Protocolo:
Nº 50
Elaborado por:
Wilhma Castro
Ubiratam Lopes
Manoel Emiliano
Luciana Noronha
Última revisão:
08/08/2011
Revisores:
Manoel Emiliano
Ubiratam Lopes
Wilhma Alves
Luciana Noronha
Frederico Willer
ACESSO VENOSO PERIFÉRICO
DEFINIÇÃO:
O acesso venoso periférico constitui-se em uma alternativa rápida e
segura, indispensável nas situações de urgências. É uma via capaz de prover a
infusão de grandes volumes ao paciente, sendo também utilizadas para a infusão de
drogas de efeitos diversos e de rápida resposta.
Trata-se da introdução de um cateter de tamanho curto na circulação venosa
periférica. As vias de acesso mais utilizados na urgência são as que respeitam os
critérios de calibre, sendo as mais indicadas as veias do dorso da mão e antebraço
(veia basílica, cefálica e radial).
INDICAÇÃO
 Administração direta, para o sistema circulatório, de drogas e fluidos;
 Casos clínicos:
- IAM
- Distúrbios metabólicos
- AVC
- Insuficiência respiratória
- PCR
- Prevenção
 Trauma:
- Colisão
- Choque elétrico
- Queda
- FAF e FAB
- Afogamento
- Prevenção
Observação:
 Seja em qual for o tipo de emergência, o acesso venoso deve ser
estabelecido no A
B C D E – Circulação
__________________________________________________________________________________
Pág. 01
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
 Sempre considerar o tempo resposta ao tratamento definitivo;
 Não é uma exclusividade da enfermagem.
Ordem de prioridade na escolha do local:
1º- Mais visível
4º- Local de fácil acesso;
2º- Mais calibrosa;
5º- Pode ser em dobras;
3º- Mais palpável;
6º- Mais próxima ao coração.
TIPOS DE CATETER:
Dispositivo Intravenoso Flexível - Jelco
Jelco (nº 14, 16, 18, 20, 22, 24) são os usados no Atendimento APH. Quanto
menor o numero maior é o calibre:
Ex. (14) mais calibroso;
(24) menos calibroso, normalmente usados em vítimas neonatais.
Vantagens
 Menor probabilidade de perfuração inadvertida da veia do que com agulha do
tipo borboleta;
 Mais confortável para o paciente;
 Linha radiopaca para localização fácil;
 Necessidade de restrição de movimentos.
Desvantagens
 Inserção difícil;
 É necessário cuidado especial para se verificar a inserção da agulha e do
cateter na veia.
Cateter agulhado com asas – Scalp
Embora menos indicado, o cateter agulhado com asas (scalp) também é usado
para punção venosa.
É um dispositivo constituído por uma agulha rígida, tubo transparente e conector
(tampinha). É mais indicado para terapia I.V. de curta duração.
__________________________________________________________________________________
Pág. 02
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
CONDUTA
 Punção com Jelco
Preparo do material:
 Adesivos: esparadrapo ou micropore
 Algodão umedecido com álcool
 Luvas de procedimento
 Garrote
 Jelco
Técnica:
1. Informar ao paciente o procedimento;
2. Calçar as luvas de procedimento e escolher a veia seguindo a prioridade do
sentido distal/proximal e escolha o dispositivo mais adequado para a veia
escolhida;
3. Garrotear o membro - 15 a 20 cm acima do local escolhido;
4. Realizar assepsia do local no sentido do retorno venoso utilizando algodão
embebido em álcool. A solução aplicada (álcool 70%) deve secar antes de
realizar o procedimento;
5. Realizar a punção, com o cateter angulado de 10 a 30 graus, perpendicular a
pele e paralelo a veia;
6. Dirigir a ponta do cateter, com o bisel voltado para cima, à veia, minimizando
a mobilidade desta, favorecendo sua cateterização;
7. Observar o refluxo de sangue, que irá preencher toda a câmara posterior do
dispositivo;
8. Aplique uma pressão acima do local da inserção com o dedo indicador da
mão não dominante;
9. Neste momento retrai-se o estilie (agulha) e progredir o jelco;
10. Executar a estabilização e fixação do cateter a pele;
11. Se a veia transfixar com uma perfuração e um hematoma se desenvolver,
remova imediatamente o cateter e aplique pressão direta no local;
12. Fixar o cateter com esparadrapo ou micropore, de forma que não interfira na
visualização e avaliação do local;
__________________________________________________________________________________
Pág. 03
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
 Punção com Scalp
Preparo do material:
 Adesivos: esparadrapo ou micropore
 Algodão umedecido com álcool
 Luvas de procedimento
 Garrote
 Scalp
Técnica:
1. Informe ao paciente o procedimento;
2. Calçar as luvas de procedimento e escolher a veia seguindo a prioridade do
sentido distal/proximal e escolha o dispositivo mais adequado para a veia
escolhida;
3. Garrotear o membro - 15 a 20 cm acima do local escolhido;
4. Realizar assepsia do local no sentido do retorno venoso utilizando algodão
embebido em álcool. A solução aplicada (álcool 70%) deve secar antes de
realizar o procedimento;
5. Proceder à punção com o bisel voltado para cima, segurando as aletas do
dispositivo com uma angulação de 30º. A seguir progredir o cateter
paralelamente à pele.
6. Confirme o sucesso do procedimento visualizando o refluxo sanguíneo,
através de teste com seringa (tracionando o êmbolo da seringa);
7. Realizar a fixação com micropore ou esparadrapo.
Cuidados importantes:
 O profissional responsável pelo acesso venoso deverá ficar atento a evitar:
veias lesadas, avermelhadas e edemaciadas, veias próximas de área
previamente infectadas, região de articulação, veias muito pequenas para o
tamanho do cateter;
 Em pacientes com hipotensão mover o garrote tão próximo quanto possível
do local da punção;
 Para diminuir a dor durante a punção venosa, mantenha a pele esticada, e
aplique uma tração;
__________________________________________________________________________________
Pág. 04
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
 A equipe deve ficar atenta as complicações do acesso venoso periférico,
como a infiltração de soro no subcutâneo;
ACESSO VENOSO PERIFÉRICO:
1º
2º
3º
4º
5º
6º
OBS: todo o acesso deverá ser identificado com data da punção, tipo de acesso com
jelco ou com scalp, horário e assinatura do responsável pelo acesso.
ACESSO VENOSO EM NEONATOS E CRIANÇAS
__________________________________________________________________________________
Pág. 05
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.

Os matérias e as técnicas utilizada para a punção venosa
em neonatos e
crianças é basicamente a mesma, porem existe cuidados extras sobretudo com
a contenção dos pacientes que deve estar seguro, evitando o excesso de
movimentação e risco de erro na técnica ou perda de acesso;

O local de escolha para a punção venosa visa atender as necessidades da
criança;

Em crianças sob oxitenda, evita-se punções cefálicas uma vez que a umidade
impede a boa fixação do esparadrapo;

Em bebês que estão amamentando, evita-se punções em MMSS, para facilitar o
aleitamento. É preciso observar hábitos como o de chupar o dedo, dormir de
bruços, esfregar os pezinhos, para a escolha do local adequado da punção.

As preferências da mãe só devem ser atendidas se estiverem de acordo com as
condições da criança, lembrando que o melhor local para punção venosa em
bebês é a rede venosa cefálica, local que nem sempre agrada a mãe.

Punção em jugular deve ser reservada para situações de urgência e feita por um
profissional experiente, pelos graves riscos que a mesma oferece.

O uso de jelco em membros é bastante indicado por sua maior durabilidade.
Deve ser bem afixado com talas;

Outra peculiaridade é a possibilidade variada de vasos indicados nesta faixa
etária que são:

- Veias dorsais da mão
- veias antecubutais dos braços
- Safena no tornozelo
- veias dorsais dos pés
- Tributária mediana do punho
- jugular externa
- Escalpo
- veias cefálicas
A equipe deverá explicar ao cuidador responsável sobre o procedimento antes
de realizá-lo;

Também deverá conversar com a criança antes da realização do procedimento;

Seguir os mesmos passos da conduta de punção venosa periférica já descritos
anteriormente.
__________________________________________________________________________________
Pág. 06
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
Recomendações:
 Indicação criteriosa;
 Pessoal habilitado;
 Utilizar cateteres venosos pelo menor tempo necessário, de acordo com a
indicação inicial
Evitar:
 Iniciar o procedimento com a criança mal posicionada, irritada
 Falta de material durante o procedimento, desde o princípio até o curativo
Possíveis Complicações em acessos venosos pediátricos
 Complicações mecânicas: Considera-se que após três tentativas sem
sucesso, outra pessoa mais experiente deve ser chamada para realizar o
procedimento
 Punção arterial
 Hematoma
 Complicações infecciosas
 Complicações trombóticas
REFERÊNCIAS:
Potter, Patrícia A. Fundamentos de Enfermagem, Ed.6ª V 2 ,rio de janeiro 2005.
ARREGUY, SENA C. A trajetória de construção e validação dos diagnósticos de
enfermagem: trauma vascular e risco para trauma vascular. Ribeirão Preto:
EERP-USP, 2002, p.280. Tese (Doutorado em Enfermagem) Programa de
Enfermagem Fundamental, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto- Universidade
de São Paulo.
PHILLIPS, D. L. Manual de Terapia Intravenosa. Porto Alegre,: Artmed, 2001.
SCHULL, P. D. Enfermagem Básica: teoria e prática Cap. 6 A Terapia
Intravascular p.277. Rideel, São Paulo, 1996.
__________________________________________________________________________________
Pág. 07
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
Pitta GBB. Acesso venoso por punção. In: Batista Neto J. Editor. Cirurgia de
urgência: condutas. Rio de Janeiro: Revinter; 1999. p. 134-139.
__________________________________________________________________________________
Pág. 08
É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo deste protocolo sem prévia autorização sob pena de sofrer as penalidades previstas nas leis de direitos autorais.
Download

ACESSO VENOSO PERIFÉRICO