Sr.ª Vice-Reitora da Universidade Nova de Lisboa, Professora Maria Arménia
Carrondo; Sr. Provedor do Estudante da Universidade Nova de Lisboa, Professor Carlos
Ferreira de Almeida; Sr.ª Directora da Faculdade de Direito, Professora Teresa Pizarro
Beleza; Sr. Presidente do Conselho Científico, Professor António Manuel Hespanha; Sr.
Presidente da Associação de Estudantes, Hélder Mourato.
Ilustres convidados, caros colegas e amigos,
A Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, que hoje nos recebe e
que está, mais uma vez, de parabéns, sabe reconhecer aos seus alunos uma ampla
margem de liberdade, não apenas na escolha do seu percurso curricular, mas também na
definição do tipo de postura, de participação e do grau de empenho que escolhem
adoptar. O exame semestral constitui a nossa única referência certa, mas também
implacável. Esta liberdade que nos é dada de fazer do curso e durante o curso o que
entendermos por bem, implica para nós, alunos, um risco e uma responsabilidade.
Contudo, do facto de estarmos hoje aqui pode retirar-se com segurança que
soubemos estar à altura das responsabilidades e fazer, globalmente, as escolhas
acertadas. Soubemos fazê-lo apesar de sermos pessoas diferentes, com ambições,
projectos, gostos ou interesses profundamente diversos. E não deixa de ser interessante
verificar o quão diferentes foram os nossos percursos para chegar até aqui: assíduos ou
absentistas, interessados ou distraídos, silenciosos ou interventivos, muito ou pouco
estudiosos.
Porém, quer-me parecer que em todos nós se registou uma mudança importante
na maneira de estar, no modo de pensar e de ver o mundo à nossa volta, e até mesmo no
modo de falar. Se não erro, somos todos hoje pessoas um pouco mais sérias, atentas,
talvez mais críticas e responsáveis. Tal deve-se, sem dúvida e antes de mais, a um
natural processo de amadurecimento, mas estou em crer que também se deve ao tipo de
matérias a que nos consagrámos nestes últimos anos. É certo que continuamos a ter
interesses e ambições diferentes, que nem todos estamos certos da nossa vocação
jurídica ou da nossa vontade de trabalhar nesta área. Porém, todos ficámos a saber um
pouco de Direito. E, em última análise, era isso que se pretendia com a nossa presença
aqui…
Cumpre por isso, em nome dos alunos que recebem o seu diploma, agradecer à
Instituição que nos acolheu e formou, aos seus professores e funcionários.
Gostaria também de dirigir uma palavra especial de agradecimento aos
Professores, embora receie não conseguir ser breve…
Ao Professor João Caupers, que para além de ter assegurado a Direcção da
Faculdade durante a maior parte do nosso curso, em especial na difícil mas globalmente
bem-sucedida adaptação às exigências do acordo de Bolonha, fez questão de esclarecer
três coisas, assim que nos conheceu: que o ensino não é um exercício democrático, que
a função do professor não é corrigir traumas de infância ou desigualdades sociais e que
a faculdade não é uma instituição de solidariedade social...
Ao Professor José Lebre de Freitas, que nos deu frequentes lições de humildade,
das quais gostaria de partilhar uma: certa aula, ficámos convencidos de ter encontrado
uma solução razoável para certo artigo do Código de Processo Civil; quando
regressámos do intervalo, o Professor logo nos disse que afinal ele já a tinha publicado,
mas não se lembrara disso antes…
Ao Professor Carlos Ferreira de Almeida, cuja preocupação com o rigor
conceptual, com as definições e classificações, com a escolha da palavra exacta parece
trair uma certa crença de que é mesmo possível fazer coisas com palavras…
Ao Professor António Hespanha, que nos ensinou tantas abordagens e
perspectivas, mais ou menos críticas, em relação ao Direito que nós, na altura, não
soubemos compreender… e ainda hoje não sabemos…
À Professora Maria Lúcia Amaral, que sempre nos incentivou a participar
declarando “pertinentíssimas” todas as nossas questões, as boas e as más…
Ao Professor Rui Pinto Duarte, subdirector durante todo este período, grande
professor de História e professor de Direito das Sociedades nas horas vagas, português
ou espanhol consoante as circunstâncias…
Ao Professor Jorge Bacelar Gouveia, cuja preocupação com as necessidades
pedagógicas dos seus alunos o tem levado a redigir manuais sempre actualizados…
Ao Professor José Ferreira Machado, que nos obrigou a esse exercício terrível
que é resolver equações do primeiro grau a uma incógnita para obter a aprovação a
Macroeconomia...
À Professora Teresa Beleza, directora, que sempre soube manter aquela
serenidade olímpica que a caracteriza e cujo manual alia numa proporção tão justa a
qualidade de obra dogmática e de documento histórico…
Ao Professor Armando Marques Guedes, cujo talento com as metáforas nos
permite hoje resumir o seu curso de Ciência Política e Relações Internacionais a umas
pinceladas acerca do ensanduichamento dos Estados numa cascata de poderes…
À Professora Maria Helena Brito, que nos ensinou que o Direito Internacional
Privado é uma sanduíche em que a determinação da lei internacionalmente compentente
é o miolo…
À Professora Ana Prata, sempre tão cordial no trato, mas que, exasperada pelo
silêncio obstinado de certo número de alunos que se sentavam sempre em grupo, os
apodou sem mais de bolo-rei…
Aos Professores José João Abrantes e Mário Aroso de Almeida, cuja bonomia
nada conseguia perturbar...
Ao Professor Nuno Piçarra, cuja pergunta quotidianamente repetida “quem é que
leu o acórdão?” nos fez compreender que era mesmo preciso preparar as aulas
antecipadamente…
Ao Professor Sousa Brito e à Professora Ana Cristina Nogueira da Silva cujas
preciosas lições eram sempre tão concorridas…
Às Professoras Mariana França Gouveia, Assunção Cristas e Cláudia Trabuco,
representantes de uma nova geração de docentes, cujo esforço pela introdução de novas
tecnologias no ensino do Direito bem merece que se lhes dê o epíteto de “geração
powerpoint”…
Aos Professores Tiago Duarte e Vítor Neves, que fizeram tantos corações bater
mais depressa nas aulas de 2º ano…
Ao Professor Rui Barreira, cujos dotes canoros realizaram esse milagre de
manter os alunos bem despertos nas aulas mais matutinas…
Ao Professor Frederico da Costa Pinto, que fez das aulas um sonho e do exame
um pesadelo…
A todos reitero o nosso muito obrigado.
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Sr. Provedor do Estudante da Universidade