínicos. Conclui-se que pode-se considerar
promissora a Acupuntura como método de tratamento.
Palavras-chave: Rinite Alérgica, Acupuntura, Tratamento.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................
6
2 METODOLOGIA...............................................................................................
9
2.1 MATERIAL................................................................................................
9
2.2 PROCEDIMENTOS..................................................................................
9
3 RINITE ALÉRGICA...........................................................................................
10
3.1 DIAGNÓSTICO.........................................................................................
10
3.2 TRATAMENTO.........................................................................................
11
11
4 ACUPUNTURA.................................................................................................
13
4.1 TEORIA YIN-YANG..................................................................................
13
4.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS........................................................
15
4.3 SUBSTÂNCIAS.........................................................................................
16
4.4 ZANG FU..................................................................................................
17
4.4.1 Pulmão (Fei)....................................................................................
18
4.4.2 Baço-Pâncreas (Pi).........................................................................
18
4.4.3 Rins (Shen)......................................................................................
19
4.4.4 Vesícula Biliar (Dan).......................................................................
20
4.5 CANAIS DE ENERGIA CURIOSOS.........................................................
20
4.6 FATORES DAS DOENÇAS......................................................................
22
4.6.1 Fatores Internos..............................................................................
22
4.6.2 Fatores Externos.............................................................................
22
4.6.3 Fatores Mistos.................................................................................
22
5 RINITE ALÉRGICA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA........................
23
5.1 PADRÕES SINDRÔMICOS DA RINITE ALÉRGICA................................
23
5.2 TRATAMENTOS COM MOXA E ACUPUNTURA.....................................
24
6 CONCLUSÃO...................................................................................................
29
REFERÊNCIAS....................................................................................................
30
1 INTRODUÇÃO
A literatura indica que a Rinite Alérgica (RA) apresenta um impacto importante
no trabalho e em sua produtividade. Os doentes sentem-se aborrecidos pela fadiga,
pelo baixo desempenho e concentração no trabalho, pela cefaléia e mal-estar. A
conjuntivite piora a visão e as atividades relacionadas a ela (MEGID et al., 2006).
Segundo Ibiapina et al., (2008) a RA pode ser considerada a doença de maior
prevalência entre as doenças respiratórias crônicas e, apesar de não estar entre
12
aquelas de maior gravidade, é um problema global de saúde pública, também,
porque afeta a qualidade de vida dos pacientes e dificulta o controle da asma. A
prevalência tem aumentado ao longo dos anos e provavelmente é subestimada, pois
muitos indivíduos não a reconhecem como uma doença e não procuram
atendimento médico. Por outro lado, os profissionais de saúde freqüentemente
negligenciam a rinite. Ainda assim, a rinite alérgica encontra-se entre as dez razões
mais freqüentes para a procura de atendimento primário à saúde.
A RA afeta a vida domiciliar de muitos pacientes. As crianças com RA podem
vivenciar sensações de completo isolamento, mesmo dentro de suas casas, já que
muitas vezes a presença de alérgenos impede que participem das atividades
familiares, como piqueniques, brincadeiras com os animais de estimação e ida a
acampamentos (LIMA e SANTOS, 2007).
O efeito social da RA não se restringe apenas à família. Na escola, essas
crianças podem apresentar distúrbios emocionais em decorrência do prejuízo de
aprendizado que comumente acompanha a RA e/ou devido às limitações de
atividades impostas pela necessidade de evitar o contato com os alérgenos. Com
isso, sua habilidade de integração completa e irrestrita com seus pares fica muito
prejudicada, e surgem os distúrbios emocionais (RODRIGUES, SANTIS e
ARROBAS, 2009).
A RA é uma condição crônica que exerce um impacto socioeconômico
importante sobre os pacientes, suas famílias, os sistemas de saúde e a sociedade
como um todo. Esse impacto é composto por custos diretos, gerados pelo uso do
sistema de saúde, e por custos indiretos, associados à perda da produtividade
econômica. Assim, pessoas com rinite e/ou asma necessitam lidar com a carga,
tanto imediata como em longo prazo, determinada por essas doenças que,
habitualmente, acabam por afetar suas atividades diárias. Precisam freqüentemente
escolher como distribuir seus recursos financeiros - normalmente direcionados às
necessidades diárias, como alimentação e vestimentas - para custear os cuidados
médicos necessários à melhora de sua condição de saúde (NUNES e SOLÉ, 2010).
Graus variáveis de prejuízo às atividades profissionais podem ser vivenciados
por até 60% dos pacientes com RA persistente e por até 40% dos com RA
intermitente. Os pacientes queixam-se de cefaléia, fadiga, baixo rendimento e baixa
concentração no trabalho. Vale lembrar que a conjuntivite, comumente associada à
13
RA, pode prejudicar a acuidade visual e as atividades relacionadas à visão
(BOUSQUET et al., 2010).
Rinite Alérgica (RA) é definida como uma inflamação da mucosa nasal,
induzida pela exposição a alérgenos que, após sensibilização, desencadeiam uma
resposta inflamatória mediada por imunoglobulina E (IgE) que produz liberação de
substâncias vasoativas de mastócitos (histamina), que pode resultar em sintomas
crônicos ou recorrentes (IBIAPINA et al., 2008).
O início das manifestações clinica da RA ocorre mais comumente durante a
infância, embora essas possam ser iniciadas mais tardiamente em até 30% dos
pacientes. Segundo a freqüência dos sintomas, a RA é classificada como
intermitente ou persistente e, de acordo com a intensidade dos sintomas, em leve ou
moderado a grave (NUNES e SOLÉ, 2010).
Existem duas formas de RA: uma sazonal (em determinadas épocas dos
anos) e uma perene (que dura o ano todo, podendo ser continua ou intermitente)
(MELLO, 2008).
Segundo Rodrigues et al., (2009) a RA está intimamente associada à Asma.
Tanto que se estima que 70% das pessoas que têm asma também são portadoras
de rinite. Isoladamente, de 10% a 20% da população têm asma e 10% a 25%, rinite.
Ainda que sejam causadas por um conjunto de fatores patogênicos e ambientais,
sabe-se que o tratamento da rinite favorece o controle da asma.
Complementando, Megid et al., (2006) relata que a RA está sendo pouco
diagnosticada porque as pessoas têm a falsa idéia de ser apenas um resfriado e não
procuram assistência médica.
Estudos demonstram que a exposição aos alérgenos nos primeiros anos de
vida resulta em declínio da função pulmonar e aumento da hiper-responsividade
brônquica e dos níveis de óxido nítrico exalado, associados a um persistente influxo
de eosinófilos e linfócitos T para as pequenas vias aéreas (IBIAPINA et al., 2008).
A maioria dos autores defende que a Sinusite é uma complicação da Rinite,
pois a alergia leva à inflamação da mucosa nasal, com edemas e obstrução dos
ostios dos seios perinasais e conseqüente compromisso da sua oxigenação e
drenagem (RODRIGUES, SANTIS e ARROBAS, 2009).
O uso da Acupuntura para tratamento do quadro de Rinite Alérgica pode se
apresentar como mais uma opção terapêutica, em que a substituição da medicação
diminui o risco de efeitos colaterais pelo uso dessas substâncias por um período
14
prolongado, podendo muitas vezes não ser eficaz nas crises de rinite alérgica,
enquanto que a Acupuntura produz um efeito anti-nociceptivo e antiinflamatório
cessando o espirro e a coriza imediatamente. Dentre outras vantagens destaca-se a
capacidade de estimular reações fisiológicas como a ativação do sistema
imunológico e maior irrigação sanguínea. A Acupuntura é uma prática extremamente
segura, exigindo apenas uma eficiência e um bom nível técnico do terapeuta (XUE
et al., 2007).
O objetivo deste trabalho é realizar um levantamento de artigos internacionais
e nacionais, e verificar os efeitos do tratamento com Acupuntura na Rinite Alérgica
(RA).
2 METODOLOGIA
2.1 MATERIAL
Como material do estudo, foram utilizados artigos científicos internacionais e
nacionais de sites eletrônicos como Scielo, Bireme, e Pubmed, e como critério de
inclusão o ano de publicação entre 1992 a 2011.
15
2.2 PROCEDIMENTOS
Para a realização deste estudo utilizou-se as palavras-chave (Rinite Alérgica,
Acupuntura e Tratamento), nos sites eletrônicos (Bireme, Scielo e Pubmed).
Os artigos encontrados correspondem aos critérios de inclusão e exclusão e
também aos objetivos deste estudo.
3 RINITE ALÉRGICA
Os fatores etiológicos da Rinite Alérgica são os aeroalergénios (ácaros do pó,
polens, pêlos de animais, fungos, etc.) os mais freqüentes. Também os fármacos,
como aspirina e outros anti-inflamatórios, desencadeiam freqüentemente quadros de
rinite alérgica. Apesar de menos documentado, não se pode menosprezar o papel
dos poluentes (domésticos e de exterior) (RODRIGUES, SANTIS e ARROBAS,
2009).
16
A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI, 2009) afirma
que na primeira exposição ao alergênico (sensibilização) este é apresentado pelas
células dendríticas da mucosa nasal aos linfócitos T (Th 2) que, por sua vez, vão
estimular os linfócitos B a produzir IgE. Surgindo então, os sintomas nasais, como,
rinorréia
aquosa,
obstrução/prurido
nasal,
coceira,
sintomas
oculares,
broncoespasmo e edema, alem de congestão nasal, coriza e espirros que podem
ocorrer, no mínimo, de 30 a 60 minutos por dia.
Tais pacientes apresentam localmente uma hiporreatividade simpática e
hiperreatividade parassimpática, conseqüentemente apresentando sintomas por
estímulos inesperados (mudanças de temperatura, umidade relativa do ar, etc)
(MELLO, 2008).
3.1 DIAGNÓSTICO
De acordo com Ibiapina et al., (2008) um adequado exame clínico identifica
sem muitas dificuldades os sinais de rinite, tais como: hipertrofia e palidez dos
cornetos inferiores, e secreção hialina, que estão associados a uma disfunção do
epitélio, vasos, glândulas e nervos que, devido a um infiltrado de células
inflamatórias, mediadores inflamatórios e citocinas, prejudicam o processo de
aquecimento, umidificação e filtração do ar inspirado.
Complementando, Zhang (2009) afirma que é comum ter a prega nasal
transversa, palato alto e abobadado devido à respiração bucal, mal-oclusão dentária,
“olheira alérgica”. Em outras ocasiões ocorrem disfunções tubárias, com queixas de
repercussões auriculares.
O diagnóstico da RA é clinico, e pode ser confirmado através de testes
laboratoriais. O que define a etiologia da doença alérgica é a demonstração de
sensibilização específica que pode ser obtida por testes in vivo ou in vitro. Os teste
cutâneos de hipersensibilidade imediata a aeroalérgenos por meio de punctura (prick
test) são os mais utilizados no diagnóstico da alergia respiratória em geral. O teste
avalia, in vivo. Simultaneamente a presença de IgE específica ligada ao mastócito, a
reatividade da célula exposta ao alérgeno e a resposta de órgãos-alvo locais à
liberação de mediadores. O método para determinação de IgE especifica in vitro
17
mais utilizado é o ensaio radioimunoenzimático. Quando utilizados alérgenos
padronizados revela sensibilidade e especificidade semelhantes aos testes
cutâneos, mas por serem mais dispendiosos, necessitam de punção venosa (LIMA e
SANTOS, 2007).
Segundo Bousquet et al., (2010), estes testes são úteis principalmente para
afastar aqueles casos sintomáticos de rinite por irritantes primários como fumaça de
cigarro, mudanças de temperatura e não por respostas alérgicas devido à interação
com anticorpos IgE e células liberadoras de histamina.
O exame otorrinolaringológico é fundamental nos doentes com rinite alérgica,
tanto para a avaliação de comorbilidades/complicações associadas, como para o
diagnóstico diferencial (RODRIGUES, SANTIS e ARROBAS, 2009).
3.2 TRATAMENTO
O tratamento dos pacientes portadores de rinite alérgica é composto por três
pontos fundamentais: A- Higiene ambiental. B- Tratamento medicamentoso. CVacinas anti-alérgicas (NUNES e SOLÉ, 2010).
De acordo com Bousquet et al., (2010), o problema é que não é fácil evitar o
contato com o ácaro, a principal causa de rinite alérgica. No entanto, algumas
medidas simples podem ser adotadas para diminuir a proliferação desses insetos. A
casa e principalmente o quarto onde o doente dorme devem ser limpos com
bastante freqüência. O ideal é que não existam carpetes, cortinas, tapetes, bichos
de pelúcia, almofadas, móveis e outros e utensílios que possam acumular poeira
nos ambientes em que os portadores de rinite vivem.
Alguns cuidados podem ajudar a prevenir os efeitos de doenças respiratórias.
Um ponto importante a considerar é a existência de boa ventilação na casa e no
quarto. Em ambientes ensolarados, é mais difícil o bolor (fungo) se desenvolver. Os
portadores de doenças respiratórias precisam privilegiar ambientes arejados e
devem tomar sol nos horários em que os raios estejam mais fracos - antes das 10 e
depois das 16h (MELLO, 2008).
O objetivo do tratamento farmacológico da rinite alérgica é promover uma
prevenção efetiva ou o alívio dos sintomas, tão segura e efetivamente quanto
18
possível. A remoção ou a prevenção do contato com alérgenos é sempre
recomendada; entretanto, a terapêutica farmacológica é freqüentemente necessária.
O emprego de medidas simples, como lavagem nasal com solução salina ou a
adição de anti-histamínico tópico ou oral associado a uma baixa dose de corticóide
intranasal, pode ajudar no controle da rinite alérgica e das rinossinusites crônicas
(IBIAPINA et al., 2008).
Como Lima e Santos (2007) citam, os corticóides podem ser aplicados
topicamente, orais ou aplicados via parenteral. A aplicação de esteróides tópicos
tem apresentado um aumento considerável. Estes resultados são atribuídos aos
efeitos locais benéficos sistêmicos mínimos. Os efeitos adversos encontrados com o
uso do corticóide se devem à irritação local. Pode aparecer queimação, epistaxe,
ardência, secura, espirro. Normalmente, aparece sangue na secreção nasal quando
usa corticóide intranasal.
Quando os tratamentos feitos nestas condições (higiene ambiental e
medicamentos) falham, pode-se associar o uso de vacinas anti-alérgicas. Este
tratamento é longo, porém, quando feito corretamente, diminuí a sensibilidade do
doente aquela substância ao qual ele era alérgico. Muitas vezes, chegamos ao
ponto onde não há mais necessidade do uso de medicamentos (RODRIGUES,
SANTIS e ARROBAS, 2009).
4 ACUPUNTURA
A Acupuntura é o conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da medicina
chinesa tradicional que visa à terapia e à cura das doenças através da aplicação de
agulhas e de moxas, além de outras técnicas (WEN, 2006 p. 09).
A Acupuntura é parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC),
fazendo parte das suas bases teóricas, e tem sido utilizada no tratamento e
prevenção de diversas doenças há séculos. Diversas doenças otorrinolaringológicas
19
foram tratadas com Acupuntura, apresentando resultados satisfatórios, inclusive as
doenças alérgicas nasais (MEGID et al., 2006).
Segundo Mello (2008), muitos conceitos preconizados pela MTC podem, hoje,
ser explicados há luz da neuroanatomia e da neurofisiologia, graças a recentes
pesquisas neurofisiológicas sobre o mecanismo de ação de anestesia por
Acupuntura, permitindo que a fisiologia do ser humano possa ser estudada de um
modo global. Isto fez com que as milenares teorias filosóficas do yang e do yin, dos
Cinco Movimentos, dos Zang-Fu e dos Jing-Luo passassem a ter fundamento
científico.
Segundo a teoria da Acupuntura, todas as estruturas do organismo se
encontram ariginalmente em equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativa) e
Yang (positiva). Por outro lado, um desequilíbrio gerará a doença. A arte da
Acupuntura visa, através de suas técnicas e procedimentos, estimular os pontos
reflexos que tenha a propriedade de restabelecer o equilíbrio, alcançando-se assim,
resultados terapêuticos (WEN, 2006 p.10).
4.1 TEORIA YIN-YANG
Todas as coisas na natureza se desenvolvem sob influência da interação
entre Yin e Yang. No ideograma chinês, Yin e Yang estão representados pelos lados
ensolarado e sombrio da montanha. Em um processo dinâmico, os dois se
completam. Yin não pode existir sem Yang, as duas forças se associam para
construir um todo. O sistema de polaridade Yin e Yang têm uma função importante
na medicina quanto à explicação do mecanismo da vida no corpo humano e suas
disfunções patológicas (STUX e POMERANZ, 2004, p.79-80).
O Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade,
como calor, movimento, claridade, expansão, explosão, polaridade positiva, céu,
também o Sol e o homem. O Yin representa o oposto, ou seja, os aspectos que
caracterizam por atividade menor, como frio, repouso, escuridão, retração, implosão,
polaridade negativa, terra, também a Lua e a mulher. A doença tem origem quando
se instala um desequilíbrio entre o Yin e Yang (YAMAMURA, 2009, p.XLIV).
20
No corpo humano há órgãos de constituição frágil que necessitam da
proteção das costelas. São cinco órgãos: Coração, Pulmão, Rins, Baço-Pâncreas e
Fígado. Eles pertencem ao Yin e seus pontos principais estão localizados na região
ventral do corpo. Ao contrário, as vísceras menos protegidas e de constituição mais
forte como Estômago, Intestino Delgado, Intestino Grosso, Bexiga, Vesícula Biliar e
Útero, são de natureza Yang (WEN, 2006, p. 18).
Segundo Maciocia (2004), existem quatro aspectos da relação Yin e Yang:
Oposição de Yin e Yang: o Yin e Yang são tanto estágios opostos de um ciclo
como estados de agregação. Nada no mundo natural escapa a essa oposição. Essa
mesma contradição interna constitui a força motriz de toda modificação,
desenvolvimento e deterioração das coisas.
Interdependência de Yin e Yang: embora Yin e Yang sejam opostos, são
também interdependentes: um não pode existir sem o outro. Tudo contém as forças
opostas que são mutuamente exclusivas, mas, ao mesmo tempo, dependem uma da
outra.
Consumo mútuo de Yin e Yang: o Yin e o Yang estão num estado constante
de equilíbrio dinâmico que é mantido por meio de um ajuste contínuo de seus níveis
relativos. Quando tanto o Yin como o Yang estão em desequilíbrio, eles afetam-se
mutuamente e modificam sua proporção, alcançando um novo equilíbrio.
lntertransformação de Yin e Yang: o Yin e Yang não são estáticos, mas eles
realmente se transformam um no outro. O Yin pode transformar-se em Yang e viceversa. Tal mudança não acontece a esmo, mas em determinados estágios de
desenvolvimento de alguma coisa.
4.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS
A Teoria dos cinco elementos permitiu a padronização da visão milenar dos
filósofos naturalistas. Por meio desse sistema a medicina tradicional chinesa
classificou a grande variabilidade dos processos naturais e os eventos da
transformação observados na natureza. Os cinco elementos são Madeira, Fogo,
21
Terra, Metal e Água. Esses elementos básicos estão intimamente interligados, de
modo que entre si, são estimulados, inibidos e controlados (STUX e POMERANZ,
2004 p.84).
Essa teoria ocupa um lugar importante na medicina chinesa, porque todos os
fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do corpo humano,
estão classificados e são interpretados pelas inter-relações desses elementos
(WEN, 2006 p. 21)
Os dois princípios básicos dos cinco movimentos em condição de
normalidade referem-se aos conceitos de “geração” e “dominância”. O princípio de
geração estabelece que cada movimento gera o movimento seguinte, essa interrelação é conhecida como regra “mãe-filho”, sendo chamado de mãe o movimento
que gera, e de filho o que foi gerado. O princípio de dominância estabelece que cada
movimento apresenta dominância sobre o movimento que sucede, isto é, aquele que
ele gerou, esse princípio é também conhecido como regra “avô-neto”, chama-se de
avô o movimento que domina, e de neto, o que é dominado. O princípio de
dominância tem finalidade de controlar o crescimento desenfreado que ocorreria se
houvesse semente o princípio da geração (YAMAMURA, 2009 p.XLVII).
Segundo Maciocia (2004 p.25), o ciclo de dominância excessiva ocorre
quando a relação de controle entre os elementos fica desorientada e torna-se
excessiva sobre os próximos elementos. Similarmente às funções fisiológicas, a
relação da seqüência de dominância excessiva pode ser explicada em termos de
condição patológica dos Órgãos Internos.
A contra dominância é uma situação que ocorre quando um movimento se
torna excessivo e volta-se contra aquele que normalmente o domina: o neto volta-se
contra o avô (YAMAMURA, 2009 p.XLIX).
4.3 SUBSTÂNCIAS
A medicina chinesa considera a função do corpo e da mente como o resultado
da interação de determinadas substâncias vitais. Essas substâncias manifestam-se
em vários níveis de "substancialidade", de maneira que algumas delas são muito
rarefeitas e outras totalmente imateriais. Todas elas constituem a antiga visão
22
chinesa do corpo-mente. O Shen (Mente) reside no Coração e é responsável por
muitas atividades mentais diferentes. A Mente de um ser recém concebido origina-se
das Essências pré-natais da mãe e do pai. Após o nascimento, sua Essência prénatal é armazenada no Rim e então proporciona a fundamentação biológica à
Mente. A vida e a Mente de um bebê recém-nascido, porém, também depende da
nutrição de sua própria Essência pós-natal. (MACIOCIA, 2004 p.36-57).
A teoria tradicional chinesa não tem equivalente direto na ciência ocidental,
seu conceito básico atribui ao Qi, energia vital presente em todo o corpo, equilíbrio e
harmonia ou desequilíbrio e doença. Manifesta na pele, nos órgãos e permeando
todo o corpo acumula-se nos órgãos e flui, principalmente, nos Canais de Energia
Principais “Meridianos”, os quais têm funções importantes de defesa e proteção do
corpo. O Qi pode se manifestar como essência (Jing) nascida com o individuo e
transformada. Sendo responsável por funções de crescimento, reprodução,
desenvolvimento e forças constitucionais básicas (Qi Pré-Celestial). E ao longo da
vida o individuo pode ser nutrido pelos alimentos (Qi dos Alimentos) e pela
respiração (Qi Torácico), que em conjunto com o Qi nascido com o ser (Qi Original)
e o Qi adquirido (Qi Pós-Celestial), ao longo de sua formação, vai ser responsável
pelo funcionamento, nutrição e defesas do organismo. Isto aconteceria através do
sangue, fluídos corpóreos e através do próprio Qi circulante (FIGUEIREDO, 2010).
O Jing é usualmente traduzido como Essência. O caractere chinês dá a idéia
de alguma coisa derivadade um processo de refinamento ou destilação (uma
substância muito preciosa, para ser cuidada e guardada). O termo Essência é
utilizado em Medicina Tradicional Chinesa em 3 contextos diferentes: Essência PréCelestial - nutre o embrião e o feto durante a gravidez, sendo dependente da
nutrição derivada do Rim (Shen) da mãe. É o único tipo de Essência presente no
feto, uma vez que este não apresenta atividade fisiológica independente; Essência
Pós-Celestial - é extraída do ar e dos alimentos e dos fluidos pelo Estômago (Wei),
Baço (Pi) e Pulmão (Fei) após o nascimento; Essência do Rim - é uma interação
compartilhada entre a Essência Pré-Celestial e Pós-Celestial. Esta Essência é
estocada no Rim, circula por todo o organismo, particularmente nos Oito Vasos
Extraordinários
ou
Maravilhosos.
Determina
o
crescimento,
reprodução,
desenvolvimento, maturação sexual, concepção e gravidez (MACIOCIA, 2004 p.3738).
23
O Sangue (Xué) é fruto da transformação da essência dos alimentos pelo
Baço e o Estômago. É governado pelo Coração, armazenado pelo Fígado,
controlado pelo Baço. Circula em todo o corpo; no interior, atinge todos os órgãos
(Zang e Fu), no exterior, atinge a pele, a carne, os tendões e os músculos. Sua
atuação é dupla, de um lado nutre e umedece os tendões orgânicos do corpo inteiro,
do outro lado serve como base material à atividade mental (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992 p.41-42).
Os Fluidos Corpóreos são chamados Jin Ye em chinês. Este termo é
composto de dois caracteres. Jin significa “úmido” e Ye significa “fluido”. Jin indica
alguma coisa líquida, enquanto que Ye quer dizer fluidos de organismos vivos
(encontrados em frutas, por ex.). Assim, Jin Ye pode ser traduzido como “fluidos
orgânicos”. Nós os chamaremos de “Fluidos Corpóreos” (MACIOCIA, 2004 p.53).
4.4 ZANG FU
Os Zang apresentam características Yin, são mais sólidos e internos e os
responsáveis pela formação, transformação, armazenamento, liberação e regulação
das Substâncias puras que são o Qi, Xué, Jing, Jin Ye e Shen. Os Fu apresentam
características Yang, são mais ocos e externos e são responsáveis pela recepção e
armazenamento de alimentos e bebidas, pela passagem e absorção de seus
produtos de transformação e pela excreção dos resíduos (ROSS, 1994 p.60-61).
4.4.1 Pulmão (Fei)
O Pulmão (P) governa o Qi e a respiração. Essa é a função mais importante
do Pulmão, uma vez que é do ar que o Pulmão extrai o "Qi puro" para o organismo,
o qual combina com o Qi do Alimento, que vem do Baço; a combinação do ar do
Pulmão e do Qi do Alimento forma o Qi da Reunião (Zong Qi). Após sua formação, o
24
Pulmão dispersa o Qi por todo o organismo, a fim de nutrir todos os tecidos e
promover todos os processos fisiológicos (MACIOCIA, 2004 p.106).
De acordo com Auteroche e Navailh (1992 p.73), o Pulmão também controla a
descida do ar inspirado até os Rins que devem recebê-los. É graças a essa função
de descida ininterrupta de seu Qi, que o Pulmão concorre ao metabolismo normal da
água que desce do Aquecedor Superior para o Aquecedor Inferior, seguindo a “via
das águas”.
Como Ross (1994 p.139-140) cita, o Qi do Pulmão manifesta-se nos pêlos,
que nada mais é que um dos aspectos da função do Pulmão de harmonizar o
exterior que inclui a pele, os pêlos, as glândulas sudoríparas e resistência contra
agressões. O Pulmão abre-se no nariz, que é a via de entrada da respiração para a
garganta, conhecida como a “porta do Pulmão”.
O Pulmão controla a pele, sendo o mais "exterior" dos órgãos e influencia o Qi
Defensivo; por todas essas razões, o Pulmão é o órgão mais fácil e diretamente
invadido pelos fatores patogênicos exteriores, principalmente Vento, Calor, Fogo,
Frio, Umidade e Secura. O Pulmão é, algumas vezes, denominado o órgão
"delicado" por causa de sua suscetibilidade ao ser invadido pelos fatores
patogênicos exteriores (MACIOCIA, 2004 p.110).
4.4.2 Baço-Pâncreas (Pi)
Regula a transformação e transporte. Os alimentos e as bebidas, sob a
influência do Qi do Baço-Pâncreas (BP) são digeridos e separados em frações puras
e impuras. As frações impuras sólidas passam do Intestino Delgado para o Intestino
Grosso onde se faz a absorção e depois as frações impuras liquidas à Bexiga para a
excreção. A fração pura é enviada à custa do BP para o Pulmão, onde é
transformado em Energia (Qi), Sangue (Xue) e Líquido Orgânico (Jin Ye) (ROSS,
1994 p.80).
Maciocia (2004 p.120) diz, o Baço extrai do alimento o Qi do Alimento para
nutrir todos os tecidos do organismo. Esse Qi refinado é transportado por todo o
organismo pelo Baço. Se o Baço estiver forte, o Qi refinado é direcionado para os
músculos, particularmente os referentes aos membros.
25
O Qi do Baço permite ao Sangue correr normalmente nos vasos e impede
que se espalhe fora dos mesmos. Se o Qi do Baço estiver fraco, o Sangue
transborda manifestando-se pelos vários tipos de hemorragias (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992 p.71).
Segundo Ross (1994 p.81), uma função restrita ao Yang Qi do Baço é a de
ajudar a sustentar e a manter os Órgãos no interior do corpo. E abre-se na boca e
manisfesta-se nos lábios.
4.4.3 Rins (Shen)
Os Rins (R) têm a função de armazenar a Essência pré-celestial, ou seja, a
Essência herdada antes do nascimento nutre o feto e, após o nascimento, controla o
crescimento, a maturação sexual, a fertilidade e o desenvolvimento. Essa Essência
determina nossa base constitucional, força e vitalidade. Também é a base da vida
sexual e o alicerce material para a fabricação do esperma nos homens, do óvulo e
do sangue menstrual nas mulheres (MACIOCIA, 2004, p.128).
De acordo com Auteroche e Navailh (1992 p.79), a regulação dos Líquidos
Orgânicos é em grande parte devida à atividade do Qi dos Rins. Em seu ciclo normal
a água passa pelo Estômago que a recebe, pelo Baço que a transforma, pelo
Pulmão, que a distribui. Atravessa os Três Aquecedores, o que é puro vai para os
órgãos, o que é impuro se transforma em suor e urinas que são expulsos do corpo.
O Pulmão encaminha o Qi para os Rins que o recebe e o mantém. Abre-se
nas orelhas e manifesta-se nos cabelos (ROSS, 1994 p.68).
4.4.4 Vesícula Biliar (Dan)
Como afirma Maciocia (2004 p.164), a Vesícula Biliar (VB) recebe a bile do
Fígado, que a mantém pronta para excretar durante a digestão, quando for
necessário. Desse ponto de vista, a função da VesículaBiliar é idêntica à da
medicina ocidental.
26
A Vesícula Biliar tem atuação de decisão, sublinhando a importância da
Vesícula Biliar para o espírito de decisão e a coragem. É por isso que os pavores,
perda de sono, abundância de sonhos, podem ser tratados, tratando a Vesícula
Biliar (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992 p.90).
4.5 CANAIS DE ENERGIA CURIOSOS
Os Canais de Energia Curiosos, Extras ou Maravilhosos têm finalidade de
levar o Qi e o Xue assim como o Qi Ancestral, para os espaços entre os Canais de
Energia Principais, e promover as diversas ligações entre os Zang Fu e entre os
Canais de Energia. Excetuando-se os de Ren Mais e do Du Mais, os Canais de
Energia Curiosos não apresentam pontos próprios em seus trajetos, utilizam-se de
pontos de Acupuntura comuns situados nos Canais de Energia Principais. Cada
Canal de Energia Curioso tem função peculiar e possui trajeto próprio e, por causa
de suas relações com os Canais de Energia Principais, interligam-se, principalmente
o Du Mai e o Ren Mais. Os Canais de Energia Curiosos são em numero de Oito
(YAMAMURA, 2009 p.405)
Du Mai (Vaso-Governados – VG): Tem o sentido de governar, controlar,
circula seguindo o meio da coluna vertebral, do crânio e do cóccix. Como governa
(DU) os meridianos Yang é chamado de “Mar dos meridianos Yang” (AUTEROCHE
e NAVAILH, 1992 p.55).
Ren Mai (Vaso-Concepção - VC): O Vaso Concepção é denominado "Mar dos
canais Yin" já que exerce uma influência em todos os canais Yin do corpo. Originase do espaço entre os Rins e flui pelo útero onde o trajeto superficial se inicia. O
Vaso Concepção é de importância primordial para o sistema reprodutivo tanto nos
homens como nas mulheres, mas particularmente nas mulheres, uma vez que
regula
puberdade,
menstruação,
fertilidade,
concepção,
gravidez,
parto
e
menopausa (MACIOCIA, 2004 p.680).
Chong Mai (Canal de Energia Penetrante): É o Canal de Energia que liga os
pontos importantes do Canal de Energia Principal do Shen (Rins) ao nível do
abdome e do tórax. O Canal de Energia Principal do Shen (Rins) é profundo e seu
trajeto situa-se na parede interna do abdome, seus pontos de Acupuntura emergem
27
na parte externa do abdome e estão ligados entre si através do Canal de Energia
Curioso Chong Mai. Também chamado “Mar dos 12 Canais” (YAMAMURA, 2009
p.406).
Dai Mai (Canal de Energia da Cintura): “Daí” significa circundar a cintura
como um cinto. O Meridiano Dai Mai tem a função de reter o conjunto dos
meridianos. Diz-se “o conjunto dos meridianos depende do cinto dele”. Por outro
lado, como as doenças do Dai Mai se manifestam muitas vezes nas mulheres por
leucorréias, estas tomaram o nome de meridiano Dai Xia (AUTEROCHE e NAVAILH,
1992 p.55-56).
Yin Yang Qiao Mai (Canal de Energia do Calcanhar Yin e Yang): Têm-se esse
nome porque ambos se originam dos calcanhares. Os Oito Vasos Extraordinários
funcionam como reservatórios para absorver excessos de Qi do canal principal. Os
Vasos Yin e Yang do Calcanhar representam a "primeira linha" de reservatórios que
absorvem excessos de Yin ou de Yang, respectivamente. Porém, eles não executam
essa função na mesma parte do corpo: o Vaso Yin do Calcanhar absorve excessos
de Yin no abdome enquanto o Vaso Yang do Calcanhar absorve excessos de Yang
na cabeça. Os Vasos Yin e Yang do Calcanhar estão intimamente associados,
especialmente por sua relação com os olhos. Ambos fluem até os olhos, sendo que
os Vasos Yin do Calcanhar trazem a energia Yin aos olhos, e os Vasos Yang do
Calcanhar trazem a energia Yang aos olhos. Os Vasos Yin e Yang do Calcanhar
também exercem uma influência sobre o tônus muscular das pernas (MACIOCIA,
2004 p.700).
YinYang Wei Mai (Canal de Energia de Conexão): tem o sentido de ligar,
amarrar. Yin e yang Wei Mai ligam os 6 grande meridianos (3 grandes meridianos
Yin, 3 grandes meridianos Yang). O Yang é a superficie, o exterior, o Yin é a
profundidade, o interior. Yang Wei Mai controla então a superfície e Yin Wei Mai
controla o interior do corpo (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992 p. 56).
4.6 FATORES DAS DOENÇAS
4.6.1 Fatores Internos
28
De acordo com Ross (1994 p. 39), os Fatores Internos referem-se as sete
emoções: alegria, raiva, preocupação, mágoa, medo, terror e aflição. O desequilíbrio
emocional afeta as funções harmoniosas dos Zang Fu, a formação das Substancias
e o transporte delas através do JingLo para todas as partes do corpo.
4.6.2 Fatores Externos
Há seis fatores que, em determinas circunstâncias podem provocar ou
desencadear doenças. São eles: Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Fogo. 1.
Síndrome do Vento, pertence ao Yang, e se associa aos fatores: Frio, Umidade e
Fogo, causando doença; 2. Síndrome do Frio é mais grave durante o inverno e
causa doenças mais complexas que podem começar exteriormente e ir
gradualmente se interiorizando no organismo passando do Frio para o Calor; 3.
Síndrome do Calor, freqüentemente se associa aos fatores Vento e Umidade; 4.
Síndrome da Umidade (Externa e Interna). A Umidade Externa tem relação com os
fatores climáticos e a Umidade Interna está relacionada com a função dos Rins e do
Baço-Pâncreas; 5. Síndrome da Secura ocorre no outono-inverno, desencadeada
pela secura do meio ambiente que rouba água do organismo; 6. Síndrome do Fogo,
divide-se em excesso e deficiência (WEN, 2006 p.49-54).
4.6.3 Fatores Mistos
Os Fatores Mistos incluem: nutrição, ocupação, trabalho em excesso,
exercício, relacionamentos, sexo, trauma e parasitas. Todos estes aspectos incluem
aspectos tanto do corpo como do meio ambiente, assim, o trauma e os parasitas
podem envolver fatores do ambiente externo, mas podem surgir de desarmonia
Interna que resulta de um comportamento desregrado (ROSS, 1994 p. 39-43)
5
RINITE
CHINESA
ALÉRGICA
NA
MEDICINA
TRADICIONAL
29
Na MTC a RA é proveniente de invasões repetidas de Vento-frio no canal do
Pulmão não tratadas adequadamente. Depois de algum tempo, o Frio transforma-se
em Calor, o Pulmão não consegue difundir e descender o Qi e se desenvolve no
nariz uma estagnação local de Qi e Sangue. Todos esses fatores geram secreção
nasal. O canal da Vesícula Biliar carrega o Calor para cima, em direção para o
cérebro; como o Vaso Governador (Du Mai) também flui ao cérebro e ao nariz, o
Calor causa formação de secreção nasal amarela e purulenta (MACIOCIA, 2010
p.148).
5.1 PADRÕES SINDRÔMICOS DA RINITE ALÉRGICA
Segundo Maciocia (2004 p.338), a identificação de padrões (em chinês, Bian
Zheng) é o processo de identificar a desarmonia básica que está por trás de todas
as manifestações clínicas. Esta é a essência do diagnóstico e da patologia médica
chinesa. Identificar um padrão envolve discernir o padrão subjacente da desarmonia,
considerando o quadro formado por todos os sintomas e sinais. Então, o "padrão"
(também chamado "síndrome") é um quadro formado pelas manifestações clínicas
do paciente que aponta para o caráter, o local e a patologia da condição. A arte da
identificação do padrão reside em observar o quadro formado pelas manifestações
clínicas do paciente.
Deficiência do Qi do Pulmão. Os principais sintomas incluem prurido nasal,
freqüentemente espirros, obstrução nasal, secreção nasal aquosa, distensão
abdominal, falta de ar e indisposição para falar, pele pálida e propensão a pegar
resfriado. Língua pálida com saburra branca e fina e pulso vazio. Pode ser
encontrado um inchaço no interior da concha nasal inferior com secreção aquosa a
partir do fundo da cavidade nasal (ZHANG, 2009).
Na Deficiência do Qi do Baço os sintomas são: crises crônicas, espirros,
secreção nasal branca e aquosa, obstrução nasal, sensação de cabeça pesada,
cansaço, pouco apetite, tez amarelada, diarréia. Língua pálida e flácida com saburra
branca e fina e pulso fraco (MACIOCIA, 2010 p.150).
Segundo Megid et al., (2006), o padrão de Invasão de Vento-Calor ou CalorUmidade no Pulmão tem como sintomas: prurido no nariz e na garganta, freqüentes
30
espirros, corrimento nasal com secreção amarela e espessa, obstrução nasal,
aversão ao calor, boca seca, irritação na garganta. Língua vermelha com
revestimento amarelo e pulso rápido. No exame pode encontrar vermelhidão da
mucosa nasal e inchaço das conchas nasais.
De acordo com Zhang (2009), o padrão decorrente da Deficiência de Yang do
Rim utiliza-se moxa como tonificação e os sintomas são: prurido nasal,
freqüentemente espirros, corrimento nasal aquoso, obstrução nasal, diminuição do
olfato, tez pálida, frieza do corpo e nos membros, calafrios, dor e fraqueza da cintura
e joelho, cansaço, tontura, urina clara. Língua pálida com saburra branca e pulso
profundo e fraco. No exame pode-se encontrar inchaço e palidez da concha inferior
nasal lisa e secreções do fundo da cavidade nasal.
Na Invasão de Vento-Frio no Pulmão a utilização da moxa é como sedação, e
tem como sintomas espirro, corrimento nasal com secreção branca e aquosa,
compleição pálida, obstrução nasal, cefaléia moderada, ausência de sede. Língua
com saburra branca e fina e pulso flutuante (MACIOCIA, 2010 p.149).
5.2 TRATAMENTOS COM MOXA E ACUPUNTURA
A Moxabustão (moxa) é a técnica terapêutica de aquecimento da Acupuntura.
O aquecimento dos pontos fornece calor e energia para o corpo. Por isso, a moxa é
indicada para as doenças provocadas pelo frio e pela umidade, e para situações
com deficiência de energia. O calor produz vasodilatação, efeito antiinflamatório e
analgésico (ZHANG, 2005).
Megid et al., (2006) realizaram um trabalho sobre rinite alérgica comparando a
Acupuntura e corticóide nasal analisando os principais sintomas (obstrução nasal,
espirro, coriza e prurido nasal). Os pacientes foram divididos em dois grupos, grupo
Acupuntura e grupo medicamento para tratamento da rinite alérgica perene. O grupo
Acupuntura foi composto por 29 pacientes e o grupo medicamento foi composto por
24 pacientes. Os pacientes tinham entre 15 e 45 anos de idade. O grupo Acupuntura
foi tratado por seis semanas, realizando no total de doze sessões de Acupuntura e
Moxabustão. As sessões de Acupuntura duravam 20 minutos e as sessões de
Moxabustão dez minutos. Os pontos de Acupuntura utilizados foram os seguintes:
31
Yintang, IG-20 (Yingxiang), IG-4 (Hegu), VG-20 (Baihui), VG-23 (Shangxing), P-7
(Lieque), E-36 (Zusanli), R-3 (Taixi), F-3 (Taichong), BP-6 (Sanyinjiao) e R-6
(Zhaohai), e os pontos de aplicação da Moxabustão foram: VG-4 (Mingmen), VC-4
(Guanyian), B-23 (Shenshu), B-52 (Zhishi), VG-14 (Dazhui), B-11 (Dazhu), B-12
(Fengmen) e B-13 (Feishu). O grupo medicamento usou corticóide intranasal
(dipropionato de beclometasona, 100mcg – Alerfin) duas doses diárias por seis
semanas. Resultado: Houve melhora significativa nos dois grupos, com relação aos
parâmetros clínicos, otorrinolaringológicos e também na avaliação dos parâmetros
laboratoriais. Entretanto, não houve diferenças estatísticas significantes na
comparação dos resultados estudados entre os dois grupos, com relação a todos os
parâmetros acima citados. Podemos identificar neste estudo que a Acupuntura como
método de tratamento foi tão eficaz quanto o corticóide nasal, com a vantagem do
tratamento por Acupuntura não causar efeito colateral.
No trabalho feito por Magnusson et al., (2004), compararam acupuntura ativa
e Acupuntura shan (placebo) em 32 pessoas com idade entre 18 e 50 anos com
antecedentes de rinite alérgica. As pessoas foram avaliadas antes do tratamento e
posteriormente reavaliados após 12 meses. Cada pessoa recebeu 12 sessões com
Acupuntura. Os pontos utilizados para a Acupuntura foram os seguintes: IG-4
(Hegu), IG-20 (Yingxiang), F-3 (Taiching), P-7 (Lieque), E-36 (Zusanli) e Yintang
durante 30 minutos e o De Qi foi alcançado em 3 ocasiões. Na Acupuntura shan, as
agulhas foram colocadas de 1 a 2 centímetros do ponto de Acupuntura verdadeira,
sem alcançar o De Qi. Resultado: a medicina convencional não agrada a todos
devido aos efeitos colaterais. Porém a Acupuntura pode ser uma alternativa embora
este estudo não tenha comprovado que a Acupuntura alivia os sintomas da rinite
alérgica. Assim, o efeito da Acupuntura deve ser avaliado em estudos maiores,
utilizando medições tanto subjetivas e objetivas.
Zhang (2009) fez um estudo observando os efeitos clínicos da Acupuntura
para a rinite alérgica devido a vários fatores causais.
Deficiência do Qi do Pulmão deve ser tratada para reabastecer, tonificar o Qi
e consolidar a resistência do corpo. Os pontos utilizados foram: VB-20 (Fengchi), IG20 (Yingxiang), B-13 (Feishu), P-9 (Taiyuan). P-9 é o ponto fonte do canal do
Pulmão, foi utilizado para dissipar o frio e remoção da obstrução nasal. B-13 foi
usado para regular e reforçar o Qi do Pulmão VB-20 e IG-20 têm os mesmos efeitos,
de dissipar o vento-frio e remoção da obstrução nasal.
32
Deficiência do Qi do Baço deve ser tratada pela reposição do Qi, reforçar o
Baço e remover a obstrução nasal. Os pontos escolhidos foram: VB-20 (Fengchi),
IG-20 (Yingxiang), B-13 (Feishu), P-9 (Taiyuan), E-36 (Zusanli), B-20 (Pishu). P-9 é o
ponto fonte do canal do Pulmão, foi utilizada para remoção da obstrução nasal. B-13
reforça e regula o Qi do Pulmão. O VB-20 remove a obstrução nasal gerando calor.
IG-20 foi usado em combinação, e o efeito da dragagem na cavidade nasal foi
melhorado. O B-20 e o E-36 foram adicionados para tonificar a Terra para gerar o
Metal, de modo a reforçar o Qi do Pulmão (ZHANG, 2009).
Segundo o mesmo autor, no padrão de Deficiência de Yang do Rim, o
princípio de tratamento deve ser tonificar os Pulmões e Rins. O fortalecimento dos
rins para ajudar na inspiração. Os pontos escolhidos foram: VB-20 (Fengchi), IG-20
(Yingxiang), B-13 (Feishu), P-9 (Taiyuan), B-23 (Shenshu), VG-4 (Mingmen). O
ponto P-9 é o ponto fonte do canal do Pulmão, foi utilizada para remoção da
obstrução nasal. B-13 foi selecionado para regulação e reforço do Qi do Pulmão. O
VB-20 remove a obstrução nasal gerando calor. IG-20 foi usado em combinação
para aumentar o efeito e remover a obstrução nasal. Os pontos B-23 e VG-4 foram
adicionados para o aquecimento do Qi primordial dos Rins para produzir o Qi do
Pulmão.
No padrão de Invasão de Vento-Calor ou Calor-Umidade no Pulmão, o
tratamento deve ser, promover a dispersão dos Pulmões removendo a obstrução
nasal. Os pontos selecionados foram: VB-20 (Fengchi), IG-20 (Yingxiang), B-13
(Feishu), P-9 (Taiyuan), IG-11 (Quchi), IG-4 (Hegu). O ponto P-9 é o ponto fonte do
canal do Pulmão, foi utilizada para remoção da obstrução nasal. Pertencente ao
canal da Bexiga e localizado próximo ao Pulmão o ponto B-13 foi usado para
regulação e reforço do Qi do Pulmão. O VB-20 exterioriza as energias perversas,
dispersa o vento-calor e IG-20 foi usado em combinação para aumentar o efeito e
remover a obstrução nasal. Os pontos IG-11 e IG-4 foram adicionados para retirar o
calor patogênico do canal do Pulmão (ZHANG, 2009).
Após o tratamento realizado pelo mesmo autor, os sinais e sintomas
desapareceram em todos os casos, sem recidivas após um ano de tratamento.
Maciocia (2010), sugere que no padrão de Invasão de Vento-Frio no Pulmão
deve ser tratado por meio de aquecimento dos Pulmões para dissipar o frio e
remover a obstrução nasal utilizando moxa nos pontos: VB-20 (Fengchi) e VG-23
(Shangxing) são pontos adjacentes para expelir Vento da cabeça. VG-23, em
33
particular, expele Vento do nariz e interrompe secreção nasal; B-13 (Fengman) e P-7
(Lieque) restabelecem a descendência do Qi do Pulmão e expelem Vento; IG-20
(Yingxiang), Bitong e Yintang são pontos locais para expelir Vento do nariz e
interromper prurido e espirros.
No trabalho de Xue et al., (2007), os pacientes foram recrutados através de
anúncios de mídia local, com requisitos de inclusão: idade entre 16 a 70 anos,
sintomas nasais diários, história de mais de 2 anos de Rinite Alérgica Persistente
(PAR). Os critérios de exclusão foram: polipose nasal, tratamento com imunoterapia
específica ou com corticóides sistêmicos durante os últimos dois anos, presença de
doença respiratória como a asma, o tratamento com Acupuntura nos últimos dois
anos, gravidez atual e HIV, hepatite B ou hepatite C. Compararam Acupuntura real e
Acupuntura Simulada (placebo) em 80 pacientes recebendo 2 sessões de
Acupuntura por semana, com intervalo mínimo de dois dias entre as sessões de
tratamento, durante 8 semanas. Cada sessão durou 25 minutos. Foram usados três
pontos chave de Acupuntura para cada participante, sendo eles Yingxiang (IG-20),
Fengchi (VB-20) e Yintang (ponto extra). O suplementar foi determinado
individualmente com base na diferenciação das síndromes da medicina chinesa,
sendo Hegu (IG-4) para síndrome de Deficiência de Qi do Pulmão, Zusanli (E-36)
para síndrome de Deficiência de Qi do Baço ou Qihai (VC-6) para Deficiência de Qi
do Rim. Na Acupuntura real foi utilizado agulhas de 0,25 mm de diâmetro e 30 mm
de comprimento, com profundidade de 10-30 mm transversamente, obliquamente ou
perpendicularmente, dependendo do acuponto. Uma vez que o De Qi for obtido, as
agulhas foram manipuladas usando uma técnica de rotação para reduzir ou tonificar.
Para a Acupuntura de simulação os locais de inserção foram de 1-1,5 cm dos
acupontos utilizados para o tratamento real e agulhas mais superficiais (0,25 mm de
diâmetro, 13mm de comprimento e profundidade de 3-5 mm.
Segundo o mesmo autor, ao longo do estudo, quatro sintomas nasais
(obstrução nasal, espirros, rinorréia nasal e coceira) foram auto-avaliados
diariamente e registrado em um diário por parte dos participantes, utilizando uma
escala de cinco pontos (0 = sintoma nenhum, 1 = leve, 2 = moderado, 3 = grave e 4
= muito grave) de sete dias individuais e escore total de sintomas nasais (TNSS)
foram determinados a partir dos escores de sintomas diários. Após 8 semanas de
tratamento, houve uma redução da linha de base na TNSS de no grupo de
Acupuntura real. O único sintoma individual em que a redução media da pontuação
34
da linha de base foi significativamente maior com Acupuntura real do que
Acupuntura simulada foi rinorréia. Resultado: a Acupuntura pode fornecer uma
opção segura e eficaz para o tratamento sintomático da PAR.
No estudo feito por Kim et al., (2009), realizado no Multi-Centro (dois centros
na Coréia e dois centros na China) com 238 participantes escolhidos aleatoriamente
para 3 grupos, Acupuntura ativa, Acupuntura shan e grupo lista de espera. O grupo
da Acupuntura ativa e shan receberão tratamento com Acupuntura real e simulada
respectivamente três vezes por semana para um total de 12 sessões ao longo de
quatro semanas com duração de 20 minutos com estímulos manuais no início e
antes da retirada da agulha. E acompanhamento pós-tratamento foi realizado um
mês depois, para complementar essas 12 sessões de Acupuntura. Participantes do
grupo de espera não receberão tratamento com Acupuntura real ou simulada
durante este período, mas foram obrigados a anotar seus sintomas em um diário.
Para o grupo de Acupuntura ativa foi utilizado 10 pontos de acupuntura (bilaterais
IG-4, IG-20, E-2 e E-36 e os pontos EX-1 e VG-23). Esses pontos de Acupuntura
foram selecionados de acordo com a teoria da MTC. Focando no desequilíbrio do
Intestino Grosso, Estômago e Vaso Governador, devido a invasão de agentes
patogênicos, tais como vento, frio e umidade. Nos resultados mostrou que a
Acupuntura teve um efeito favorável nos sintomas da RA no grupo de Acupuntura
ativa, enquanto na Acupuntura shan e Lista de espera não houve melhora.
6 CONCLUSÃO
35
A Acupuntura é uma das técnicas orientais que vem sendo muito utilizada no
ocidente, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Este trabalho teve a finalidade de realizar um levantamento de artigos
internacionais e nacionais, verificando os efeitos do tratamento com Acupuntura na
Rinite Alérgica.
Foi verificado que nos estudos pesquisados, os pacientes com RA tratados
com Acupuntura apresentaram melhoras na obstrução nasal, espirro, coriza, prurido
nasal e nas recidivas da patologia e em apenas um estudo não houve alteração dos
sintomas clínicos. Os pontos de Acupuntura mais utilizados nestes estudos foram:
IG-20, IG-4, P-7, B-13 e E-36.
Conclui-se que a Acupuntura é promissora ao tratamento da RA, e não
apresenta efeitos colaterais como encontrado nas abordagens tradicionais.
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