SATISFAÇÃO DA FAMILÍA DE CRIANÇAS HOSPITALIZADAS EM
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA
Eunice Yochie Teruya
INTRODUÇÃO: A hospitalização em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica
(UTIP) é considerada um fator estressante à criança e à sua família, que além do
afastamento dos seus familiares e da substituição dos cuidados, passa muitas vezes a
depender integralmente dos profissionais de saúde, comprometendo a sua autonomia. O
direito à permanência da mãe ou responsável durante a hospitalização, não significa a
integração nos cuidados básicos da criança, o desenvolvimento de ações participativas,
que incluem a família na tomada de decisões é que a transformará em sujeito ativo.
Deste modo, conhecer a dinâmica da família e seu funcionamento torna-se essencial no
processo do cuidar e constitui-se em um dos passos principais em direção à melhoria da
qualidade da assistência nesse ambiente. A qualidade na assistência em UTIP pode ser
avaliada através dos indicadores assistenciais com a finalidade de demonstrar
numericamente o desempenho técnico e dos processos de tratamento desenvolvidos na
UTI. Mas por outro lado, através dos indicadores de satisfação, podemos entender o
referencial da qualidade percebida pela família e buscar a satisfação como fator de
melhoria contínua.
OBJETIVO: Verificar a percepção da família de crianças hospitalizadas em UTIP
sobre o cuidado prestado pela equipe de enfermagem.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa para
avaliação da satisfação das famílias sobre a assistência prestada pela equipe de
enfermagem, que foi realizado na UTIP de um hospital geral, de médio porte, privado e
filantrópico, localizado no município de São Paulo, por meio da aplicação de um
questionário estruturado empregando-se a Escala Likert, constituída dos itens (DT)
Discordo totalmente, (DP) Discordo parcialmente, (I) Não concordo nem discordo, (CP)
Concordo parcialmente e (CT) Concordo totalmente. O questionário foi entregue aos
familiares das crianças, sendo utilizada como critério de inclusão a condição de serem
pais ou responsáveis das crianças que apresentavam ao menos 24 h de internação na
unidade, e como critério de exclusão os familiares de crianças reinternantes que já
haviam participado da pesquisa.
RESULTADO: Aceitaram participar da pesquisa 38 pais ou responsáveis das crianças.
O estudo demonstrou que 95% dos participantes sentiram-se acolhidos no momento da
admissão e 97 % consideraram o atendimento em geral humanizado. Concordaram
totalmente que os momentos de repouso da criança foram respeitados em 42% e
segundo 34% dos respondentes de modo parcial, predominando 79% de concordância.
Para 74% e 81% dos participantes, os ruídos e a iluminação respectivamente não
interferiram nos momentos de repouso da criança. No que se refere aos aspectos
relacionados diretamente à assistência da equipe de enfermagem, o atendimento às
solicitações em tempo hábil obteve 89% de concordância, a organização no atendimento
91% e a segurança nas técnicas realizadas 94%.
CONCLUSÃO: Por ser uma amostragem restrita. O estudo deve ser ampliado para
consistência dos resultados. De qualquer forma, estes foram satisfatórios (89 a 94% de
concordância), com exceção dos dados relativos aos agentes estressores, como ruídos e
iluminação. Pode-se concluir que, mesmo que de modo estimado a hospitalização
desencadeie mudanças significativas nos hábitos de higiene, eliminação, alimentação e
sono, adotar intervenções no sentido de aliviar o stress e proporcionar um ambiente de
descanso é essencial. A estrutura física, como: a ausência de paredes divisórias, com o
ambiente compartilhado sem isolamento acústico e de iluminação podem ser os fatores
de insatisfação dos familiares. O cuidar não é um ato único, tampouco a soma de
procedimentos técnicos ou qualidades humanas, mas sim o resultado de um processo no
qual se conjugam, de forma bastante estreita sentimentos, valores, atitudes e princípios
científicos com o objetivo de satisfazer os indivíduos nele envolvidos, bem como
implica no desenvolvimento de ações que incluem o profissional, a criança e a família.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Hayakawa LY, Marcon SS, Higarashi IH. Alterações familiares decorrentes da
internação de um filho em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Rev Gaúcha de
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equipe multiprofissional. Rev Eletrônica de Enfermagem (Internet), 2008, 10(4):1091101. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/v10n4a22.htm. Acesso em
março de 2011.
Descritores: Qualidade, satisfação e criança hospitalizada
Enfermeira encarregada da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica
Enfermeira especialista em Terapia Intensiva Pediátrica e em Gestão em Saúde e
Administração Hospitalar
e-mail: [email protected]
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