PREPARADOS PARENTERAIS
INJETÁVEIS
Luiz Fernando Chiavegatto
DEFINIÇÃO
São soluções, suspensões, raramente emulsões e pós que, em condições
estéreis, são aplicadas nas diversas vias parenterais.
CLASSIFICAÇÃO:
 Segundo a via – Modificações tecnológicas dependendo da via a que se
destina.
 Segundo a forma – Soluções , suspensões , emulsões e pós. A
tecnologia semelhante ao uso oral.
 Segundo a natureza – Químico ou biológico
VANTAGENS :
 Permite a aplicação em um ponto desejável do organismo
 Permite a alimentação do paciente
 Dose exata, uniforme
 Estéril
DESVANTAGENS :
Dor e mal estar acidental
Risco de acidentes ( overdose )
Custo elevado
Necessidade de terceiros
FLUXOGRAMA
PESADA DAS MATÉRIAS PRIMAS  verificar exatidão das pesadas e medidas
DISSOLUÇÃO,SUSPENSÃO
OU EMULSIONAMENTO
FILTRAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
FECHAMENTO
em água destilada isenta de pirogênio
 acertar pH e isotonia em outros solventes
 esterilização
 Por máquina
 a fogo e por tampa de borracha
ESTERILIZAÇÃO
REVISÃO
EMBALAGEM
VEÍCULOS
ÁGUA DESTILADA
uso de água recentemente destilada
VEÍCULO DE ESCOLHA: por ser solvente universal, ser de baixo custo
e ser reconhecida pelo organismo.
Características da água para injeções :
BAIXO TEOR DE CO2 – pH próximo da neutralidade
AUSÊNCIA DE METAIS
AUSÊNCIA DE MATÉRIA ORGÂNICA
RELATIVA ESTERILIDADE
Conservação por tempo superior a 24 horas
Manter em temperatura de 80°C em recipientes de vidro ou aço.
Sem lâmpadas UV
Tampas que permitem a saída de gases ( O2 e CO2 )
Uso de N2 para eliminar gás residual
Uso de tanques em paralelo
Conexões em cloreto de polivinila/ polietileno/ polipropileno/ aço inox/
vidro pirex.
OUTROS VEÍCULOS
Condições ideais :
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Atóxico
Não irritante
Sem ação farmacológica
Sem sinergismo e antagonismo
Ser estável
Viscosidade ideal
Alto ponto de ebulição
Solubilidade na água e fluidos orgânicos
Elevado poder dissolvente
Veículos miscíveis com a água
Álcool benzílico – conservador e bacteriostático – 1% a 4%
Propilenoglicol – dissolução de barbitúricos e vitamina D
Glicerina – usada c/ água e álcool por ser muito irritante
SISTEMAS SOLVENTES
 Melhorar a tolerância local – absorção
 Dissolução de um medicamento
 Conservação e estabilidade
Por exemplo : Solução Hidroglícero alcoólica – Modificação da
constante dielétrica para a dissolução de alguns fármacos pouco
solúveis na água.
VEÍCULOS OLEOSOS
Glicérides de ácidos graxos
Ácidos com dupla ligação – Fluidez
ác. comum – ác. oléico
Óleos : oliva , girassol, milho, algodão etc...
Índice de saponificação  que 200 – ác. de cadeias curtas– irritantes
( 185 – 200 )
 que 185 – ác. de cadeias longas – duros
Índice de iodo
( 79 – 128 )
 128 – muitas duplas – óleos secantes
 79 - poucas duplas – baixa fluidez
PIROGÊNIOS
Definição
São substâncias que quando injetadas por via endovenosa provocam
febre
Composição Química
Fração tóxica é um lipídio que pode estar ligado a um polissacarídio
e/ou a uma proteína e a um lipídio inerte.
Propriedades
São hidrossolúveis e arrastáveis pelo vapor d’água
Destruídos pelo calor
Passíveis de serem fixados por adsorção
Destruídos por agentes oxidantes
Destruídos por soluções alcalinas fortes (fosfato trissódico)
Técnicas Despirogenantes
 Destruição pelo calor
 Separação e retenção por suporte inerte
Origem dos Pirogênios
 Matéria prima
 Veículo
 Material empregado
 Formação durante a execução
Ensaio
A) Verificação da hipertermia em coelhos – verificação
de febre
B) In Vitro – Lisado de cels. sanguíneas de um
caranguejo
Conservadores
o Recipientes de dose múltipla
o Não ter garantia da esterilidade
o Facilmente alteráveis pelo calor– redução da temperatura
oou do tempo
NÃO USAMOS CONSERVADORES
 Incompatibilidade química
 Via de administração

Volume injetado
EXIGÊNCIAS
• Ser eficaz nas concentrações utilizadas
• Ser compatível com a fórmula
• Não ser tóxico
CONSERVADORES USADOS
Fenol a 0,5% / cresol a 0,3% / p-cloro-m- cresol a 0,1 % /
clorobutanol a 0,5%
Nipagin a 0,18% / nipazol a 0,02 % / timerosal a 0,01 % /
álcool benzílico a 1 %
ABSORÇÃO DOS CONSERVADORES PELA BORRACHA
SOLUBILIZADORES
 sistemas solventes
 substâncias hidrotópicas
AJUSTADORES DE pH
 Fosfato monossódico e dissódico - pH 5.4 a 8
 Ác. Cítrico e citrato de sódio - pH 3 a 6
 Ác. Acético e acetato de sódio – pH 3,6 a 5,6
 Carbonato monossódico e carbonato dissódico pH 9,2 a 10,7
ISOTONIZANTES
MAIS USADO- cloreto de sódio
Processos utilizados para a determinação da isotonia
Abaixamento crioscópico
Fórmula de Lumière e Chevrotier
Método do equivalente em NaCl
Controle de isotonia com a ajuda de hemácias
Cálculos para a isotonia
Diminuição do ponto de congelamento ou abaixamento crioscópico.
Temperatura de congelamento do plasma e músculo = - 0,52 oC
Toda substância com este T também é isotônica com o plasma
Soluções hipotônicas tem um ponto de congelamento mais alto que o
do plasma.
Para ajustar temos que determinar a diferença para igualar.
Por exemplo: Procaína HCl a 1 % = - 0,122 oC
0,52
-
0,122
=
0,398 oC ( quant. de subst. necessária
para ter este T)
Cálculo da quantidade de isotonizante = ex. Nacl
Solução a 1 % de Nacl = - 0,58 oC
1 x 0,398 oC
X = ---------------0,58oC
Fórmula de Lumière e Chevrotier
0,52 - A
X = -------------B
= 0,69 %
MÉTODO PELO EQUIVALENTE EM CLORETO DE SÓDIO
Equivalente em cloreto de sódio é o peso de cloreto de sódio que
produzirá a mesma pressão osmótica ou o mesmo abaixamento
crioscópico que uma unidade de peso da droga.
Ex: Eq Nacl p/ ác. Bórico = 0,50
Significa que 0,50 g de NaCl produzirá o mesmo efeito osmótico que
1g de Ác. Bórico.
Ex:
Cloridrato de adrenalina .......................... 2 g
Clorobutanol........................................ 0,5 g
Cloreto de sódio.................................... qs
Água destilada ................qsp................ 100 ml
Adrenalina HCL - 2
x 0,3 =
Clorobutanol
- 0,5 x 0,24 =
0,6
0,12
g de NaCl
g de NaCl
Total = 0,72 g de NaCl
0,9 g - 0,72 g = 0,18 g de NaCl
Se usarmos a glicose como isotonizante teremos que verificar o
equivalente em cloreto de sódio para a glicose e dividir o valor
encontrado para NaCl por este equivalente.
X dextrose = 0,18  0,16 = 1,121 g de dextrose
ENCHIMENTO DE PÓS EXTEMPORÂNEOS
Razões do uso :
Impossibilidade de o produto ser estabilizado em solução ou
suspensão em virtude de alterações várias. Melhor garantia de longa
conservação no estado de pó.
Incompatibilidade
entre
vários
componentes
que
se
administrar simultaneamente quando em solução ou suspensão.
desejam
TECNOLOGIA – ESTERILIZAÇÃO
1. Pós solúveis e insolúveis com esterilização posterior
Calor seco - 120 oC a 150 oC
2. Pós solúveis e esterilização prévia
Óxido de etileno
Recristalização por solvente – álcool (secagem em ambiente estéril)
Dissolução em solventes voláteis – álcool, éter, clorofórmio etc.. Divisão
do produto após filtração a vácuo = Seitz – evaporação em ambiente
estéril.
Liofilização
3. Pós insolúveis com esterilização prévia
Procurar solvente onde o pó seja solúvel
SUSPENSÕES INJETÁVEIS
Objetivos:
1. Obter uma medicação de efeito prolongado por depósito no local
da injeção.
2. Administrar um P.ª insolúvel no reduzido número de veículos
injetáveis.
Os excipientes devem ser estáveis mesmo em armazenamento
prolongado ou em altas temperaturas de esterilização
A Droga deve ser micronizada
Manipulação asséptica – Pó e Veículo esterilizados separadamente
Salvo exceção as suspensões não se esterilizam pelo calor
Tamanho das partículas
–
Uso de agentes molhantes –
Uso de colóide protetor
0,1 a 5 
Tween 80 – não iônico
- CMC – conc. baixas não alterando a
viscosidade - TIXOTROPIA
Reduzir a velocidade de sedimentação facilitando a
ressuspensão por ligeira agitação
PLANEJAMENTO DE UMA FORMA INJETÁVEL
SOLUBILIDADE
Solubilidade em água a temperatura ambiente
Solubilidade em água a pH entre 4 e 9
Se é insolúvel – solubilidade em outros solventes e óleos ou
dispersão com tensioativos ( HLB elevado – pseudossolução)
Suspensão – técnicas assépticas e excipientes adequados
Pós – Dessecados e liofilizados.
ESTABILIDADE
Verificar sua estabilidade no envase definitivo após esterilização.
Produto a 4ºC . T.A ( 25 º C ) . 60 º C – Isto a diferentes
valores de pH.
Determinar parâmetros físicos – Cristalização a baixa
temperatura, polimorfismo. Efeitos da luz natural e artificial.
CONDIÇÕES EXTREMAS DURANTE 5 DIAS
1. Determinar os parâmetros químicos – Hidrólise, Oxidação
2. Se a droga é instável – Verificar estabilidade após liofilização
COMPATIBILIDADE
 Determinar
se
existe
incompatibilidade
com
os
adjuvantes,
conservadores, dextrose, cloreto de sódio, etc......
 Determinar se existem incompatibilidades com os envases de
vidro, plástico, tampas de borracha etc...
EXCIPIENTES ESPECIAIS
 Necessidade de agente oxidante ou redutor
 Uso de ampolas especiais
 Troca de ar por gás inerte
CONSERVADORES
 Observar via de introdução
 Processo de esterilização pouco eficiente
 Injetável multidose
 Verificar incompatibilidades
AJUSTADOR DE pH
 Observar via de introdução
 pH ótimo de estabilidade
 Compatibilidade com o sistema tampão
ISOTONIZANTE
 Compatibilidade do isotonizante
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