Publicação da associação brasileira de distribuidores volkswagen
Ano 34 • n• 303
ABRIL 2O12
Amarok
A aposta da Volkswagen
N
Amarok,
a melhor na categoria
ão é de hoje o interesse do consumidor pelas picapes. No mundo, esse
segmento vende cerca de dois milhões de unidades e no Brasil a tendência é a mesma,
tanto que a competição entre as marcas está cada vez mais acirrada.
Com mérito, a Amarok, da Volkswagen, vem conquistando a preferência dos
apreciadores de picapes, inclusive dos que vivem nas grandes cidades.
Desde o seu lançamento, em maio de 2010, a picape implantou no mercado uma
nova referência no padrão de tecnologia embarcada: na motorização com impacto
na redução de consumo de combustível e emissão de poluentes, no aumento da
segurança ativa e passiva e o no conforto tanto para o motorista quanto para o
passageiro, além do maior e mais ergonômico compartimento de carga da categoria
(2,52 m2) com facilidade de acesso.
A Amarok Highline Automática, a mais recente versão da marca, estreou com grande
sucesso e mereceu da imprensa especializada o primeiro lugar entre as picapes
médias encontradas no mercado nacional. As revistas 4 Rodas e Car and Driver
analisaram as concorrentes Nova Chevrolet S10, Nissan Frontier e Toyota Hilux.
A 4 Rodas apontou como destaque o motor biturbo com tração 4Motion integral, 180cv
e câmbio de 8 marchas, a 8ª utilizada como overdrive e o conforto: “Seu motor é mais
silencioso, o banco traseiro é confortável. Há boa oferta de equipamentos”, disse a
revista.
A publicação Car and driver, por sua vez, atribuiu notas: para o conjunto mecânico, 97
e para a performance, 87, superando as concorrentes.
Além da tecnologia, a Amarok Highline Automática se diferencia pela exclusividade
dos itens oferecidos: Airbag para motorista e passageiro, ABS Off – Road, EDL- Bloqueio
Eletrônico do Diferencial, Luzes de frenagem de emergência, Controle automático
de descida (HDC) incorporado ao ESP - Sistema Eletrônico de Estabilidade (opcional:
versões Trendline e Highline), Assistente para partida em subida (HSA) incorporado ao
ESP - Sistema Eletrônico de Estabilidade (opcional: versões Trendline e Highline) e RBS.
São muitos os benefícios oferecidos pela Amarok, mas a Volkswagen se preocupou
ainda com mais um, a maior facilidade de carregamento. Ao diminuir a altura entre o
assoalho da caçamba e o solo, ficaram apenas 780 mm.
Faça o test-drive.
SHOWROOM
Conselho Editorial
3
6 Quem Passou Por Aqui
24 Capa
A mensagem do Conselho Editorial.
5 Cartas
Amigos e personalidades que visitaram a Assobrav e
o Grupo Disal.
8 Gente
Getúlio Ursulino Netto, presidente da ABICAB Associação Brasileira da Indústria de Chocolate,
Cacau, Balas e Derivados, é um dos responsáveis por
comandar a festa mais doce do ano: a Páscoa.
14 Meio Ambiente
As projeções mais otimistas dizem que as mudanças
climáticas que causam aumento das áreas propensas
à seca e chuvas menos intensas e frequentes nas
zonas tropicais e subtropicais contribuem com a
diminuição de 20% da água do planeta. Isto significa
que até 2050, 2 milhões de pessoas em 48 países
enfrentarão problemas de falta d’água. É urgente
adotar práticas que no dia a dia contribuam para
evitar esta ameaça. Parte dos envolvidos no setor
automobilístico e proprietários de veículos já estão
fazendo a sua parte. Veja como.
18 Treinamento
4
A televisão foi a grande responsável pelo
incremento do ensino a distância. Com a
imagem os conteúdos ganharam vida.
Além disso, pela TV é possível aferir
a assistência do aluno à teleaula,
confirmando sua presença, bem como
A Amarok Highline Automática, a mais recente
versão da marca, estabelece novos padrões
de consumo de combustível, de segurança e
conforto, similares aos mais luxuosos carros
de passeio, com tecnologias absolutamente
novas no segmento de picapes médias como,
por exemplo, a tecnologia biturbo do motor
TDI biturbo de última geração com sistema de
injeção direta de combustível. A tração é 4x4
não permanente (4Motion) que proporciona
um excelente desempenho em qualquer
condição de piso, principalmente fora de
estrada. Para enfrentar essas situações mais
severas, a caixa de câmbio dispõe de um
sistema de redução para todo o terreno que
permite transpor até subidas íngremes, com
ângulo de 45º (100% de inclinação), com o
veículo totalmente carregado. Mas isto não é
tudo. Saiba mais sobre a Amarok Automática
no interno desta edição.
28 A Passeio
A Capadócia tem uma das histórias mais ricas
da Turquia. Foi capital do império hitita até
1.100 a.C. Importante província do Império
Romano, mencionada até na Bíblia.
36 Freio Solto
A opinião, a crítica e a ironia do jornalista Joel
Leite.
GENTE
A PASSEIO
CAPA
O que dizem sobre Showroom.
é permitido outorgar-lhe um certificado
de conclusão. Por essa razão, foi lançada a
Assobrav TV, veículo destinado ao treinamento
da Rede VW, bem como ao incremento da
comunicação entre a entidade, as empresas do
Grupo Disal e os concessionários.
3 Recado
37 TechMania
Os testes em laboratórios e em pistas
de provas da indústria automobilística,
segundo o jornalista Fernando Calmon.
38 Fala Sério!
O novo tom da crônica de Maria Regina
Cyrino Corrêa.
39 Quando a Bola
Rola...
O comentário de Marcelo Allendes sobre
o que acontece nos gramados, quadras,
piscinas...e em outros espaços também.
40 Novidades
O que há de novo em eletrônicos,
periféricos de informática e outras
utilidades.
41 Livros&Afins
Nossas dicas para a sua biblioteca,
cedeteca, devedeteca e pinacoteca.
42 Vinhos&Videiras
A opinião abalizada de Arthur Azevedo,
diretor executivo da ABS – Associação
Brasileira de Sommeliers – SP e editor da
revista WineStyle e do site www.artwine.
com.br
42 Mesa Posta
Receitas, segredos e informações sobre
a história da gastronomia com o chef
Gustavo Corrêa.
Publicação mensal da
Embora as mulheres influenciem as compras, ainda são
consideradas apenas como coadjuvantes na decisão, isto porque
permanecem em um “nível” abaixo dos homens no organograma da
sociedade.
Enquanto não houver, na prática, igualdade de salários e igualdade de
condições para o crescimento profissional nas empresas entre homens e
mulheres, o sexo frágil continuará a ser apenas o sexo frágil e não o sexo
que decide.
Paula Maria Nascimento
O poder de compra das
mulheres
Ótima a matéria de capa da edição
passada de Showroom (Edição 302 –
Março 2012). O comércio realmente
ainda não se deu conta do poder de
compra das mulheres e continua nos
tratando como crianças, oferecendo
apenas “mimos e brinquedinhos
femininos”, bens que não
correspondem às possibilidades e até
necessidades de investimento que
temos.
Juliana Prata
Tratamento diferente
Parabéns pela matéria sobre a
comemoração do Dia Internacional da Mulher. Longe da abordagem
comum, o texto da jornalista Silvia Bella nos mostra claramente, nas
diferentes expressões que possibilita a mídia, o quanto ainda se distingue
o apelo para homens e mulheres, ainda que ambos sejam, hoje em
dia, trabalhadores, empresários ou profissionais liberais, contribuindo
igualmente para o desenvolvimento da sociedade.
Joaquim Espírito Santo
Omã
Desconhecia as belezas de Omã. Foi uma grata surpresa encontrar este
destino nas páginas de Showroom (Seção A Passeio, Edição 302 – Março
2012).
Cleiton Pereira
Galaxy Tab 7.0
É muito bom o aparelho celular Galaxy Tab 7.0, apresentado por vocês na
seção Novidades da edição passada (Edição 302 – Março 2012). Estou com
um e o seu manuseio é espetacular, sem falar da qualidade da câmera, sem
dúvida, fora de série. Recomendo.
Marcelo Alves
N.R.: Recordamos que para receber Showroom mensalmente os interessados devem
enviar um e-mail à Redação ([email protected]) informando o seu endereço e
solicitando o envio da publicação. Os pedidos serão atendidos por ordem de chegada e
conforme a disponibilidade de exemplares.
Ano 34 – Edição 303 – abril de 2012
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Monteiro Filho, Orlando S. Álvares de
Moura, Amaury Rodrigues de Amorim,
Carlos Roberto Franco de Mattos,
Roberto Torres Neves Osório,
Elmano Moisés Nigri e
Rui Flávio Chúfalo Guião.
SHOWROOM
O sexo que decide
5
Walter Sigollo, superintendente de Recursos Humanos da Sabesp e
presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA/
SP, para, com o seu conhecimento profissional, engrandecer a tarde de
lançamento da Assobrav TV, dia 21 de março passado...
Esbanjando um português muito bem falado, o executivo
da Volkswagen do Brasil, Dieter Strass, do departamento de
Desenvolvimento da Rede VW, para mais uma reunião das
muitas agendadas para este ano...
6
Jacson Drews, diretor
da VW Carburgo, em
Novo Hamburgo,
Rio Grande do Sul, e
presidente da Unisul,
Região III, para trocar
experiências com
os concessionários
do “outro” Brasil,
durante encontro
geral da liderança
VW...
Também Samuel
Xavier dos
Santos, da VW
Ouro Minas,
de Ouro Preto,
Minas Gerais, e
presidente da
Unisudoeste,
Região VII,
compareceu à
sede da Assobrav
para analisar
o mercado
nacional e as
peculiaridades de
cada região...
José Ribeiro de
Castro, diretor
comercial da
VW Reauto, de
Contagem, Minas
Gerais, para uma
visita às instalações
da entidade e às
empresas do Grupo
Disal...
O presidente
executivo da
Dtcom, expert em
telecomunicação e
em treinamento a
distância, Leonardo
Petrelli Neto,
para participar do
primeiro programa
da Assobrav TV,
novo veículo de
treinamento e
comunicação da
Rede Volkswagen...
Paulo Huascar
Viana Junior, da
VW Auto Capital,
da encantadora
Florianópolis,
Santa Catarina,
pontualíssimo,
para discutir as
oscilações do
mercado e propor
melhorias nas
ações de varejo da
marca...
Diretamente de Barbacena,
Minhas Gerais, para a central de
atendimento da XVI Cenassobrav,
instalada na Assobrav, Edson
Picinin, da VW Apec, para
inscrever-se presencialmente no
maior evento da Rede VW...
SHOWROOM
Pedro Alberto
Pugliese, o Pitula,
da VW Ciavena, de
Arapongas, Paraná,
para, com simpatia
e engajamento,
participar dos
momentos decisivos
da Rede Volkswagen...
Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave
– Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores, para prestigiar o
evento e dar o testemunho de eficiência
do veículo como instrumento para o
aprimoramento dos diferentes públicos das
concessionárias, uma vez que a Assobrav TV
nasce espelhada na TV Fenabrave e destinada
ao mesmo sucesso...
7
Fotos: divilgação
8
Getúlio
Ursulino
Netto
O defensor do chocolate
Por Thais Martins
D
Revista Showroom: Como começou sua relação
com o chocolate?
Getúlio Ursulino Netto: Sou do interior de São
Paulo, de Marília. Na época da escola, meu pai
costumava me presentear com dois Sonho de Valsa
e um ingresso para o cinema a cada nota boa que
tirava nas provas. Era sempre uma expectativa para
receber o agrado. Cresci querendo vender chocolate.
Assim que me formei em marketing na Universidade
Católica de São Paulo, me apresentei na Lacta em
busca de trabalho. Falei que queria aprender com
eles. As pessoas ficaram surpresas com minha
iniciativa e me deram a posição de assistente do
diretor. O salário era baixo, mas não me importava,
falava que eles estavam me pagando para ensinar.
Como foi a experiência em trabalhar em uma
das principais indústrias de chocolate?
Foi um aprendizado sem fim. Sempre fui uma
pessoa de vendas, então enxergava cada produto da
SHOWROOM
Na Páscoa de 2011
fizemos 18 mil
toneladas, ou
seja, 18 milhões
de quilos de
chocolate para
se comer em
três dias.
esde a infância, Getúlio Ursulino Netto, tem
uma relação muito próxima com o chocolate. O
produto regeu sua trajetória profissional e hoje, como
presidente da ABICAB, é um dos responsáveis por
comandar a festa mais doce do ano: a Páscoa
Mais de 80 milhões de ovos de Páscoa invadiram as
gôndolas dos supermercados, lojas e padarias em
todo o Brasil com um grande número de variedades
e preços. Ao todo são quase 800 mil pontos de
venda que ficam mais coloridos com as tradicionais
parreiras que estamparam, este ano, cerca de 90
lançamentos, segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados
(ABICAB). Entre as novidades estão os ovos trufados,
de colher e os licenciamentos de marcas, aposta das
empresas para incrementar a venda de seus produtos
nesta época do ano.
O responsável por todo esse movimento é Getúlio
Ursulino Netto, também ex-diretor de marketing da
Lacta. Porém, seu amor ao produto vem de antes.
9
empresa isoladamente. O BIS, por exemplo, sempre
foi um campeão de vendas, mas mesmo assim
ainda poderia ser melhor. Ele era vendido a granel,
com muito açúcar e em pacotes com 20 unidades.
Depois de muito estudo, por volta dos anos 70,
sugeri fazer uma cobertura mais amarga para não
enjoar e embalar os biscoitos um a um, para que
o wafer não perdesse o “crack”. Isso facilitou até
mesmo para os supermercados, que passaram a
estocar o produto. Com certeza, este foi um dos
marcos de minha carreira na Lacta. De assistente de
diretor a diretor de marketing, ajudei a empresa a se
tornar a número um no segmento.
O senhor encabeçou uma campanha de
mudança cultural do produto também...
Sim, as pessoas encaram o chocolate como uma
guloseima, e muitos deixam de consumir com medo
de engordar. Só que o produto é feito de leite, cacau
e açúcar, propicia muita energia, é um alimento.
Os soldados comiam chocolate como fonte de
energia. Conceito não é uma coisa que se muda de
um dia para o outro. Por isso, criei campanhas que
abordavam seus benefícios: ser gostoso, alimentar e
fornecer uma “carga rápida de energia”.
Em relação sobre sua atuação nas entidades
do setor, o que o senhor destacaria como
conquista?
Paralelamente ao meu trabalho na Lacta, sempre
exerci cargo de liderança em entidades, inicialmente
no Sindicato das Indústrias de Produtos de Cacau,
Chocolate, Balas e Derivados do Estado de São
10
Paulo, SICAB e, posteriormente, na
ABICAB, onde estou no comando há 10
anos. O maior desafio foi transformar o
Brasil no quarto maior produtor mundial de
chocolate, mercado liderado pela Inglaterra,
Alemanha e Estados Unidos. Com a
melhora do poder aquisitivo, o mercado
cresceu 11% em relação ao ano passado;
passamos a exportar para 142 países.
A indústria brasileira tem progredido. O
consumo médio no sudeste é de quase 4
quilos, o mesmo que o consumo europeu.
Sobre a Páscoa: quais foram os números
do setor?
A indústria está cada vez mais criativa, ovos
com cascas diferentes, recheios, brindes,
licenciamento de marcas. Na Páscoa de
2011 fizemos 18 mil toneladas, ou seja,
18 milhões de quilos de chocolate para se
comer em três dias. Nossa perspectiva para
este ano é aumentar em 10% esse número.
Isto é o dobro da nossa economia. As lojas
desse segmento florescem. Não tem uma
empresa que abra suas portas e enfrente
grandes dificuldades. É um mercado em
ascensão.
Além disso, a Páscoa é uma época que gera
mais de 20 mil empregos temporários,
desde a fabricação até a comercialização
e exposição dos produtos nos pontos de
venda.
Anualmente a ABICAB realiza o Salão
de Páscoa. O que a iniciativa representa
para o mercado?
Representa um marco. Nossos associados,
as maiores indústrias de chocolates
(Kopenhagen, Cacau Show, Munik, Village,
Ferrero Rocher, Arcor, entre muitos
outros) apresentam em primeira mão
para a imprensa seus lançamentos para a
Páscoa daquele ano. Antes disso, ninguém
sabe quais serão as suas novidades. É o
momento em que a mídia e o consumidor
ficam sabendo o que poderão encontrar nas
lojas. É uma verdadeira festa.
Este ano, os destaques em termos
de produtos ficaram para os
ovos trufados, de colher e os
licenciamentos, estratégia que agrega
valor ao produto de 5% a 15%. Tanto
que a Nestlé, por exemplo, investiu
pesado. Dos seus 50 tipos de ovos, 11
são licenciados, como Justin Bieber,
Piratas do Caribe, Phineas e Ferb. A
Village terá o tema do Scooby-Doo,
Patati Patatá e Galinha Pintadinha. E
por aí vai.
Diante de tanto trabalho, sobra
tempo para descansar, ter hobbies?
É piegas falar, mas gosto de trabalhar.
Deus tem sido bom comigo, tenho
conhecimento, dons, ganhei dinheiro,
tenho liberdade. Hoje, com 77 anos,
devo para a sociedade o que recebi.
Por isto, trabalho alegre e com o que
gosto. O chocolate é bom para as
pessoas, e de certa forma contribuo
com isto.
muitos deixam de consumir com medo de
engordar. Só que o produto é feito de leite,
cacau e açúcar, propicia muita energia,
é um alimento. Os soldados comiam
chocolate como fonte de energia.
SHOWROOM
O que o chocolate representa para
o senhor?
Ele está ligado principalmente à
emoção. Reparem na expressão das
crianças ao abrirem um ovo de Páscoa.
Não tem preço.
Além disso, é um produto de grande
aceitação, é de bom gosto presentear
em qualquer ocasião, qualifica quem
dá. Em qualquer lugar conseguimos
comprar um bombom, com preços
variados, não pesa no bolso. Costumo
brincar que quem não consegue
vender chocolate, não consegue
vender mais nada.
Na sala de reunião da ABICAB
sempre temos. Costumo brincar que
é para repor nossas energias. Mando
chocolate para as autoridades com
recadinhos engraçados. “Quando sua
energia estiver acabando, use a nossa”.
11
Práticas
eficientes e
revolucionárias
para a economia
de água
Em poucos anos a água será um
recurso tão caro e escasso quanto o
petróleo é hoje, e com igual potencial
de causar disputas e guerras. Quando
sabemos que a Terra é azul, que três
quartos da superfície está coberta de
água parece alarmismo. Não é. Grande
parte, 97.5% dessa água é salgada e
não potável, é água dos oceanos. O
restante, 2.5% é água doce, estocada em
aquíferos (29.7%), em calotas polares
(68.9%), 0.5% em rios e lagos e 0.9% em
nuvens, vapor d’água etc. O resultado
final é que apenas 0.26% de toda água
existente no planeta está disponível
para consumo humano.
14
Por Rosângela Lotfi
disponibilidade mundial é pouca. A
população do planeta continua crescendo,
consumindo e poluindo excessivamente.
Aliado a isso ainda há o aquecimento
global. Segundo um dos mais importantes
e completos relatórios sobre a água no
mundo, feito pelo Programa Mundial de
Água da Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
as mudanças climáticas que causam
aumento das áreas propensas à seca e
chuvas menos intensas e frequentes nas
zonas tropicais e subtropicais, contribuem
com a diminuição de 20% da água do
planeta. O mesmo relatório destaca que até
2050, 2 milhões de pessoas em 48 países
enfrentarão problemas de falta d’água. Esta
é a projeção otimista. A pessimista afirma
que serão 7 milhões de pessoas em 60
países. Hoje já existem 1,1 bilhão de pessoas
praticamente sem acesso à água doce. Nos
próximos 20 anos, o mesmo relatório prevê
que a disponibilidade de água por pessoa
vai cair um terço. Ainda em 2050: 45% da
população mundial não terá a quantidade
mínima de água para necessidades
individuais básicas, independente de
qual previsão se concretizar e quando,
governos e a sociedade devem se mobilizar
para gerenciar os recursos existentes. E
há várias maneira de fazer isso: diminuir
drasticamente a poluição e não despejar
lixo em rios, lagos e canais (segundo a ONU,
cerca de seis milhões de toneladas de lixo
são diariamente despejadas nesses lugares);
desenvolver tecnologias que permitam a
captação, armazenamento e preservação
da água nos mananciais; tratamento,
transporte e distribuição eficiente das
águas públicas; regulamentação e controle
das captações (poços/cacimbas) dos
reservatórios subterrâneos de água potável;
tratamento e reaproveitamento das águas e
captação das águas da chuva, maximizando
os reservatórios e estoques de água,
usando de modo inteligente a água de
precipitação.
Abençoado
O mesmo relatório da ONU que prevê o
caos, destaca países que se sobressaem
quando o assunto é tratamento da água:
Finlândia, Canadá, Nova Zelândia e GrãBretanha apresentaram os melhores
desempenhos e lideram esse ranking. Já
o Brasil, Rússia, China e Canadá são os
países que detêm as maiores reservas de
água mundial. Só o Brasil, “abençoado
por Deus e bonito por natureza” tem em
seu poder 12% das reservas planetárias de
água doce. Mais um motivo para cuidar e
economizar.
Não é o que acontece, não ainda. Segundo
dados da Organização das Nações Unidas,
só com a higiene pessoal, os brasileiros
gastam duas vezes mais água do que seria
necessário. A ONU indica que uma pessoa
precisa de cerca de 110 litros de água
por dia para consumo e higiene. Mas, no
Brasil, o gasto diário por pessoa chega a
ultrapassar 200 litros. Somos “limpinhos”
e gostamos, igualmente, de deixar nossos
carros limpos. A lavagem de carros é
inimiga da economia e uso racional de
água. Estimam-se gastos da ordem de 320
litros de água por carro de passeio lavado
com mangueira. Com balde, a média de
gasto é de 80 litros.
Indústria
automobilística
preocupa-se há tempo
A preocupação com o uso correto, seja
pelos custos ou pelo impacto
ambiental, existe em todos os elos
da cadeia automotiva. As maiores
montadoras de automóveis no
Brasil investem pesado para
SHOWROOM
A
até 2050, 2 milhões de pessoas em 48 países
enfrentarão problemas de falta d’água.
15
cortar ao máximo possível os gastos com a água
utilizada na produção. Visam reduzir o custo
que representa entre 1% a 1.5% do valor total do
carro. A economia na conta de água também
é motivada pela preservação ambiental. A
Volkswagen, por exemplo, implantou um
Sistema de Gestão Ambiental e conquistou a ISO
14001 em todas as suas fábricas. A montadora
opera poços artesianos, renegociou contratos
com a Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp) e adotou uma
série de medidas de racionamento dos gastos
com água. Antes, gastava R$ 5 por metro cúbico
de água potável. Agora, gasta R$ 1. A meta é ser
autossuficiente no abastecimento e devolver
menos ao esgoto.
15 mil litros até o
concessionário
16
Segundo o mesmo relatório da Unesco, a água
invisível, isto é, a água que é usada na produção
de tudo que é fabricado, no caso de um carro de
passeio é da ordem de 14.800 litros só até chegar
à concessionária. Nas autorizadas os gastos
com água continuam, por isso, os empresários
da distribuição também procuram alternativas,
seja para atender a legislação ambiental,
para reduzir custos ou por preocupação com
sustentabilidade. No que tange à legislação,
alguns estados como o Rio de Janeiro já obrigam
atividades intensas de lavagem de veículos
como lava rápidos, postos de combustíveis,
transportadoras e empresas de ônibus a
reaproveitar a água utilizada na lavagem. A lei
visa evitar o desperdício de água potável e segue
o exemplo de alguns países que preservam os
recursos hídricos pela reutilização da água,
em um sistema que exige a implantação de
estações de tratamento. A água que escorre
da lavagem dos veículos –composta por sabão,
água de enxágue e cera - é transportada por
meio de calhas até uma cisterna e depois é
bombeada até tanques, onde recebe produtos
biodegradáveis, passa filtragem e decantação
até ficar limpa de novo. Um sistema
que custa aproximadamente R$ 120 mil.
Bem mais barato são os produtos que lavam
a seco como os da Ekobrazil – Inteligência
Ecológica. Empresa nacional com fábrica
em Santa Catarina e centro de distribuição
em Cachoeirinha (RS), a Ekobrazil existe há
quatro anos com uma linha de produtos de
limpeza residencial, industrial e automotiva
totalmente ecológica e focada na redução
do consumo de água.
Ecológico
Álvaro Ártico, executivo com larga
experiência na indústria automobilística
– trabalhou na Volkswagen do Brasil entre
1966 a 1990 e presidiu a VW Portugal – é
o representante nacional da fábrica. Ele
garante que o Eko Auto, voltado para a
limpeza tanto interna, quanto externa de
veículos, utiliza apenas 300 ml de água. “O
produto rompe as moléculas de gordura e
desengraxa e, na fórmula há componentes
naturais como a cera de carnaúba e
protetores de raios ultravioleta. O produto,
além de limpar, hidrata, impermeabiliza,
revitaliza e encera em uma única operação.”
E só misturar em um pulverizador cinco
mililitros do Eko Auto e 300 ml de água e
aplicar em pequenas áreas com um pano
macio em movimentos circulares, e dar
o acabamento com uma flanela limpa
também com movimentos circulares. Se o
veículo estiver muito sujo, ou necessitar
de limpeza interna, é só aumentar a
quantidade de água para no máximo 500
ml. Outra vantagem, conta Ártico, é que o
produto continua a quebrar as moléculas
de gordura até chegar ao destino final
totalmente degradado. O custo por lavagem
é irrisório: R$ 0.60 centavos mais o custo
da quantidade de água recomendada por
lavagem.
Carro-chefe da empresa Ekobrazil, o Eko
Auto destina-se aos 6,9 mil distribuidores
de veículos nacionais e importados e às 93,4
mil oficinas de reparação de veículos que
também utilizam muita água e produtos
químicos como querosene para limpar
as peças de reparo, além de lava rápidos,
locadoras de veículos etc. Além do custo
baixo, outra vantagem é que não é
preciso deslocar o carro para a limpeza:
o chão do showroom ou da oficina não
ficam sujos ou encharcados, a sujeira
fica no pano.
Alguns concessionários da Rede
Volkswagen como a Unidos e o Grupo
Abrão Reze de Sorocaba já utilizam o
produto, este último lavando cerca de 40
carros por dia.
A operação da Ekobrazil com o Eko Auto
começou em outubro de 2011. Sob o
comando de Ártico, está conquistando
o mercado com a nomeação de
representantes que realizam
demonstrações da eficácia da linha de
produto. Na região sul do País já foram
nomeados 2 mil representantes.
Representantes estão sendo
nomeados também em São Paulo, e a
empresa começa a se expandir para
a região norte-nordeste do Brasil.
Em São Leopoldo e Cachoeirinha,
os representantes passaram por
treinamento e, em Porto Alegre, a
empresa inaugurou em março uma
Central de Relacionamento com os
clientes. O próximo, conta Ártico, será em
Sorocaba (interior de São Paulo).
Outro serviço prestado pela Ekobrazil
para os concessionários, por enquanto
só em Porto Alegre, é a terceirização
de mão de obra para lavar os carros.
As concessionárias não precisam
nem se preocupar em deslocar
um funcionário para essa tarefa.
A linha completa de produtos abrange
todas as necessidades de limpeza, de
lojas à indústria. A linha residencial,
por exemplo, promete substituir com
qualidade e economia todos os produtos
de limpeza em uma casa, inclusive o
sabão em pó de lavar roupas. Promete
e demonstra para quem quiser conhecer a
remoção completa daquele branco, resultado
do resíduo de sabonete e xampu que ficam
incrustados no box de vidro no banheiro. Há
também uma linha para restaurantes e cozinhas
industriais que limpa e restaura peças de
alumínio e aço inoxidável.
Todos os produtos da Ekobrazil são certificados
pela Anvisa, Imetro e possuem selo de
adequação a ISO 14001 e, todos, seguem a
mesma filosofia: economizar água.
SHOWROOM
Linha completa
17
O ensino a distância revolucionou a vida de muita gente,
provando que sim, é possível aprender sem estar presente
em uma sala de aula e diante de um professor. As exigências
para isso, mais que técnicas são pessoais: foco, determinação,
disciplina e perseverança. Cada um ao seu tempo – liberdade que
contribui para o sucesso do método – todos alcançam o objetivo
sem pressão, e talvez por isso, com maior comprometimento.
N
18
Da Redação
o Brasil, o ensino a distância tem números
impressionantes: hoje o método forma mais
professores para a educação infantil e para o
fundamental 1 do que a educação presencial.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
demonstram que dos 118.376 estudantes
que concluíram essas habilitações em 2009,
65.354 (55%) graduaram-se por EAD (Ensino
a Distância), contra 52.842 (45%) egressos
da educação presencial. O resultado não
deixa dúvidas, indica uma tendência: a de
crescimento do Ensino a Distância no País.
Origem
Na verdade, a maior oferta de cursos a
distância no Brasil só vai validar uma
tradição, pois apesar de parecer um
método moderno, a origem do EAD
remonta à Alemanha no ano de 1890 e
à Universidade de Chicago, em 1881, que
oferecia um curso da língua hebraica por
correspondência.
No Brasil a modalidade chegou em 1937
com a criação do Serviço de Radiodifusão
Educativa, do Ministério da Educação,
que ministrava aulas por meio do rádio,
acompanhadas por apostilas.
A primeira empresa particular a trazer
um trabalho de ensino a distância foi
o Instituto Monitor, que desde 1939 já
atendeu mais de 5 milhões de pessoas.
Mais tarde, em 1941 foi criado o Instituto
Universal Brasileiro, disponibilizando
cursos por correspondência, no início
com material impresso e depois com
fitas de vídeo. O Instituto, que objetiva
a formação técnica, tem cerca de 200
mil alunos e já atendeu desde o seu
nascimento a 4 milhões deles.
Ambos - Instituto Monitor e Instituto
ou cidades afastadas dos centros
urbanos”, explica, argumentando
que este seria um dos principais
motivos para a aplicação de EAD no
aprimoramento de professores.
Um dos limitadores do ensino
a distância no Brasil é ainda
o tecnológico. Ao pensar na
internet como propagadora desta
modalidade, constata-se que
nem todos os municípios são
servidos de banda larga, apesar
de o País ser o quinto maior do
mundo em conexão a web e ter
um computador para cada dois
habitantes. Porém, essa limitação é
vencida facilmente pela televisão,
esta sim, com qualidade de
primeiro mundo.
Vantagens da TV
A persuasão da
imagem
No Brasil, a televisão começou a
ser utilizada para a transmissão de
conhecimento a partir de 1965 com a TV
Educativa, mas o grande salto foi dado
em 1977 com a criação da Fundação
Roberto Marinho, que também
colocaria no ar, em 1981, o famoso
Telecurso 1º e 2º graus, hoje Telecurso
2000, que ministra as matérias do
ensino fundamental e médio com o
apoio de apostilas.
Pela TV também avançaram os
cursos universitários, graças à
regulamentação por parte do governo
federal em 1998, que os reconheceu
legalmente. Hoje já são 215 cursos
superiores reconhecidos pelo MEC,
ainda que a maior procura continue
pelos cursos supletivos do ensino
médio.
“Em nosso país a EAD se impõe
como necessidade, diz João Carlos
Teatini, diretor de Ensino a Distância
da Capes, instância responsável pela
UAB, iniciativa do governo federal
de fomento à modalidade. “Essa
necessidade – diz ele - fundamentase, entre outros aspectos, pela
dimensão continental do território
e pela carência financeira de grande
parte da população.”
A internet ainda não
chega a todos
A maior parte dos cursos de
graduação da Capes destina-se
às licenciaturas para capacitar o
professor da Educação Básica, em
municípios do interior sem oferta
de educação superior pública.
“Eles enfrentam dificuldades
enormes de deslocamento. Não
têm tempo para se qualificar. Essa
realidade existe nas metrópoles
SHOWROOM
Universal Brasileiro – funcionam
até hoje, mesmo com a chegada da
TV nos anos 1950 e das mídias mais
recentes. É claro que a televisão foi a
grande responsável pelo incremento do
ensino a distância. Com a imagem os
conteúdos ganharam vida.
“O custo da televisão barateou
muito para a disseminação
do ensino a distância; hoje a
implantação da plataforma
tecnológica é cada vez mais fácil.
Além disso, pela TV é possível
aferir a assistência do aluno
à teleaula, confirmando sua
presença, bem como é permitido
outorgar-lhe um certificado de
conclusão”, afirma Leonardo
Petrelli, presidente executivo da
Dtcom – Educação e Comunicação
Corporativa, empresa pioneira
na utilização interligada de TV e
internet para promover educação
e desenvolvimento profissional no
ambiente corporativo e público.
Além de parceiro, Petrelli foi um
dos debatedores do programa
inaugural da Assobrav TV, veículo
destinado ao treinamento da Rede
VW, bem como ao incremento da
comunicação entre a entidade,
as empresas do Grupo Disal e os
concessionários. A transmissão,
ocorrida dia 21 de março passado
diretamente do auditório
da Assobrav, em São Paulo,
contou também com a
presença de Walter Sigollo,
superintendente de
19
Recursos Humanos da Sabesp,
Conceição Mirandola, diretora
da Fundação Volkswagen,
Leonardo Tosello, gerente da
Academia Volkswagen, Mauro
Imperatori, diretor de Assuntos
Jurídicos e Políticos da Assobrav
e Décio Carbonari de Almeida,
presidente da ANEF e do
Banco Volkswagen, instituição
patrocinadora da Assobrav TV.
O debate, comandado pela
jornalista Fátima Turci, da
Record News, foi transmitido ao
vivo para 321 locais, que cobrem
100% da área operacional de
vendas da Rede VW – mais
de 600 pontos de vendas –
atingindo 20 mil pessoas.
No auditório, executivos
da Volkswagen do Brasil,
convidados e concessionários
da capital paulista interagiram
com os debatedores. Das
outras regiões, os empresários
mandaram mensagens e
perguntas via SMS, e-mail e
telefone, além da participação
ao vivo dos concessionários
Cleide Simões Videira Cozzi, da
Marte Veículos, em São Paulo
e Helmult Altheim, do Corujão,
em Curitiba, que manifestaram
sua opinião acerca do
treinamento a distância e sobre
os benefícios que serão trazidos
com a Assobrav TV, diretamente
dos estúdios da Dtcom em São
Paulo e na capital paranaense.
Informar e
formar pessoas
20
“Hoje se concretiza mais uma
parte do sonho que começou
dois anos atrás, quando presidi
a Fenabrave”, disse Sergio
Reze, presidente da Assobrav
e principal incentivador
das TVs corporativas como
promotoras do treinamento
e desenvolvimento de
pessoas, momentos antes
de ter início o debate. “Com
a Assobrav TV, a Rede VW
vem se unir à iniciativa das
redes Ford e Volvo que já se
utilizam de suas TVs para
formar e informar pessoas,
nossa obrigação como líderes
classistas e como cidadãos”,
afirmou.
Conceição Mirandola, diretora
da Fundação Volkswagen,
também ressaltou a
importância do engajamento
das empresas na educação da
sociedade durante o debate:
“A Fundação Volkswagen
superou seus próprios
muros e foi participar da
educação formal, capacitando
professores e ajudando
estudantes em vários projetos
na escola pública, portanto,
é nosso objetivo comum
participar ativamente do
desenvolvimento do País e
esta ferramenta (Assobrav
TV) é mais uma porta que
se abre para essa meta.” Já o
superintendente de Recursos
Humanos da Sabesp, Walter
Sigollo, enfatizou a agilidade e
a eficiência da TV corporativa
para transmitir mensagens
a um grande público. “A
Sabesp precisou preparar 16
mil funcionários no Estado
de São Paulo, localizadas em
365 municípios diferentes,
quando mudou o seu perfil
de atendimento ao público e
a TV foi fundamental nesse
processo.”
O argumento foi referendado
por Mauro Imperatori,
diretor de Assuntos Políticos
e Jurídicos da Assobrav e
outro grande incentivador
do treinamento constante:”O
Brasil tem 8 milhões de
quilômetros quadrados,
tal como a União Europeia,
formada por 27 países.
A discrepância está em
que esses 27 países são o
maior repositório mundial
de cultura, enquanto nós
ainda temos 8 milhões de
quilômetros quadrados
para educar. Com a Assobrav
TV poderemos cobrir toda
a Nação com o mesmo
conteúdo, ao mesmo tempo,
por um custo que não vamos
cobrar”, disse, recordando
que a instalação das antenas
em cada concessionária da
marca foi patrocinada pela
Assobrav.
A revolução do
conhecimento
Além dos treinamentos e
comunicados que serão
dados pela Assobrav, pela
Volkswagen, pelo Banco
Volkswagen e pela Fundação
Volkswagen, a Assobrav
TV é vista por todos os
parceiros do projeto como
uma poderosa ferramenta
de inclusão social, no
instante em que possibilitará
outros conteúdos além dos
específicos dirigidos aos
diferentes profissionais
das concessionárias. “Nada
impede que um funcionário
do setor da contabilidade
assista ao curso de expressão
verbal ou língua estrangeira”,
salientou Sigollo, da Sabesp.
“Ao ofertar possibilidades de novos
conhecimentos, a organização
passa a agir em favor da retenção
de seus melhores colaboradores,
porque estando consciente de
que ela lhe dá a possibilidade de
crescimento também intelectual
e pessoal, o colaborador sempre
considerará sua permanência
na empresa, mesmo diante de
uma oferta tentadora”, emendou
Leonardo Tosello, da Academia
Volkswagen.
Um bom exemplo foi dado
pelo presidente do Banco
Volkswagen, Décio Carbonari de
Almeida, segundo o qual, além
dos treinamentos regulares aos
funcionários, o Banco convida
personalidades de outros
setores para falar a eles, como
recentemente aconteceu com o
crítico de cinema Rubens Ewald
Filho, que deu uma palestra sobre
a sétima arte aos colaboradores.
“Nossa preocupação com o bom
atendimento é muito grande. Por
isso, o Banco Volkswagen vai além
do mero treinamento técnico. Ao
contribuir para o desenvolvimento
pessoal de nossos colaboradores,
fazendo com que eles tomem
contato com o conteúdo e
o dia a dia de outras áreas,
temos certeza de que ao
oferecerem nossos produtos
aos clientes o farão com muito
mais propriedade, segurança e
competência.”
Próximos
programas
O Banco Volkswagen e o
Escritório Regional I da
Volkswagen do Brasil já
marcaram reuniões com a
produção da Assobrav TV
para adequar conteúdos e
escolher horários para suas
primeiras transmissões. Os
demais parceiros – Academia
Volkswagen e Fundação
Volkswagen – também
manifestaram interesse em
utilizar a Assobrav TV o mais
rapidamente possível para falar
a toda a rede de concessionários
concomitantemente.
“Estou muito impressionado
com o que vi aqui”, disse Jochen
Funk, diretor de Vendas da
Volkswagen do Brasil, ao final do
programa inaugural. “Através da
Assobrav TV teremos mais uma
poderosa ferramenta para
melhorar nossos treinamentos
e para contribuir com a
evolução pessoal dos diversos
públicos das concessionárias”.
Antes da transmissão
ser encerrada mais um
importante depoimento foi
dado, o de Flávio Meneghetti,
presidente da Fenabrave,
que, espontaneamente
subiu ao palco para dizer
que “é preciso quebrar a
resistência que se tem com
relação ao treinamento a
distância, pois sua eficiência
está comprovada através do
número de alunos inscritos
na modalidade. Enquanto em
2009 eram 52.8320, em 2010 já
eram 2.261.921. Eu espero que
com este exemplo da Assobrav,
mais associações de marca
criem as suas TVs, para que,
embaixo do grande guardachuva que é a TV Fenabrave,
possamos disponibilizar o
melhor conteúdo para o setor
da distribuição de veículos, e
assim, melhorar a prestação
de serviços aos nossos clientes,
objetivo maior do nosso
negócio.”
SHOWROOM
Jochen Funk (VWB), Petrelli (Dtcom), Sérgio Rezze (Assobrav), Flávio Meneghetti (Fenabrave)
e Décio Carbonari Banco VWB)
21
A hora e a vez das picapes
24
A frota brasileira cresceu 121% entre 2001 e 2011. Desconsiderando os veículos
pesados, os segmentos que mais avançaram foram as motocicletas e as
picapes, com impressionantes 304% e 106%, respectivamente. Algumas análises
apontam que o brasileiro dos rincões das regiões norte-nordeste está trocando
os burros e os jegues por motos. Já o mercado de picapes cresce atrelado, não
só à expansão do agronegócio e outras atividades econômicas, mas ao fato
de as caminhonetes estarem cada vez mais luxuosas, como os SUVs que delas
derivaram e são sonhos de consumo de muitos que nem cogitam colocar um
pneu na lama.
SOPHIA ZAHLE
té 2006, na conta do emplacamento
de veículos comerciais leves entravam
modelos tão dispares quanto o
descontinuado Fiat Fiorino até
o luxuoso Land Rover Defender.
Naquele ano, a Fenabrave mudou o
critério e passou a contabilizar os sub
segmentos (SUVs, picapes pequenas,
picapes grandes, etc.) separadamente
dentro da categoria comerciais leves.
O market share do segmento C de
picapes, que os jornalistas chamam
de médias, adotando a classificação
estadunidense (veículos com
comprimento superior a 5 metros e
capacidade de carga de uma tonelada)
e a Fenabrave chama de grandes,
oscila conforme a quantidade de
modelos oferecidos e renovação,
ou não, dos mesmos. Em 2006 essa
participação foi 23,6%, nos anos
seguintes ficou estagnada na casa
dos 20%, até amargar uma queda
de dois pontos percentuais em 2011,
alcançando 18,99% no acumulado do
ano passado.
Mais e mais
competidores
No mundo todo são vendidos cerca
de dois milhões desses veículos
anualmente. No Brasil, a competição
começou a se acirrar desde o ano
passado e este ano promete pegar
fogo, com a renovação e maior oferta
de opções e de modelos dos principais
players do segmento: a tradicional
S10 da Chevrolet, a Toyota Hillux, a
Mitsubishi L200, a Ford Ranger, a
Frontier da Nissan e a VW Amarok.
Especula-se ainda a entrada da Fiat,
com um produto decorrente da
associação com a Chrysler, que já
vendeu por aqui a Dodge Ram.
Caçula
Em 2011 a Mitsubishi lançou a L200
Triton, modelo 2012 com mais tecnologia
instalada; a Nissan, uma versão especial
da Frontier, e a Toyota fez um face-lift
na Hillux, adicionando dispositivos de
segurança, como controle de tração e
estabilidade, além de kit multimídia. No
primeiro trimestre deste ano, a veterana
com 16 anos de mercado e detentora
de quase metade da frota circulante
de picapes médias no Brasil, a S10, foi
totalmente renovada. O lançamento da
outra veterana, a Ranger, está prometido
para abril.
A Volkswagen entrou no segmento C
de picapes em 2010 com a Amarok e
conquistou prêmios importantes. No
Brasil, foi eleita pela revista AutoEsporte,
publicação da Editora Globo, a “Picape
do Ano 2011”, e venceu a categoria
“Picapes Médias Cabine Dupla até R$
90 mil” na eleição “Melhor Compra –
Edição 2011” da revista Quatro Rodas,
da Editora Abril. Na Alemanha ganhou
um prêmio organizado pela associação
que representa a indústria automotiva
alemã (VDA), conquistando a primeira
edição do “International Pick-Up Of The
Year 2011” no 63º Salão Internacional de
Veículos Utilitários de Hannover.
Para vários perfis
“Posicionar-se neste segmento é um
desafio para todas as montadoras,
porque objetivam atrair perfis distintos
de consumidores”, explica Julian Semple,
consultor sênior da Carcon Automotive.
Um desses perfis é o consumidor que
faz dela uso diário, que a utiliza
como ferramenta de trabalho e
busca a praticidade, robustez,
boa capacidade de carga e de
reboque, espaço na cabine,
SHOWROOM
A
25
acessíveis, inclusive, uma
exclusiva para frotistas. Hoje
é oferecida em cinco versões:
a básica cabine dupla, com
opções de tração 4x2 (traseira)
ou 4x4 selecionável e motor
turbodiesel 2.0 de 122 cv; a
Trendline e Highline 4x4 cabine
dupla com motor 2.0 TDI biturbo
de 163 cv, além da SE exclusiva
para frotistas. Agora, a linha
foi ampliada e a essas versões
soma-se outra: a versão de
cabine dupla equipada com
transmissão automática.
Melhor tecnologia
26
economia de combustível,
entre outros atributos, como
visibilidade e dirigibilidade. São
consumidores que rodam em
estradas esburacadas e de chão
batido, muitos são frotistas,
que compram as opções mais
simples, com cabine simples
ou dupla, tração 4x4 e motor a
diesel que são mais econômicos
que o motor a gasolina ou
flex. Tanto que uma pesquisa
sobre o perfil dos compradores,
realizada pela GM, revela
que 45% são fazendeiros ou
empresários; 41% rodam com
a picape ao menos uma vez
por semana em estrada não
pavimentada e 45% vivem em
cidades com menos de 500 mil
habitantes. Os mercados que
se destacam são: Goiânia
(GO), Cuiabá (MT), Campo
Grande (MS) e Ribeirão
Preto (SP).
Luxo, sofisticação,
elegância
O outro perfil de consumidor se
relaciona com o universo das
realizações e projeções de estilo
de vida. São consumidores que
buscam lazer, aventura, que
apreciam o design robusto, a
força, conforto, a tecnologia
avançada; que esperam o luxo e a
elegância encontrados em carros
mais caros, além da possibilidade
de rodar por diversos terrenos
e do fator combustível (diesel).
“Sem esquecer os que a usam
como ferramenta de trabalho, as
montadoras têm de pensar no
mercado de luxo”, afirma Semple.
Ao lançar a Amarok, a
Volkswagen optou por abrir
o mercado, focando nos
consumidores que buscam
luxo e estilo de vida e depois
disponibilizou versões mais
A nova Amarok estabelece
novos padrões de consumo de
combustível, de segurança e
conforto, similares aos mais
luxuosos carros de passeio, com
tecnologias absolutamente
novas no segmento de picapes
médias como, por exemplo, a
tecnologia biturbo do motor
TDI biturbo de última geração
com sistema de injeção
direta de combustível. A
tração é 4x4 não permanente
(4Motion) que proporciona
um excelente desempenho
em qualquer condição de piso,
principalmente fora de estrada.
Para enfrentar essas situações
mais severas, a caixa de câmbio
dispõe de um sistema de
redução para todo o terreno que
permite transpor até subidas
íngremes, com ângulo de 45º
(100% de inclinação), com o
veículo totalmente carregado.
a Amarok com cabine dupla, o comprimento da
caçamba é de 1.555 mm, o melhor do segmento,
assim como sua largura (1.620 mm). A superfície
de carga é de 2,52 m2. A Amarok consegue
transportar na caçamba um palete padrão Euro
(1.200 mm x 800 mm) na transversal.
Os itens conforto e sofisticação
são garantidos no modelo
Highline pelo ar condicionado
automático (Climatronic),
sistema de som sofisticado
e o revestimento dos bancos
em couro. Os equipamentos
de segurança também estão
presentes. A Amarok dispõe
de airbags para motorista e
passageiro dianteiro e cintos
com pré-tensores nos bancos
dianteiros. Como opcional,
o item de segurança ativa,
o ESP, controle eletrônico de
estabilidade. Parte integrante
da função ESP, o modelo, quando
equipado de gancho de reboque,
conta também com um sistema
de estabilização do conjunto.
Outro item é a possibilidade
do acionamento da função “off
road”, ao toque de um botão,
até uma velocidade de 100
km/h.
A aposta da
Volkswagen
“O ESP, os bloqueios
eletrônicos dos diferenciais
(EDS), o controle de tração
(ASR) e o sistema de frenagem
antibloqueio (ABS) são
adaptados a condições off
road, o que faz com que o ABS
reduza significativamente
a distância de frenagem,
mesmo na terra e em pisos
de cascalho. Abaixo de 30
km/h, com a função “off
road” ativada, entra em ação
o assistente de frenagem
em descidas, que mantém
a velocidade constante
em declives. O sistema
permite que o motorista
ajuste a velocidade, acionando
o pedal do acelerador ou
do freio, com o assistente
de frenagem em descidas
ativado”, informa a Montadora.
Produzida na Argentina, assim
como a maioria (exceção da S10)
das concorrentes, a Amarok é
a aposta da Volkswagen para
conquistar vários mercados
mundo afora, começando pela
América do Sul, mas também a
Europa, por suas características
de economia de combustível.
Sem esquecer o maior mercado
do mundo para essa categoria de
carro, a América do Norte, além
de Austrália, África e Ásia, locais
onde as picapes, por sua
versatilidade como
utilitário e de lazer, são
muito apreciadas.
SHOWROOM
Segurança
27
“Jorge é da
Capadócia,
viva Jorge!
Jorge é da
Capadócia, salve
Jorge!” Jorge Bem Jor
Terra de São Jorge, santo muito
amado no Brasil e no mundo, a
Capadócia tem uma das histórias
mais ricas da Turquia. Foi capital
do império hitita até 1.100 a.C.
Importante província do Império
Romano, mencionada até na
Bíblia.
Por Carolina Gonçalves
28
O
cenário onírico faria bonito em qualquer
filme de ficção científica com suas planícies
lunares e as grandes “chaminés de fada”, como
são conhecidas as formações rochosas que mais
parecem cogumelos gigantes. Mas ainda tem
mais. As casas são construídas dentro da rocha
e algumas cidades são subterrâneas. Há igrejas
dentro das cavernas, com surpreendentes afrescos
bizantinos. Este enorme “formigueiro” ainda pode
ser visto do alto, em voos de balão, que colorem o
céu azul da região.
Não é a toa que a Capadócia tornou-se um
destino cada dia mais procurado.
As formações rochosas vêm de erupções dos
vulcões Eriyes, Hasan e Melendiz, que cobriu
de lava uma região de 20.000 km2, há 30
milhões de anos. A erosão fluvial e do vento
desgastou o terreno pacientemente nos
milênios seguintes, esculpindo as chaminés
das fadas.
No início da era cristã, as comunidades
religiosas chegaram e batizaram de Göreme,
que significava “aqui você não pode me ver”.
Acredita-se que o próprio São Paulo passou
por estas igrejas.
A Capadócia é apontada como o segundo
berço do Cristianismo. Diz a lenda que Maria
teria sido levada para lá depois da crucificação
de Jesus Cristo.
São Jorge está representado em algumas
capelas do Museu a Céu Aberto de Göreme.
Ao lado dos Sítios Rupestres, o Museu a
Céu Aberto foi considerado Patrimônio
da Humanidade pela UNESCO. Ele guarda
tesouros dos primeiros cristãos que se
esconderam na região para sobreviver às
perseguições do Império Romano. É a maior
concentração de construções religiosas
trogloditas numa região onde este tipo de
patrimônio é muito frequente.
Sua vocação para centro da vida monástica
abrigou diversas igrejas escavadas nas
pedras, entre os séculos 7 e 13. Muitas delas
ainda são abertas às visitas. Os interiores
cobertos de afrescos bizantinos são
verdadeiras experiências sensoriais e de
fé, usados para a melhor compreensão dos
evangelhos naqueles primeiros tempos.
Retratos de Santos e
Novo testamento
Tokali Kilise - Igreja da Fivela - foi
construída no século 10, sobre uma
igreja mais antiga. É a maior, mais bem
conservada e muitas vezes renovada.
Muitos a consideram a mais fascinante de
todas em função de sua planta e de seus
afrescos. Mesmo tendo sido construídas no
mesmo século, duas partes da igreja são
chamadas de velha e nova. A velha
tinha uma nave com uma abóbada
de berço. Para a construção da nova,
foi demolida a abside. A velha é o
átrio da nova, que tem arcos de estilo
SHOWROOM
Vocação monástica
29
oriental e arcadas. Além da nova e da velha,
ainda tem uma capela lateral, à esquerda, com
uma nave abobadada, além de uma cripta com
três naves e sepulturas.
Os afrescos da igreja velha, da segunda metade
do século 10, são clássicos da pintura arcaica
da Capadócia, do período anterior ao período
iconoclasta. São cenas do Novo testamento
e retratos de santos, com cores pálidas e
predominância do vermelho e do verde.
Já os afrescos da igreja nova, também do século
10, ou mesmo do início do século 11, também são
arcaicos, com fundos azuis.
Mais igrejas e seus
significados
30
A Igreja do Elmali, também conhecida como a
Igreja da Maçã, é do século 11. Foi construída em
1050. É uma das menores e mais importantes.
O interior em formato de cruz traz cenas da
vida de Cristo, mártires e bispos. À direita do
altar encontra-se uma representação da Santa
Ceia, com o símbolo de um peixe, que em grego
é o acrônimo de Jesus Cristo, Filho de Deus,
Salvador.
A Karanlik Kilise - Igreja Escura - foi um
complexo monástico construído no século
11, com uma igreja, uma nave principal,
duas pequenas absides e quatro colunas.
Provavelmente, por entrar pouca luz, é uma
das igrejas onde os afrescos estão mais bem
conservados. O interior mostra cenas do Novo
Testamento como a Natividade, a Adoração
dos Magos, a Traição de Judas e um Cristo
Pantocrator, que traz as escrituras na mão
esquerda e tem a mão direita em posição de
benção, indicando sua dupla natureza, divina e
humana.
Datada do final do século 11, a Igreja de Santa
Bárbara traz pinturas aplicadas diretamente
sobre a rocha. Seu afresco mais famoso mostra
um gafanhoto ladeado por duas cruzes. A
interpretação mais provável é de
que o gafanhoto simbolize o mal,
contido pelas cruzes.
Lendas
Cidades
subterrâneas
Vale a pena visitar Derinkoyu, uma
das 36 cidades subterrâneas da
região. As cavernas interligadas
formam uma colmeia, onde
comunidades inteiras viviam em
tempo integral, usando cozinhas
comunais, estábulos, quartos,
igrejas, tudo sem uma fresta de luz,
sob o chão.
O que se sabe sobre estas
habitações é que foram usadas
pelo século 7, porém arqueólogos
divergem sobre sua origem. Alguns
datam como 4 mil anos a.C., ainda
da época dos hititas. Outros afirmam
que é ainda mais antiga, por volta
de 9 mil a.C. São 20 níveis, mas só
8 estão abertos à visitação pública.
Há cisternas para armazenar azeite,
sistemas de dispersão de fumaça
nas cozinhas sem ser notada na
superfície, armazéns para alimentos,
poços de água e um incrível sistema
de ventilação para que o ar entrasse
e percorresse todos os níveis, mesmo
os mais inferiores. A temperatura
ambiente gira sempre em torno
de 13ºC, independente do clima lá
fora. Daí surge uma das teorias de
sua origem, como abrigo durante
uma era glacial. Escavada na rocha
vulcânica, também pode ter sido
construída como refúgio em caso de
guerra, por sistemas de segurança
que destacam-se em sua arquitetura
rudimentar.
São mais de 600 saídas conhecidas,
além de um túnel de 8 km que liga
a cidade a outra cidade subterrânea,
Kaymakli. Derinkoyu poderia abrigar
milhares de pessoas.
Vales
Passeios pelos vales são uma boa
oportunidade para observar as
formações rochosas, fálicas, as
chaminés de fada. O Vale de Pasabag,
também conhecido como Vale dos
Monges, estende-se entre os povoados
de Avanos, Zeive e Ürgüp. Também
chamado de Vale Rosa por causa da
cor rosada da sua rocha vulcânica.
São muitas formas diferentes para ser
admiradas. O Vale Devrent tem rochas
em formatos singulares, que lembram
animais e cogumelos, o que justifica
seu outro nome, Vale Imaginário. Além
de tumbas e castelos romanos, podese divertir descobrindo rochas que
parecem camelos, cobras, gorilas, focas.
Já o Vale Ihlara fica numa região muito
bonita, às margens do rio Melendiz.
Junto a uma vila de mesmo nome,
está uma garganta com 16km de
comprimento, escavada na rocha
vulcânica pelo rio. No extremo norte
tem uma escadaria com 400 degraus
e mais de 100 metros de desnível que
dá acesso ao fundo da garganta. A
região tem muita água e esconderijos
naturais, o que a tornou perfeita como
refúgio dos primeiros cristãos. Há cerca
de 50 igrejas na região então conhecida
como Peristrema. A decoração das
igrejas mostra influências orientais e
ocidentais, perceptíveis nas roupas dos
personagens retratados. As igrejas mais
próximas de Ihlara são quase
todas anteriores ao período
iconoclasta. As mais próximas
de Belisirma têm decoração
de estilo bizantino dos
séculos 10 e 11.
SHOWROOM
A Igreja da Serpente - Yilanli
Kilise - tem uma nave abobadada,
longa e baixa. Um afresco mostra
São Jorge e São Teodoro vencendo
uma serpente. Há também um
afresco que mostra Santa Helena
segurando a Vera Cruz, ao lado de
seu filho, o imperador Constantino.
Diz a lenda que Santa Helena
foi, aos 80 anos, à Terra Santa,
em busca da cruz, depois de um
sonho. A imagem de Santo Onofre
é explicada pelos guias de forma
curiosa: o ermitão que viveu mais
de 60 anos no deserto teria sido
uma mulher que, interessada em
escapar das tentações, pediu a Deus
que a tornasse feia. Deus então deulhe longa barba, com a qual passou
a cobrir o corpo no deserto.
A capela de Santa Catarina foi
construída por uma mulher
chamada Ana e tem uma cúpula
central. Há nove túmulos no chão
do nártex e duas sepulturas nos
nichos das paredes. São Jorge
está retratado em uma pintura,
montado em seu cavalo, ao lado de
outras pinturas de São Basílio, São
Gregório, São João Batista, Santa
Teodora e Santa Catarina.
31
As igrejas mais
antigas
Ao sul estão as mais antigas,
como AgaçaltiKilise - Igreja
Debaixo da Árvore – que tem
a planta em formato de cruz.
Provavelmente foi construída no século 7, com
três andares. Mas dois andares e a sala de entrada
caíram. Ainda assim há vários afrescos em boa
situação, que resistiram às destruições e imagens
do período iconoclasta. O mais interessante
mostra os Três Reis Magos oferecendo seus
presentes. Num outro, igualmente bonito, vê-se
Daniel e os leões. Na cúpula central o tema é a
cena da Ascensão de Jesus.
YilanliKilise tem representações do inferno
datadas do século 9, que mostra pecadores nus
entrelaçados com monstros serpentes e uma rara
imagem de Satanás.
SümbüllüKilise é do século 10, com planta em
T, o que demonstra uma transição para o estilo
bizantino. As paredes mostram Constantino e sua
mãe, Santa Helena.
Na região ainda estão PürenliSekiKilise e
KokarKilise.
“Expia os pecados da minha
alma”
32
Ao norte estão igrejas mais próximas de Belisirma.
DirekliKilise - Igreja das Colunas - tem três naves
e foi construída no século 10. Um de seus afrescos
mostra a Virgem com o Menino. Também tem um
com São Jorge lutando com o dragão. Essa igreja
teria sido fundada pelo imperador bizantino
Basílio II, que reinou de 976 a 1025.
KirkdamaltiKilise - Igreja dos Quarenta
Telhados - foi dedicada a São Jorge por Basílio
Giagoupes, um emir cristão, entre 1283 e
1295, sendo a mais recente do vale. Nesta
igreja há um afresco que mostra São Jorge
matando uma serpente de três cabeças, com uma
inscrição acima onde se lê “expia os pecados da
minha alma”.
Na região ainda se encontra KaragedikKilise, em
mau estado de conservação.
O famoso voo de balão
Mas o melhor mesmo é voar sobre a Capadócia.
Vale a pena pagar, acordar muito cedo, encarar o
frio da madrugada e torcer para ser um dos 300
dias por ano em que as condições de voo estão
favoráveis.
A emoção começa com o balão inflando. Do chão, é
uma festa para os olhos ver os pontos coloridos no
céu. Voam 70 balões ao mesmo tempo. O voo parte
das proximidades de Göreme. A partida é muito
suave, prenunciando um bom passeio. Onde vai
pousar vai depender do vento. O piloto controla
quando subir ou descer o balão e aproveita as
correntes para direcionar o passeio. A quase 2 mil
metros do chão, o silêncio só é quebrado pelo vento.
Vista do alto, a Capadócia é ainda mais estranha e
bonita. O cenário é surrealista. As cores, intensas.
Para uma experiência completa, que tal hospedarse bem no coração do cenário? O Museum Hotel
fica numa área com cavernas e casas de pedra
com milhares de anos. É como ficar no meio de
um conto de fadas. Restaurado por 4 anos, o hotel
butique abriu as portas em 2002. Cada detalhe
foi pensado para tornar a hospedagem numa
experiência intensa da história, da arte e da cultura
da Capadócia.
Brasileiros não precisam de visto para visitar a
Turquia.
Coautores ou
cúmplices?
Por JOEL LEITE
T
36
udo pode ser uma inovação.
Tudo mesmo, até o velho. Assim:
você pega uma coisa velha - um
vaso de flores – dá a ela uma
nova roupagem ou coloca num
lugar inusitado. Virou novo. Você
criou, transformou e a isso se dá
o nome de inovação.
Essa descoberta foi ao mesmo
tempo alentadora e broxante.
Broxante porque o ABS que o
brasileiro terá no carro a partir
de 2014, por imposição legal,
pode ser chamado de “inovador”.
E é, para quem nunca teve o
equipamento. Assim como foi
inovadora a obrigatoriedade
do espelho retrovisor do lado
direito, na década de 1990 do
século passado. Acreditem:
antes da “força da lei” que
determinou obrigatoriedade do
equipamento, o cliente chegava
na concessionária e recebia a
oferta do vendedor: “O senhor
gostaria de levar como opcional
no seu carro um lindo retrovisor
no lado direito?”
A indústria tem agido assim:
inova, mas cobra essa inovação
“por fora”. Pra quem compra
carro de entrada, a tecnologia é
opcional. E custa caro.
Ao mesmo tempo é alentador
saber:
Dia desses participei
de um simpósio
de tecnologia
na indústria
automobilística e
descobri que o freio
ABS é uma inovação.
O velho ABS - que,
pensava eu, fosse uma
evolução do freio - é
uma inovação.
- que a inovação não é obra apenas
de gênios pensantes, mas pode ser
resultado de uma pequena ação
do mais comum dos mortais;
- que as transformações
dependem das nossas ações;
- que a revolução, pessoal e social,
está em nossas mãos;
- que a criação não é o resultado
de um insight genial, mas de um
processo às vezes difícil e doloroso
e – o mais importante – construído
a quatro mãos, ou mais. Por isso,
é difícil dizer quem é o dono do
rebento. Na própria indústria
quase não há registros de
paternidade das inovações. Quem
foi o inventor do ABS? Mesmo
quando o inventor é conhecido, há
dúvidas em relação à paternidade:
quem inventou o avião? Santos
Dumont ou os irmãos Wright?
Muita gente contribuiu para que
os três realizassem a proeza de
fazer voar um objeto mais pesado
do que o ar. Mas foram eles que
realizaram o feito. E fotografaram!
É injusta, portanto, a decisão do
juiz Miguel de Brito Lira Filho,
da 3ª Vara Cível de João Pessoa,
de bloquear os bens provindos
da música “Ai se eu te pego”,
do cantor Michael Telo, em
ação movida por universitárias
paraibanas que se consideram
coautoras do refrão da música.
Disseram que a composição
nasceu num dia de passeio na
Disneylândia.
Posso imaginar: Michel Teló e as
meninas na montanha russa.
“Ai”, disse a primeira. “Ai se eu
te pego”, disse a segunda. A
terceira completou “Ai, ai” (não
seria plágio da primeira?). E
assim nasceu a obra de arte...
Mas foi Michael quem “inovou”.
Como se diz, foi ele quem juntou
as letrinhas e transformou
frases desconexas num sucesso
mundial.
Se todo mundo que contribuiu,
direta ou indiretamente, para
a formatação da música de
Michael Teló reivindicasse os
seus direitos, todos nós, homens,
poderíamos ser considerados
coautores do refrão. Afinal, quem
é que já não olhou para uma
garota e se expressou com um
“Ai, que delícia”? ou “Se eu te
pego...”.
Somos, portanto, todos coautores.
Ou seríamos cúmplices?
Joel Leite é jornalista, formado pela
Fundação Cásper Líbero, com pósgraduação em Semiótica, Comunicação
Visual e Meio Ambiente. Diretor da
Agência AutoInforme, assina colunas
em jornais, revistas, rádio,TV e internet.
Não tem nenhum livro editado e
nunca ganhou nenhum prêmio de
jornalismo. Nem se inscreveu.
Uma conta
a fechar
Valmet é uma empresa
filandesa, conhecida no Brasil
pela fabricação de tratores que
já tiveram essa marca, hoje
Valtra. Já a Valmet Automotive,
relativamente jovem, fundada
em 1968, nasceu sem nenhuma
ligação com máquinas agrícolas.
Provê serviços de engenharia,
sistemas de tetos conversíveis e
fabrica veículos para terceiros,
além de elétricos.
Por Fernando Calmon
á manufaturou modelos
específicos para Saab, Talbot,
Renault, Lada, Opel e até Porsche
(parte da produção do Boxster a
fim de atender picos de vendas).
Portanto, apresenta respaldo
técnico e emprega 1.700 pessoas
com filiais na Alemanha, China,
EUA, Polônia e Suécia.
No recente Salão de Genebra,
como tem feito em outras
exposições europeias, a Valmet
Automotive apresentou
um veículo que ela mesma
considerou intrigante.
Mais que intrigante, talvez
desconcertante. Parar em
frente dele e tentar adivinhar
a intenção dos projetistas era o
que os jornalistas faziam. Entre
as coisas estranhas, saias laterais
rentes ao solo e um prato
frontal parecido com espiral de
aquecedor elétrico. Para tudo
havia uma explicação. Tratava-se
de um estudo de demonstração
e integração de componentes
de um automóvel elétrico,
batizado de Dawn (Alvorada,
em português). A empresa
o descreveu como modelo
futurístico (precisava dizer?),
de dois lugares, sem teto, estilo
aerodinâmica. Controles e cabos
estão aparentes justamente
para que se entenda facilmente
o projeto. Nada foi escondido, de
propósito.
“Veículo elétrico sempre atrai
atenções. Nós sabemos por
quê. Eles sempre estiveram
rondando por mais de um século.
Tecnologia conhecida já permite
o desenvolvimento para qualquer
tipo de veículo, do carro esporte
ao familiar, de SUV a ônibus.
Esperamos que o sucesso que
trouxe tanta gente ao nosso
estande leve a outros originais,
modernos e populares conceitos
de elétricos. Tão versáteis como
os tradicionais com motores a
combustão, porém a partir de
fontes de energia mais limpas”,
disse Åhlman.
Tudo lindo, contudo a conta final
deve fechar. E isso ainda parece
distante.
Fernando Calmon (fernando@calmon.
jor.br) é jornalista especializado desde
1967, engenheiro, palestrante e consultor
em assuntos técnicos e de mercado nas
áreas automobilística e de comunicação.
Sua coluna Alta Roda começou em 1999.
É reproduzida em uma rede nacional
de 65 publicações entre jornais, revistas
e sites. É, ainda, correspondente para
a América do Sul do site just-auto
(Inglaterra).
SHOWROOM
J
limpo e sem compromissos, com
aparência de hovercraft (veículo
que flutua sobre colchão de ar
e possui saias). A bateria é de
fabricação própria.
Por outro lado, certas soluções
são impraticáveis, como
distância ao solo quase zero
e motor elétrico traseiro
protuberante, admitiu Aimo
Åhlman, vice-presidente de
Desenvolvimento de Produtos.
“Desde o início comunicamos
que esse não é um carro, nem o
conceito de um que poderia ser
feito em estágio posterior. Então
nunca liberamos seus dados e
especificações técnicas porque
simplesmente não existem. O
Dawn é um demonstrador de
componentes elétricos próprios
e como podemos integrá-los.
A expressão em escala real do
que se alcançaria combinando a
tecnologia atual de carro elétrico
e um desenho visionário.”
De fato, ficam bem visíveis as
entranhas elétricas de forma
nunca vista. O prato azulado
no meio do spoiler dianteiro é
um carregador indutivo para
captar energia em movimento.
Na traseira, um plugue de
abastecimento rápido. No
centro do carro fica o pacote de
baterias. A carroceria é esguia e
37
Mais do que
se gosta
Pesquisando sobre abril,
encontro um registro
que diz que entre 10 e
12 deste mês vai cair o
primeiro meteoro que
anuncia o fim do mundo.
Fiquei intrigada e fui
pesquisar mais. Num
site, havia uma enquete
sobre “o que você faria se
soubesse que hoje é o fim
do mundo?”
F
38
Por Maria Regina
Cyrino Corrêa
iquei assistindo às pessoas
responderem. A maioria falou em
desculpar-se com os desafetos, ligar
para a família, para os amigos, pedir
perdão a Deus pelos pecados.
Puxa vida, se você faria isso no
fim do mundo, por que não faz já?
Até porque, pode ser que hoje seja
mesmo o fim do mundo pra você, se
você morrer atropelado...
Se a gente sabe que tem desafetos,
que magoou pessoas, que foi ríspido,
grosseiro, que fez fofoca, julgou
precipitadamente, por que não pede
desculpas na mesma hora?
Essa questão dos desafetos é tão
ruim... Não presta para quem não
gosta e para quem não é gostado.
Todo mundo tem coisas legais, só
esperando a gente perceber.
A questão da família é ainda mais
complexa. A gente vive como se eles
fossem eternos e pudessem esperar
pelo próximo domingo, quando
vamos desmarcar de novo...
Telefonar pra família deveria ser
de graça. A gente deveria falar
com os pais, os irmãos, os filhos,
tios e primos todos os dias. E
quem tem avós deveria visitá-
los todo dia! Hoje em dia, o
tempo escorre entre os ponteiros
do relógio e quando o dia acaba,
mal deu tempo de cumprir os
compromissos “obrigatórios”!
Acho que está tudo errado.
Temos tempo pra uma reunião
interminável com um cliente
chato, com um fornecedor
que não cumpre prazos, com
o gerente do banco que só diz
não... Mas passamos meses
adiando o almoço com a
amiga de infância. E quando
finalmente almoçamos juntas,
só reparamos que ela engordou
um pouco, ou que está com uma
ruguinha nova no canto do olho.
Cadê dizer “senti sua falta!”?
A questão de pedir perdão a
Deus pelos pecados eu nem vou
discutir. Isso é de foro íntimo...
Mas o que fica é uma sensação
de pendência. Como se a gente
vivesse sempre adiando coisas
que se tornam imprescindíveis
diante do fim.
Acho que seria mais fácil ir
fazendo as coisas legais das
quais sentimos falta, assim,
paulatinamente, balanceando
com as coisas muito chatas e
obrigacionais.
Reunião chata? Chopp com um
amigo pra rebater. Uma ou duas
horinhas de conversa fiada e elogios
mútuos.
Isso seria uma forma de fim do
mundo – fim de um mundo onde
ninguém tem tempo pra ninguém.
Eu realmente não sei se o mundo
vai acabar em 2012. Ninguém sabe.
Mas eu acho que é mais do que
tempo de começarmos a trazer
nossos sentimentos e desejos à
tona. Temos que usar nosso tempo
pra tentar ser mais felizes no dia a
dia. Levar a vida fazendo mais do
que gostamos e menos do que nos
obrigam.
Ou, quem sabe, aprender a gostar
mais do que é nossa obrigação.
Xi! Agora deu um nó!
Enfim, acho que vocês entenderam
o espírito da coisa...
Maria Regina Cyrino Corrêa, jornalista,
publicitária, quer usar este espaço pra
dizer aos amigos que sempre pensa
neles... E que vai ligar mais vezes!
[email protected]
http://felllikeaqueen.blogspot.com.br/
Onde estão as
crianças?
“Eu era uma criança, esse
monstro que os adultos
fabricam com suas mágoas”.
Por Marcelo Allendes
s pais estão criando filhos à imagem e
semelhança deles. Não por acaso, até o
guarda-roupa está sendo copiado. E a
infância que fique para outra oportunidade.
Por alguma razão desconhecida, recebo
mensalmente uma revista especializada em
artigos de luxo. A caprichada diagramação
poupa texto e abusa de belíssimas
fotos. Posso encontrar requintados iates,
exclusivos hotéis em inalcançáveis destinos,
relógios artesanais, jóias estrelares,
automóveis milionários. Instintivamente,
uma publicação com adjetivos ímpares.
Pena que não para meu perfil econômico.
A última edição trocou belas modelos e seus
improváveis vestidos por um tal fashion
kids, crianças até uns dez anos de idade
enroupadas como se tivessem mais de
vinte. Não entendi a proposta. Achei que
criança fosse criança independentemente
da camada social. Mas, pelo que parece, a
classe alta veste-se de forma diferenciada
até para o padrão normal. Ou, acho, essa é a
tendência que querem impor os adultos.
Da minha infância até a adolescência
passei boa parte do tempo com bermuda,
camiseta e kichute. Calçava um tênis melhor
unicamente para ir à escola ou a algum
aniversário. Para os dias frios, moletom e
uma blusa de lá tecida por minha mãe. E
estávamos completamente satisfeitos e
felizes com isso. Aliás, mais que isso nos
envergonhava. Queríamos ser crianças
vestidas como crianças e não fantasiadas
como adultos.
Mas, pelo jeito, a tendência é acelerar as
fases naturais e embrutecer a simplicidade.
No próximo dia das crianças os brinquedos
serão substituídos por chiques conjuntos
alinhados, saia e blusinha para as donzelas,
calça e camisa para os barõezinhos. Quem
sabe uma bolsa de grife e uma gravata
italiana para adornar melhor.
Se os brinquedos e as brincadeiras infantis
de rua foram esquecidas para dar lugar
à popularização dos videogames e da
internet, passaremos em breve a conviver
com miniaturas de homens e mulheres,
cópias dos próprios pais.
Guardemos as bicicletas, os balanços, as
bonecas, o barbante, as pipas, os peões, as
bolinhas de gude. Quem sabe sejam úteis
para uma geração mais saudável que surja
no futuro.
Marcelo Allendes é jornalista e
colaborador do Banco Volkswagen.
Contato: [email protected]
SHOWROOM
O
Jean-Paul Sartre
39
TV além da TV
Cheia de recursos
Outro lançamento top de linha da
Sony: a câmera semiprofissional DSLR
24.3 MP. Ela tem Tecnologia Espelho
Translúcido (TMT®), isto é, substitui
o espelho do movimento DSLR por
um espelho translúcido, permitindo
captar de modo ultrarrápido, com
detecção de contrastes, disparando
simultaneamente e capturando
12 quadros por segundo, com foco
automático contínuo. A resolução
efetiva é de 24,3 megapixels e conta
com um recurso que, segundo a
Sony é primeira DSLR do mundo a
oferecer, que permite ao usuário
escolher em que modo fotografar
ou filmar, se padrão, digital ou em
modo cinematográfico em Full HD
1920 x 1080 pixels. O visor traseiro
é OLED, que oferece alta resolução
e alto contraste, que resultam em
fotos com profundidade, além de
permitir a visualização dos ajustes de
configuração em tempo real para obter
a melhor imagem possível. Possui 11
tipos e 15 variações de modo de cor. A
velocidade do obturador é controlada
eletronicamente com alcance
de velocidade de 1/8000 a 30
segundos.
40
Preço sugerido: R$ 3.999,00
Nas revendas autorizadas ou em
www.sonystyle.com.br
As televisões inteligentes, as smart
TVs, conquistarão mais da metade do
mercado de TVs em 2015. Pensando
nesse imenso potencial e ampliando
o portfólio de produtos, a Lenovo,
a segunda maior vendedora de
PCs do mundo, lança o Set Top Box
Lenovo A30 Internet TV. Os “set-top
boxes” conectam TVs convencionais
a internet, a uma ampla gama de
aplicativos (como nos smartphones)
e a vários outros conteúdos,
inclusive a serviços de programação
sob demanda como o Netflix, por
exemplo.
O Lenovo A30 traz processadores VIA
Nano de 1.2 GHz e no processador
media system VIA VX900, que
segundo o fabricante, soma poder
de processamento, desempenho
e compatibilidade com qualquer
formato de reprodução de vídeos
e áudio. O equipamento atua
integrando hardware, software e
serviços de computação em nuvens
e acessa ampla gama de padrões de
conteúdo de TVs como noticiários,
novelas, programas de esporte,
documentários, filmes e programas
para crianças. Ainda proporciona
acesso a games via cloud computing,
programas de karaokê e outros
serviços.
Preço sugerido: não divulgado.
Binóculo que grava
em full HD
Integrante da linha profissional
da Sony, o binóculo digital DEV-5K
chega ao Brasil. O equipamento
captura imagens a distância com
ampliação óptica de até 20 vezes
e 10 vezes de ampliação digital
de modo contínuo, facilitando
o enquadramento da cena e
a ampliação da imagem para
visualização em detalhes, isso
porque o zoom e o foco trabalham
simultaneamente, o que quer dizer
que, mesmo com a ampliação
da imagem, o autofoco mantém
a nitidez. Além disso, o binóculo
digital grava em full HD 3D, através
de duas câmeras separadas,
cada uma com uma lente de alta
qualidade, e dois sensores CMOS
Exmor R de um quarto de polegada
retroiluminado que pode gravar
dois conteúdos Full HD 3D em um
único arquivo. O sensor CMOS
Exmor R também dá ao DEV-5K a
capacidade de capturar e gravar
vídeos mesmo em condições de
baixa luminosidade, criando
imagens claras e limpas. Os
indicadores visuais estão localizados
na parte traseira, podendo ser
vistos e controlados facilmente pelo
usuário.
A GPS grava automaticamente a
localização do usuário durante a
captura de vídeo ou fotos.
Preço sugerido: R$ 7.000,00
Onde encontrar: nas revendas autorizadas
e em www.sonypro.com.br
Mexa-se para viver melhor
Quem faz exercícios físicos cotidianamente
sabe que a produção de endorfina vicia. Um
vício, ou melhor, uma virtude prazerosa, que só
traz benefícios para a saúde e atrai sensação de
bem-estar, com a diminuição do estresse e da
tensão muscular.
O Dr. John J. Ratey, neuropsiquiatra e professor
da Universidade de Harvard, autor em parceria
com o escritor e editor Eric Hagerman, de
“Corpo ativo, mente desperta” [do original
Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, Zurique e Viena são cidades vibrantes, cenário
Spark], passou os últimos cinco anos
de efervescência intelectual e de descobertas sexuais. Carl Gustav Jung está com 29 anos
pesquisando a relação biológica entre o corpo,
e iniciando sua carreira. No hospital psiquiátrico onde trabalha, a jovem e bela Sabina
o cérebro e a mente, trabalho que resultou
Spielrein chega diagnosticada como histérica, com um comportamento perturbador e
neste livro. Embora não traga nada de muito
violento. Jung vê na jovem a oportunidade de utilizar o tratamento experimental de
novo, nem nada que dez entre dez médicos
Sigmund Freud conhecido como psicanálise ou a “cura pela fala”.
não cansem de professar, o livro demonstra
Nas sessões com Jung, ela revela uma infância marcada pela humilhação e pelas
claramente que exercício aeróbico transforma
surras que sofria de seu pai autoritário como sendo a origem para a sua disfunção
fisicamente o cérebro humano para que ele
sexual, comprovando a teoria de Freud sobre a ligação entre distúrbios emocionais
alcance o desempenho máximo.
e a sexualidade.
A atividade aeróbica prepara e estimula o cérebro
O filme “Um método perigoso” retrata esse período, mostra a ligação que surgiu
para as atividades de aprendizado, de regulação
entre Jung e seu mentor Freud, primeiro trocando correspondência, depois, em
do humor e da atenção, diminui o estresse e a
encontros pessoais em meio à família de ambos. Mostra a estranha ligação
ansiedade e controla os efeitos indesejáveis das
entre os dois, uma mistura de amizade, admiração, competição, inveja,
mudanças hormonais e do envelhecimento. O
ambição e falsidade. Fala como Sabrina se interpõe entre eles, primeiro
exercício aeróbico, diz o autor, ajuda a combater desde
unindo e depois separando, semeando conflitos e pontos de vista éticos
vícios e Alzheimer até os efeitos da menopausa.
diferentes, mas mudando para sempre a face do pensamento moderno.
O mais inovador do livro é demonstrar que mesmo o
Repleto de diálogos interessantes, “Um método perigoso” é um filme
exercício moderado estimula os circuitos mentais para
inteligente e surpreendente, até para quem não se interessa por
combater o estresse e a ansiedade, aguçar o raciocínio e
psicologia comportamental.
alcançar os outros benefícios. Tendo como base ciência de
Baseado no livro homônimo de John Kerr “Um método perigoso” [do original
ponta e estudos de caso, John Ratey demonstra e explica, com
A Most Dangerous Method] é dirigido por David Cronenberg e estrelado
linguagem acessível, que o cérebro funciona exatamente como os
por Keira Knightley (Sabina Spielrein), Michael Fassbender (Carl Jung),
músculos: cresce com o uso e se atrofia com a inatividade. Seja para
Viggo Mortensen (Sigmund Freud) e Vincent Cassel (Otto Gross).
o processo de aprendizagem na infância ou para um envelhecimento
Estreia prometida: 30/04
saudável, a atividade física constante e regular é uma das armas mais
eficientes para o bom funcionamento do cérebro humano, não só do corpo.
“Corpo ativo, mente desperta”, de John J. Ratey e Eric Hagerman (tradução de Cristina Paixão Lopes,
296 páginas, editora Objetiva).
Preço sugerido: R$ 39,90
SHOWROOM
O princípio da psicanálise
41
Infusão
Clos Canon 2008
é escolhido o melhor tinto
de Primeira Classe
Por Arthur Azevedo
A
TAM Linhas Aéreas venceu em duas categorias no prestigiado
concurso “Cellars in the Sky” (em português, “Adegas no Céu”),
que premia as companhias aéreas do mundo todo pelos vinhos
servidos a bordo de suas aeronaves. A empresa brasileira recebeu
o prêmio de melhor vinho tinto para a Primeira Classe, com o
francês Clos Canon 2008, um Bordeaux de elite, produzido em
Saint-Émilion. A TAM também foi premiada por ser a companhia
aérea que mais aprimorou sua carta de vinhos da Primeira Classe.
O conceituado vinho Clos Canon é produzido pelo Château
Canon, do famoso Grupo Chanel, a partir de uvas Merlot em
pureza, com passagem por barricas de fino carvalho. Intenso e
sedutor, exibe aromas de frutas escuras maduras, mescladas
com café, chocolate e delicados toques florais. Macio, saboroso,
concentrado e complexo, é um espetacular exemplo do grau de
sofisticação que um Bordeaux pode atingir. Essa notável bebida
integrou a carta de vinhos da TAM em 2011.
Desde 1985, a revista britânica Business Traveller organiza,
anualmente, o prêmio “Cellars in the Sky”, composto por 15
categorias. Durante oito meses, um júri de cinco especialistas
degusta mais de 250 vinhos servidos na Primeira Classe e
na Classe Executiva pelas companhias aéreas de diferentes
localidades. Para escolher os
vencedores, os jurados consideram que, na altitude, vale a
elegância e a sutileza dos vinhos, além do equilíbrio entre
a acidez e o álcool. Este último fica mais evidente durante
a viagem, sendo um dos mais importantes fatores a ser
considerado. Por fim, a escolha também leva em conta a
qualidade dos taninos, que são fonte da desagradável
adstringência, ou sensação de boca seca, que deve ser evitada a
qualquer preço. Nesse quesito, a uva Merlot, base do Clos Canon,
é imbatível.
42
Desde 2001, Arthur Azevedo, um dos mais conceituados
consultores de vinho do Brasil e diretor-executivo da Associação
Brasileira de Sommeliers de São Paulo, é responsável pela carta de
vinhos da TAM. A busca cuidadosa por vinhos de altíssima gama
rendeu prêmios importantes, como o segundo lugar com a sua
seleção de vinhos para a Primeira Classe e o terceiro lugar para
sua carta de vinhos para a Classe Executiva, no prêmio “Wines
on the Wing” da revista norte-americana Global Traveler em,
respectivamente, 2011 e 2010; e o de melhor vinho branco para a
Primeira Classe no “Cellars in The Sky”.
Infusão é a bebida feita através da imersão de substância aromática
em água quente ou a ferver (manter em fogo médio ou baixo). São
exemplos de infusão: café, chá e chimarrão. Chá é a infusão de folhas,
flores, frutas, raízes ou ervas em água quente e não vamos esquecer
que o quentão é também um chá de raiz (gengibre) e pinga com
outras especiarias.
Quem aprecia o chá afirma que a bebida pode ser consumida em
qualquer época do ano, quente ou gelada. No entanto, o hábito
brasileiro é tomá-lo nas noites mais frias, que começam com o
outono. Conhecer um pouco da história desta bebida é tão bom
quanto apreciá-la.
Historicamente, o uso do chá teve inicio na Antiguidade, porém,
o uso do chá, enquanto bebida social, data da época da dinastia
chinesa Tang. Na dinastia Song o chá passou a ser objeto de festas
de degustação e de grande estudo, comparável ao que se faz hoje
com o vinho.
Conta-se que foram os monges budistas e taoistas os primeiros
a aderir ao consumo do chá. Para eles, o chá melhorava a
concentração mental e tirava o sono. Porém, as grandes árvores
da floresta tornavam a sua colheita mais difícil, mas eles,
conhecedores das técnicas do bonsai, transformaram as grandes
árvores em pequenos arbustos.
O Japão foi apresentado ao chá quando monges budistas que
haviam ido à China para estudar retornaram ao país. A cerimônia
do chá japonesa se solidificou no século XVI, quando também os
portugueses chegaram ao Japão e tomaram contato com a infusão.
Um século mais tarde, o hábito chegou à Inglaterra, quando
uma princesa portuguesa se casou com um rei inglês e começou
a patrocinar “tea parties”. O chá passou a ser apreciado pelas
mulheres e, posteriormente, pelos homens também; bebido a
qualquer hora do dia até o inicio do século XIX, passou, depois, a ser
degustado à tarde, nascendo assim a tradição do “chá da tarde”.
A China é o maior produtor de chá no mundo e o segundo lugar
está para a Índia. Na Índia o chá é popular pela manhã e à noite.
Servido quente, com leite e açúcar, o chá do tipo preto é o mais
consumido.
Nos EUA geralmente o chá é servido gelado e é uma bebida que
pode acompanhar as refeições, além de ser apreciada como
refresco, servida, também com limão.
No Brasil o cultivo teve inicio no século XIX e, mesmo tendo
excelente qualidade, não é uma cultura de muito sucesso. A maior
parte da produção brasileira de chá é destinada à exportação.
A melhor maneira de se preparar o chá é colocar as folhas em um
bule, ao invés de um sache. Porém, os saches são também aceitos,
mas o resultado do chá feito com folhas é melhor. A quantidade de
chá, a temperatura da água e o tempo de infusão determinarão a
qualidade da bebida preparada. Mas não há números precisos para
isso. Varia para cada marca e origem. O pote para servir o chá deve
ser de porcelana para reter mais o calor.
Aditivos populares ao chá incluem açúcar ou mel, limão e
leite. Quando tomam chá com leite, os conhecedores adicionam chá
ao leite e não o leite ao chá, pois o resultado é uma emulsão melhor
e de melhor sabor.
Para fazer um chá gelado saboroso você vai precisar de 1 litro de
água, 2 colheres (sopa) de chá mate, suco de 2 limões tipo Siciliano
ou Taiti, açúcar ou adoçante a gosto e uma forma de gelo. Esquente
a água até começar a aferventar, desligue o fogo e coloque o chá
mate. Tape o recipiente com o chá, mantendo a infusão por até
5 minutos. Coe e deixe esfriar. No liquidificador coloque o suco
de limão e o adoçante ou açúcar e acrescente o chá frio e deixe
bater. Uma dica: antes de servir, bata novamente, o chá ficará com
espuma. Sirva com um cubo de gelo. O chá pode substituir mais do
que bem o refrigerante!
Chef Gustavo Corrêa • http://chefgustavocorrea.blogspot.com.br/
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