Evolução dos Conselhos de Administração no Brasil e no Mundo Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira Professor Doutor – FEA/USP Sócio-Fundador – Governança Capital www.govcapital.com.br São Paulo, 1º de março de 2012 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Agenda 1. O que mudou nos Conselhos de Administração brasileiros nos últimos anos? Evidências quantitativas 2. O que mudou nos Conselhos de Administração brasileiros nos últimos anos? Aspectos qualitativos 3. Conselho de Administração: principais temas correntes no Brasil e no Mundo 4. Conselho de Administração: práticas de governança do estado da arte Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 2 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos 1. O que mudou nos Conselhos de Administração brasileiros nos últimos anos? Evidências quantitativas (1/2) # Tema 2001 2006 2011 (n=40) (n=53) (n=55) 1 Tamanho do Conselho de Administração (CA) 8,7 8,9 9,2 2 Número de comitês do CA 0,4 1,1 1,7* 3 % Empresas com Comitê de Auditoria do CA 8% 21% 35%* 4 % Empresas com Comitê de Remuneração do CA 13% 23% 44%* 5 Número reuniões por ano dos CAs 7,5 8,8 9,9* Fonte: Pesquisa baseada em coleta manual realizada pelo próprio autor junto a Formulários de Referência, IANs, Relatórios Anuais, websites de Relações com Investidores e outras informações públicas divulgadas no website da CVM. A amostra é composta pelas empresas que fizeram parte da carteira do iBovespa no final dos anos 2001, 2006 e 2011. No geral, a amostra representa cerca de 80% da capitalização de mercado da BM&FBOVESPA ao final de cada ano. Foram excluídas as empresas que encerraram suas atividades ou fecharam capital, bem como aquelas que listaram suas ações em bolsa após 2006. Foram considerados apenas como Comitês do Conselho de Administração aqueles compostos por no mínimo 50% de conselheiros titulares. O número de reuniões do Conselho de Administração foi calculado pelo número de atas disponibilizadas na seção “Reunião da Administração” do website da CVM, sendo computadas apenas atas que apresentavam intervalo superior a seis dias entre si. Excepcionalmente, o número de reuniões do Conselho no ano referência de 2001 foi calculado com base nas atas do ano de 2003, ano a partir do qual tal informação passou a ser disponibilizada pelas companhias. * denota significância estatística ao nível de 1% no comparativo das diferenças de médias entre os anos 2011 e 2001. A relação das empresas analisadas é apresentada ao final da apresentação. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 3 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos 1. O que mudou nos Conselhos de Administração brasileiros nos últimos anos? Evidências quantitativas (2/2) # Tema 2001 2006 2011 (n=40) (n=53) (n=55) 70% 77% 91%* 9% 18% 25%* 6 Separação cargos DP e Presidente do CA 7 % Conselheiros considerados independentes 8 % Conselheiros eleitos por minoritários 10% 16% 24%* 9 % Estrangeiros nos CAs 10% 12% 10% 6% 6% 6% 10 % Mulheres nos CAs Fonte: Pesquisa baseada em coleta manual realizada pelo próprio autor junto a Formulários de Referência, IANs, Relatórios Anuais, websites de Relações com Investidores e outras informações públicas divulgadas no website da CVM. A amostra é composta pelas empresas que fizeram parte da carteira do iBovespa no final dos anos 2001, 2006 e 2011. No geral, a amostra representa cerca de 80% da capitalização de mercado da BM&FBOVESPA ao final de cada ano. Foram excluídas as empresas que encerraram suas atividades ou fecharam capital, bem como aquelas que listaram suas ações em bolsa após 2006. Foram considerados apenas como Comitês do Conselho de Administração aqueles compostos por no mínimo 50% de conselheiros titulares. O número de reuniões do Conselho de Administração foi calculado pelo número de atas disponibilizadas na seção “Reunião da Administração” do website da CVM, sendo computadas apenas atas que apresentavam intervalo superior a seis dias entre si. Excepcionalmente, o número de reuniões do Conselho no ano referência de 2001 foi calculado com base nas atas do ano de 2003, ano a partir do qual tal informação passou a ser disponibilizada pelas companhias. * denota significância estatística ao nível de 1% no comparativo das diferenças de médias entre os anos 2011 e 2001. A relação das empresas analisadas é apresentada ao final da apresentação. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 4 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos 2. O que mudou nos Conselhos de Administração (CAs) brasileiros nos últimos anos? Aspectos qualitativos Tema Antes Agora Expectativa da sociedade sobre o papel do Conselho Expectativa baixa, CAs vistos como órgãos figurativos Expectativa elevada, CAs como responsáveis em última instância pelos resultados e riscos das companhias Pressão sofrida por reguladores e mídia “ativista” Baixa Elevada Exercício do poder nas principais decisões Centrado na gestão diária, particularmente no DiretorPresidente Em muitos casos, centrado em Presidentes do Conselho poderosos Remuneração Baixa, em muitos casos simbólica Substancialmente maior, em alguns casos com componente variável Punição individual de conselheiros Inexistente Precedente relevante Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 5 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos 3. Conselho de Administração: principais temas correntes no Brasil e no Mundo 1. Foco no funcionamento (e não apenas na composição) do Conselho e dos seus Comitês 2. Foco na efetividade (e não apenas independência) dos conselheiros de administração: conhecimento, dedicação e incentivos adequados 3. Busca pelo aprimoramento das decisões do órgão e mitigação de decisões enviesadas via : ‒ Aumento da diversidade (gênero, formações, experiências, etc.) ‒ Adoção de processos decisórios inovadores 4. Necessidade de aprimoramento do processo seletivo conselheiros (via procedimentos formais e critérios principalmente independentes de novos objetivos), 5. Reforço do papel dos conselheiros no aculturamento e conscientização dos principais executivos da organização em relação à importância da ética e dos valores organizacionais Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 6 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos 4. Conselhos: práticas de governança do estado da arte 1. Aumento da transparência relativa ao(à): Funcionamento do órgão: elaboração de relatório anual de desempenho do Conselho de Administração Disponibilidade de tempo dos conselheiros: divulgação clara de todas as atividades exercidas e posições ocupadas pelos conselheiros Alinhamento de interesses: divulgação do percentual de ações detidas direta ou indiretamente por cada conselheiro 2. Reflexão periódica sobre os vínculos dos conselheiros com a companhia e divulgação clara dos membros considerados independentes sob a ótica do CA 3. Definição de regras claras para situações envolvendo conflito de interesses, incluindo a abstenção do voto de conselheiros com interesses conflitantes 4. Definição de regras e divulgação das contribuições políticas e doações para entidades sem fins lucrativos como parte das responsabilidades do CA 5. Atuação de conselheiros junto a investidores via participação em assembleias e outros eventos da mesma natureza – canal de comunicação com acionistas Outras práticas recomendadas e questões em aberto para CAs... Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 7 FIM [email protected] [email protected] http://ssrn.com/author=443083 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® www.govcapital.com.br 8 HYPERLINKS [email protected] [email protected] http://ssrn.com/author=443083 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® www.govcapital.com.br 9 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos O que mudou nos Conselhos de Administração brasileiros nos últimos anos? Relação das empresas analisadas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. ALL Amer Latina Ambev Bradesco Bradespar Banco do Brasil Brasil Telec om Braskem BRF Foods CCR sa Celesc Cemig Cesp Cia Hering Comgas Copel Cosan CPFL Energia Cyrela Realty 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. Dasa Duratex Eletrobras Eletropaulo Embraer Embratel Part Fibria Gafisa Gerdau Gerdau Metalúrgica Gol Itausa Itauunibanco Klabin Light Localiza Lojas Americanas Lojas Renner 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. MMX Mineração Natura Net OGX Petroleo Pão de Açúcar Petrobras Rossi Residencial Sabesp Siderúrgica Nacional Souza cruz TAM Telemar Norte Leste Telesp Tim Part Tran. Paulist – CTEEP Ultrapar Usiminas Vale Vivo Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 10 Governança Corporativa Mudanças Estruturais GC Expectativas da sociedade sobre o papel do Conselho Papel do Conselho de Administração Prestação de Contas Para fora da empresa ‒ Relatórios para públicos externos ‒ Transparência e qualidade das informações ‒ Assembleias de acionistas ‒ Imagem da empresa perante stakeholders Supervisão / Monitoramento Para dentro da empresa ‒ ‒ ‒ ‒ ‒ Supervisão da gestão diária Monitoramento dos executivos Controle orçamentário Avaliação de desempenho Controle da implementação das políticas, controles e gestão riscos ‒ Verificação padrões éticos / conduta Foco no passado / presente Estratégia ‒ ‒ ‒ ‒ ‒ ‒ Formulação estratégica Leitura do ambiente externo: SWOT Análise competidores atuais e futuros Análise regulação atual e futura Decisões de fusões e aquisições Decisões de captação recursos Formulação e Cumprimento de Políticas ‒ Definição de Missão e Valores ‒ Definição de políticas gestão de riscos, financeira, comercial, RPTs, TI, dividendo, sustentabilidade, etc. ‒ Revisão Código de Ética ‒ Revisão Práticas de Governança Corporativa Foco no futuro Fonte: Adaptado de Tricker, Bob. “Corporate Governanca: Principles, Policies and Practices”. Oxford University Press. 2009. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 11 Governança Corporativa Mudanças Estruturais GC Exercício do poder nas principais decisões empresariais: De CEOs a Presidentes do Conselho de Administração como líderes empresariais Na prática, as decisões empresariais tendem a ser tomadas – ou ao menos serem fortemente influenciadas – por um indivíduo que pode ser intitulado de “líder empresarial”. Quem é este líder? CEO nos EUA, Presidente do CA cada vez mais comum no Brasil Ex.: Eike Batista, Abílio Diniz, Rubens Ometto, Jorge E. Saraiva, Elie Horn, Paulo P. Bellini, João Rossi Cuppoloni, Raul A. Randon, etc. Em 118 das 159 empresas analisadas (cerca de 75%), presidentes do conselho podem ser considerados mais poderosos do que os respectivos CEOs para as grandes decisões empresariais Validade especial em empresas com IPOs recentes e sob controle de private equity; Limitação em empresas de controle compartilhado Fonte: “Who is the Boss for Major Decisions? Chairmen – not CEOs – as Powerful Leaders”. Silveira, A. M., Barros, L. A. Working Paper available at http://ssrn.com/abstract=1874690 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 12 Governança Corporativa Temas correntes Foco no funcionamento (e não apenas na composição) dos Conselhos e do seus Comitês Efetividade do órgão vai além de membros qualificados: necessidade de dedicação e atuação adequadas Indicadores: Número de reuniões por ano Número de comitês do conselho Tempo dedicado à empresa pelos conselheiros: quantidade de assentos em outros conselhos e outras atividades em paralelo Percentual de independentes / visão independente no CA Fluxo de informações adequado Comitê de Auditoria: controles internos, gestão de riscos, compliance, programas e avaliação das auditorias interna e independente Comitê de Remuneração: avaliação de desempenho, incentivos, plano de sucessão das lideranças sistema de Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 13 Governança Corporativa Práticas Emergentes Necessidade de maior diversidade nos conselhos de administração Conselho mais heterogêneo visto como algo positivo porque membros tenderão a apresentar mais perspectivas diferentes em relação às matérias, acarretando menor influência de indivíduos específicos Indicadores: Diversidade de gênero / presença de mulheres Diversidade cultural (ex. presença de estrangeiros) Diversidade de experiências de vida (ex. variação de idade) Número de diferentes formações acadêmicas no conselho Tempo médio dos conselheiros no cargo Diversidade de gênero se tornando “mainstream” internacionalmente: cotas para mulheres na Noruega e na França Projeto de Lei no Senado para 40% de mulheres nos CAs de empresas públicas e Sociedades de Economia Mista em 2022 – PLS 112/2011 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 14 Governança Corporativa Práticas Emergentes Adoção de processos decisórios inovadores – foco no processo e na saída do sistema de governança, não em seus inputs Exemplos de técnicas para decisões em grupo: Instituição do papel do “Advogado do Diabo” Técnica da escalada decisória (Stepladder Techinque) Seis chapéus pensantes (Six Thinking Hats) Voto secreto (Blind Vote) Sistema de votos múltiplos (Multivoting) Técnica de hierarquização da alternativas (Nominal Group Technique) Método Delphi Árvores de Decisão (Decision Trees) Etc. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 15 Governança Corporativa Vieses cognitivos coletivos – Groupthink Tipo de pensamento presente em grupos que buscam minimizar o conflito e alcançar consenso a qualquer custo, deixando de analisar criticamente idéias externas O groupthink leva as pessoas a evitar expor pontos de vista fora da zona de conforto do pensamento de consenso do grupo, a fim de evitar constranger ou irritar outros membros De acordo com Irving Janis, psicólogo pioneiro no estudo do tema nos anos 70: “A busca por consenso, aprovação e solidariedade entre os membros, pode levar o grupo a ignorar informações que contradizem a visão dominante, levando a decisões que apenas solidificam as posições iniciais do grupo. Quanto mais coeso o grupo e mais complexo o assunto para análise, mais provável será a existência de groupthink” Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 16 Governança Corporativa Vieses cognitivos coletivos – Cascatas informacionais (Information Cascades) Ocorre quando os membros do grupo possuem pouca informação prévia para tomada de decisão, deixando-se levar pelas opiniões iniciais dos outros membros, em tese mais bem informados e com interesse específico no assunto em questão Como resultado, as ações iniciais de alguns indivíduos resultam em um efeito cascata, na qual os outros acabam repetindo as ações do líder Perde-se então o ganho da “sabedoria coletiva”, essência da busca por decisões colegiadas, já que a decisão passa a conter apenas a opinião das primeiras pessoas, e não a soma das opiniões individuais No contexto dos conselhos, é possível que conselheiros pouco preparados para as reuniões (sem tempo para leitura e aprofundamento dos temas) sejam induzidos a aceitar as opiniões das pessoas que se manifestaram inicialmente, geralmente o CEO ou Presidente do Conselho Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 17 Governança Corporativa Cultivo da consciência das pessoas como parte da boa governança (1/3) Os mecanismos de governança corporativa foram inicialmente com base na teoria econômica tradicional Esta teoria parte do pressuposto que agimos como homo economicus, isto é, que procuramos em todos os instantes maximizar nossos ganhos econômicos individuais, sem considerar impactos sobre terceiros Como resultado, a governança corporativa foi formulada inicialmente como um conjunto de mecanismos de incentivo e controle a fim de alinhar interesses e monitorar de perto pessoas que pensam apenas em si Entretanto, várias pesquisas recentes mostram que as pessoas agem de forma cooperativa e não egoísta na maior parte do tempo, aceitando muitas vezes se sacrificar em prol do melhor resultado coletivo Em outras palavras, mostram que os seres humanos agem como homo sapiens e não como homo economicus na maior parte do tempo desenvolvidos Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 18 Governança Corporativa Cultivo da consciência das pessoas como parte da boa governança (2/3) Centenas de estudos experimentais mostram que os seres humanos são dotados de consciência e que seu peso nas decisões pode mudar em função das circunstâncias Especificamente, um comportamento cooperativo não egoísta em prol da coletividade (incluindo o cumprimento das regras) pode ser ativado em função de três fatores principais: Instruções e exemplo das lideranças; Expectativa de que os outros agirão da mesma forma; Magnitude dos benefícios causados a terceiros. Além destes, a distância social e a idade são outros fatores importantes Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 19 Governança Corporativa Cultivo da consciência das pessoas como parte da boa governança (3/3) Trazidos para o campo da governança, os resultados desses trabalhos corroboram a necessidade de práticas tais como: Ações de conscientização capitaneadas pelas principais lideranças, de forma a sinalizar os padrões de conduta esperados Disseminação de exemplos práticos de decisões tomadas em prol do grupo por gestores envolvidos em dilemas éticos Adoção e internalização de Códigos de Ética e Conduta Promoção de encontros periódicos com os stakeholders da empresa, de forma a compreender os impactos causados por suas ações Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 20 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Relatório anual de desempenho do Conselho de Administração (1/2) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 21 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Relatório anual de desempenho do Conselho de Administração (2/2) Principais temas a constar do documento: Datas e duração das reuniões Frequência dos membros Principais temas debatidos Avaliação de desempenho do conselho, conselheiros, diretor-presidente e diretoria executiva Principais mudanças organizacionais e no conselho durante o período Sistema de controles internos da companhia Questionamentos de acionistas recebidos durante o exercício Relatórios dos comitês do conselho Conformidade da companhia com principais códigos de governança, etc. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 22 Governança Corporativa Práticas Emergentes Percentual de ações detidas direta ou indiretamente por cada conselheiro Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 23 Governança Corporativa Práticas Emergentes Reflexão sobre a independência dos conselheiros Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 24 Governança Corporativa Práticas Emergentes Reflexão sobre a independência dos conselheiros Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 25 Governança Corporativa Práticas Emergentes Regras para transações com partes relacionadas e outras situações envolvendo conflito de interesses Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 26 Governança Corporativa Práticas Emergentes Regras para transações com partes relacionadas e outras situações envolvendo conflito de interesses Itens a constar de uma política para partes relacionadas e conflito interesses: 1. Definição clara de “partes relacionadas” e “situações envolvendo conflito de interesses” 2. Procedimentos a serem seguidos em ambas situações 3. Órgão responsável relacionadas pela aprovação das transações com partes transações com partes 4. Atuação da parte sujeita a conflito de interesses 5. Divulgação transparente relacionadas realizadas 6. Mecanismos para implementação e periódica disseminação da das política e garantia de sua Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 27 Governança Corporativa Práticas Emergentes Regras para contribuições políticas, doações e relacionamentos com entidades sem fins lucrativos (1/3) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 28 Governança Corporativa Práticas Emergentes Regras para contribuições políticas, doações e relacionamentos com entidades sem fins lucrativos (2/3) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 29 Governança Corporativa Práticas Emergentes Regras para contribuições políticas, doações e relacionamentos com entidades sem fins lucrativos (3/3) As empresas são ficções jurídicas que per se não possuem preferências políticas: quem as possui são seus principais dirigentes Tais como outras decisões empresariais, as contribuições envolvem recursos dos acionistas, devendo ter como foco a geração de valor As boas práticas de governança recomendam que as empresas: 1. Elaborem políticas claras (e publicamente disponíveis) para lidar com o tema 2. Assegurem que seus conselhos de administração se envolvam ativamente nessas decisões 3. Publiquem de forma transparente todas as contribuições políticas realizadas no período, prestando contas aos seus acionistas Adicionalmente, deve-se explicar aos investidores a lógica por trás dos desembolsos políticos, de forma vinculá-los à criação de valor Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 30 Governança Corporativa Práticas Emergentes Atuação de conselheiros junto a investidores via assembleias e outros eventos da mesma natureza – canal de comunicação com acionistas Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 31 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Conselho de Administração: práticas de governança do estado da arte (2/2) 6. Definição de programas de educação continuada para todo o conselho 7. Definição de programa de introdução de novos conselheiros, orientando-os sobre as políticas corporativas, código de conduta, principais leis e regulamentações aplicáveis, regras para negociação de valores mobiliários, etc. 8. Alocação de ao menos 1 dia por ano do Conselho para discussão estratégica em local externo à companhia 9. Estruturação do cargo de Secretário de Governança Corporativa, a fim de melhorar o fluxo de informações e o funcionamento do conselho e demais órgãos de governança Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 32 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Questões em aberto para Conselhos de Administração: novas fronteiras (1/2) 1. Como avaliar o desempenho individual dos conselheiros, principalmente o do presidente do conselho? 2. Como remunerar/fornecer os incentivos adequados para os conselheiros de administração? 3. Como assegurar a melhor composição do conselho e ao mesmo tempo promover de forma ativa maior diversidade no órgão? 4. Como exercer adequadamente seu papel de supervisão das atividades de controle – gerenciamento de riscos, compliance e controles internos – sem entrar excessivamente na gestão operacional da companhia? 5. Como resolver a dualidade de funções dos controle/supervisão vs. desempenho/criação de valor? conselhos: Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 33 Governança Corporativa Evolução dos Conselhos Questões em aberto para Conselhos de Administração: novas fronteiras (2/2) 6. Conselheiros representantes de acionistas minoritários (tais como gestores de fundos) devem ser considerados independentes? 7. Deve haver um limite de tempo para um conselheiro deixar de ser considerado independente e um limite máximo de outras atividades a serem exercidas simultaneamente? 8. Como assegurar uma composição do CA que evite que o órgão muitas vezes delegue na prática suas atribuições para comitês compostos por técnicos? (comitês auditoria, finanças, etc.) 9. Como aumentar a produtividade das reuniões do órgão? (definição da pauta, dinâmica da reunião, dedicação e foco dos conselheiros, etc.) 10. Como utilizar adequadamente a tecnologia da informação a fim de aprimorar o fluxo de informação para os conselheiros e o funcionamento dos conselhos? (portais, intranets, tablets, etc.) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 34 Governança Corporativa Práticas Emergentes Como resolver a dualidade de funções dos conselhos de administração: controle/supervisão vs. desempenho da organização? Papéis do Conselho de Administração Prestação de Contas: Para fora da empresa ‒ Relatórios para públicos externos ‒ Transparência ‒ Imagem da empresa perante stakeholders CONTROLE Para dentro da empresa ‒ ‒ ‒ ‒ ‒ Supervisão / Monitoramento: Supervisão da gestão diária Monitoramento dos executivos Controle orçamentário Avaliação de desempenho Controle da implementação das políticas, controles e gestão riscos ‒ Verificação padrões éticos / conduta Foco no passado / presente Estratégia: ‒ Formulação ‒ Leitura do ambiente externo: SWOT ‒ Análise competidores Análise regulação atual e futura ‒ Decisões de fusões e aquisições ‒ Decisões de captação recursos DESEMPENHO Elaboração de Políticas: ‒ Definição Missão e Valores ‒ Definição políticas gestão de riscos, financeira, comercial, RPTs, TI, dividendos, sustentabilidade, etc. ‒ Revisão Código de Ética ‒ Revisão Práticas de Governança Corporativa Foco no futuro Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 35 BACK UP Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira® 36