Relatório do Conselho de Administração sobre a execução orçamental
2.º Trimestre de 2015
O Conselho de Administração da INCM apreciou os dados económico-financeiros
referentes ao segundo trimestre do ano corrente, que revelam um lucro de 8,2 milhões
de euros, sendo de salientar que o EBITDA atingiu um valor de 13,7 milhões de euros
positivos.
Neste período, o volume de negócios cifrou-se em 42,6 milhões de euros, dos quais
38,8 milhões de euros se referem à atividade corrente e 3,8 milhões de euros se
referem à operação não corrente de venda de metal amoedado (Alcochete). O volume
de negócios regista, assim, um acréscimo de 6% comparativamente com o período
homólogo, e inferior em 18% ao que estava previsto, no PAO 2015, para o mesmo
período.
No desempenho específico da atividade corrente1 de cada uma das Unidades de
Negócio, importa referir para o período em análise o seguinte:

A Unidade Gráfica (UGF) contribuiu com 82% para o total da margem II2 da
empresa. No volume de vendas verifica-se uma diminuição de 2% face ao
período homólogo. Relativamente à previsão de vendas (PAO 2015) regista-se
uma taxa de realização de 89%. Os desvios registados nos passaportes
estrangeiros e nos diversos cartões de identificação estão, sobretudo,
relacionados com o projeto Cabo Verde (passaporte, TRE e CNI) uma vez que a
execução do contrato, que já data de 2011, não decorre conforme seria
expectável e desejado, não obstante os esforços da empresa para ultrapassar
os constrangimentos que tendem a persistir à sua concretização.

A Unidade de Moeda (UMD) contribuiu com 14% para o total da margem II2 da
empresa. No volume de vendas verifica-se um aumento de 12% face ao período
homólogo. No entanto, relativamente à previsão de vendas (PAO 2015) registase uma taxa de realização de apenas 51%. Este desvio, face ao planeado, foi
devido, essencialmente, à redução do volume de vendas na moeda corrente e
na moeda de coleção (moedas de ouro Rainha D. Isabel e 70 anos Paz Europa).
Espera-se, contudo, existir uma recuperação, pelo menos parcial, logo que
iniciado o ciclo das séries anuais de moeda de coleção que se prevê ocorrer em
setembro. Contribuirá positivamente para o aumento do volume de vendas ainda
no corrente ano o contrato recentemente firmado com o Banco Central de TimorLeste para a produção de moeda corrente.

A Unidade de Publicações (UPB) contribuiu com 5% para o total da margem II2
da empresa. No volume de vendas verifica-se uma diminuição de 2% face ao
período homólogo. Relativamente à previsão de vendas (PAO 2015) regista-se
uma taxa de realização de 91%.

A Unidade de Contrastaria (UCO) apresenta uma margem II2 negativa de 1,1%
no total da empresa. No volume de vendas verifica-se uma diminuição de 2%
face ao período homólogo. Relativamente à previsão de vendas (PAO 2015)
regista-se uma taxa de realização de 97%.
Nota 1) A Atividade corrente contempla todas as hierarquias de produto com exceção
das referentes a portes, refugos e matérias-primas
Nota 2) Margem II = Vendas - Custo Vendas - Desvios Produção - Outros Custos
Diretos - Custos Indiretos Dep. Produtivos
No que concerne aos gastos, os Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) registaram
um acréscimo face ao período homólogo de 13% e relativamente ao planeado (PAO
2015) de 7%. No entanto, é importante salientar que o aumento de 820 mil euros
relativamente ao ano 2014 se deve, essencialmente, a desfasamentos temporais, ou
seja, faturação do fornecedor efetuada este ano mais cedo do que em 2014 (caso da
manutenção SAP no valor de 268 mil euros).
Outra razão para o aumento da rubrica de FSE consubstancia-se na incorporação de
custos de royalties do cartão de cidadão (189 mil euros), anteriormente suportados
diretamente pelo Instituto de Registo e Notariado. Não obstante, ao abrigo do novo
contrato de fornecimento, estes montantes serão ainda no decorrer deste ano faturados
a essa entidade, compensando, assim, o aumento de custos registados.
Por outro lado, o aumento destes custos deve-se também ao outsourcing referente à
operação de Alcochete (49 mil euros) e aos custos inerentes a novos projetos que
ajudarão a melhorar a eficiência interna (como é o caso da consultoria para implementar
o modelo de avaliação de desempenho, no total de 42 mil euros, apenas para dar um
exemplo).
No que diz respeito aos Gastos com o Pessoal verificou-se um aumento de 8,4% face
ao período homólogo e uma diminuição de 2% face o planeado (PAO 2015). O aumento
registado face a 2014 no montante de 774 mil euros fica a dever-se, sobretudo, à
devolução parcial da redução do Orçamento de Estado (mais 432 mil euros), bem como
às indemnizações de cessação de contrato de trabalho que ocorreram em 2015 (143 mil
euros). Contribuíram ainda para o aumento o esforço de qualificação dos
colaboradores, ou seja, o aumento no investimento em formação (mais 45 mil euros), o
aumento do seguro referente a acidentes de trabalho (mais 46 mil euros) e, ainda, o
custo inerente aos Acordos de Cedência de Interesse Público (ACIP) realizados em
2015 (154 mil euros) que traduzem, contudo, um investimento na renovação e
requalificação dos quadros da empresa, recrutando recursos com competências
específicas e necessárias à sua atividade. De referir, ainda, o aumento do custo
decorrente da revisão dos acordos de Isenção de Horário de Trabalho (49 mil euros),
justificado, no entanto, pela necessidade de impedir roturas nos compromissos da
INCM.
Em suma e no que respeita aos Gastos com o Pessoal, expurgados todos os valores
supramencionados que revestem alguma particularidade, os quais totalizam 869 mil
euros, pode até afirmar-se que a INCM registou uma redução dos seus custos face ao
período homólogo no montante de 95 mil euros, cerca de 1%.
No que diz respeito à política de efetivos, verifica-se um ligeiro aumento no número de
trabalhadores, constatando-se que no final deste semestre eram 657 face aos 651 no
início do mesmo, sendo de salientar, no entanto, que, face à cenarização das entradas
e saídas previstas ao longo do ano, se prevê cumprir a meta dos 654 trabalhadores no
final de 2015.
Por fim, relativamente aos investimentos em ativos fixos, os mesmos atingiram uma
taxa de execução de 14%, cifrando-se em cerca de 1,8 milhões de euros.
Lisboa, 30 de julho de 2015
O Conselho de Administração da INCM
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