S.O.S Falconiformes
Centro de Pesquisa Para a Conservação das Aves de Rapina Neotropicais
PARECER
Apresenta-se aqui o parecer técnico-institucional, e do biólogo Msc. em Zoologia de
Vertebrados Perito Ambiental Carlos Eduardo Alencar de Carvalho CRBio no 30538/04-D e do
Engenheiro e Perito Ambiental Eduardo Pio Mendes Carvalho Filho CREA no 92.152 contra a
possível implantação do empreendimento denominado Novo Aeroporto Da Usiminas nos
municípios de Bom Jesus do Galho e Revés do Belém, MG, devido ao risco eminente de colisão
entre aeronaves e aves silvestres de acordo da proximidade do empreendimento a Unidade de
Conservação do Parque Estadual do Rio Doce. O empreendimento será realizado em total
desacordo com o Plano de Manejo da reserva, sendo que a obra estará inserida na Zona de
Amortecimento do PERD (resolução CONAMA 13/90 e Lei Federal n° 9985/2000).
A S.O.S. Falconiformes como entidade conservacionista atua na execução e divulgação de
projetos de levantamento avifaunístico, dissertações de mestrado, e monitoramento da avifauna
silvestre brasileira na região que compreende o Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, e
respectivas áreas de entorno.
Com o início das atividade de pesquisa na área com o apoio do IEF em 2005, foram incluídas
14 espécies de aves de rapina na lista atual da respectiva UC (S.O.S. Falconiformes 2005 e Marcus
Canuto; comment. Pess.), sendo que dois representantes integram a lista nacional (IBAMA 2003) e
nove estão em vias de extinção regional integrando a lista estadual, de acordo com a mesma
deliberação 041/95 do Copam (Machado et al. eds. 1998). Destas, três encontram-se criticamente
em perigo e quatro em perigo de extinção (Biodiversitas 2007; em homologação). Uma delas foi
considerada como provavelmente extinta no estado (Machado et al. eds. 1998). De acordo com
registros visuais e sonoro/fotográficos da última, e de pelo menos mais vinte espécies de aves de
médio a grande porte, na Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento em questão,
registramos aqui também o risco potencial da perda de indivíduos destas espécies por colisão com
aeronaves. Estas aves apresentam elevado potencial para colisão com aeronaves, devido ao
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tamanho e peso, características de vôo e deslocamento, e padrões de trânsito entre ambientes
adjacentes e distintos durannte até mesmo rotas migratórias.
Apresentamos aqui as espécies de médio e grande porte, ameaçadas e raras, migratórias e
gregárias, registradas ascendendo a até km’s de altura (vide abaixo). Outras espécies transitam
através de planeio ou vôo cruzado a diferentes alturas, entre lagoas e fragmentos da área de
entorno e o PERD, sendo portanto passíveis de colisão e que foram registradas na ADA. Os
registros fotográficos e visuais (unpublish.) destas espécies durante o período reprodutivo (julhojaneiro) entre 2006-2008, na ADA do empreendimento do Novo Aeroporto Da Usiminas, foram
disponibilizadas pelo biólogo, mestrando em Ecologia de Biomas Tropicais pela Universidade
Federal de Ouro Preto, Marcus Canuto CRBio 37820/04 – D:
•
Anhuma (Anhima cornuta) 80 cm, 61 cm de altura e 1,7 m de envergadura. 3,150 Kg –
Espécie Amazônica que apresenta padrões migratórios. Utiliza-se de termais para
ascensão em grandes alturas (>1 km). Registro fotográfico da atividade.
•
Pato-do-Mato (Cairina moschata) 80 cm. 2,2 Kg – Maior espécie brasileira que frequenta
borda e realiza vôos cruzados para fora da reserva em direção a lagoas vizinhas.
•
Garça-moura (Ardea cocoi) 1,25 m e 1,8 m de envergadura. 3,2 Kg – Maior espécie de
garça brasileira de grande porte, que transita pelo entorno realizando vôos cruzados para
fora dos limites da reserva e que ascende em térmicas a grande altura. Registro fotográfico
da atividade.
•
Urubu-da-cabeça-vermelha (Cathartes aura) 73 cm e 1,37-1,8 m de envergadura. 2 Kg –
Realiza vôos rasos e ascende em térmicas por áreas abertas e florestais.
•
Urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus) 53-65 cm – Realiza vôos rasos e
ascende em térmicas por áreas abertas e florestais.
•
Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) 62 cm e 1,43 m de envergadura. 1,6 Kg –
térmicas com > 50 indiv. Ascende em térmicas por áreas abertas e florestais.
•
Urubu-rei (Sarcoramphus papa) 79 cm e 1,8 m de envergadura. 3 Kg – Frequentemente
em uso de térmicas para ascensão em até Km’s de altura dentro e fora dos limites da
reserva. Registro fotográfico de dois indivíduos em vôo planado e registro visual de até
quatro indivíduos em uma mesma térmica.
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•
Gavião-tesoura (Elanoides forficatus) – 60 cm. Espécie migratória, evidenciada na região
no período entre Agosto-Março em grandes grupos já contabilizados no PERD em até 30
indiv. Registro fotográfico da atividade de grandes grupos da espécie em vôo na borda e
entorno do PERD.
•
Gavião-Sovi (Ictinia plumbea) – 34 cm. Espécie migratória, evidenciada na região no
período entre Agosto-Março em grandes grupos já contabilizados no PERD em até 80
indiv.
•
Tauató-pintado (Accipiter poliogaster) 49 cm – Provavelmente extinta no estado
(Machado 1998). Registro fotográfico e gravação sonora da espécie no PERD. Foi
registrada na ADA. Apresenta alta sensibilidade a distúrbios de acordo com Stotz (1996).
•
Gavião-pombo-pequeno (Leucopternis lacernulatus) 43 cm e 96 cm de envergadura.
Vulnerável pela lista da IUCN 2008 e IBAMA 2003. Endêmica da Mata Atlântica.
Considerada evidentemente rara e local (Brown & Amadon 1968). Apresenta alta
sensibilidade a distúrbios de acordo com Stotz (1996). Registro fotográfico de casal em vôo
nupcial, atividade frequente entre setembro-dezembro. Registrado também no Pico do
Jacroá, serra de Marliéria, MG.
•
Gavião-preto (Buteogallus urubitinga) 63 cm – Gavião de grande porte frequentemente em
uso de térmicas para ascensão em Km’s de altura em bordas e áreas abertas no entorno
do parque. Imaturos em dispersão visualizados nas áreas de entorno da reserva.
•
Gavião-cabloco (Buteogallus meridionalis) 55 cm – Gavião de médio porte frequentemente
em uso de térmicas para ascensão em Km’s de altura em bordas e áreas abertas no
entorno do parque.
•
Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) 67 cm e 140 cm de envergadura. 1,4 Kg – Em
perigo pela Biodiversitas 2007. Espécie de baixa densidade populacional sendo a perda
indivíduos de impacto catastrófico e irreversível na manutenção da população local.
Registrada na ADA do empreendimento. População reprodutiva calculada em <5 casais de
acordo com Canuto 2008a in press.
•
Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) 72 cm – Em perigo pela Biodiversitas 2007.
Espécie de baixa densidade populacional sendo a perda indivíduos de impacto catastrófico
e irreversível na manutenção da população local.
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•
Gavião-pato (Spizaetus melanoleucus) 56 cm – Em perigo pela Biodiversitas 2007.
Apresenta alta sensibilidade a distúrbios de acordo com Stotz (1996). Espécie de baixa
densidade populacional sendo a perda indivíduos de impacto catastrófico e irreversível na
manutenção da população local. Registro fotográfico na ADA do empreendimento. O
PERD é uma das duas únicas áreas conhecidas do estado que possui uma população
reprodutora da espécie (Canuto 2008b in press).
•
Quero-quero (Vanellus chilensis) – Comum e abundante em áreas abertas e planas junto a
formações paludícolas, e um dos principais causadores de acidentes aéreos (vide Anexo).
•
Pombão (Patagioenas picazuro) – Grupos em até dezenas de indivíduos em constante
trânsito pela ADA.
•
Papagaio-moleiro (Amazona farinosa) 40 cm – Criticamente em perigo de extinção pela
Biodiversitas 2007. Registrado em vôos cruzados por áreas abertas no entorno da reserva
e na ADA do empreendimento.
Espécies ameaçadas a nível mundial passíveis de colisão e que foram registradas na AIA:
•
Gavião-pombo-grande (Leucopternis polionotus) 52 cm. – Quase-ameaçado pela lista
Mundial da IUCN 2008. Apresenta alta sensibilidade a distúrbios de acordo com Stotz
(1996). Registro fotográfico a grande altura de indivíduo na AIA. Casal reprodutivo
registrado em uso do PERD e área de entorno (Serra de Marliéria).
•
Águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus) 66 cm e > 2m de envergadura 3,2 Kg. Listada
como em perigo pela lista mundial da IUCN 2008 e vulnerável pela lista nacional do
IBAMA 2003. Casal registrado por foto e gravação sonora no Pico do Jacroá, serra de
Marliéria, MG nos anos de 2006 e 2007 áreas abertas na borda do PERD conferem locais
de dispersão de indivíduos imaturos.
Apresentamos aqui algumas espécies registradas na ADA do empreendimento e não listadas
no EIA. Ressaltamos portanto, que o EIA não foi realizado em tempo hábil, sendo baseado em dois
meses de levantamentos na época seca, não conferindo embasamento para a validação ambiental
devido ao curto tempo de avaliação da área e do respectivo grupo faunístico.
Enfatizamos ainda o perigo eminente e real do empreendimento contra a vida humana.
Conforme os pareceres acima, e de acordo com os acidentes aéreos com colisão de aeronaves
com aves já divulgados pela mídia (vide Anexo). Alertamos de prontidão o risco de incêndios
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florestais no PERD e na ADA e AIA provenientes de acidentes de caráter similar aos acima citados,
além de acidentes realcionados a derramamento de combustível na bacia hidrográfica do rio Doce.
REFERÊNCIAS
Bastos, L.C.M. 2001. Sucessful Actions for Avian Hazard Control in Brazil. PP. 209-17. IN: Bird
Strike, 2001. Calgary. Canadá.
Brown, L., & Amadon, D. 1968. Eagles, hawks and falcons of the world. Vol. I. Country LifeBooks,
London, Uk.
Canuto, M. 2008a. Observations of two hawk eagle species in a humid lowland tropical forest
reserve in central Panama, with notes on its relative density. Journal of Raptor Research 42 (4) in
press.
Canuto, M. 2008b. First description of the nest of the black-and-white hawk eagle (Spizaetus
melanoleucus) in the Brazilian Atlantic Rainforest, southeast Brazil. Neotropical Ornithology 19 (in
press).
IBAMA (2003). Lista Oficial de Fauna Ameaçada de Extinção. Instrução Normativa MMA, nº 3 de 27
de Maio de 2003
IUCN 2008 IUCN Red List of Threatened Species.
Lins, L.V. & Machado, R.B. 1995. Padrão da fragmentação da Mata Atlântica em três municípios da
bacia do rio doce, Minas Gerais, e suas conseqüências para a avifauna. Dissertação de Mestrado.
Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais.
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Machado,A.B.M. 1995. Padrao de fragmentação da Mata Atlântica em três municípios da bacia do
Rio Doce (Minas Gerais) e suas conseqüências para a avifauna. Tese de Mestrado. Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 72p.
Machado, A.B.M. et.al. (eds.) 1998. Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da fauna
de Minas Gerais. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas.
Serrano, I. L.; A. S. Neto; V. S. Alves; M. Maia; M. A. Efe; W. R. Telino Júnior & M. F. Amaral. 2005.
Diagnóstico da Situação Nacional de Colisões de Aves com Aeronaves. Ornithologia 1(1): 93-104.
Sick, H. 1997. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira.
SOS Falconiformes (2005). Diversidade e abundância de aves de rapina na reserva de Mata
Atlântica do Parque Estadual do Rio Doce / Relatório Técnico direcionado ao IEF.
Stotz, D.F., J.W. Fitzpatrick, T.A. Parker III, and D.K. Moskovits. 1996. Neotropical Birds: Ecology
and Conservation. University of Chicago Press, Chicago.
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ANEXO
Segurança Aeroportuária no Brasil
O Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeroportuários (SIPAER) é formado
por um conjunto de instituições privadas e públicas. O SIPAER foi instituído pelo decreto 69.596,
de 17 de novembro de 1971, e alterado pelo decreto 87.249, de 07 de junho de 1982.
O SIPAER tem por finalidade tratar os assuntos de prevenção e investigação de acidentes
aeronáuticos, quer na aviação militar, como na aviação civil, com vistas à prevenção dos recursos
humanos e materiais do poder Aeroespacial Nacional, através do aprimoramento de sua legislação
e a constante formação e atualização técnico-profissional de seu pessoal.
O SIPAER conta com cerca de 4.000 especialistas em segurança aérea dispersos em
centros técnicos, administrações aeroportuárias, companhias aéreas pequenas e grandes,
comandos e unidades militares, sistemas de controle de tráfego aéreo, escolas aeronáuticas e
empresas da construção de todo o Brasil.
Cabe ao CEPIPA, como órgão administrador central do SIPAER, o treinamento do pessoal,
bem como investigar todos os procedimentos de investigação de incidentes e acidentes, programar
ações corretivas e disponibilizar informações estatísticas. O banco de dados do CENIPA foi
informatizado em 1981 e contém informações sobre todos os acidentes e incidentes que ocorreram
no Brasil.
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Figura 01: Aeronave após colisão com ave
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Tipos de Aves
Urubu
Quero-quero
Pombo
Coruja
Gavião
Garça
Outras
24%
51%
14%
3% 3%
3%
2%
Figura 02: Tipos de Aves envolvidas em colisões com aeronaves. Fonte: CENIPA (1997 – 2006)
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O Programa Brasileiro de Redução de Colisão com Aves (PBRCA) teve início em 1991. Os
dados relativos ao perigo aviário com aeronaves naquela época não se encontravam
sistematizados, mas integrados ao banco de dados de segurança aeroportuária do CENIPA. Iniciouse a partir daí o tratamento diferenciado dispensado às informações de interesse, o que resultou
na confecção de um banco de dados próprio onde foram alocadas informações relativas à data,
hora e altitude das colisões, empresa aérea envolvida, prefixo da aeronave e parte(s) afetada(s),
custos associados ao reparo dos danos, etc. Até 2000 existiam 2.198 registros de colisões para
todo o Brasil (Bastos, 2001), que vem aumentando ao decorrer dos anos conforme Figura 03.
550
500
500
Número de Acidentes
450
486
447
400
371
350
347
310
300
250
200
365
229
203
180
164
150
164
126
100
50
0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Ano
Figura 03: Colisões com aves reportadas ao CENIPA
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O Conselho Nacional do Meio Ambiente, após ativa participação do CENIPA, criou a
Resolução CONAMA nº 04 de 1995, na qual estabelece a Área de Segurança Aeroportuária (ASA).
Dentro da ASA, que compreende um círculo com raio de 20 km, para os aeródromos que operam
IFR, e 13 km para VFR, ficou proibida a implantação de qualquer atividade que atraia ou possa vir a
atrair aves, buscando diminuir os incidentes e acidentes destes com aeronaves (Figura 04).
Figura 04: Colisão com ave no bico da aeronave.
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A Resolução que criou a ASA foi um importante avanço no trato da questão. Contudo, a
maior parte das colisões com urubus, por exemplo, ocorre nas fases de aproximação, decolagem e
pouso, ou seja, dentro ou nas proximidades dos aeródromos avariando intensamente as
aeronaves (Figura 05). Em relação às colisões entre aves e aeronaves (Figuras 02), o Urubu-comum
(Coragyps atratus) é a espécie brasileira mais envolvida (Bastos, 2001). Entre 1990 e 2001, 579
embates ocorreram com C. atratus, o que corresponde a 51,3% dos registros em que a ave foi
identificada. No país, choques com esta espécie já provocaram queda de duas aeronaves de caça e
perda de visão de pilotos (Serrano et al., 2005).
Colisões
Asa
Nariz
Motor
Radome
6%
Parabrisas
Trem de Pouso
6%
4%
Fuselagem
Outros
5%
3%
17%
3%
56%
Figura 05: Locais de Colisões nas Aeronaves. Fonte: CENIPA (1997 – 2006)
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/ são paulo / acidente
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04/07/07 - 12h50 - Atualizado em 04/07/07 - 13h07
Piloto ferido por urubu deve ser
operado na próxima semana
Fraga perdeu o olho esquerdo; ele já não precida de
atendimento médico contínuo.
Avião que ele pilotava bateu em urubus quando sobrevoava
Jundiaí.
Roney Domingos Do G1, em São Paulo
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Choque de avião com urubus cega piloto
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Piloto de avião atingido por urubus passa bem, diz colega
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O piloto de avião Carlos William Pereira Fraga, que perdeu o olho esquerdo na colisão de
sua aeronave com urubus, descansa em sua casa em Goiânia, protegido pela família e sob
recomendação de repouso absoluto.
"O quadro de saúde dele é bom e ele aguarda retorno ao médico na próxima semana para
decidir se faz cirurgia. No momento, ele nem está precisando de atendimento médico
contínuo", disse o piloto Juarez Fonseca Santos, que trabalha na mesma empresa.
Na terça-feira (3), Juarez afirmou que o piloto atingido pelo bando de urubus estava bem,
um pouco abatido, mas sem seqüelas além da questão da visão, que realmente ficou
comprometida. Também destacou que ele não teve comprometimento de nenhuma função
neurológica.
A empresa ainda não sabe o destino do piloto, que não poderá mais exercer a profissão.
"Vamos aguardar o desenrolar da situação. Ele está afastado do vôo", disse Juarez.
O avião atingido pelos urubus passa por reparos em São Paulo e aguarda liberação da
Aeronáutica para voltar a voar.
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A assessoria de imprensa do Hospital São Vicente de Paula, em Jundiaí, informou que
Carlos William Pereira Fraga sofreu ferimento grave na face esquerda e explosão ocular.
Ele passou por cirurgia, mas terá de retirar o olho afetado e possivelmente será submetido a
uma nova cirurgia plástica.
O acidente aconteceu domingo (1º), quando o avião sobrevoava Jundiaí, a 60 km de São
Paulo. Um dos urubus bateu na fuselagem e outro quebrou o pára-brisa, atingindo o rosto
do piloto. Ele continuou voando inconsciente durante um curto período - a aeronave estava
no piloto automático.
Depois de recobrar a consciência, Fraga conseguiu pousar o bimotor no Aeroporto de
Jundiaí. Fraga tem quatro anos de experiência como piloto. O avião pertence a uma
empresa de Goiânia que presta socorro médico aéreo - como uma UTI aérea.
O piloto tinha deixado um paciente no Campo de Marte, em São Paulo, e seguia com um
médico e uma enfermeira da empresa para Jaú, também no Interior. O impacto da ave no
pára-brisa, segundo o dono da empresa, foi o equivalente a uma tonelada.
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Quinta-feira, 7 de Agosto de 2008
Avião da TAM que bateu em urubu levava 111 passageiros
Passageiros reclamam no saguão. Aeronave foi removida da pista para não
atrapalhar pousos e decolagens.
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O gerente de Segurança da
Infraero no Piauí, Marcílio Mauro Sousa Rodrigues, falou na tarde desta quinta-feira (7)
sobre o incidente envolvendo um avião da TAM no aeroporto de Teresina depois do
meio-dia. Ele confirmou o choque com um urubu no momento em que a aeronave
pousava na capital piauiense. Passageiros no saguão que ainda não foram atendidos
pela empresa reclamam da demora. Eram 111 vindos de Brasília.
S.O.S Falconiformes CNPJ: 02.759.638/0001-36 Reg. IBAMA: 000607-7 Processo: 15088/97
Rua- Odilon Braga Nº 1370, Mangabeiras, Cep 30310-390, Tel (31) 3293 5163, Belo Horizonte MG.
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De acordo com Marcílio, o vôo 3840 faria escala em Teresina e seguiria para Fortaleza
.Quando fazia seu pouso, por volta de 12h30min, o avião colidiu com um urubu, que
rachou o bico da aeronave, impedindo o prosseguimento da viagem. Passageiros que
ficariam no Piauí desembarcaram normalmente. A TAM já iniciou a acomodação dos
passageiros que vão para o Ceará. Alguns já seguiram viagem em outros vôos.
A aeronave está no pátio para reparos técnicos. Ela foi retirada da pista pela Infraero
para que os pousos e decolagens pudessem ser executados normalmente. O Air Bus A320 tem capacidade para 170 passageiros.
De acordo com Marcílio, esse é o primeiro incidente envolvendo urubus no aeroporto
de Teresina em 2008. O problema já ganhou repercussão prolongada na mídia, quando
foi cogitada até a mudança do aeroporto de local.
Fonte: Cidade Verde (Piauí)
POSTADO POR JORGE TADEU DA SILVA ÀS 17:24
MARCADORES: INCIDENTES BRASIL
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21/03/07 - 17h43 - Atualizado em 21/03/07 - 18h32
Urubu se choca contra avião com
secretários de SP
Secretários do Meio Ambiente e Justiça estavam na aeronave
e passam bem.
Acidente ocorreu pouco antes do pouso e ave causou buraco
na fuselagem.
Carolina Iskandarian Do G1, em São Paulo
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Um urubu se chocou nesta quarta-feira (21) contra o avião em que estavam os secretários
estaduais do Meio Ambiente, Xico Graziano, e de Justiça, Luiz Antonio Marrey, e o
procurador-geral do estado de São Paulo, Rodrigo Pinho. Todos passam bem.
O acidente, que causou a morte da ave, foi em São José do Rio Preto (a 440 km da capital
paulista), a cinco minutos do pouso no aeroporto da cidade. O choque ocorreu na parte da
frente do avião, onde se abriu um buraco.
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Marrey, Graziano e Pinho saíram da capital em direção a São josé do Rio Preto para
anunciar medidas contra o desmatamento na região. Pessoas que estavam no avião
contaram que o barulho da batida foi muito forte e a aeronave chegou a tremer, como se
fosse uma turbulência.
O secretário de Justiça, Luiz Antonio Marrey, contou que o choque "foi violento". "No
momento em que o avião se preparava para pousar, ocorreu um choque violento. Foi um
susto muito grande", disse ele.
Estatísticas
Acidentes aéreos provocados por aves podem ser mais comuns do que se pensa no Brasil.
Os últimos dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(Cenipa) mostram que esse tipo de choque tem crescido ao longo dos anos.
As estatísticas colhidas pelo Programa de Controle do Perigo Aviário no Brasil, do Cenipa,
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revelam que o maior número de acidentes ocorreu em 2005: 480 contra 441 no ano anterior.
O menor registro foi em 1996: 123 casos. Só a espécie urubu-da-cabeça-preta (Coragyps
atratus) é responsável por 56% dos choques com as aeronaves.
De acordo com o Cenipa, a ave é atraída por lixões que estejam perto dos aeroportos. Isso
explica por que os acidentes geralmente acontecem no momento do pouso ou da
decolagem, quando o avião está próximo do solo.
Em 1995, o Cenipa, em parceria com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
criou uma resolução na tentativa de diminuir o problema. Por ela, fica proibida qualquer
atividade que seja de atração de aves em um raio máximo de 20 km.
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Presidente, Eduardo Pio Mendes Carvalho Filho
__________________________________________________________________________
Vice presidente, Carlos Eduardo Alencar Carvalho
____________________________________________________________________
Gerente de Pesquisa, Marcus Canuto
Belo Horizonte, 10 de Outubro de 2008
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NOME: Carlos Eduardo Alencar Carvalho