I N F O R M AT I V O
BOLETIM
Nº 29/2012
21 de Novembro de 2012
SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO PA/AM/MA/AP
Filiado à CSP-Conlutas
Gerentes ignoram insegurança e pressionam
trabalhadores da Transpetro Belém
Em março desse ano, um DIP
(documento interno Petrobrás) da
Transpetro, decretava vazamento
“zero” em seus terminais.
Pensam, os iluminados, que
definir diretrizes a partir do alto
escalão é suficiente para resolver
questões de segurança nas unidades
da empresa.
Uma das diretrizes diz: “ Não
são aceitáveis improvisações de
instalações, interligações e/ou uso
inadequado de equipamentos que
causam aumento de nossos riscos”.
No terminal de Belém, até
setembro desse ano, existia uma
interligação da linha de RACI
(Rede de Água de Combate a
Incêndio) com a linha de GLP (Gás
Liquefeito de Petróleo), produto
altamente
inflamável.
Nessa
interligação não havia válvula de
retenção e, as válvulas da linha de
GLP e da rede de água de combate a
incêndio estavam dando passagem,
ou seja, sem vedação, a linha
de água utilizada para combater
incêndio estava sendo contaminada
com o GLP. Essa situação já
perdurava desde os primórdios do
terminal e nenhum gerente local,
regional ou iluminado percebeu o
risco e tomou providências.
Além disso, a rede de água
de combate a incêndio do terminal
é alimentada pelas bombas da BR
(Petrobrás Distribuidora), que fica
em área contígua ao terminal. Essas
bombas não são confiáveis, não
possuem plano de manutenção e
perdem eficiência. As válvulas, de
alinhamento e retenção, do sistema
de combate a incêndio, estão
dando passagem. Essa situação é
inadmissível e de grande potencial
de risco para os trabalhadores,
comunidade e patrimônio da
empresa.
Temos alertado nos comitês
de SMS que as ações definidas no
escalão executivo da empresa, não
são cumpridas na ponta porque
os gerentes locais ignoram. A
situação no terminal de Belém
é um grande exemplo. Tanto o
gerente local quanto o regional,
situado em Manaus, ignoraram
todos os problemas de insegurança
do terminal. Isso levou ao acidente
ocorrido em julho em que um
supervisor foi punido injustamente,
ficando os gerentes, os verdadeiros
culpados pelo acidente, impunes.
Passado menos de um
semestre do ocorrido, segue o
descaso com a segurança dos
trabalhadores, só que agora com
mais um agravante, os operadores
estão sendo perseguidos pela
gerência e supervisão a executar
serviços que não obedecem às
normas e procedimentos adequados
de segurança. Cobram desses
trabalhadores que saiam da rotina
operacional para executar obras
de instalação de equipamentos
e não seguem nenhuma regra de
planejamento. Assim, além da
insegurança, os operadores ainda
sofrem a sobrecarga de trabalho,
visto a insuficiência de contingente
até para os procedimentos que
fazem parte da rotina laboral.
O gerente regional, local e até
os supervisores ignoram as
diretrizes do DIP mencionado
acima. Serviços são feitos sem
planejamento e sem equipe técnica
disponível,
afrontando
outra
diretriz do documento.
A situação vem provocando
grande preocupação entre os
petroleiros, que estão procurando
o sindicato para denunciar e exigir
o fim desses problemas, já que
quando procuram o gerente da
unidade são acusados de não querer
trabalhar. O sindicato já denunciou
a questão ao Sr. Sérgio Machado e
ao Sr. Claúdio Godim, presidente
e gerente geral da Transpetro,
respectivamente, e recebeu como
resposta que seria realizada uma
visita à unidade para averiguação
dos fatos, no entanto, passados
quase quatro meses nenhuma
medida foi tomada e o problema
segue sem solução.
Informe: O Sindipetro PA/AM/MA/AP está agendando uma reunião com a Petrobrás
para discutir a antecipação da PLR 2013, que acontecerá logo no início de dezembro,
com data a ser definida.
Fortalecer a luta contra o racismo: 20 de
novembro, Dia da Consciência Negra
Ontem, terça-feira (20) foi o
Dia Nacional da Consciência
Negra. Um dia para refletir sobre
as circunstâncias em que vivem
– e como vivem – os negros
no Brasil de hoje, e reforçar a
luta dessa população contra a
opressão e a discriminação a
que foram submetidos, durante
séculos, tratados como coisas,
como mercadorias. E mesmo com
a proibição da prática escravista,
há quase um século e meio, ainda
há muito que fazer para tentar
amenizar as práticas de exclusão
que perduram ainda hoje.
A escravidão do negro no Brasil
durou quase quatrocentos anos, em
contraste com apenas 122 anos de
trabalho livre, o que constitui uma
prolongada experiência histórica
que até hoje deixa marcas profundas
nessa população. Apesar dos
avanços, ainda existe uma grande
desigualdade no país. Dados da
Pesquisa Nacional de Amostragem
Domiciliar (PNAD), do IBGE,
aponta que os negros são apenas
20% dos brasileiros que ganham
mais de dez salários mínimos e
20% dos brasileiros que chegam
a fazer pós-graduação no país. Os
dados também mostram que 13%
dos negros com idade a partir de
15 anos ainda são analfabetos.
Somando todas as raças, o total
de pessoas que não sabem ler nem
escrever no país chega a 10% da
população. O maior percentual de
analfabetismo entre a população
negra está registrado no Nordeste
(21%), depois o Norte e o Sul, cada
um com 10%.
No país da diversidade racial, os qualificação dos negros e pardos,
negros continuam estudando menos, que historicamente têm menos
enfrentando maiores dificuldades acesso à educação no Brasil,
para conseguir emprego e recebendo pode explicar as constatações da
salários menores no mercado de pesquisa.
trabalho, de acordo com inúmeras Em 2010, o governo instituiu
pesquisas de institutos e ONGs o Estatuto da Igualdade Racial
ligadas ao assunto. No geral, os como forma de buscar assegurar
números revelam a situação do direitos políticos, econômicos,
negro na sociedade brasileira: na sociais e culturais da população
esmagadora maioria, trata-se de negra, através de ações afirmativas
um cidadão que vive sempre à que dessem conta das demandas
margem e em desvantagem devido históricas. Mas o estatuto está na
à discriminação e ao preconceito. contramão dos avanços nas lutas
Segundo a PNAD, o salário dos dos negros contra o racismo. A
negros é 50% mais baixo que o política de cotas raciais não é o
dos brancos, enquanto os negros melhor critério para garantir vagas
recebem R$ 660,00 os brancos para negros nas universidades
possuem salário médio de 1.292,19, brasileiras, mas é válido enquanto
maioria de carteira assinada.
política social para as populações
As cidades que concentram maior que sofrem até hoje com a exclusão
população negra e parda têm social.
índices mais altos de desemprego Percebemos pequenos avanços em
do país, aponta estudo divulgado prol da população negra brasileira.
pela Fundação Getúlio Vargas Mas é preciso fazer muito mais para
(FGV). A pesquisa é feita com base vencermos esta luta da dominação
em cruzamentos estatísticos dos racista, contra a exploração, por
dados da Pesquisa Nacional por melhores condições de trabalho e
Amostra de Domicílios (PNAD), de existência! Abaixo o racismo e
do IBGE, de 2008 e 2009. A baixa viva o Dia da Consciência Negra!
Texto: Rui Pena / Fonte: www.sindtifes.org.br
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