DANÇA-EDUCAÇÃO E A RESIGNIFICAÇÃO DO CONCEITO DE
MOVIMENTO PARA PESSOAS NÃO-VISUAIS
Ida Mara Freire
Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO: Com o intuito de conceber o movimento como algo mais que um
conceito de orientação e mobilidade para aquele que não vê, propomos nossa
investigação apresentando o conceito de movimento no contexto da dança. Foi
atentando para as manifestações sobre o movimento por parte dos participantes durante
as nossas aulas de dança na Associação Catarinense de Integração do Cego -ACIC,
ocorridas no período de agosto de 1998 a dezembro de 1999, que construímos o estudo
aqui descrito. Os sujeitos foram um grupo de aproximadamente 30 pessoas entre jovens e
adultos, participantes da oficina de dança- educação. Incluímos, também, dez pessoas com
cegueira do Grupo de Teatro "Além dos Limites" de Lages. O procedimento de coleta de
dados se deu através de entrevistas, registro em videoteipe das aulas de dança e da
técnica de evocação livre de palavras. Como resultado, apresentamos e discutimos os
dados relacionados ao movimento, ao corpo e à dança. Verificamos que a
dança-educação, por estar mais centrada no processo que não só produto, possibilita
tanto ao professor quanto ao aluno a pesquisa e conseqüentemente a educação do
movimento.
As perguntas: "que corpo pode constituir o dançarino" e "que
movimento pode constituir a dança", tornam-se indagações permanentes na busca de
uma metodologia que favoreça a apreciação da dança para todos aqueles que por isso
almejam. A inserção de pessoas com corpos diferentes na dança, é um convite para que
ampliemos o nosso conhecimento sobre a multiplicidade de formas de apreensão de um
mundo envolvido de beleza, mas também de contradição.
Palavras-chaves: Cultura, movimentos sociais, educação especial
O tema deste trabalho diz respeito ao
movimento, ao corpo, à dança para quem
não vê. Este tema está sendo proposto com o intuito de refletir sobre algumas questões
oriundas de debates e discussões efetuadas durante o trabalho de doutoramento no qual
discutimos, dentre os quais cabe destacar as que diziam respeito ao processo de
apropriação de experiências da criança não-visual 1 de dois anos de idade, Freire (1995).
Durante o período de coleta de dados, atentamos para o papel do movimento
1
O termo não-visual é utilizado nesse trabalho com intuito de repensarmos a palavra cego, cuja
representação social atual extrapola a denominação de um indivíduo privado da vista.
no
desenvolvimento de uma criança cega. E mais: verificamos a relação entre os órgãos
dos sentidos e o movimento, abordamos, com base nos estudos de Wallon (1975), a
importância
do movimento
no desenvolvimento psicológico, descrevemos
a
exploração peculiar do ambiente e dos objetos e o envolvimento de todo o corpo nessa
ação. Pautados em Leontiev (1978), apresentamos e discutimos as teses de Setchenov
sobre a relação mão e olho. O caráter exploratório do estudo nos proporcionou uma
visão geral, de tipo aproximativo, acerca do desenvolvimento da criança de dois anos de
idade, mais especificamente em relação ao tema movimento, com vistas na formulação
de problemas mais precisos. A investigação aqui citada nos possibilitou propor
a
presente pesquisa, sendo um dos nossos interesses conhecer o que é o movimento para
uma pessoa adulta cega. Nesse sentido,
explicitaremos como a questão do movimento
vem sendo abordada na educação especial.
Se
definirmos o movimento como deslocamento no espaço, por mais simples
que seja esta definição, ao nos referirmos ao movimento sempre iremos nos deparar com
a complexa possibilidade de o ser humano se locomover. Mover-se é estar vivo,
num determinado corpo, num determinado tempo/espaço. Neste sentido, a complexidade
do movimento pode ser apreendida ao reconhecermos que a habilidade motora, para se
realizar, requer uma combinação de outras habilidades (Best, 1992) . Por exemplo, ao
andar, uma pessoa necessita de um certo nível de cognição para lembrar um caminho e
entender o que está acontecendo. A motivação e a confiança também são necessárias. A
linguagem é requisitada
coordenado
para
a compreensão das direções. A capacidade do uso
de vários sentidos, como o tato, visão, audição e o cinestésico
é
fundamental para monitorar a direção e o espaço.
A complexidade do movimento humano também pode ser reconhecida através
do desenvolvimento motor da pessoa com deficiência visual. Vários são os estudos
enfocando o papel do movimento para
quem
não vê, entre eles estão Warren
(1984;91-103), que apresenta uma revisão detalhada da literatura especializada sobre as
habilidades motoras de crianças de cinco anos de idade até a de jovens de 18 anos de
idade. Warren apresenta identifica autores como Buel (1950),
(1981), os quais
Jankowski e Evans
relatam que as crianças cegas em idades escolares, em atividades de
educação física não
apresentam o
desempenho normal das crianças com visão. Eles
2
atribuem esse atraso ao fato de as crianças não se engajarem em atividades físicas antes
dos anos escolares. Em seu turno, a limitação dessas atividades são atribuídas à
superproteção dos pais. Warren também vai citar alguns estudos (Royster (1964) Duehl
(1979) que demonstram a melhora no desempenho das atividades físicas que tanto
crianças como jovens vão apresentar após a participação em um programa específico de
educação física ou de dança criativa. Também cita Eichorn and Vigaroso (1967) que,
ao discutirem orientação e mobilidade (O&M) para crianças pré-escolares com cegueira,
enfatizam a necessidade
Warren
de proporcionar
vai destacar também
experiências de percepção não-visual.
a perspectiva de Burlingham (1965)
que
atribui a
passividade motora percebida em muitas crianças cegas, não à falta de motivação para
se movimentar, mas à
forte inibição das tendências normais do movimento.
Podemos também destacar a contribuição de Anthony, Fazzi, Lampert
(1992:80-111)
que focalizam o movimento,
informando e sugerindo atividades de
orientação e mobilidade (O&M) para crianças com deficiência visual. A área de O&M,
explicam as autoras, com sua ênfase no movimento, atualmente abrange todas as áreas do
desenvolvimento. Para a criança com ausência de visão, mover-se em seu ambiente não
ocorre naturalmente. A visão é a motivação para o movimento, e é por meio desse
movimento que a criança pequena aprende sobre seu mundo. Ainda segundo as autoras,
Através de um processo de aprendizagem do movimento, as crianças com deficiência
visual são capazes de desenvolver uma compreensão e interagir com seu ambiente de tal
maneira que este guie o crescimento integralmente.
No estudo realizado por Ochaita e Rosa (1995), a mobilidade está vinculada ao
conhecimento do ambiente. Para esses autores, o conhecimento do espaço distante, ou
seja, do ambiente que as pessoas com deficiência visual não podem alcançar com os
braços e ao qual só têm acesso mediante
dados auditivos, o movimento
e a
propriocepção, são dos aspectos mais problemáticos para essas pessoas. Os problemas
posturais e de andar de uma pessoa
cega adulta ,
para esses autores, podem ser
explicados pela dificuldade que uma criança apresenta para imitar os modelos de postura
e locomoção, na ausência de visão.
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Os estudos sobre orientação e mobilidade
acima apresentados
parecem não
dar conta de mostrar qual é a natureza do movimento para quem não vê. Apresentar
as vantagens e as desvantagens do movimento para aquele que não enxerga, não explicita
o que é o movimento e a sua importância para uma pessoa não-visual propriamente dita.
Por outro lado, supomos que, ao conhecermos como se dá esse processo, poderemos
apreender outras características do movimento humano.
O movimento, para todos nós, diz respeito à liberdade. Para as pessoas com
necessidades educacionais especiais, a liberdade pode ser caracterizada pela obtenção
da
independência e da autonomia. Vygostsky (1995) ao comparar a surdez à
cegueira, comenta que o nosso mundo está organizado mais como um fenômeno visual
que auditivo. Para ele, quase não existe nenhuma função biológica importante que seja
alterada
em razão da surdez,
porém, devido à cegueira,
desaparece a orientação
espacial e a liberdade de movimentos, a saber, a função animal mais importante. O autor
apresenta a cegueira como um problema sociopsicológico e sugere três
meios para
enfrentá-la: a profilaxia social, a educação social e o trabalho social da pessoa cega. No
que se refere à educação Vygotsky propõe que a educação dessas pessoas deva ser
organizada como a educação de um indivíduo apto para o desenvolvimento normal.
Sugere então: La educatión debe formar realmente del ciego, una persona normal, de
pleno valor en el aspecto social y eliminar la palabra y el concepto de “deficiente” en su
aplicación al ciego. (Vigotski, op. cit. p. 87) .
Com o intuito de conceber o movimento como algo mais que um conceito de
orientação e mobilidade para aquele que não vê, propomos nossa investigação,
apresentando
o conceito de movimento
no contexto da dança.
Podemos, então,
indagar: como a dança pode ser apreciada por uma pessoa que não vê?
Cremos por bem definirmos os parâmetros que nos permitem traçar o perfil de
uma pessoa não-visual. Em nosso grupo de alunos, como será descrito posteriormente,
podemos perceber
a amplitude
identificamos entre eles
da
terminologia
deficiência visual, quando
jovens com baixa visão, pessoas que perderam a visão na idade
adulta, outras na infância, outras que nunca viram, outras que enxergam sombras e vultos
e outras, ainda, que distinguem apenas a claridade. Nossa atitude diante dessas
pessoas, não é nos limitarmos frente à categorização, mas nos relacionarmos com a
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diversidade, hoje tão em voga, e a singularidade humana.
Aqui
assumimos com
cumplicidade a postura de Oliver Sacks (1995: 16) que, como médico, explica:
"a riqueza da natureza deve ser estudada no fenômeno da saúde e
das doenças, nas infinitas formas de adaptação individual com que
organismos humanos, as pessoas, se reconstroem diante dos
desafios e vicissitudes da vida. Nessa perspectiva, deficiências,
distúrbios e doenças podem ter um papel paradoxal, revelando
poderes latentes, desenvolvimentos, evoluções, formas de vida que
talvez nunca fossem vistos, ou mesmo imaginados, na ausência
desses males.
Assim como é possível ficar horrorizado com a devastação causada
por doenças ou distúrbios de desenvolvimento, por vezes também
podemos vê-los como criativos - já que, se por um lado destroem
caminhos precisos, certas maneiras de executarmos coisas, podem,
por outro lado forçar o sistema nervoso a buscar caminhos e
maneiras diferentes, forçá-lo a um inesperado crescimento e
evolução."
Sacks,
referindo-se ao trabalho de Luria e Vygostsky com crianças surdas e
cegas, diz que este
último salientou a integridade dessas crianças, mais que suas
deficiências:
"Uma criança deficiente representa um tipo de desenvolvimento
qualitativamente diferente e único. [...] Se uma criança cega ou
surda atinge o mesmo nível de desenvolvimento de uma criança
normal, ela o faz de outra maneira, por outro percurso, por outros
meios; e, para o pedagogo, é particularmente importante estar
ciente da singularidade desse caminho pelo qual deverá guiar a
criança. Essa singularidade transforma o negativo da deficiência no
positivo da compensação". (Sacks, 1995:17)
Diderot, em sua "Carta sobre os cegos para uso dos que vêem", escrita em 1749,
discute que os cegos podem, a sua maneira, construir um mundo completo e suficiente, ter
uma "identidade cega" completa e nenhum sentimento de incapacidade ou inadequação,
e que o "problema" da cegueira e o desejo de curá-la, por conseguinte, é nosso, não
deles.
Esperamos que esta discussão nos ajude a entender o contexto sócio-histórico e
cultural que a uma pessoa "cega", sem visão se encontra. Nessa perspectiva é possível
redimencionar
o conceito de deficiência,
5
também
socialmente construído, como
propõe Sadao Omote (1995). Como argumentamos anteriormente, não pretendemos com
o nosso trabalho
enfatizar a deficiência nem tão pouco negá-la,
pelo contrário,
queremos enfatizar que, a despeito de a cegueira hoje ter sido apontada como metáfora
da contemporaneidade, em cujo contexto se tem sugerido que as pessoas fechem seus
olhos para poder ver (Peixoto,1992), ou mesmo
Saramago onde só no mundo
a "treva branca" romanceada por
de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são.
Porém, a vida real de uma pessoa cega vai muito além de metáforas. Podemos abrir os
olhos e realmente ver e aprender seu modo singular de estar no mundo.
Desenvolvemos desde de 1998 até os dias atuais, um projeto de extensão de
dança-educação para jovens e adultos não-visuais na Associação Catarinense de Integração
do Cego. Durante esse período um grupo de aproximadamente 30 jovens participaram
dessa Oficina. No decorrer das atividades, como pesquisadora, fui realizando um trabalho
de observação e de coleta de dados, contanto também com a colaboração de duas bolsistas.
Para tanto, entre outras metodologias foram feitas entrevistas orais. Do total dos
participantes, 16 responderam a essas entrevistas. Outra metodologia aplicada foi a
"Associação ou evocação livre de palavras". Nessa, foram envolvidas 20 pessoas com
cegueira, sendo que dez dessas eram integrantes do grupo de teatro "Além dos Limites",
da cidade de Lages, SC. Todos os participantes. Dos 30 jovens e adultos participantes da
Oficina de Dança-Educação, 12 deles
eram
cegos e 04 com baixa visão. As dez
pessoas, integrantes do grupo de teatro "Além dos Limites" da cidade de Lages- SC,
também, eram cegas.
Nesse momento apresentaremos a nossa discussão sobre o movimento tendo como
referencial
os trabalhos de
Rudolf Laban especificamente
na área da educação.
Buscando esclarecer a origem da aplicação da dança e do movimento como proposta
educativa e terapêutica, North (1990) explicita que
esse trabalho se pauta na Arte, ou
seja de um processo simbólico, sistemático e elaborado, contrariando aquelas propostas
denominadas de
“liberdade de expressão”.
Esse é um aspecto muito importante,
acreditamos que o trabalho com pessoas com necessidades educacionais especiais
deve
ser estruturado, de qualidade, e que se possa avaliar os benefícios. Nesse sentido, o
uso
da análise do movimento proposto por Laban, explica Sherborne (1995) proporciona a
estrutura que o professor necessita para entender
6
o que deve ser observado
no
movimento humano. Como resultado desta observação, o professor pode decidir o que
deve ser ensinado.
A análise de movimento de Laban consiste num sistema de estudo de movimento
que reconhece o movimento como nossa primeira linguagem. Essa análise proporciona
um meio através de símbolos e uma terminologia padronizada, para definir e identificar
os aspectos efêmeros da linguagem não verbal. O sistema de Laban define quatro
aspectos do movimento que são interrelacionados: corpo, esforço, espaço e relações, que
servem como lentes pelas quais se observa e apura o foco da experiência do movimento
(Scott, 1996; North, 1990) .
A contribuição de Rudolf Laban para este trabalho, diz respeito ao modo premente que
ele apresenta a educação
no contexto dança. Laban
considera o movimento como
um aspecto central tanto para a educação, em geral, quanto para a educação através da Arte,
em particular (Preston-Dunlop, 1998). Em sua obra intitulada "Dança educativa moderna"
Laban (1978)
apresenta o contexto e as características dessa nova técnica escrevendo:
"La nueva técnica de la danza, que estimula el dominio del
movimiento en todos sus aspectos corporales y mentales, se aplica
en la danza moderna como una nueva forma de danza escénica y de
danza social. El valor educacional de esta nueva técnica puede
atribuirse en gran medida a la universalidade de las formas de
movimiento que se estudian y dominan en el aspecto
contemporáneo de este arte.
(...) La riqueza de movimento en la danza moderna exige un
enfoque diferente de su maestría. Es, en realidad, imposible abarcar
en su conjunto el flujo del movimiento humano, estudiar las
variaciones casi infinitas de los paso y el porte del cuerpo de la
misma manera que se puede hacer com el restringido número de
movimientos utilizados en las formas estilizadas de danza. En lugar
de estudiar cada movimiento particular, se puede compreender y
practicar el principio del movimiento. Este enfoque de la materia de
la danza implica una nueva concepción de ésta, es decir del
movimiento y sus elementos. (Laban, 1978: 20)
A aplicação da dança educativa moderna no contexto escolar é assim dimensionada
pelo autor:
(...) El instrumento esencial que se puede ofrecer al educador en la
danza moderna es la perspectiva universal sobre los principios del
movimiento. El uso práctico de la nueva técnica de la danza en la
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educación es múltiple. El impulso innato de los ninos a relizar
movimientos similares a los de la danza es una forma inconsciente
de descarga y ejercitación que los introduce en el mundo del flujo
del movimiento y robustece sus facultades espontáneas de
expresioón. La primeira tarea de la escuela es alentar y concetrar
este impulso, y hacer que los ninos de grupos de mayor edade
tomen consciencia de algunos de los principios que gobiernan el
movimiento.
La Segunda tarea es fomentar le expresión artística en el ámbito del
arte primario del movimiento, en dondo há de perseguirse dos
objetivos: Uno es ayudar a la expresión creativa de los niños
representando danzas adecuadas a sus dones naturales y a la etapa
de su desarrolo. El outro es alentar la capacidad de tomar parte en la
unidade superior de las danzas colectivas dirigidas por el maestro.
Una tarea adicional en el despertar de una amplia perspectiva de las
actividades humanas consiste en observar el flujo de movimento
que en ellas se emplea."( Laban. 1978: 22)
Esse e outros aspectos são aprofundados no estudo de Marques (1999) quando essa
propõe um olhar contemporâneo nas propostas educacionais de Laban. Ao aduzir que
"toda criança/adolescente tem o direito de dançar", como um dos princípios da "dança
criativa" ou "dança educação" a autora explicita que por trás dessa afirmação está a
justificativa da inclusão da dança como disciplina obrigatória nos currículos escolares. Não
mais para os "eleitos", pertencente a uma elite (referência de muitos autores ao ensino do
balé clássico) a "dança criativa" seria para todos, por direito humano. Explica a autora
que:
Um dos argumentos principais que embasa estes princípios comuns
da "dança criativa" é a afirmação implícita ou explícita da
universalidade de movimento:
como seres humanos, todos
teríamos a capacidade biológica de mover nossos corpos e
expressarmos criativamente nossos sentimentos e idéias através
deles. Um dos expoentes máximos dessa afirmação foi sem dúvida
Laban que, tendo desenvolvido seu trabalho educacional na
Inglaterra da primeira metade do século, foi amplamente divulgado
em praticamente todo o mundo ocidental.
O discurso educacional de Laban está enraizado tanto na filosofia
da dança moderna do início do século quanto na idéias da Escola
Nova difundidas por John Dewey na Inglaterra. Para essa escola, os
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ideais de expressão interior e emoção humana são entendidos
como os princípios edificantes da criação artística/educacional. A
busca da autonomia do sujeito, de sua experiência interior, aliadas à
imaginação, à individualidade e à importância dos processos dos
artistas modernos influenciaram o pensamento educacional de
Laban.
Com base nesses argumentos Marques indaga:
a naturalidade, a espontaneidade, a totalidade e capacidade de
auto-tudo, sugeridas como essenciais e objetivos primeiros da
"dança criativa" não se distanciam
muito tanto como
possibilidades educacional quanto um ideal a ser perseguido na
contemporaneidade.
Ou ainda, (...) se hoje as propostas
educacionais de Laban seriam ainda - se algum dia foram apropriadas a qualquer cultura, classe social, raça, etnia gênero e,
principalmente, aos diversos corpos/ movimento existentes e
construídos em/por nossas sociedades. Seu trabalho, na realidade,
poderia se entendido hoje, propõe a autora: "como uma das
múltiplas vozes do mundo da dança e da educação." Portanto, alerta
ela: "não representaria a base fundadora dos princípios
educacionais para dança criativa da criança e do adolescente, mas
uma possibilidade de desenvolver trabalhos e análises de dança que
sejam também educacionais."
"Se por um lado a ausência de alicerces fundadores unificadores
para o ensino da dança permite que trabalhemos com a diversidade
e a multiplicidade de corpos em movimento de/ em nossas
sociedade, por outro, também poderia estar colocando em xeque
uma ação social emancipadora e a crença nas possibilidades
transformadoras da educação; pois não garante, por exemplo, uma
das premissas básicas da "dança criativa, também contida no
trabalho de Laban, de que "toda criança/adolescente tem direito de
dança" A meu ver esta questão postula a necessidade de liberdade,
justiça e igualdade social para que todos os cidadãos possam ter
acesso à educação/ dança" (1999:89)
Esses argumentos indicam a necessidade de estarmos atentos ao nossos referenciais
teórico-metodológicos. Observamos
e analisando os nossos próprios corpos em
movimento, e de nossos sujeitos, ora diferentes ora deficientes, indagamos primeiramente,
porque esse corpo não pode dançar,
após experimentarmos
outros movimentos,
redefinimos nossa pergunta em: que movimento é esse que tal corpo pode dançar..
9
Se analisarmos as respostas dos participantes sobre - o que é a dança? - poderemos
identificar como esses se apropriam dessa experiência. Pois, as respostas nos auxiliam a
organizarmos a nossa discussão. Como categorias identificamos e suas falas a) dança
como uma atividade de descontração e diversão, b) dança como uma possibilidade de
liberação do corpo c) dança como um movimento e dança como terapia, ou ainda d)
uma indefinição sobre o que é a dança.
Para compreendermos porque a dança é uma atividade vinculada ao prazer às pessoas
não-visuais, como é possível verificar nas definições acima, introduzimos aqui a nossa
reflexão sobre outras categorias sobre o corpo e o movimento. Como verificamos essas
também foram muitos freqüentes nas respostas referente à dança.
Ao iniciarmos essa análise pretendemos discutir as indagações sobre o que é o movimento e
sua importância para uma pessoa não-visual. Tentando reconhecer como se dá esse
processo
nessas pessoas e buscando apreender
as especificidades do movimento
humano. Uma das primeiras caraterísticas do movimento que identificamos a partir da
verbalização das pessoas cegas, foi registrada quando um dos entrevistados, Cláudio, fez
o seguinte comentário:"Toda a coisa que move, sair do lugar, locomover, movimentar é
fundamental."
Esse comentário é ratificado pela explicação de Laban, quando esse diz que:
"o homem se movimenta a fim de satisfazer uma necessidade. Com
sua movimentação, tem por objetivo atingir algo que lhe é valioso.
É fácil perceber o objetivo do movimento de uma pessoa, se é
dirigido para algum objeto tangível. Entretanto, há também valores
intangíveis que inspiram movimentos" (Laban, 1978).
Quando
um dos participantes associa à palavra movimento
importância
e
necessidade; podemos inferir que para as pessoas não-visuais o movimento é algo
vital e desafiante.
objetivos
Se analisarmos as categorias
tangíveis
que inspiram seus
como um todo notaremos tanto os
movimentos como também
os valores
intangíveis que essas almejam alcançar através de seus movimentos. Vejamos na categoria
10
intitulada como:
Movimento social descrita a seguir: lutar por algo, fazer as coisas,
usufruir da vida, alcançar objetivo, a própria vida faz o movimento.
"O movimento é uma característica humana universal. A
experiência do movimento começa até mesmo antes do nascimento.
Estudar o movimento humano é estudar o indivíduo, uma vez que o
movimento é ao mesmo tempo meio e veículo para todas as
atividades humanas. Atingir uma compreensão mais profunda e
uma consciência mais elevada desta forma de expressão humana
é uma grande riqueza para vida", sugerem Cordeiro, Homburger e
Cavalcanti, (1989:09).
Apreender o movimento como sugere
as autoras,
complexidade de atividade a partir de uma perspectiva
ampliar
favorece
compreender a
rica e dinâmica,
capaz de
o nosso conhecimento sobre o indivíduo em relação a uma coletividade, não
mais em comparação com as vantagens e desvantagens, mas percebendo como o mesmo
se apresenta é apresentado, em seus aspectos
intrasubjetivo
e intersubjetivo.
Na
introdução do nosso trabalho apresentamos como alguns estudos identifica o papel do
movimento no desenvolvimento da pessoa cega.
Quando entramos em contato com
esses indivíduos: seja observando-os, seja ouvindo-os falando sobre o movimento ou
ainda,
durante a própria aula de dança onde nos envolvemos em atividades físicas
dirigidas, um novo enfoque nos é apresentado. Pois, essa experiência nos possibilita
perceber o movimento na perspectiva do outro. Um sujeito que não tem a visão
como guia para seus gestos, posturas e movimentos nos convida não só a fechar os
olhos para
conhecermos o modo que se apropria do mundo, mas pelo contrário, a
abrirmos os nossos olhos e ver como o desenvolvimento humano assume novas rotas de
viagens.
Vejamos a
resposta de
Mauro durante entrevista, quando perguntado o que é o
movimento, explicita o que acabamos de discutir. "Movimento é movimentar o corpo,
membros, cabeça, andar, correr, movimentar. Atividades, tudo é movimento."
O trabalho de
Laban, é definido pelas autoras Cordeiro, Homburger e Cavalcanti,
(1989:09)., como
11
"um sistema que descreve e compreende o movimento através de
seus quatro fatores componentes - força, tempo, espaço e fluência
- e relaciona as influências recíprocas entre as ações corporais e
os processos mentais e emocionais. (...) Integrando,
conscientemente, a espontaneidade e a fluência (que são inatas no
movimento), com o domínio e o controle (adquiridos na idade
adulta) desenvolve-se a criatividade de forma orgânica e natural.
(...) A teoria de Laban possibilita uma compreensão ampla do
homem através do movimento visível e estimula a integração
mente e corpo.
As respostas apresentadas a seguir parecem demonstrar o entendimento por parte de
alguns participantes sobre a relação das influências recíprocas entre corpo, mente e
emoção: “Movimentar ombros, braços, tronco para os lados e para frente e para trás,
pescoço para o lado e para o outro, encima e em baixo, baixar até onde puder.” Ou
também: “Não é não ser largado mas estar a vontade, saber onde você esta, Ter noção do
espaço é você se expressar, fazer muita coisa ,conversar através do corpo.”
Atentando para algumas respostas dos alunos sobre o que é o movimento e também
sobre as evocações a respeito dessa palavra, verificamos que em relação às respostas
alguns participantes dizem que:
forma de relaxar, descontrair, se mexer, se esticar.
Enquanto que a maior parte dos entrevistados
com o corpo, um dos sujeitos comenta:
afirmam que o movimento é mexer
“movimento é mexer braços, corpo, joelho,
perna. Movimento acho que é mexer todo o corpo”. Vejamos, esse aluno após dizer que
movimento é mexer as partes do corpo isoladamente. Demonstra uma certa dúvida na
fato do movimento também pode ser mexer todo o corpo. Essa dúvida aparece muito
durante as nossas aulas.
Há uma dificuldade por parte dos alunos
realmente o movimento que estão realizando. Muitas vezes,
descreverem
um movimento como
"girar" 360º é incomum para uma pessoa que nunca viu, tanto executar o movimento
como descrevê-lo.
Além desse aspecto da descoberta ou redescoberta do movimento, às vezes as pessoas
que perderam a visão redescobrem o movimento ao realizá-lo agora a partir de outros
parâmetros que não são os visuais, a análise e a observação do movimento de uma
12
certa forma podem contribuir para que os alunos conheçam a natureza intrínseca do
movimento. Além de proporcionar de modo eficaz a ampliação do repertório tanto
verbal quanto corporal por parte daquele que o realiza.
Comparando
algumas evocações sobre a palavra
movimento
notamos, embora para uns o movimento é uma atividade muito positiva,
e as entrevistas
por exemplo: “
se tornar mais flexível, mais relaxado, mais descontraído. Ou mesmo: movimento é coisa
boa, é dança. Para outros,
o movimento
pode estar relacionado com sensações e
sentimentos muito negativos, como indicam as associações da categoria abaixo: Medo
agito estressado
nervoso
cansaço preocupado
desprazer
timidez. Nos
recordamos de uma das histórias insólitas de Sacks (1993:134), descrevendo o caso de
Virgil, um jovem que realizou
uma cirurgia
nos olhos na
fase adulta e volta a
enxergar, o autor assim relata um de seus inúmeros episódios:
"Quando chegamos em casa, Virgil caminhou por conta própria,
sem bengala,
até a porta da frente, tirou a chave do bolso,
segurou a maçaneta, destrancou e abriu a porta. Era impressionante
- não poderia Ter feito isso de primeira, ele disse, era algo que
vinha praticando desde o dia seguinte à cirurgia. Era o seu show.
Mas ele dizia que, em geral, caminhar era "assustador" e "confuso"
sem o tato, sem sua bengala, com suas noções incertas e instáveis
sobre o espaço e a distância. Por vezes, superfícies e objetos
pareciam avultar-se, estar em cima dele, quando na realidade
continuavam a uma grande distância; por outras, confundia-se com
a própria sombra (todo o conceito de sombras, de objetos
bloqueando a luz, era enigmático para ele) e parava, ou dava um
passo em falso, ou tentava passar por cima dela. Degraus, em
particular, apresentavam um risco especial, porque tudo o que
podia ver era uma confusão, uma superfície plana, de linhas
paralelas ou entrecruzadas; não conseguia vê-los (embora os
conhecesse) como objetos sólidos indo para cima ou para baixo
num espaço tridimensional. Agora, cinco semanas depois da
cirurgia, sentia-se com freqüência mais incapaz, a facilidade de
movimento que possuíra então. Mas tinha a esperança de que tudo
isso entrasse nos eixos com o tempo." (Sacks, 1993: 134)
Comentando as evocações e as entrevistas sobre o movimento podemos inferir a partir da
história de Virgil que caminhar para uma pessoa cega pode ser uma experiência muito
boa, no entanto, também pode ser algo aterrador. Durante nossas aulas de dança na ACIC
13
encorajamos aos alunos a desenvolverem sua confiança realizando movimentos onde ele
apoiam uns aos outros, ou são apoiados um pelos outros, guiam
Alguns deles comentam que o modo que as pessoas
com visão
e/ou são guiados.
as tocam
para
guiá-las, por exemplo, para atravessar uma rua, elas sentem que podem ou não confiar
nessa pessoa.
Vejamos como alguns
associam a palavra movimento ao andar, tal como explicita a
categoria abaixo: andar de um lado para outro,
segurança no caminhar,
caminhar, andar, andar sozinho,
[segurança] no fazer uma corrida.
Esse tipo de episódio nos ajuda a pensar sobre os movimentos cotidianos como o andar,
tornam relevantes para uma pessoa não-visual. Pois, diz respeito a autonomia, a
independência ao direito de ir vir e como isso pode ser reaprendido no caso de uma
pessoa que enxergava e que perdeu a visão durante um acidente.
no Rio de Janeiro, veio participar de curso de
Dan, 46 anos, residente
massagem oferecido pela ACIC,
aproximadamente durante os meses de maio a setembro, em julho os estudantes tinham
algumas semanas de férias. Nossas atividades também foram suspensas durante esse
período e retornamos em agosto, quando
Dan
nos comentou que estava feliz por
vencer um desafio, que fora ter viajado sozinho para casa no Rio e ter chegado lá
inteiro, comentou que nas paradas desceu do ônibus, tomou cafezinho, e foi abraçado
pelo filho quando chegou no terminal rodoviário. Tanto o episódio de Virgil como o de
Dan, nos mostra como o movimento passa ser parte da nossa identidade, o nosso jeito
de estar no mundo, diz respeito a nossa singularidade, a confiança em si mesmo e nos
outros.
Nosso estudo mostra que o movimento para quem não-vê supõe um grau variado de
categorias, que passam
por valores/virtudes, interação social, sensações, locomoção,
ações do dia-a-dia, até meios de transportes e sons. Ou seja, a palavra movimento é um
tema gerador no mundo não-visual. Exemplificando: se compararmos a definição de
andar sugerida pela O&M, veremos que essa apresenta "o andar" como uma área do
desenvolvimento motor.
Por conseguinte,
para as pessoas não-visuais o andar está
associado ao movimento e que pode se referir como vimos acima à andar de um lado
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para o outro, caminhar, andar sozinho, segurança no caminhar, etc. Há uma qualidade
nesse andar , que para quem vê pode passar por desapercebido.
Porém a propriocepção de quem não vê, favorece a apreensão dessas sutilezas. Ou seja,
não é realizar a atividade mecanicamente, desarticulado de uma qualidade. As pessoas
não visuais vivenciam o movimento como um processo qualitativo de apropriação da
experiência motora. Nesse ponto a dança pode contribuir, pois essa tem o movimento
como seu elemento básico, e explora-o como uma atividade complexa.
Podemos aqui apropriarmos das perguntas de Albrigth(1997): Que tipo de corpo pode
constituir um dançarino e que tipo de movimento pode constituir a dança, recorrendo
algumas respostas dos entrevistados
sobre o movimento e o corpo, como por exemplo:
"Não é não ser largado mas estar a vontade, saber onde você esta, é noção do espaço, é
você se expressar, fazer muita coisa, conversar através do corpo. Ou ainda: "Corpo é
algo que precisa de movimento, formas de descontrair para não ficar enferrujado."
Notamos que a dança educação possibilita aos participantes explorarem em seus corpos
o conteúdos das categorias anteriormente apresentadas. Considerando que a ênfase da
dança educação está no processo. O professor em sua pesquisa tenta descobrir o que vem
de encontro com a necessidade de seus alunos. A busca de propostas que favoreça o
desenvolvimento e aprendizado do movimento por aquele que o executa,
pode ser fruto
da análise e observação do próprio movimento.
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