Schistosoma mansoni
e
Esquistossomose
Filo Platyhelminthes
Classe Trematoda
Família Schistosomatidae
Gênero Schistossoma
S.mansoni
S .haematobium Bilharz, 1852
Esquistossomose vesical
África e Oriente Médio.
Hospedeiro intermediário
Molusco Bullinus
Sambon, 1907
Esquistossomose intestinal
África, Antilhas, e América do Sul.
Hospedeiro intermediário Molusco
Biomphalaria glabrata
S.japonicum Katsurada, 1904
Esquistossomose intestinal
China, Japão, Ilhas Filipinas e
Sudeste Asiático.
Hospedeiro intermediário
Molusco Ocomelania
Biomphalaria tenagophila
Biomphalaria straminea
MORFOLOGIA
Forma oval, sendo que na porção mais larga apresenta
um espículo voltado para trás. O que caracteriza o ovo
OVO maduro é a presença de um miracídio formado,m
visível na transparência da casca. O ovo maduro é a
forma usualmente encontrada nas fezes.
MIRACÍDIO
-Forma cilíndrica, apresentando células
epidérmicas onde se implantam os
cílios (responsáveis pelos movimentos no meio
aquático).
-Apresenta células germinativas (50 a
100), que darão continuidade ao ciclo no
caramujo.
Terebratorium ou Papila Apical
Pode se amoldar em forma de ventosa, nessa
estrutura encontram-se as terminações das
glndulas adesivas e das glândulas de penetração.
1
CERCÁRIA
- Cauda bifurcada ( locomoção no meio líquido).
-2 ventosas presentes:
1 ventosa oral (apresenta as terminações das glândulas de
penetração)
1 ventosa ventral (ou acetábulo – fixação na pele do hospedeiro
no processo de penetração).
ADULTO
MACHO & FÊMEA
Macho:
–cor
esbranquiçada,
minúsculas projeções.
tegumento
recoberto
por
-corpo dividido em 2 porções (anterior e posterior). Na
anterior estão as ventosas oral e ventral. Na posterior
está o canal ginecóforo (dobras laterais do corpo que
albergam a fêmea para fecundá-la.)
Fêmea:
-coloração mais escura devido ao ceco com sangue
semi-digerido e tegumento liso.
- Na metade anterior se encontram as ventosas e a
posterior está preenchida pelas glândulas vitelinas.
Habitat
Os vermes adultos vivem no sistema porta, atingindo o fígado. Com a maturação sexual
(cerca de 25 dias), migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, onde se acasalam e em
torno do 35° dia, as fêmeas iniciam a postura dos ovos.
macho e fêmea
ovos
Ciclo evolutivo
miracídio
2
cercária
caramujo
TRANSMISSÃO
 Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. Elas penetram mais freqϋentemente nos pés e
nas pernas por serem áreas do corpo que mais ficam em contato com águas contaminadas.
Vistas em maior quantidade na água e em maior atividade entre 10 e 16 h, quando a luz solar e o
calor são mais intensos.
Locais mais freqϋentes de transmissão: focos peridomiciliares – valas de irrigação de hortas,
açudes, pequenos córregos (onde as lavadeiras e as crianças costumam ir).
Esquistossomose Mansônica Aguda
Fase Pré-Postural (ocorre cerca de 10-35 dias após a infecção)
Sintomas:
•forma anaparente ou assintomática
•forma sintomática – mal estar, febre, tosse, dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de
hepatite aguda.
Fase Aguda
(aparece em torno de 50 dias e dura até cerca de 120
dias após a infecção)
Sintomas:
•enterocolite aguda (intestino), formação de granulomas no fígado, febre, sudorese calafrios,
emagrecimento, fenômenos alérgicos, diarréia, disenteria,, cólica, tenesmo, hepatoesplenomegalia
discreta, leucocitose com eosinofilia, aumento das globulinas e alterações discretas das funções
hepáticas. Pode ocorrer a morte ou evoluir para a forma crônica.
Fase Crônica
(de evolução lenta, na maioria dos casos é benígna)
Sintomas:apresenta grandes variações clínicas
Forma intestinal:
perda de apetite, desconforto abdominal, diarréias e disenteria com presença de catarro e sangue nas
fezes. Há também cólicas intestinais, tenesmo retal, emagrecimento e astenia
Forma hepatoesplênica:
má digestão, sensação de plenitude gástrica, dor abdominal vaga e difusa, azia, eructações, flatulência,
desanimo, indisposição geral, inapetência, emagrecimento, irritabilidade e nervosismo. Alguns pacientes
apresentam uma tumoração no abdôme. A anemia é agravada pelas hemorragias. Leucopenia e
plaquetopenia.
Forma cardiopulmonar:
tosse seca ou com secreção viscosa com sangue, sinais de bronquite, broncopneumonia e crises asmáticas.
Insuficiência circulatória, dispnéia, palpitações e tonturas. Nota-se êxtase nas veias jugulares, congestão
hepática e pulmonar, edemas generalizados.
ESQUISTOSSOMOSE HEPATO-
ESQUISTOSSOMOS
E INTESTINAL
ESPLÊNICA
HIPERTENSÃO PULMONAR
ESQUISTOSSOMÓTICA
Schistossoma mansoni granuloma
schistossomótico em
fígado, causado pela
presença de ovos do
parasito (setas).
FIBROSE
de SYMMERS
HIPERTENSÃO
PORTAL
3
DIAGNÓSTICO
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
CLÍNICO:
•clínico-epidemiológico
•diferencial amebíase ou diarréia por outros
parasitos
•formas graves devem ser diferenciadas de
leishmaniose visceral,
febre tifóide, linfoma hepatoma
LABORATORIAL:
Diagnóstico Parasitológico:
• pesquisa de ovos nas fezes método de KatoKatz
• biópsia retal ou hepática apesar de não ser
recomendada na rotina
•Endemia mundial, ocorrendo em 52 países e territórios,
principalmente na América do Sul, África, Caribe e leste do
Mediterrâneo.
• No Brasil, é considerada uma endemia em franca expansão
e já atinge 19 estados:
-forma endêmica e focal: do Maranhão até Minas Gerais;
-focos isolados: Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São
Paulo,Paraná,
Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do
Sul.
Vigilância Epidemiológica
Objetivos - Evitar a ocorrência de formas graves; reduzir a
prevalência da infecção; e impedir a expansão da endemia.
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO:
•Intradermorreação
•Imunofluorescência
•Reação de fixação do complemento
•ELISA
•PCR
Notificação - Não é doença de notificação compulsória
nacional, mas deve-se observar as normas estaduais e
municipais.
Definição de caso:
Suspeito - Indivíduo residente ou procedente de área
endêmica, com quadro clínico sugestivo e história de
exposição.
IMAGENOLOGIA
FATORES
EPIDEMIOLÓGICOS
• Densidade cercariana no local
• Hora
• Tempo de permanência
• Extensão
da
superfície
corpórea
exposta
• Sexo e Raça: baixa incidência de formas
graves na raça negra.
• Idade: alta prevalência nos jovens
(sistema imune e aspectos
comportamentais)
•Atividade recreativas e profissionais
Possui baixa letalidade e as principais
causas de óbito estão relacionadas às
formas clínicas graves .
Confirmado - qualquer caso suspeito que apresenta ovos
viáveis de S. mansoni nas fezes, ou comprovação através de
biópsia retal ou hepática.
Tratamento
Oxamniquina e Praziquantel – em pacientes com ovos víaveis nas
fezes ou na mucosa retal, preferencialmente indivíduos com até
20 anos.
-oxomniquina (aminoalquiltolueno – efeito anticolinérgico,
inibição da síntese de ácidos nucléicos) dose oral única,
15mg/kg, em crianças, 2 doses diárias orais de 10mg/kg, após as
refeições.
Praziquantel (isoquinolino-pirazino) – dose oral diária de
60mg/kg 3 dias consecutivos – lesa o tegumento do parasito.
Cuidado com a medicação em indivíduos com alterações
neurológicas, mulheres grávidas doenças cardíacas graves e
hepatite.
Medidas de controle
Controle dos portadores:
Identificação e tratamento dos portadores de S.mansoni;
-Através de inquéritos coproscópicos;
-Quimioterapia específica visando impedir o aparecimento de formas graves e pela redução da carga
parasitária dos indivíduos.
Controle dos hospedeiros intermediários:
-Pesquisa de coleções hídricas, para determinação do seu potencial de transmissão;
-Tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica.
Notificação permanente das condições de transmissão:
-Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento ambiental nos focos de esquistossomose .
PROFILAXIA:
Tratamento da População, Saneamento Básico,
Combate aos caramujos transmissores.
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