BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Atualização da Situação Epidemiológica da microcefalia
relacionada ao vírus Zika no Rio Grande do Norte
Governo do Estado do
Rio Grande do Norte
Secretaria de Saúde
Volume 1, edição 1V
07/12/2015
A Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte — SESAP-RN, por meio do Centro
de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde CIEVS-SUVIGE/CPS/SESAP-RN,
ATUALIZA a situação epidemiológica da ocorrência de microcefalia relacionada ao vírus Zika no
Estado do Rio Grande do Norte, considerando que se trata de uma Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional (ESPIN).
1. Cenário de ocorrência atual
Até 5 de dezembro de 2015, foram notificados à SVS/MS 1.761 casos suspeitos de microcefalia
relacionada ao vírus Zika em 14 Unidades Federadas (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Bahia, Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, Tocantins, Maranhão, Goiás,
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal).
No Rio Grande do Norte até 05/12/2015, foram notificados 105 casos suspeitos de microcefalia
relacionada ao vírus Zika, 96,1% (101/105) dos casos, foram em recém- nascidos e 3,8% (4/105)
intra- uterino.
Figura 1. Casos suspeitos de microcefalia em recém- nascido, por mês de nascimento, Rio Grande
do Norte, 2015*.
60
Nº de casos
50
40
30
20
10
0
Microcefalia
Jan
1
Fev
0
Mar
1
Abr
0
Mai
2
Jun
0
Jul
0
Ago
4
Set
12
Out
24
Nov
51
Dez
6
Fonte: SINASC, RESP e formsus – SUVIGE/CPS/SESAP-RN
Obs.:*Dados até 07/12/2015, sujeitos a alterações.
Os casos notificados estão distribuídos em 36 municípios, destes, 34 (33,7%) são residentes
em Natal, 10 (9,9%) em Mossoró, seis (5,9%) em Parnamirim e 50 (49,5%) nos demais municípios
do estado, tabela 1 e figura 2. Entre os casos notificados sete foram a óbito.
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde—CIEVS-SUVIGE/CPS/SESAP-RN, Av. Deodoro da Fonseca, 730, 5º andar, Centro,
Natal/RN - CEP: 59.025-600 - Fone: (84) 3232-2801, Tel/Fax: (84) 3232-5509 — homepage: www.saude.rn.gov.br e-mail: [email protected]
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Tabela 1. Número e percentual de casos suspeitos e óbitos de microcefalia em recém-nascido, por
mês de nascimento, Rio Grande do Norte, 2015*.
Nº
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
Município de Residência
Açu
Baraúna
Bom Jesus
Caicó
Canguaretama
Caraúbas
Ceará-Mirim
Coronel Ezequiel
Currais Novos
Encanto
Extremoz
Jaçanã
Japi
Jucurutu
Macaíba
Maxaranguape
Mossoró
Natal
Nova Cruz
Parelhas
Parnamirim
Pau dos Ferros
Riachuelo
Santa Cruz
Santa Maria
São Gonçalo do Amarante
São José do Campestre
São Jose do Mipibú
São Miguel do Gostoso
Serra de São Bento
Serra do Mel
Sítio Novo
Taípu
Tibau do sul
Vera Cruz
Total
Fonte: SINASC, RESP e formsus – SUVIGE/CPS/SESAP-RN
Obs.:*Dados até 07/12/2015, sujeitos a alterações.
Suspeitos
2
1
1
1
1
1
5
1
1
1
2
1
1
3
3
1
10
34
3
1
6
1
1
2
1
3
3
1
2
1
1
1
2
1
1
101
%
2,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
5,0
1,0
1,0
1,0
2,0
1,0
1,0
3,0
3,0
1,0
9,9
33,7
3,0
1,0
5,9
1,0
1,0
2,0
1,0
3,0
3,0
1,0
2,0
1,0
1,0
1,0
2,0
1,0
1,0
100,0
Óbitos
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
2
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
%
50,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
20,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
100,0
0,0
2,9
66,7
100,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3,5
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Figura 2. Distribuição dos casos de microcefalia, segundo Município de residência da mãe, Rio
Grande do Norte, 2015*.
Fonte: SINASC, RESP e formsus – SUVIGE/CPS/SESAP-RN
Obs.:*Dados até 07/12/2015, sujeitos a alterações.
2. Ações desenvolvidas

Elaboração de um formulário especifico para notificação de casos suspeito de microcefalia e
malformação congênita.

Investigação dos casos notificados suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika, em
parceria com as equipes das SMS do RN e a equipe do EPISUS- SVS/MS.

Criação de Comitê de Emergência em Saúde Pública - Microcefalia relacionada ao vírus
Zika, composto por profissionais de saúde de diversas aéreas da saúde e instituições do
Estado: epidemiologistas, médicos especialistas (pediatras, obstetras, geneticistas,
neurologistas, sanitaristas e infectologistas); profissionais do laboratório e gestores de saúde.

Adoção do protocolo de investigação epidemiológica, elaborado pela equipe da SVS/MS,
conduta clínica e fluxogramas de atendimento e acompanhamento nos serviços de saúde de
referências para casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recémnascidos e gestantes com suspeita de microcefalia relacionada ao vírus Zika intrauterina (em
fase de Conclusão).
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Natal/RN - CEP: 59.025-600 - Fone: (84) 3232-2801, Tel/Fax: (84) 3232-5509 — homepage: www.saude.rn.gov.br e-mail: [email protected]
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3. Quanto a Mudança no crité rio de classificação segundo a SVS/MS.
Em 8 de dezembro de 2015, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde
divulgou o “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à
Infecção pelo Vírus Zika”, com o objetivo subsidiar os profissionais de saúde e as áreas técnicas de
vigilância em saúde com informações gerais, orientações específicas e diretrizes relacionadas às
ações de vigilância da ocorrência de microcefalia em todo território nacional.
O referido protocolo, construído conjuntamente entre o Ministério da Saúde do Brasil e
especialistas de diversas áreas da medicina, epidemiologia, estatística, geografia e laboratório, além
de representantes das Secretarias de Saúde de Estados e Municípios afetados, norteará as condutas a
serem adotadas pelos serviços de saúde em relação aos casos suspeitos e/ou confirmados de
microcefalia relacionados ao vírus Zika.
Visando aprimorar a vigilância da microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika, as
definições de casos foram ampliadas para identificação de outras situações durante a gestação e no
pós-parto. A partir da publicação desse protocolo, as vigilâncias dos estados e municípios deverão
realizar a detecção de casos de:
a. gestante com possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação;
b. feto com alterações do SNC possivelmente relacionada à infecção pelo vírus Zika durante a
gestação;
c. aborto espontâneo decorrente de possível associação com infecção pelo vírus Zika, durante a
gestação;
d. natimorto decorrente de possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação;
e. recém- nascido vivo (RNV) com microcefalia possivelmente associada a infecção pelo vírus Zika,
durante a gestação.
Essas definições foram baseadas em evidências científicas, na literatura internacional, em
parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), em análise das curvas de sensibilidade e
especificidades dos casos registrados até o momento e teve apoio de especialistas nas diversas áreas
médicas, da Sociedade Brasileira de Genética Médica, com o suporte da equipe do SIAT (Sistema
Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos).
O Ministério da Saúde ressalta que todos os casos suspeitos notificados até 7 de dezembro de
2015, que tiverem PC entre 32.1cm e 33cm, devem ser investigados e classificados. Serão excluídos
para finalidade de vigilância, todos os casos que, após revisão da aferição das medidas, dos exames
ou do critério de enquadramento, não estejam contemplados nas definições estabelecidas para
relação com infecção pelo vírus Zika. No entanto, todas as crianças devem ser acolhidas e
acompanhadas de acordo com os protocolos clínicos.
Tendo em vista as várias lacunas ainda existentes acerca da infecção pelo vírus Zika, sua
patogenicidade, as características clínicas e potenciais complicações decorrentes da infecção
causada por esse agente, deve ser ressaltado que as informações e recomendações divulgadas no
protocolo são passíveis de revisão e mudanças frente a eventuais incorporações de novos
conhecimentos e outras evidências, bem como da necessidade de adequações das ações de
vigilância em cenários epidemiológicos futuros.
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde—CIEVS-SUVIGE/CPS/SESAP-RN, Av. Deodoro da Fonseca, 730, 5º andar, Centro,
Natal/RN - CEP: 59.025-600 - Fone: (84) 3232-2801, Tel/Fax: (84) 3232-5509 — homepage: www.saude.rn.gov.br e-mail: [email protected]
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4 Aonde notificar
Notificar imediatamente os casos suspeitos, por meio do formulário de Registro de Eventos de
Saúde Pública referente às microcefalia relacionada ao vírus Zika no seguinte link:
LINK
http://www.saude.rn.gov.br/
Ao confirmar o caso como microcefalia, desencadear o processo de assistência prestada à mãe e o
recém-nascido conforme o protocolo.
5.Recomendações para a população (medidas preventivas)
Em consonância com o Ministério da Saúde do Brasil, o Estado do Rio Grande do Norte
recomenda:

Gestantes: utilização do repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika vírus e
os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no país. Estudos indicam
que o uso tópico de repelentes a base de DEET por gestantes não apresenta riscos (mais
informações podem ser obtidas no endereço j.mp/nota_repelentes).

Para as gestantes: acompanhamento intensivo através das consultas de pré-natal, com a
realização de todos os exames recomendados pelo médico.

Repelentes ambientais: a utilização correta dos saneantes regularizados na ANVISA
submete a população apenas aos riscos ambientais ocasionados pelo possível contato com as
substâncias químicas presentes nas formulações. Cabe destacar que esses produtos não
devem ser indicados ou utilizados diretamente em seres humanos, mas em superfícies
inanimadas e/ou ambientes, seguindo sempre, com atenção, as orientações do fabricante
(mais informações podem ser obtidas no endereço j.mp/nota_saneantes).

É importante que as gestantes realizem um acompa nhamento e as consultas de pré- natal,
com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
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
Gestantes não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não
utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou
infecções.

A população deve adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos
transmissores de doença, com a eliminação de criadouros e proteger-se da exposição de
mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas. Gestantes devem usar calça e
camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
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