ALTO HORIZONTE
Euclides Oliveira
Até o final do próximo ano, as 250 propriedades rurais
de Alto Horizonte terão passado por um amplo levantamento
econômico, social e ambiental. Com respaldo do prefeito Luiz
Borges da Cruz, o Cabo Borges (PSDB), o trabalho está sendo
desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Jorge Edil Gomes, de
Uruaçu. Até o presente momento, a situação de 130
propriedades já foi diagnosticada pelo estudo. Locais distantes
(como a Região do Funil, nas proximidades da Serra do Faina,
a 40 quilômetros da área central de Alto Horizonte) também
serão beneficiados pela ação.
Segundo ele, nos locais já abrangidos pelo trabalho,
constatou-se deficiência na adubação das terras usadas para
o cultivo de grãos. Porém, percebeu-se melhora na qualidade
da pecuária leiteira e no fornecimento de água às
propriedades. Jorge Edil disse que Alto Horizonte enfrenta
carências no abastecimento de água. “Por isso, entendemos
que seria melhor priorizar a construção de pequenas represas
para melhorar o fornecimento de água e também fazer a
contenção de erosões no solo para que a água permaneça na
propriedade”, explicou o engenheiro agrônomo.
O mapeamento em Alto Horizonte também está
detectando em quais propriedades ainda não foi feita a
demarcação da chamada “reserva legal”. Em Goiás, 20% das
propriedades rurais precisam, obrigatoriamente, ter Áreas de
Preservação Permanente (APPs). As reservas legais são
necessárias para o uso sustentável dos recursos naturais, para
a conservação e reabilitação dos processos ecológicos, da
biodiversidade e também para servir como abrigo e proteção
da fauna e da flora nativas. “Se uma propriedade legal não
possuir essa área averbada (em cartório) nós vamos corrigir
essa deficiência”, garantiu o engenheiro.
Segundo Jorge Edil, Alto Horizonte também poderá
desenvolver a criação de tilápias em tanques-rede (não dentro
do Lago Serra da Mesa, como ocorre em Uruaçu), mas nas
represas de alguma dessas propriedades. À medida que o
projeto apresentar resultados positivos, poderá haver uma
expansão para outros produtores.
Outra grande inovação desse trabalho é a digitalização
dos mapas das propriedades rurais, cujo objetivo é fornecer
subsídios para que a Prefeitura de Alto Horizonte possa
planejar, com clareza e eficiência as deficiências reclamadas
pelos produtores rurais. Jorge Edil disse que o prefeito Borges
irá dispor de todas as informações econômicas e ambientais
corrigir e propor um novo modelo de desenvolvimento para o
município. “A mineração (Maracá) trouxe desenvolvimento
para a população local, mas a cidade precisa ter alternativas
econômicas”, advertiu o engenheiro agrônomo.
Jorge Edil elogiou a iniciativa do prefeito Borges em
custear o frete do calcário comprado por produtores rurais, no
para fortalecer a pastagem degradada. Com isso, segundo
ele, há uma melhor alimentação do gado e, automaticamente,
há um aumento de produção de leite.
COMPROMISSO COM A ZONA RURAL
O prefeito Cabo Borges disse ao Diário do Norte, na
última semana, que é grande sua preocupação com a zona
rural de Alto Horizonte. Em função disso, já foram construídos
cerca de 300 mata-burros, através do Programa Estrada Sem
Porteiras. As estradas vicinais da cidade, segundo o chefe do
Executivo, são patroladas de duas a três vezes por ano. Na
parte de silagem, Alto Horizonte disponibiliza um programa de
ajuda ao produtor para aperfeiçoar a plantação e dinamizar a
colheita, de tal modo que os produtos cheguem mais rápido
aos mercados consumidores.
Outro destaque na cidade é o Programa de Inseminação
de Matrizes: um veterinário e um inseminador (contratados
pelo município) estão fazendo a inseminação de até 30
matrizes por produtor, a custo zero para os mesmos: tudo
está sendo pago com os recursos do tesouro municipal.
“Por tudo isso, se algum morador de Alto Horizonte
disser que o benefício da mineração não chegou à sua casa, à
sua propriedade rural, estará cometendo uma injustiça. Na
zona rural, duvido que exista um município do Norte do
Estado que faça o que estamos fazendo. Essa possibilidade é
fruto da arrecadação do nosso município, que vem do Projeto
Chapada, que dá fluxo de caixa para Alto Horizonte. Por isso,
podemos fazer esse grande trabalho”, comentou o prefeito
Borges.
Segundo ele, cada produtor vai receber um CD com o
mapa digitalizado de sua propriedade. Informações sobre a
localização das respectivas reservas legais, bem como das
culturas existentes em cada propriedade, serão
disponibilizadas no site da Secretaria Municipal de Agricultura.
Quem acessar a página da Prefeitura de Alto Horizonte na
Internet saberá quantas matrizes determinado produtor
possui, o ramo em que ele atua, quantos litros de leite ele
ordenha por dia, bem como o tamanho do sítio, chácara ou
fazenda.
“A prefeitura, por sua vez, também saberá quais
benefícios o produtor recebeu esse ano e o que ele precisará
receber no ano que vem. São poucos produtores que um
mapa de sua propriedade. E em Alto Horizonte ele terá um
mapa digital, para ver as fontes, as nascentes e a área de
mata ciliar, por exemplo. Trata-se de um trabalho inédito que
estamos fazendo em Alto Horizonte”, comentou o prefeito
Cabo Borges.
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