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FACULDADES IBMEC
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ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
JOÃO MANUEL DA SILVA
Proposta de Novo Modelo para Avaliação das Condições Financeiras das Empresas do
SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFESSOR ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR RAIMUNDO NONATO
SOUZA DA SILVA
Rio de Janeiro, julho de 2005.
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1 – INTRODUÇÃO
1. 1 – ASPECTOS GERAIS
As mudanças implementadas no cenário econômico nacional contribuíram para o desenvolvimento de novos padrões de comportamento e gestão para administradores das organizações, tais como: a relação entre as estratégias de crescimento
das organizações e a gestão do capital de giro. Tratar da estratégia de crescimento de
uma empresa requer atenção à conjugação dos riscos e aos retornos esperados. Durante
o processo de planejamento financeiro de uma empresa, devem ser considerados o grau
de crescimento que se pretende chegar e o impacto sobre a estrutura financeira da empresa, principalmente no que se refere a necessidades de capital de giro.
Assim sendo, como os estudos atuais sobre a realidade empresarial do setor não são satisfatórios, procuramos quantificar os dados das empresas do ramo de
construção civil, com o propósito de identificar quais as causas que as levam a necessitar de mais ou de menos capital de giro. Esse trabalho será demonstrado por meio da
análise financeira tradicional versus o Modelo Fleuriet, empregado em dez empresas. É
certo que, por questões de ética profissional, manteremos o sigilo sobre os nomes das
empresas aqui examinadas.
É possível constatar um crescente endividamento das empresas do setor
estudado. Endividamento este que nas últimas três décadas, muitas vezes, as têm levado
à falência.
3
Conforme o Sinduscon:
O setor de incorporação e construção civil foi marcado por uma série de dificuldades, tendo em vista que enquanto o PIB industrial do país cresceu 7% de 2000 a
2003, o PIB da construção civil caiu 7,1% no mesmo período. Fatores como o baixo
poder de compra do trabalhador brasileiro, a pouca oferta de financiamento e o equivocado direcionamento das linhas de crédito disponíveis, privilegiando a aquisição de imóveis usados, por exemplo, explicam estes resultados. (SINDUSCONRIO, ano 2 n. 17, abr. 2005, 1)
Neste contexto não houve distinções, sendo prejudicadas tanto as micro,
pequenas, médias e grandes empresas assim como também as grandes empresas, que no
decurso do período relatado diversas empresas do setor faliram, conforme foi divulgado
nos jornais como Monitor Mercantil, O Globo, etc.
Como nossa atividade está diretamente ligada à conservação da riqueza
patrimonial das empresas, independente da quantidade dos recursos disponibilizados
para a geração de riqueza, resolvemos estudar melhor o problema do capital de giro que
tanto aflige às gerências financeiras das micro, pequenas e médias empresas do setor de
incorporação imobiliária e construção civil.
Para buscar um esclarecimento melhor sobre o assunto estudado, optamos pela análise acerca da gestão das empresas, em cuja essência priorizamos o desempenho financeiro. Definidas as balizas que justificam o estudo, procura-se, agora, identificar as causas que fazem as empresas buscar o capital de giro de terceiros. Num segundo momento, iremos apontar sugestões para reverter o problema detectado. Certamente, o desenrolar dessas duas etapas vai de encontro às necessidades tanto dos empre-
4
sários que já estão em plena atividade, como também dos futuros empresários, ou seja,
daqueles que desejam aplicar seus investimentos.
Segundo Sousa e Menezes (1997, p.27), administração do capital de giro
reúne vários meios que permitem efetuar diversos procedimentos gerenciais com elevado grau de eficiência. O planejamento do capital de giro é uma grande fonte de contribuição para o sucesso de qualquer empresa.
No Brasil, esse tema tem especial relevância em função das elevadas taxas de juros e da escassa oferta de crédito para o setor em questão.
Segundo Sousa e Menezes (1997, p.27) o planejamento do capital de giro
de curto prazo produz resultados que refletem a saúde financeira das empresas e a sua
imagem diante do mercado, focando-se nos ativos e passivos circulantes. Os maiores
referenciais a serem considerados são: o nível de capital de giro líquido e o orçamento
de caixa.
Com a globalização da economia, uma realidade é indiscutível em nossos
dias: as micro, pequenas e médias empresas têm que buscar, constantemente, melhores
indicadores de eficiência e competitividade para que possam sobreviver no acirrado
mundo dos negócios.
De acordo com este ponto de vista lógico, se a carência de alguns conhecimentos é o principal motivo para que muitas empresas não tenham capital de giro, e,
por outro lado, se a aquisição de conhecimentos é a solução para a reversão desse quadro de endividamento, devemos admitir que o conhecimento é peça chave para os empresários de qualquer setor. Daí, neste estudo, buscarmos dotar o gestor de conhecimentos elementares necessários, como por exemplo: a necessidade de capital de giro, a
5
tesouraria, o capital de giro e o endividamento, capazes de aumentar a capacidade para
gerir o capital de giro em uma empresa.
Se este conhecimento é fundamental para a mudança de práticas tão resistentes pela cultura, acreditamos, por hipótese, que os pequenos e médios empresários,
a partir do momento em que se tornarem cada vez mais capacitados para o exercício de
suas atividades empresariais e incorporarem os princípios básicos da administração financeira, aumentarão, por conseguinte, sua renda sobre o investimento. O que significa
dizer que eles terão mais capital de giro próprio e, desta forma, não mais necessitarão de
capital de terceiros para incrementar suas atividades.
Já do ponto de vista acadêmico, não temos a intenção de esgotar um tema
tão complexo como este. No entanto, buscamos dar algum tipo de contribuição, com
nossos estudos, aos pequenos e médios empresários que visam desenvolver suas atividades empresarias no setor estudado.
Com convicção, o maior êxito de Fleuriet (1980) foi o de aplicar, de modo eficaz e eficiente, sua teoria da dinâmica financeira à prática administrativofinanceira brasileira, inclusive nas empresas deste.
Todavia, devemos ressaltar que a teoria fleurietiana tem sido largamente
aplicada, com mais sistematização técnica, nas organizações de grande porte, principalmente no que se refere ao planejamento de longo prazo. Já nas micro, pequenas e
médias empresas, esse modelo vem sendo menos empregado apesar de também trabalharem com o planejamento de longo prazo.
Certamente, como as organizações de grande porte executam o planejamento financeiro de longo prazo, é necessário que, ao se investigar as microempresas,
as pequenas e as médias empresas, não se negligencie o fato de que essas empresas tra-
6
balham com planejamento financeiro de curto prazo em função de seus recursos financeiros serem menores.
Diante dessas considerações, não nos falta a convicção tanto sobre a eficácia e a eficiência da aplicação da teoria fleurietiana nas pequenas e médias empresas
quanto sobre a coerência e a coesão técnico-científicas que este modelo assegura ao
estudo a ser realizado.
Assim, quer do ponto de vista do senso comum como do ponto de vista
crítico, constata-se que os principais problemas que afetam o setor de construção civil
são:
1
– A falta de conhecimento da gestão administrativo-financeira, particularmente no que diz respeito a tomadas de decisões, a saber:
a) - Qual a modalidade de apoio financeiro que as empresas do setor estu-
dado buscam?
2
– As modalidades de financiamento, a saber:
a) Qual a melhor estratégia a ser adotada pelo empresário do setor es-
tudado no que se refere à liquidação de um financiamento?
b) Qual o período de carência mais adequado para um empréstimo feito
por uma empresa do setor estudado?
Por meio do exercício de busca das sugestões para as questões acima delineadas, iremos construir alguns instrumentos necessários para estabelecer os meios
que viabilizem o desenvolvimento do setor empresarial estudado no município do Rio
de Janeiro.
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1. 2 – OBJETIVOS DO ESTUDO
O tema selecionado para o desenvolvimento deste estudo – Proposta de
Novo Modelo para Avaliação das Condições Financeiras das Empresas do Setor de
Construção Civil – uma abordagem com base no Método Fleuriet, tem por objetivo geral estudar o caso representativo de dez Micro, Pequenas e Médias Empresas do setor,
no âmbito da atividade produtiva.
Como objetivos específicos, devemos: identificar e analisar as estratégias
de gerenciamento do capital de giro de algumas empresas do setor.
1. 3 – RELEVÂNCIA
As Micro, Pequenas e Médias Empresas têm grande relevância para a
economia brasileira, tendo em vista que colaboram com 60% dos empregos disponíveis,
mas têm acesso a apenas 10% de todo crédito disponível, conforme está publicado na
revista Pequena Empresas Grandes Negócios (2004, n.º 185, 69), dentro deste contexto,
surge a necessidade de maiores recursos financeiros para fazer face ao nível de atividades empreendida pelas empresas que compõem o setor, para financiar os investimentos
necessários tais como: investimento em ativos permanentes, investimentos em capital de
giro entre outros.
Por outro lado, dados do SEBRAE, informam que 84,79% das empresas
constituídas legalmente no Brasil são pequenas e média empresas. Das quais 64% das
mesmas são exportadoras na qualidade de negócios de pequenas e médias empresas, e
cujo resultado representa 7,6 bilhões de dólares em vendas para o mercado externo.
(SEBRAE, 2004).
8
Segundo manchete publicada no jornal Monitor Mercantil de 14 de abril
de 2005, intitulada, “Sem emprego, brasileiros buscam o próprio negócio”, o Brasil é o
7º país mais empreendedor do mundo, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship
Monitor (GEM), divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (SEBRAE). O nível de empreendedorismo é determinado pela percentagem de pessoas entre 18 e 64 anos que abriram um negócio há, no máximo, 42 meses (3
anos e meio).
A taxa no Brasil é de 13,5%. Na frente, está o Peru, com 40,3% e, na última colocação, o Japão (1,5). A pesquisa da GEM analisou o empreendedorismo em
34 países ano passado, o que significa 73 milhões de empreendedores.
Em número absoluto, o Brasil é o segundo país com mais gente que gere
seu próprio negócio: 15,37 milhões, dos quais apenas 14% têm formação superior
(completa ou incompleta). No Brasil, 52% dos empreendedores optaram pelo negócio
próprio devido ao desemprego no país. Sem mercado e orientação, porém, a grande
maioria fecha as portas ainda no primeiro ano.
De acordo com a pesquisa, há dois tipos de empreendedores. Os que se
tornam empreendedores por oportunidade – por vocação ou por encontrar algum nicho
de mercado pouco explorado – ou por necessidade – quem não encontrou outra forma
de gerar renda.
No Brasil, dos 15,37 milhões de empreendedores, 52% estão na categoria
necessidade e 46.% na categoria oportunidade e 2%, não estão em nenhuma das categorias. A taxa de pessoas que abrem o próprio por necessidade é considerada alta.
9
Segundo o diretor-geral do GEM Brasil, Marcos Muller Schlemm, em
entrevista concedida ao jornal Monitor Mercantil: “tal situação é comum nos países de
baixa renda, como os da América Latina”.
Para estudar, identificar e analisar as estratégias de gerenciamento do
capital de giro, de dez empresas do setor, será utilizado o modelo Fleuriet (modelo dinâmico de gestão financeira de empresas) tais como: Saldo de Tesouraria (T), necessidade de capital de giro (NCG) ou investimento operacional em giro (IOG) e capital de
giro (CDG).
1. 4 – DELIMITAÇÃO
Em nossa amostra foram consideradas as micro, pequenas e médias empresas do setor de incorporação e construção civil na cidade do Rio de Janeiro, cuja receita fosse igual ou inferior a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), as quais encontram-se enquadradas no perfil das empresas que nos propomos estudar. Segundo SEBRAE Paraíba (crédito orientado de 15/06/2005), classifica-se de micro, pequena e média empresa para efeito de financiamento em função do faturamento bruto anual:
Microempresa - até R$ 433.755,14
Pequena empresa - entre R$ 1.200.000,00 e R$ 2.133.222,00
Média empresa - acima de R$ 2.133.222,00
No entanto, o site acima não classifica a faixa superior do faturamento
das médias empresas.
10
Entendemos que esta classificação seja considerada pelo SEBRAE em
termos nacional, apesar de não termos o encontrado no site do SEBRAE (RJ). Mas, de
qualquer modo servirá para balizar o intervalo de faturamento nos definido.
Não vamos citar a razão social das empresas estudadas, tendo em vista
que não obtivemos autorização de seus proprietários pra tal. Desta forma, relacionamos
as empresas na seguinte seqüência: “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G”, “H”, “I”, “J”.
1. 5 – METODOLOGIA
Sem dúvida, pela necessidade de fazer uma ilustração do conteúdo teórico, adotamos o método do estudo de caso e o método comparativo. O método do estudo
de caso nos fornece meios para organizar os dados em um universo real – as microempresas, as pequenas e as médias empresas do setor estudado na cidade do Rio de Janeiro. Quanto ao método comparativo, sua conjugação com o de estudo de caso foi indispensável, porque, a partir de seu uso, transparecem os fatos estudados segundo suas
diferenças e similitudes – em nosso estudo, seriam as diferenças e similitudes entre as
empresas que adotaram o método tradicional e as que aplicaram o método fleurietiano.
1. 6 – ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
A pesquisa aqui desenvolvida está organizada conforme os capítulos abaixo indicados:
1 – Introdução
Iremos procurar enfocar a relação entre as estratégias de crescimento das
organizações e a gestão do capital de giro.
11
2 – Revisão de literatura
Já nesta fase de nosso trabalho, procuraremos estudar a literatura pertinente ao bom gerenciamento do capital de giro das empresas do setor.
3 – Análise dos casos
Neste capítulo, estaremos analisando o comportamento financeiro das
pequenas e médias empresas do setor estudado, por meio da comparação entre o modelo
tradicional e o modelo Fleuriet.
4 – Conclusão e recomendações
Aqui, trazemos à baila as conclusões de nosso estudo, apontando os possíveis riscos verificados na má utilização do capital de giro nas microempresas, nas pequenas e nas médias empresas do setor.
12
2 – REVISÃO DA LITERATURA
Visitando a literatura sobre a administração da necessidade de capital de
giro voltada para a realidade brasileira, verificamos que o ponto de partida está nos estudos de Michel Fleuriet, a quem outros teóricos fazem referência, entre eles: B. Braga
(1991), Assaf Neto (2002), J. P. Silva (2001), Marques (2004), Brasil e Brasil (2003).
Por conseguinte, a história da dinâmica financeira – no que diz respeito à
administração da necessidade do capital de giro no Brasil – está dividida em préfleurietiana e pós-fleurietiana. Na fase pré-fleurietiana, a análise das demonstrações
financeiras, no Brasil dos anos 80, era estática, pois, se caracterizava pela visão patrimonial. Opondo-se a essa prática e observando a realidade brasileira, Fleuriet “descreveu um modelo de análise dinâmica da situação financeira das organizações” (BRAGA;
MARQUES, 1995, p. 50). Na construção desse modelo foi utilizada uma amostra em
seis empresas do ramo industrial de capital aberto. Visando uma melhor análise e compreensão do referido modelo, houve necessidade das contas do balanço patrimonial serem reorganizadas, além de outros relatórios contábeis, passando-os para um formato
mais dinâmico que iria facilitar o processo de análise, levando em conta a reclassificação dos grupos que constituem o ativo e o passivo circulantes em financeiro e cíclico
(operacional).
De um modo geral, o pequeno e o médio empresário tende a ser aquelas
pessoas que resolvem abrir uma empresa após serem demitidas de um emprego estável,
onde já trabalhavam há alguns anos, utilizando para isso a verba indenizatória e o saldo
do FGTS. No entanto, na maioria das vezes estes empreendedores não têm o mínimo de
conhecimentos necessários sobre a gestão administrativo-financeira para conduzir com
13
êxito o negócio. Tais conhecimentos são indispensáveis para que o novo empreendedor
obtenha sucesso. Entre os conhecimentos fundamentais que o empresário deve adquirir,
temos:
Reestruturação do Balanço Patrimonial
Análise do Capital de Giro
Necessidade de Capital de Giro
Margem de Contribuição (margem liquida)
Endividamento
Rentabilidade do PL
Rentabilidade do Ativo
Liquidez
Saldo Tesouraria
2. 1 – REESTRUTURAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL
Balanço Patrimonial Convencional:
O balanço convencional está elaborado em conformidade com as normas
estabelecidas pela Lei n. º 6.404/76.
14
Quadro I:
GRUPOS INTEGRANTES DO BALANÇO PATRIMONIAL
Aplicação de recursos
Origem de recursos
Ativo circulante (AC)
Passivo circulante (PC)
Realizável em longo prazo (ARLP)
Exigível em longo prazo (PELP)
Ativo permanente (AP)
Resultado de exercício futuro (REF)
Patrimônio líquido (PL)
Fonte: Adaptada do Artigo: Análise Dinâmica do Capital de Giro (O Modelo Fleuriet) de
MARQUES E BRAGA in: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, maio/jun.
1995, p. 49-63.
Quadro II
15
BALANÇO - CONFORME MODELO TRADICIONAL
Em mil $
CONTAS
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa/Banco/Aplic.
Impostos a Recuperar
Clientes
Adiantamentos
EMPRESA -A
EMPRESA -B
EMPRESA -C
2003
2002
2003
2002
2003
4.244
4.578
5.814
5.750
11.766
EMPRESA -D
EMPRESA -E
EMPRESA -F
2002
2003
2002
2003
2002
2003
2002
EMPRESA -G
10.323
7.330
5.500
17.220
14.744
8.280
1.303
2003
95
2002
77
EMPRESA -H EMPRESA -I
EMPRESA -J
2003
242
2002
2003
2002
2003
2002
257
732
536
596
1.540
2837
3054
1585
1600
10164
4373
4594
1974
13143
13196
8078
1250
57
73
77
182
59
111
537
1501
323
539
353
88
607
363
123
149
57
62
33
0
57
39
59
73
59
42
134
755
1.016
1.664
0
19
0
403
393
18
90
0
0
0
0
41
15
27
21
48
7
0
0
743
628
374
420
564
935
971
733
34
87
76
0
0
99
61
16
14
148
512
160
1.643
1796
831
1071
8.846
3007
3484
1078
11.922
10958
7885
1354
1475
2160
2090
1532
5867
2707
3526
3.755
1.296
0
53
49
2069
2060
70
83
29
322
252
202
53
4
4
165
75
673
425
59
39
4244
4578
5814
5750
11766
10323
7330
5500
17220
14744
8280
1303
95
77
242
257
732
536
596
1540
421
422
146
142
1561
721
757
2788
8508
1801
1142
0
14
3
49
21
43
14
240
220
6
6
0
0
906
377
569
144
67
0
44
33
346
376
139
140
186
172
58
26
7
2
78
76
34
9
10
15
Imp. De Renda A Recolher
8
8
0
CSLL a Recolher
3
6
0
356
1320
Estoques de imóveis
REALIZÁVEL A L/PRAZO
PERMANENTE (LÍQ)
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores
Contas a Pagar
Imp. E Contr. A Recolher
Custo Orçado
Financiamentos
EXIGÍVEL A L/PRAZO
REF (LÍQUIDO)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
0
0
154
2635
0
577
268
0
69
353
1250
34
319
573
49
2
1.239
561
31
12
190
190
6760
477
995
943
2579
6191
3
49
21
43
14
0
33
330
316
162
6063
2898
161
1.266
0
696
754
280
411
17
2611
213
1001
57
224
0
3094
3072
5072
5035
4125
4093
6199
1711
7712
10140
947
37
1125
2181
321
436
2427
3319
0
0
596
740
0
0
188
129
58
46
566
357
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
865
879
1686
3838
0
0
135
122
1279
-62
-86
-298
-9
-8
-13
-9
0
0
0
81
74
193
236
689
522
0
0
0
0
0
0
0
980 1.183
830
464
3848
-8
-38
-232
426
3616
DEMONST. DO RESULTADO
Receita Venda de Imóveis
Rec. Financ.s/Venda de Imóveis
Receita Prestação de Serviçõs
(-)Imp. Inc. s/Venda e Serviço
(-)Vendas Canceladas
-4
-21
-19
-154
-145
-22
-28
-129
-46
-158
-51
-397
0
0
0
0
0
0
0
0
-12
0
Receita Líquida
1247
2224
312
305
2788
3134
843
851
2153
4280
0
0
126
114
1266
971
1171
822
(-)Custo de Vendas / Serviços
-723
-1453
-158
-265
-1817
-2503
-764
-681
-2047
-3.011
0
0
-54
-51
-971
-473
-415
-304
524
771
154
40
971
631
79
170
106
1269
0
0
72
63
295
498
756
518
-495
-503
-146
-155
-931
-915
-228
-175
-2.534
-1.140
-50
-1
-2
-5
-235
-144
-281
-339
36
149
143
21
Lucro Bruto
(-)Despesas Operacionais
(+)Outras Receitas
(-)Deprec./ Amortização
-2540
426
1076
-32
34
-6
(-)Custo Ex. Anterior
-137
Lucro Antes da CSLL
29
268
44
34
40
-284
-149
16
-2428
129
-50
-1
70
58
Provisão p/ CSLL
-3
-26
-3
0
-3
0
0
-1
0
-11
0
0
-1
-2
Lucro Ante do IRPJ
26
242
41
34
37
-284
-149
15
-2428
118
-50
-1
69
-284
-149
12
-50
-1
Provisão p/ IRPJ
-4
-44
-5
0
-5
Lucro Líquido do Exercício
22
198
36
34
32
-3
-19
-2428
99
60
354
475
179
460
1044
56
60
354
475
179
460
993
-2
-1
-89
-66
-105
-59
67
55
-29
288
370
120
460
910
-51
-83
16
Balanço classificação conforme o modelo Fleuriet
Quadro III:
Aplicação de recursos
Origem de recursos
Ativo circulante financeiro (ACF)
Passivo circulante oneroso (PCO)
Ativo circulante cíclico (ACC)
Passivo circulante cíclico (PCC)
Ativo não circulante (ANC)
Passivo não circulante (PNC)
Fonte: Adaptada do Artigo: Análise Dinâmica do Capital de Giro (O Modelo Fleuriet) de
MARQUES E BRAGA in: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, maio/jun.
1995, p.49-63.
Quadro IV
17
BALANÇO - CONFORME MODELO FLEURIET
Em mil $
CONTAS
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
FINANCEIRO
EMPRESA -A
EMPRESA -B EMPRESA -C
EMPRESA -D
EMPRESA -E
EMPRESA -F
EMPRESA -G
EMPRESA -H
EMPRESA -I
EMPRESA -J
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2003
2002
4.244
2002
2003
2002
2002
2002
2002
2002
2002
2002
5814
5750 11766 10323
7330
5500
17220 14744
8280
1303
95
77
242
257
732
536
596
1540
2837
3054
1585
1600 10164
4373
4594
1974
13143 13196
8078
1250
57
39
77
182
59
111
537
1501
134
755
403
746
364
554
380
109
655
370
123
149
57
62
33
0
57
39
59
73
59
42
323
539
353
88
607
363
123
149
57
62
33
0
57
39
59
73
59
42
41
15
27
21
48
7
0
0
CÍCLICO
2473
2500
1205
1491
9509
4003
4471
1825
13086 13134
8045
1250
0
0
18
109
0
69
Clientes
743
628
374
420
564
935
971
733
1.016 1.664
87
76
0
0
99
61
16
14
1.643
1796
831
1071 8.846
3007
Caixa/Banco/Aplic.
Impostos a Recuperar
Adiantamentos
Estoques de imóveis
ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A L/PRAZO
PERMANENTE (LÍQ)
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
CÍCLICO
ONEROSO
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A L/PRAZO
REF (LÍQUIDO)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2002
4578
148
512
160
3484
1078 11.922 10958
7885
1250
53
1407
1524
4229
4150
1602
5950
2736
3526
4077
1548
202
1354
1475
2160
2090
1532
5867
2707
3526
3.755 1.296
0
53
49
2069
2060
70
83
29
4244
4578
5814
5750 11766 10323
7330
5500
421
422
146
142
1561
721
757
2788
8508
421
422
146
142
984
453
757
2788
1748
0
577
268
0
0
6760
5608 10205
9602
6573
2712
0
3823
4156
5668
322
0
19
0
18
90
0
69
425
59
39
38
38
165
75
673
34
34
0
0
0
403
393
353
252
202
53
4
4
165
75
673
425
59
39
17220 14744
8280
1303
95
77
242
257
732
536
596
1540
1801
1142
0
14
3
49
21
43
14
240
220
1324
147
0
14
3
49
21
43
14
240
220
477
995
8712 12943
7138
33
330
316
162
6063
2898
161
696
754
280
411
17
2611
213
1001
3094
3072
5072
5035
4125
4093
6199
1711
1125
2181
321
436
2427
3319
0
0
596
188
129
58
46
566
357
0
0
0
0
0
0
0
0
0
865
879
1686
0
1303
81
74
6191 1.266
193
236
689
522
356
1320
193
236
689
522
356
1.320
0
464
3.848
943
2579
57
224
0
0
7712 10140
947
37
740
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3838
0
0
980
1.183
830
0
81
74
DEMONST. DO RESULTADO
Receita Venda de Imóveis
Receita Financ.s/Venda de Imóveis
Receita Prestação de Serviçõs
(-)Vendas Canc./imp.s/vendas e serv.
-46
-158
-51
-397
0
0
0
Receita Líquida
1247
2224
312
305
2788
3134
843
851
2153
(-)Custo de Vendas / Serviços
-723
-1453
-158
-265 -1817 -2503
-764
-681
524
771
154
40
971
631
79
170
-495
-503
-146
-155
-931
-915
-228
36
149
Lucro Bruto
(-)Despesas Operacionais
-4
(+)Outras Receitas
143
(-)Deprec./ Amortização
122
1279
0
0
0
0
0
-38
-232
4280
0
0
126
114
1266
971
1171
822
426
3616
-2047 -3.011
0
0
-54
-51
-971
-473
-415
-304
1269
0
0
72
63
295
498
756
518
-175 -2.534 -1.140
-50
-1
-2
-5
-235
-144
-281
-339
106
21
-2.540
426
1076
-32
34
-6
(-)Custo Ex. Anterior
Lucro Antes da CSLL
135
-137
29
268
44
34
40
-284
-149
16
-2428
129
-50
-1
70
58
60
354
475
179
460
1044
354
475
179
460
993
460
910
Provisão p/ CSLL
-3
-26
-3
0
-3
0
0
-1
0
-11
0
0
-1
-1
Lucro Ante do IRPJ
26
242
41
34
37
-284
-149
15
-2428
118
-50
-1
69
57
60
-2
-2
-89
-66
-105
-59
-284
-149
12
-50
-1
67
55
-29
288
370
120
Provisão p/ IRPJ
-4
-44
-5
0
-5
Lucro Líquido do Exercício
22
198
36
34
32
-3
-19
-2428
99
-51
-83
18
2. 2 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO
O modelo tradicional de análise de balanço contempla três abordagens, a
saber: a) análise vertical; b) análise horizontal; e, c) a análise de índices com base nas
demonstrações financeiras. As três abordagens se justificam na medida em que se busca a elaboração de um conhecimento sobre a situação econômico-financeira num determinado período. Os aspectos relacionados à situação financeira são avaliados por meio
da análise dos índices de estrutura de capitais e liquidez. Por sua vez, a situação econômica é avaliada por intermédio da análise dos índices de rentabilidade.
Assim, Marques e Braga (1995, p. 50) assinalam que:
Em seus estudos sobre gestão financeira de empresas, Fleuriet descreveu um modelo de análise dinâmica da situação das organizações, favorecido pela experiência
francesa nessa área do conhecimento. Em seguida outros autores, tais como Brasil
e Brasil (2003), Silva (2001) e Braga (1991), aprimoraram determinados aspectos
do modelo original, inclusive no sentido de aplicá-lo a casos reais, bem como buscando divulgá-lo de uma maneira articulada.
Para a utilização do modelo dinâmico de análise financeira, é necessário
reagrupar as contas do balanço patrimonial em ativos circulantes e não-circulantes,
sendo que os ativos circulantes devem ser classificados em circulantes operacionais
(cíclicos) e em circulantes financeiros (erráticos). Os ativos não-circulantes são representados pela soma dos ativos realizáveis de longo prazo com os ativos permanentes,
e os passivos não-circulantes são representados pela soma do passivo exigível de longo prazo, resultado de exercícios futuros e pelo patrimônio líquido da empresa.
19
O ativo circulante operacional (cíclico) é o investimento que sucede
das atividades operacionais da empresa como compra, venda, produção prestação de
serviço, enquanto o passivo circulante operacional (cíclico) é a fonte de recurso denominada passivo de funcionamento, ou seja, a que procede das atividades operacionais
(MATARAZZO, 1998 p. 338).
O ativo circulante financeiro representa as contas de natureza financeira
como os valores de disponibilidade imediata, tais como: caixa, banco e aplicações financeiras em dólar bem como os recursos de curto prazo da organização. Já o passivo
circulante financeiro ou oneroso representa as fontes de financiamento referentes a
empréstimos bancários, a descontos de duplicatas e a outras operações relacionadas com
o ciclo financeiro da empresa (SANTOS, 2000 p. 366).
Capital de giro
Em conformidade com as análises de Monteiro e Moreno (2003), capital
de giro (CDG), é “a diferença entre os Passivos Não Circulantes (PNC) e os Ativos
Não Circulantes (ANC)”. No passivo não circulante (PNC) estão incluídos o Patrimônio Líquido (PL) e o Exigível em Longo Prazo (ELP), e no ativo não circulante
(ANC) estão incluídos os Ativos Realizáveis de Longo Prazo (RLP) e o Permanente
(AP). Explicando melhor na expressão a seguir: CDG = (PL + ELP) – (AP + RLP).
Ao tirarmos o Exigível de Longo Prazo (ELP) da equação acima, temos a
parcela do Ativo circulante financiado apenas com recursos próprios, isto é, o Capital
de Giro Próprio (CGP).
20
2. 2. 1 – Capital de Giro
O Capital de Giro (CDG) tem o mesmo valor absoluto que o Capital
Circulante Líquido (CCL), embora seu cálculo seja feito de maneira diferente
(FLEURIET; KEHDY; BLANC, 1978). Assevera Silva (2001 p. 350) que o Capital
Circulante Líquido (CCL) pode ser calculado por:
CCL = AC – PC;
Capital Circulante Líquido (CCL)
Ativo Circulante (AC)
Passivo Circulante (PC)
2. 2. 2 – A necessidade de capital de giro:
A Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou Investimento Operacional em Giro (IOG), consiste na diferença entre o Ativo Circulante Operacional (cíclico) (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (cíclico) (PCO) (MATARAZZO, 1998
p. 344), sendo descrito melhor pela fórmula: NCG = ACO – PCO
A Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou Investimento Operacional em Giro (IOG), difere do Capital Circulante Líquido (CCL) devido ao fato de se
restringir a uma parte do Ativo e Passivo Circulantes. A restrição está na parte relativa
ao ciclo de operações da empresa, isto é, contas como duplicatas a receber, estoques,
despesas antecipadas, fornecedores, salários e impostos e taxas.
Alguns Índices de Liquidez (IL) estão diretamente relacionados ao tema, como, por exemplo, o de Liquidez Corrente (LC), que é a relação entre o Ativo
21
Circulante e o Passivo Circulante. Isto implica dizer que quando a Liquidez Corrente
for maior que um, o Capital Circulante Líquido (CCL) é positivo.
Outro índice relacionado à liquidez é o de Liquidez Seca (LS). Este índice pode ser obtido pela divisão entre o Ativo Circulante (AC), sem os estoques, e o
Passivo Circulante (PC). Esta avaliação é expressiva, pois o Estoque envolve um grau
de risco maior que os demais itens.
2. 2. 2. 1 – A necessidade líquida de capital de giro (NLCDG)
A Necessidade Líquida de Capital de Giro é elemento fundamental para
avaliar a situação financeira das organizações. Seu valor revela o montante de recursos
para manter o giro dos negócios. As contas que compõem a necessidade líquida de capital de giro representam operações de curto prazo e de retornos rápidos, são totalmente
diferentes das contas que compõem o ativo permanente, pois estas resultam de decisões
de longo prazo com uma perspectiva bastante lenta para a recuperação do capital investido.
Qualquer alteração nas políticas de compra, estocagem e crédito podem
produzir efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa e na Necessidade Líquida de Capital
de Giro (NLCDG), corroborando, assim, a importância deste tipo de análise para caracterizar o equilíbrio financeiro de curto prazo das organizações. Se o saldo desta variável
for positivo, indica que as aplicações de capital de giro são superiores às fontes de capital de giro de terceiros. Desta forma, a organização está utilizando fonte de capital de
giro próprio e necessita de recursos para financiar sua atividade operacional. Por outro
lado, quando o saldo for negativo entende-se que as fontes de capital de giro são superi-
22
ores às aplicações de capital de giro e, portanto, a organização não necessita de recursos
para financiar suas atividades operacionais, porque dispõe inclusive de recursos para
financiar outras aplicações, tais como: atividade operacional, ou, até mesmo, na expansão dos negócios.
A mensuração da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCDG)
pode ser demonstrada pela seguinte fórmula: NLCDG = ACO – PCO
Sendo:
NLCDG = Necessidade Líquida de Capital de Giro
ACO = Ativo Circulante Operacional
PCO = Passivo Circulante Operacional
2. 2. 3 – Tesouraria (ST)
Uma importante função da diretoria financeira de uma empresa é acompanhar a
evolução do Saldo de Tesouraria, a fim de evitar que permaneça constantemente
negativo e crescente.
A maioria das empresas que operam com Saldo de Tesouraria crescentemente negativo apresenta uma estrutura financeira inadequada, revelando uma dependência excessiva de empréstimos a curto prazo, que poderá levá-las até mesmo, ao estado de
insolvência. De modo geral, essas empresas enfrentam sérias dificuldades para resgatar seus empréstimos a curto prazo, quando os bancos, por qualquer motivo, se
recusam a renová-los.
Isto ocorre, por exemplo, quando o Banco Central utiliza seus instrumentos de controle monetário no sentido de restringir o crédito, levando os bancos – agora com
23
uma política de empréstimos mais seletivos – a não conceder e/ou renovar seus empréstimos às empresas que apresentam risco de insolvência elevado. (FLEURIET;
KEHDY; BLANC, 1978, 37, 38)
Conforme a citação transcrita acima, por intermédio da tesouraria podese identificar o grau de utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar
as necessidades líquidas de capital de giro da organização. Caso o saldo seja positivo se
deduz que a organização possui folga financeira, ou seja, ela possui recursos financeiros aplicados em curto prazo. Se o saldo for negativo significa que recursos financeiros
de curto prazo estão financiando as atividades operacionais da empresa. Isto porque:
O T pode sinalizar o grau de adequação da política financeira empregada pela administração. Quando positivo, indica disponibilidade de recursos para garantir a liquidez de curtíssimo prazo do empreendimento. Caso seja negativo, pode evidenciar dificuldades financeiras iminentes, em especial por ocasião da manutenção de
saldos negativos sucessivos e crescentes. O acompanhamento da evolução do T no
decorrer de exercícios sociais sucessivos, bem como das causas das eventuais alterações de tendências percebidas, representa o cerne do modelo. (BRAGA; MARQUES, 1995, 55)
O resultado da tesouraria deve ser analisado com cautela, pois, se existe
folga financeira esta deve representar o saldo de aplicações financeiras, ou, até mesmo,
de outros ativos com alta liquidez e apropriada remuneração. O mesmo não poderia ser
dito para tesouraria positiva, formada por elevados saldos em contas indeterminadas
como outros créditos, adiantamentos, entre outras, que poderiam esconder recursos
24
cujas realizações dificilmente aconteceriam. Do mesmo modo, uma tesouraria positiva
com elevados saldos em disponibilidades expressa a inoperância da gerência de recursos
financeiros, tendo em vista que os recursos disponíveis deveriam estar aplicados em
outros ativos da empresa na busca de maior rentabilidade.
Tesouraria (T) pode ser demonstrada pela seguinte fórmula:
T = ACF – PCF
Sendo:
Tesouraria (T)
Ativo Circulante Financeiro (ACF)
Passivo Circulante Financeiro (PCF)
2. 2. 3. 1 – Índice de Geração de Caixa (EBITDA)
Segundo Marques:
Esse conceito de EBITDA corresponde, simplesmente, ao caixa gerado pelos ativos
genuinamente operacional.
Afinal, o lucro antes dos juros (tanto receitas como despesas financeiras), do Imposto de Renda e da Contribuição social sobre o Lucro e antes das depreciações e amortizações e exaustões, corresponde ao potencial de caixa que o ativo operacional
de uma empresa é capaz de produzir, antes de considerar inclusive o custo de qualquer capital tomado emprestado.
Não corresponde ao efetivo fluxo de caixa físico já ocorrido no período porque parte das vendas pode não estar recebida e parte das despesas pode não estar paga. Mas
25
representa o potencial de geração genuinamente operacional de caixa. (MARQUES,
2004, 236).
2. 2. 3. 2 – Ciclo Econômico e Ciclo Financeiro
Segundo Fleuriet:
O ciclo econômico caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as entradas de matérias-primas (compras) e as saídas de produtos acabados (vendas), enquanto o ciclo
financeiro caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamentos
a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Como pode-se
observar , o ciclo financeiro apresenta-se “defasado” em relação ao ciclo econômico, visto que os movimentos de caixa ocorrem em datas posteriores às datas das
compras de matérias-primas e vendas de produtos acabados.
Os ciclos econômico e financeiro, relacionam-se, aproximadamente, através da seguinte expressão: ciclo financeiro = ciclo econômico + prazo médio de recebimento das contas a receber – prazo médio de pagamento das contas a pagar.
Ciclo financeiro = prazo médio de rotação de estoque (PME) + prazo médio de recebimento das contas a receber (PMR) – prazo médio de pagamento das contas a
pagar (PMP). (Fleuriet 2003, 6).
2. 2. 4 – ESTRUTURA E ENDIVIDAMENTO
Ross, Westerfield e Jordan (2000, 340, 341) conceituam a alavancagem
financeira como a intensidade pela qual a empresa está endividada. Quanto mais finan-
26
ciamento por meio de capital de terceiros a empresa utilizar, maior será o grau de alavancagem financeira empregado.
A alavancagem financeira pode ter um efeito drástico nos resultados para
os acionistas de uma organização. Todavia, a alavancagem financeira pode não alterar
o custo geral do capital da empresa.
Assegura Santos (2000, 86) que a alavancagem financeira resulta da utilização de recursos de terceiros sujeitos a juros, que aumentam, ou reduzem, os resultados disponíveis para investimentos.
Assim, a alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa em
usar capital de terceiros para maximizar os efeitos de variação no lucro, antes dos descontos dos juros e do imposto de renda sobre o lucro.
O grau de alavancagem financeira é medido pelo quociente entre o lucro
operacional e o lucro tributável. Em consonância com a definição de grau de alavancagem emitida por Santos (2000, 86, 87), temos que: “Define-se o grau de alavancagem
financeira como o quociente entre a variação percentual do lucro líquido disponível para
os investidores e a variação percentual do lucro operacional.”
Onde:
Lucro Operacional (antes da dedução das despesas financeira e IR) (LO)
Lucro líquido (depois de juros e IR) = LL
Vendas, admitida igual à produção = V
Despesas financeiras fixas = J
Custo fixo = CF
Custo variável = CV
Receita total = RT
27
Patrimônio líquido = PL
Desta forma, pode-se calcular o grau de alavancagem financeira, por
meio da seguinte fórmula: GAF = LO / (LO-J)
2. 2. 4. 1 - Alavancagem financeira excessiva
Segundo Santos:
Caracteristicamente, no Brasil, recursos de longo prazo para investimentos são extremamente escassos; praticamente são provenientes de fundos e fontes oficiais e
inexiste um mercado de capitais expressivo que viabilize a utilização da poupança
privada, sob a forma de capital de risco, com retorno a longo prazo. Por serem cobrados juros substancialmente inferiores nos financiamentos de longo prazo originados da poupança institucional, há forte incentivo à excessiva alavancagem financeira. Entretanto, à medida que aumenta a alavancagem, em contrapartida também
cresce o risco de insuficiente capacidade de pagamento futura da empresa.
Outra possível conseqüência do excesso de alavancagem situa-se na maior probabilidade de ocorrer incapacidade financeira do empresário para complementar com
recursos próprios ou captar em mercado necessidades adicionais imprevistas na fase
de execução dos orçamentos. Nesses casos, a participação acentuada de recursos de
terceiros inibe a entrada de novos parceiros, originando situação em que a execução
de projetos é paralisada. Retomadas futuras criam custo adicionais que reduzem a
rentabilidade do investimento.
Há linhas de financiamentos de bancos de fomento que permitem expressiva participação relativa no investimento total projetado, e a elevada alavancagem, associa-
28
da a prazos e juros favoráveis, tem a exata função de propulsionar investimentos,
aumentando a atratividade para pequenos e médios empresários. Admita-se que um
projeto contemple uma participação de 70% de financiamento de longo prazo (30%
de capital próprio do empresário). Um aumento imprevisto de 10% no valor dos
investimentos, se tiver de ser complementado exclusivamente por capital de risco,
representará uma exigibilidade adicional de 33% sobre a participação original do
empresário. Como uma característica das atividades dos bancos de desenvolvimento
é assumir riscos da espécie, fomentando o surgimento ou o crescimento de empresários em regiões incentivadas, o apoio complementar do banco financiador torna-se
fundamental, sob a forma de orientação e acompanhamento nas fases de elaboração
e execução do projeto. (SANTOS, 2000, 137, 138).
2. 2. 4. 2 – RISCO FINANCEIRO E RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO
Segundo Santos:
Há estreita relação entre retorno do capital próprio e estrutura de capital de uma empresa. Quando a taxa de rentabilidade do ativo é superior à taxa de juros média do endividamento, à medida que é utilizada maior proporção de recursos de terceiros mesmo que haja diminuição do lucro liquido, em termos relativos, aumenta o lucro disponível para os acionistas, por unidade de capital investido. Daí resulta a denominação –
alavancagem financeira -, que consiste na capacidade de ser incrementada a rentabilidade do capital próprio mediante a utilização de capital de terceiro. (Santos, 2000, 93)
29
Risco
Financeiro
Capacidade
de pagamento
Alavancagem
Financeira
Relações
entre risco
e retorno
2. 2. 4. 3 – ESTRUTURAS FINANCEIRA E O RISCO
A Dinâmica do Resultado Econômico
Operações de produção e venda
Operações de repartição
Venda
Resultado
Econômico
Produção
Compra
Despesas e rendas financeiras
Imposto de Renda
Dividendos
Autofinanciamento
Fonte: Adaptada. A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileira, Michel Fleuriet (2003, 19).
30
Segundo Fleuriet (1980), as empresas apresentam estruturas financeiras e
níveis de riscos diferentes conforme o seu ciclo econômico e a sua rentabilidade. A
estrutura financeira da empresa é avaliada por meio de três indicadores – Capital de
Giro (CDG), Necessidade de Capital de Giro (NCG) ou Investimento Operacional em
Giro (IOG) e o Saldo de Tesouraria (T), que associados revelam a existência de quatro
tipos diferenciados de estrutura patrimonial, com a respectiva situação financeira variando de excelente a péssima.
Segundo Chaves (2002, 40), a classificação de balanços em diferentes
formas de determinados elementos patrimoniais, que também é descrita por Braga (1991
p.17 e 18), classifica 6 tipos de estrutura patrimonial. E Brasil e Brasil (1996 p. 31) diz
que o modelo de análise desenvolvido a partir do estudo das variáveis NCG, CDG e ST,
“permite definir o perfil conjuntural e estrutural das empresas, vinculado, respectivamente, à política financeira adotada (nível de risco) e ao negócio”.
Estruturas patrimoniais apresentadas por Braga:
Tipo
CDG
NCG
ST
Situação
I
+
-
+
Excelente
II
+
+
+
Sólida
III
+
+
-
Insatisfatória
IV
-
+
-
Péssima
V
-
-
-
Ruim
VI
-
-
+
Arriscada
31
Quadro V – Comportamento entre as estruturas patrimoniais apresentadas por
Braga e Fleuriet
Classificação feita por Braga
Tipo
I
II
III
IV
V
VI
Característica da Classificação feita por Fleuriet
estrutura patrimonial
Tipo
Classificação
Classificação
CDG maior que zero
Excelente NCG menor que zero
2
Sólida
ST maior que zero
Excelente, porém, mais
CDG maior que zero
sensível a um aumento,
Sólido
NCG maior que zero
4
ou diminuição de vendas,
ST maior que zero
que a estrutura das
empresas do tipo 1
CDG maior que zero
Não considera a situação
Insatisfatória NCG maior que zero
1
grave quanto à elevação
ST menor que zero
da NCG é temporária
CDG menor que zero
Empresa que luta pela
Péssima
NCG maior que zero
3
sobrevivência / Risco de
ST menor que zero
insolvência elevado
CDG menor que zero
Muito ruim NCG menor que zero
Não classificada
ST menor que zero
CDG menor que zero
Alto risco NCG menor que zero
Não classificada
ST maior que zero
Fonte: Apud Chaves, 2002, p.41.
Neste quanto foi efetuada uma comparação do comportamento dos modelos apresentados por Braga e Fleuriet, os quais foi dado um tratamento diferenciado a
classificação quanto ao tratamento de risco.
Segundo Claves (2002, 42), a forma de classificação apresentada por
Assaf Neto, grupa os 6 tipos de estrutura em 3 grupos, graduados por risco:
32
Quadro VI - Classificação das estruturas patrimoniais apresentadas por Assaf
Neto
Classificação por grupo
Baixo risco
Médio risco
Alto Risco
Característica da estrutura patrimonial
CDG maior que zero
NCG menor que zero
ST maior que zero
CDG maior que zero
NCG maior que zero
ST maior que zero
CDG maior que zero
NCG maior que zero
ST menor que zero
CDG menor que zero
NCG maior que zero
ST menor que zero
CDG menor que zero
NCG menor que zero
ST menor que zero
CDG menor que zero
NCG menor que zero
ST maior que zero
Fonte: Apud Chaves, 2002, p.41.
A classificação de risco em três grupos, dada por Assaf Neto, facilita a
tomada de decisão por parte do usuário das informações contábeis. Entretanto entendemos que esta facilidade poderá vir beneficiar ou prejudicar determinada empresa que
busca recursos externos.
2. 2. 4. 4 – As diferentes modalidades de financiamento
Uma necessidade primordial, para o empresariado contido nesse grupo
em estudo, é a de saber como diferenciar as diversas modalidades de financiamentos
33
existentes no mercado, tendo em vista que estes financiamentos poderão ser adquiridos
por intermédio de várias instituições financeiras.
Para tanto, os micro, os pequenos e os médios empresários, do setor de
construção civil, precisam montar uma estratégia para poder saldar seus compromissos
financeiros, tendo em vista, que seus ativos, de um modo geral, são de mais longa realização, como é o caso dos estoques de terrenos para construção ou imóveis em construção e, até mesmo, os imóveis construídos. Além do que, na maioria das vezes, os prazos médios de recebimentos também são de longo prazo.
Neste contexto, o ciclo econômico e o ciclo financeiro variam no setor
estudado com muita intensidade, tendo em vista que as compra de materiais necessários
ao desenvolvimento da atividade geralmente são feitas com prazo de pagamento não
superior a 90 dias, enquanto que a rotação de seus estoques é muito lenta, sendo às vezes até ilíquidos, considerando-se o fato de que não se realiza uma venda de um imóvel
de imediato para saldar uma dívida que venha vencer em trinta dias.
Esta perspectiva, do ponto de vista do ciclo econômico, seria tratada
como ativos de curto prazo e figuraria no ativo circulante cíclico para a maioria das atividades. No entanto, entendemos que este tratamento não pode ser dado ao setor de
construção civil.
Segundo Michel Fleuriet (1980), os ativos de Realizável de Longo Prazo são classificados no Balanço como Ativos não Circulante. Mas, devido à tipicidade
que envolve o setor de incorporação e construção civil, seria prudente um estudo dando
enfase baixa rotatividade dos estoques. O que demonstra uma certa fragilidade do setor
estudado.
34
Outro ponto que não podemos deixar de observar, diz respeito à necessidade da carência mais adequada para que as pequenas e médias empresas possam liquidar seus empréstimos, levando-se em consideração as dificuldades causadas pelo seu
ciclo operacional.
Entre as diferentes modalidades de financiamento do capital de giro disponível aos setores produtivos, de um modo geral, devemos destacar algumas destas
modalidades, bem como algumas instituições financeiras que operam com este tipo de
financiamento, além de destacarmos as taxas de juros geralmente praticadas, conforme
pesquisa de maio 2005, na revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios.
35
Quadro VII
Quadro VII
O CUSTO DO DINHEIRO Comparação das taxas de juros das principais linhas de financiamento
para empresas - em % ao mês
Linha de
Caixa
HSBC
de 2,1 a 5,0 de 2,1 a 5,7 de 1,5 a 9,3 de 2,1 a 4,5
de 1,9 a 5,0
de 1,9 a 3,7
de 1,6 a 3,4 de 1,8 a 4,9 de 2,1 a 4,8
Hot money
de 1,4 a 8,0 não informou de 1,4 a 4,3 de 1,8 a 6,5
de 3,1 a 4,8
de 1,4 a 4,6
de 1,9 a 4,6 de 1,9 a 6,7 de 1,8 a 4,5
Capital de giro
de 1,4 a 6,5 de 1,0 a 5,9 de 1,2 a 9,2 de 1,5 a 6,4
de 1,9 a 5,4
de 2,6 a 4,7
de 1,1 a 5,1 de 1,5 a 4,9 de 1,8 a 4,0
Aquisição de bens
de 2,2 a 7,6 não informou não informou de 1,9 a 5,3 não informou de 1,8 a 4,8
de 1,0 a 3,3 de 1,6 a 3,3 de 1,9 a 4,9
Conta garantida
de 1,4 a 6,5 de 2,3 a 7,8 de 0,4 a 14,2 de 3,5 a 6,7
de 1,5 a 7,4 de 1,5 a 5,4 de 1,9 a 6,6
financiamento/Banco
Desconto de duplicata
Banco
Banco
Bank
Real
do Brasil
Boston
Bradesco
de 1,8 a 4,0
de 2,4 a 7,6
Itaú
Santander
Unibanco
Desconto de promissória não informou de 2,1 a 7,6 não informou de 3,5 a 4,8 não informou de 2,1 a 5,0 não informou de 1,9 a 4,9 de 2,1 a 4,8
Vendor
de 1,2 a 2,0 de 1,7 a 4,9 de 1,4 a 3,2 de 1,4 a 3,6 não informou de 1,5 a 4,6
Fonte: Banco Central
Pequenas Empresas e Grandes Negócios / maio 2005 - p. 64
de 1,1 a 4,3 de 1,3 a 2,8 de 1,8 a 3,5
36
De um modo geral, as instituições financeiras negam um financiamento
às microempresas, às pequenas e às médias empresas por não disporem de garantias
reais, tais como: imóveis, máquinas, etc. Que servem para garantir seus empréstimos
numa possível falta de pagamento dos mesmos.
Outro motivo bastante relevante é que muitas vezes as empresas têm seus
nomes registrados no Cadin por falta de pagamento das obrigações tributárias, dificultando seu acesso a qualquer linha de crédito disponível. O mesmo acontece quando
uma empresa está inadimplente com o sistema financeiro ou com alguma concessionária
de serviços públicos e tem seu nome lançado no SERASA.
Se não bastasse o que foi descrito acima, a maioria das microempresas,
das pequenas e das médias empresas do setor não cuidam bem dos documentos necessários para uma abertura de crédito junto às instituições financeiras, por não disporem,
muitas vezes, de balanço e da demonstração de resultado, além de não contarem com as
certidões atualizadas, o que só vem dificultar na obtenção de financiamentos.
Outro motivo para que sejam negados empréstimos às empresas, de um
modo geral, é o fechamento de linhas de crédito, que se torna também um grande empecilho na obtenção de financiamento. Todavia, isto geralmente ocorre quando o Governo
impõe medidas recessivas, ou, então, eleva o depósito compulsório das instituições financeiro junto ao Banco Central, com o propósito de tirar o dinheiro de circulação, e,
por causa disso os Bancos são obrigados a fechar algumas linhas de financiamento.
Outra causa que leva as instituições financeiras a negarem financiamento
às empresas são os projetos inviáveis que apresentam riscos estruturais e econômicofinanceiros, não mostrando claramente qual o retorno esperado.
37
Como nosso estudo está centralizado na análise do Capital de Giro das
empresas do setor de construção civil, procuramos dar um destaque às principais operações desenvolvidas pela Caixa Econômica Federal, as quais, bem planejadas, podem vir
a beneficiar as empresas do setor. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar que as
empresas que por ventura queiram operacionalizar com a Caixa, deverão estar bem estruturadas, pois as análises de riscos, tanto do ponto de vista do projeto de engenharia
bem como os riscos econômico-financeiros são bastante rigorosas. Em seguida procuramos relacionar os principais programas disponíveis no momento.
Quadro - VIII
A RESPOSTA É NÃO!
Razões alegadas pelos bancos para não
dar empréstimos às micro e pequenas empresas
Falta de garantias reais
40%
Registro no Cadin / Serasa
16%
Insuficiência de documentos
12%
Inadimplência das Empresas
9%
Linhas de créditos fechadas
7%
Projetos inviável
4%
Outras*
12%
Fonte: Sebrae - SP
Pequenas Empresas e Grandes Negócios / maio/
2005 – p. 69
*Inclui conta nova no banco saldo
médio que não permite o pedido de empréstimo.
38
2. 2. 4. 4 – PROGRAMAS DA CAIXA DESTINADOS A EMPRESAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL:
(Pesquisa realizada no dia 19 de maio de 2005 – no site da Caixa Econômica Federal –
portal – Para sua Empresa)
1
PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO
1.1 PROGRAMA DE APOIO A PRODUÇÃO DE HABITAÇÕES – RECURSOS
DO FGTS
Objetivo: Linha de crédito para produção de empreendimentos habitacionais, com
financiamento direto à pessoa jurídica do ramo da construção civil, constituída sob a
forma de Sociedade de Propósito Específico – SPE e com comercialização comprovada de, no mínimo, 30% das unidades habitacionais do empreendimento/módulo e
execução de obras com recursos próprios de no mínimo 15% ou percentual definido
na análise econômico-financeira do projeto.
Condições:
Prazo: Prazo máximo de 60 meses, englobando o prazo de construção e de amortização, sendo:
- Construção: máximo de 24 meses
- Amortização: máximo de 36 meses
Encargos financeiros:
- Na fase de construção: a taxa de juros é de 10,16% a.a, mais atualização monetária com base em índice aplicado às contas do FGTS e seguros, mensalmente, sobre o
saldo devedor.
- Na fase de amortização: a taxa de juros de 12% a.a, mais atualização monetária.
Limites: As unidades habitacionais do empreendimento têm o seu valor de venda/avaliação limitado a, no máximo, R$80.000,00.
39
1.2 PROGRAMA DE CARTA DE CRÉDITO ASSOCIATIVO – IMÓVEL NA
PLANTA
Objetivo: Linha de crédito para produção de empreendimentos habitacionais e lotes
urbanizados, com financiamento direto às pessoas físicas, agrupadas em condomínios
ou por sindicatos, cooperativas, associações ou pessoas jurídicas voltadas à produção
habitacional.
Condições:
Prazos:
- De construção: até 24 meses
- De amortização: mínimo de 12 meses e máximo de 240 meses
Encargos financeiros:
- Taxa de juros e atualização monetária. A taxa de juros varia de acordo com a renda
familiar mensal do proponente;
Renda familiar bruta
Taxa de juros nominal a.a
Taxa de juros efetiva a.a
Até R$ 1.500,00
6,00%
6,1677%
De 1.500,01 a 3.900,00
8,16%
8,4722%
De 3.900,01 a 4900,00
10,16%
10,6467%
Limite de financiamento: a unidade habitacional deve ter um valor máximo de R$
72.000,00
Modalidades: construção em terreno próprio, aquisição de terreno e construção, produção e aquisição de lote urbanizado.
Neste programa a CAIXA poderá emprestar, diretamente à empresa construtora, o valor
correspondente a 30% das unidades habitacionais.
2
PARA CAPITAL DE GIRO
2.1 CONSTRUGIRO – ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS
Objetivo: Operação destinada a antecipar fluxo de caixa de empresa privada do ramo
da construção civil, lastreada em recebíveis imobiliários oriundos de plano de autofinanciamento, objetivando a obtenção de capital de giro.
40
Condições:
Prazo: o prazo máximo da operação é de 36 meses.
Taxa de juros: variável, informada diariamente em boletim interno da CAIXA, acrescida da TR.
Limites: Até 80% do valor dos créditos analisados.
Amortização: prestações mensais, compostas de amortização e juros pós-fixados.
2.2 CONSTRUGIRO – AQUISIÇÃO DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS
Objetivo: Operação destinada a antecipar fluxo de caixa de empresa privada do ramo
da construção civil, através de aquisição de recebíveis imobiliários oriundos de autofinanciamento, objetivando a obtenção de capital de giro.
Condições:
Prazo: é o prazo dos direitos creditórios adquiridos
Taxa de juros: A taxa de juros/desconto utilizada no cálculo do valor presente líquido
– VPL de cada contrato é a do custo de oportunidade da área de crédito imobiliário,
acrescida da taxa de risco por contrato e taxa de descasamento entre o índice utilizado
na carteira e aquele utilizado na fonte de origem pela CAIXA – TR.
No que tange a taxa de juros dos contratos de promessa de compra e venda ou contratos
de aquisição definitiva/transferência de propriedade firmado entre a construtora e os
promitentes compradores, estas permanecerão conforme estabelecido no contrato.
Limites: Até 80% do valor dos créditos analisados.
41
3 – ANÁLISE DOS CASOS
A diretoria financeira de uma empresa tem a função de acompanhar a evolução do Saldo de Tesouraria a fim de evitar que o mesmo fique negativo e crescente.
Tem-se observado que a maior parte das empresas da amostra apresenta o
Saldo de Tesouraria positivo nos dois exercícios estudados, o que nos leva a acreditar
que estão operando com uma estrutura financeira adequada, não indicando uma dependência acentuada de empréstimos em curto prazo.
O que não acontece com a empresa “E” que nos dois estudos apresentou
um Saldo de Tesouraria negativo e crescente, o que demonstra uma dependência bastante acentuada em tomar empréstimos de curto prazo, o que poderá conduzi-la à insolvência. Esta insolvência ocorre porque estas empresas, que operam com o Saldo de
tesouraria negativo, passam por grandes dificuldades para pagar seus empréstimos de
curto prazo. As dificuldades se acentuam quando há uma recusa, por qualquer motivo,
dos bancos em renovar os empréstimos já concedidos.
Um exemplo dessa situação ocorre quando o Banco Central aumenta o
compulsório dos bancos, usando este instrumento de controle monetário para restringir
o crédito, nesse contexto agrava-se a situação das empresas que estão operando com
Saldo de Tesouraria negativo.
O Saldo de Tesouraria negativo em período de recessão econômica,
quando se verifica uma queda acentuada nas vendas, é bastante crítico, pois, provoca
um aumento significativo na Necessidade de Capital de Giro. Esse fato acontece porque
42
o autofinanciamento não é capaz de financiar o aumento da Necessidade de Capital de
Giro, obrigando a empresa a recorrer aos empréstimos externos de curto e/ou de longo
prazo, ou então, ao aumento do capital social em dinheiro. Na falta desses fundos, o
que é freqüentemente comum num período de recessão, a continuidade da empresa ficará enfraquecida.
Por outro lado, o Saldo de Tesouraria continuará mais negativo com um
aumento rápido das vendas, se, proporcionalmente, a Necessidade de Capital de Giro
não aumentar em níveis maiores do que o Autofinanciamento, e, com isso, a empresa
não consiga aumentar seu Capital de Giro, por intermédio da obtenção de recursos de
fontes externas. Esse aumento negativo do Saldo de Tesouraria denomina-se efeito
tesoura.
Em $
NCG
Efeito tesoura
CDG
Anos
Efeito Tesoura - Fonte: Adaptada do Modelo apresentado por Silva (2001, 392).
Analisando a estrutura financeira e o risco das dez empresas estudadas,
de acordo com o modelo Fleuriet, podemos observar que as empresas “A”, “B” e “C”
têm uma situação sólida para os dois anos estudados. Porém, quando analisamos sob a
perspectiva tradicional verifica-se que as empresas “A” e “B” se mantêm sólidas segun-
43
do os indicadores de liquidez e endividamento, apesar de sua margem líquida ser relativamente baixa, além das taxas de retorno sobre os ativos e o patrimônio líquido serem
muito pequenos para os dois anos em questão.
Já quanto à empresa “C”, verifica-se que ela se mantém sólida quanto ao
indicador de liquidez corrente. No entanto, não podemos ter a mesma convicção quanto
ao indicador de liquidez seca, tendo em vista que o mesmo baixou em 2003 com relação
a 2002, o mesmo acontecendo com o indicador do endividamento, pois, em 2002 este
era de 35,05% passando para 64,79% no ano de 2003.
Como se não bastasse o elevado grau de endividamento, a empresa tem
suas taxas de margem líquida e seus retornos sobre seus ativos e patrimônio liquido
muito baixos e, no ano de 2002, estas taxas foram negativas, o que indica claramente
que a empresa não está produzindo lucros para formar capital de giro para saldar suas
dívidas. Este quadro a deixa numa situação desconfortável, levando em conta as dificuldades de captar recursos externos, o que poderá levá-la a insolvência.
Do ponto de vista do modelo Fleuriet, a empresa “D”, no de 2002, apresentou uma situação arriscada passando para uma situação sólida no ano de 2003, ocorrendo a mesma situação quando analisamos pela ótica da analise tradicional. Podemos
verificar, então, uma acentuada elevação de seus indicadores de liquidez, apesar da
margem líquida ter sido negativa em 2003 e as taxas de retorno sobre os ativos e o patrimônio líquido serem também negativas. Todavia seu índice de endividamento que
fora de 50,69% em 2002, no ano de 2003 foi reduzido para 12,52%, o que provavelmente facilitará na captação de recursos externos.
Enquanto as empresas “E” e “F” apresentam uma situação insatisfatória
no dois anos estudados, com relação ao modelo Fleuriet, podemos verificar que esta
44
situação persiste também quando as analisamos do ponto de vista tradicional, pois a
empresa “E” teve uma grande redução nos seus indicadores de liquidez em 2003 em
comparação a 2002, e a margem liquida foi negativa em 2003, além das taxas de retornos sobre os ativos e patrimônio liquido serem negativos em 2003. Por outro lado, seu
endividamento que fora de 29,71% em 2002, passou para 54,88% em 2003.
Já a empresa “F” no período estudado não apresentou receita, o que nos
levou a estudar melhor sua gestão. Podemos verificar que a mesma empresa aumentou
substancialmente seu endividamento passando de 0,97% em 2002 para 88,56% em
2003, o que a dificultará possivelmente tomar empréstimos externos.
As empresas “G”, “H”, “I” e “J” classificadas como prestadora de serviços no setor estudado demonstram ter uma situação sólida para o ano de 2002 e excelente para o ano 2003, quando estudamos pela ótica do modelo tradicional também é possível verificar que as empresas estudadas mantêm sua solidez, considerando que todas
têm baixo índice de endividamento.
O mesmo observando que a empresa “H” apresentou, em 2003, margem
líquida e suas taxas de rentabilidade dos ativos e o patrimônio líquido negativas, o que,
de acordo com nossa avaliação, aponta que esta empresa terá capacidade de captar recursos externos.
45
Quadro IX
Medidas de Desempenho Financeiro
em mil reais
CDG
NCG
ST
EMPRESAS
2003
2002
2003
2002
2003
2002
A
2.416
2.633
2.052
2.077
364
554
B
1.439
1.458
1.059
1.349
380
109
C
8.604
3.652
8.525
3.550
655
370
D
3.837
-814
3.714
-963
123
149
E
4.635
11.395
11.338
11.810
-6.703
-415
F
6.936
1.250
7.898
1.250
(962)
-
G
43
36
(14)
(3)
57
39
H
28
161
(31)
88
59
73
I
16
97
(43)
55
59
42
J
297
1.281
163
526
134
755
Fonte: Adaptada de Marques (2004, 264).
Quadro X
Medidas de Desempenho Financeiro
em %
CDG / VL
NCG / VL
ST / VL
EMPRESAS
2003
2002
2003
2002
2003
2002
A
1,94
1,18
1,65
0,93
0,29
0,25
B
4,61
4,78
3,39
4,42
1,22
0,36
C
3,09
1,17
3,06
1,13
0,23
0,12
D
4,55
-0,96
4,41
-1,13
0,15
0,018
E
2,15
2,66
5,27
2,76
-3,11
-0,1
F
0
0
0
0
0
0
G
0,34
0,32
-0,11
-0,03
0,45
0,34
H
0,02
0,18
-0,03
0,09
0,05
0,08
I
0,01
0,13
-0,04
0,07
0,06
0,05
J
0,7
0,35
0,38
0,15
0,31
0,21
46
Fonte: Adaptada de Marques (2004, p.264).
Principais indicadores tradicionais
Com base na estrutura do Balanço conforme modelo tradicional, nos é
permitido calcular alguns indicadores financeiros tradicionais muito usados em análise
de risco econômico-financeiro das empresas. De um modo geral, demonstramos estes
indicadores a seguir:
47
Quadro XI
PRINCIPAIS INDICADORES TRADICIONAIS
Liquidez Corrente
EMPRESAS
2003
2002
Liquidez seca
2003
2002
Endividamento
Margem Líquida
2003
2003
2002
2002
Rent. do Ativo
2003
2002
Rent. do PL
2003
2002
A
6,74
7,24
2,84
2,98
11%
16%
1,76%
8,90%
0,51%
4,32%
0,71%
B
10,85
11,26
5,16
3,73
7,94%
5,28%
11,54%
11,15%
0,61%
0,59%
0,71%
0,67%
C
6,51
6,06
0,84
1,89
64,79%
35,05%
1,14%
-9,06%
0,27%
-2,75%
0,77%
-6,93%
D
6,07
0,70
1,42
0,32
12,52%
50,69%
-17,67%
1,41%
-2,03%
0,21%
-2,40%
0,70%
E
1,54
7,32
0,14
1,24
54,88%
29,71%
-112,77%
2,31%
-14,09%
0,67%
-31,48%
0,97%
0,16
6,44%
F
7,07
88,56%
0,97%
-0,60%
-0,07%
-5,29%
-2,70%
G
4,07
13
4,07
13
14,74
3,89%
53,17%
48,25%
70,53%
71,43%
82,72%
74,32%
H
1,57
8,66
1,57
8,66
20,25%
8,17%
-2,29%
29,66%
-11,98%
112,06%
-15,03%
122,03%
I
1,37
7,92
1,37
7,92
5,87%
2,61%
31,4%
14,46%
50,55%
22,39%
53,70%
22,99%
J
2,24
6,82
2,24
6,82
40,27%
14%
107,47%
25,16%
77,18%
59,09%
129,21%
68,94%
48
Com Balanço Reestruturado conforme propõe o novo modelo, é possível
calcular algumas medidas de desempenho financeiro, as quais dão ênfase a três indicadores de desempenho decisivos na avaliação da estrutura financeira e o risco de cada
empresa em estudo, tendo em vista que podemos avaliar com certa precisão o Necessidade de Capital de Giro (NCG), o Capital de Giro (CDG) e o Saldo em Tesouraria (ST).
Conforme está descrito a seguir:
49
Quadro XII
BALANÇO - CONFORME MODELO FLEURIET - 2.2
Em mil $
CONTAS
EMPRESA -A
2003
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
EMPRESA -B EMPRESA -C
2002
4.244
4578
2003
2002
5814 5750
2003
2002
11766 10323
EMPRESA -D
EMPRESA -E
EMPRESA -F EMPRESA -G EMPRESA -H EMPRESA -I
EMPRESA -J
2003
2003
2003
2003
2002
7330
5500
2002
17220 14744
2002
2003
2002
2003
2002
2003
2002
2002
8280
1303
95
77
242
257
732
536
596
1540
1194
1258
754
529
1318
1366
1110
896
1221
2238
193
0
57
39
77
182
59
111
537
1501
364
554
380
109
655
370
123
149
57
62
33
0
57
39
59
73
59
42
134
755
323
539
353
88
607
363
123
149
57
62
33
0
59
73
59
42
134
755
41
15
27
21
48
7
0
0
CÍCLICO
830
704
374
420
663
996
987
747
1164
2176
160
0
18
109
0
69
403
746
Clientes
743
628
374
420
564
935
971
733
1.016
1.664
0
19
0
87
76
0
0
99
61
16
14
148
512
18
90
0
69
165
75
673
425
59
39
FINANCEIRO
Caixa/Banco/Aplic.
Impostos a Recuperar
Adiantamentos
ATIVO NÃO CIRCULANTE
3.050 3.320
5.060 5.221 10.448 8.957
6.220 4.604 15.999 12.506 8.087 1.303
1.643
1796
831 1071
8.846
3007
3484
1078 11.922 10958 7.885
REALIZÁVEL A L/PRAZO
1354
1475
2160 2090
1532
5867
2707
3526
53
49
2069 2060
70
83
29
4244
4578
5814 5750
11766 10323
7330
5500
421
422
146
142
1561
721
757
2788
8508
1801
421
422
146
142
984
453
757
2788
1748
577
268
0
0
6760
10205
9602
6573
2712
6063
2898
161
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
CÍCLICO
ONEROSO
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A L/PRAZO
REF (LÍQUIDO)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
0
0
3823
4156
33
330
5668 5608
316
162
280
411
17
2611
213
1001
5072 5035
4125
4093
6199
1711
0
160
ESTOQUES DE IMÓVEIS
PERMANENTE (LÍQ)
0
1250
38
38
4
4
34
34
3.755
1.296
0
322
252
202
53
17220 14744
8280
1303
95
1142
0
14
1324
147
0
14
477
995
8712 12943
7138
403
393
353
0
0
0
165
75
673
425
59
39
77
242
257
732
536
240
220
3
49
21
43
14
3
49
21
43
14
240
220
0
1303
943
2579
57
224
0
7712 10140
947
37
81
74
6191 1.266
193
236
689
522
356
1320
193
236
689
522
356
1320
0
0
696
754
3094
3072
0
1125
2181
321
436
2427
3319
0
0
596
740
0
0
0
0
0
188
129
58
46
566
357
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
865
879
1686
3838
0
0
135
122
1279
980 1.183
830
464
3848
-62
-86
-21
-19
-154
-145
-22
-28
-129
-298
0
0
-9
-8
-13
-9
-8
-38
-232
-46
-158
-51
-397
0
0
0
0
0
0
0
2788
3134
843
851
4280
0
0
126
114
1266
971
1171
822
-1817 -2503
-764
-681
-2047 -3.011
0
0
-54
-51
-971
-473
-415
-304
81
74
DEMONST. DO RESULTADO
Receita Venda de Imóveis
Receita Financ.s/Venda de Imóveis
Receita Prestação de Serviçõs
(-)Imp. Incidente s/Venda e Serviço
(-)Vendas Canceladas
-4
Receita Líquida
1247
2224
312
305
(-)Custo de Vendas / Serviços
-723 -1453
-158
-265
Lucro Bruto
(-)Despesas Operacionais
524
771
154
40
971
631
79
-495
-503
-146
-155
-931
-915
-228
36
149
(+)Outras Receitas
143
(-)Deprec./ Amortização
170
2153
106
-12
0
1269
0
0
72
63
295
498
756
518
-175 -2.534 -1.140
-50
-1
-2
-5
-235
-144
-281
-339
21
426
3616
-2.540
426
1076
-32
34
-6
(-)Custo Ex. Anterior
-137
Lucro Antes da CSLL
29
268
44
34
40
-284
-149
16
-2428
129
-50
-1
70
58
Provisão p/ CSLL
-3
-26
-3
0
-3
0
0
-1
0
-11
0
0
-1
-2
Lucro Ante do IRPJ
26
242
41
34
37
-284
-149
15
-2428
118
-50
-1
69
-284
-149
12
-50
-1
Provisão p/ IRPJ
-4
-44
-5
0
-5
Lucro Líquido do Exercício
22
198
36
34
32
-3
-19
-2428
99
60
354
475
179
460
1044
56
60
354
475
179
460
993
-2
-1
-89
-66
-105
-59
67
55
-29
288
370
120
460
910
-51
-83
50
Por intermédio da combinação dos indicadores de desempenho financeiro, apurados no quadro 9, podemos analisar com clareza qual o tratamento dado à administração do capital de giro das empresas em geral. Entretanto, no caso do setor que
nos propomos estudar, estes indicadores, em nosso entendimento, não reflete a realidade
do setor . À luz de nossa pesquisa, sugerimos imputar à discussão a necessidade de uma
nova reestruturação dentro da teoria do Michel Fleuriet, o que procuraremos enfocar em
seguida, este assunto que entendemos ser necessário que o setor em estudo.
Segundo reorganização do balanço das empresas, Fleuriet considera como não circulante o Ativo Realizável de Longo Prazo e o Ativo Permanente, ou seja, os
ativos de maior prazo de realização.
Dentro deste contexto, por se estar pesquisando um caso atípico como é o
caso do setor de incorporação e construção civil que tem um ciclo operacional relativamente longo, em média entre 18 e 24 meses considerando-se apenas o período de construção, sem abalizarmos o período correspondente à elaboração e à aprovação do projeto de engenharia, expomos para discussão a reclassificação dos estoques de imóveis
como não circulante, dado que, na maioria das vezes, estes ativos são ilíquidos, ou seja,
suas vendas são demoradas. Desta forma, o seu giro não se deve dar na mesma velocidade dos estoques das empresas de outros setores, como é o caso do setor industrial estudado no modelo Fleuriet (FLEURIET; KEHDY; BLANC, 1978), cujos estoques giram com bastante velocidade.
De acordo com este contexto, efetuamos uma nova reclassificação dos
balanços estudados, tentando ajustá-lo à realidade do setor em questão, melhor dizendo,
alocando os estoques de terrenos, imóveis construídos e em construção no ativo não
circulante. Após essa reclassificação, é possível verificar que as medidas de desempe-
51
nho financeiro sofreram mudanças substanciais dignas de uma melhor atenção, tanto
pelos usuários das informações contábeis, bem como pelas empresas do setor, conforme
demonstram os quadros a seguir.
Quadro XIII
Medidas de Desempenho Financeiro
Em mil reais
CDG
NCG
ST
EMPRESAS
2003
2002
2003
2002
2003
2002
A
773
836
409
282
364
554
B
608
387
228
278
380
109
C
-243
645
-321
543
78
102
D
353
-1892
230
-2041
123
149
E
-7287
437
-584
852
-6703
-415
F
-949
0
13
0
-962
0
G
43
36
-14
-3
57
39
H
28
161
-31
88
59
73
I
16
97
-43
55
59
42
J
297
1281
163
526
134
755
Fonte: Adaptada de Marques (2004, p.264).
52
Quadro XIV
Medidas de Desempenho Financeiro
Em %
CDG / VL
NCG / VL
ST / VL
EMPRESAS
2003
2002
2003
2002
2003
2002
A
0,62
0,38
0,33
0,13
0,29
0,25
B
1,95
1,27
0,73
0,91
1,22
0,36
C
-0,09
0,21
-0,12
0,17
0,03
0,03
D
0,42
-2,22
0,27
-2,4
0,15
0,18
E
-3,38
0,1
-0,27
0,2
-3,11
-0,1
F
0
0
0
0
0
G
0,34
0,32
-0,11
-0,03
0,45
0,34
H
0,02
0,17
-0,02
0,09
0,05
0,08
I
0,01
0,12
0,04
0,07
0,05
0,05
J
0,7
0,35
0,38
0,15
0,31
0,21
Fonte: Adaptada de Marques (2004, p264).
Analisando as novas medidas de desempenho financeiro, conforme a
nova reclassificação dos estoques, é possível constatar que com a nova reclassificação
ficou mudada substancialmente a situação financeira das empresas “C”, “E” e “F”.
A empresa “C” que apresentou uma situação sólida, na análise anterior
para os dois anos estudados, com a nova análise é possível verificar que esta mesma
empresa tem um nível elevado de risco de insolvência no ano de 2003, coadunando com
o resultado verificado quando da análise tradicional no mesmo período, que apresentou
um índice elevado de endividamento.
A empresa “E”, por sua vez, apresentou uma situação insatisfatória na
análise anterior para os anos estudados, enquanto na nova análise verifica-se que a situ-
53
ação da empresa piorou, passando para muito ruim conforme a classificação da estrutura
patrimonial apresentada por Braga (1991). O que já fora identificado na análise pelo
método tradicional, tendo em vista o alto índice de endividamento.
Já a empresa “F” que fora classificada numa situação insatisfatória, na
análise anterior para os dois anos em questão, na nova análise foi verificado que sua
situação se agravou passando para péssima, ou seja, apresenta um elevado risco de insolvência. O que também foi verificado na análise anterior feita no molde tradicional,
pois a empresa apresentou alto índice de endividamento.
54
4 – CONCLUSÃO
Inicialmente, fato mais relevante que se observou foi no que tange a
situação econômico-financeira desfavorável para o setor estudado nos anos de 2000 a
2003. Este intervalo de tempo contempla o período por nós estudado.
Finalmente, concluímos que 70% das empresas analisadas pela ótica do
modelo Fleuriet apresentam situações sólidas ou excelentes, enquanto 20% demonstram
situação insatisfatória e apenas 10% apresentam uma situação arriscada em 2002. Em
2003 houve uma modificação em relação às empresas em situação arriscada passando
para a situação de sólidas.
Já quando recorremos aos indicadores tradicionais, verificamos que
80% das empresas apresentaram, em 2002, elevado índice de liquidez corrente, e, em
2003, todas as empresas mantiveram o índice de liquidez elevado. Quando enfocamos o
endividamento, concluímos que 30% das empresas estudadas demonstram alto índice de
endividamento e conclui-se que este endividamento não vem gerando recursos para as
empresas em questão, tendo em vista que apresentam baixa rentabilidade sobre os ativos
e o patrimônio líquido e, na maioria das vezes, são negativos.
Para facilitar o entendimento do setor estudado, classificamos as empresas em três grupos: incorporação, incorporação e construção e prestadora de serviços.
Sendo compreendido como incorporadora as empresas que apenas fazem o investimento, contratando uma construtora para a execução de seu projeto; a incorporadora e construtora acumula as duas funções, fazendo o investimento e a construção; já as prestado-
55
ras de serviços executam serviços de construção civil, para terceiros (órgãos públicos,
pessoas físicas, pessoas jurídicas, etc).
Em nosso estudo procuramos abarcar estas atividades relacionadas ao setor estudado. Para isto 10%, 50% e 40% são respectivamente incorporadora, incorporadora e construtora e prestadora de serviços.
Dentro deste contexto, concluímos que as empresas incorporadoras estão
bem estruturadas, fato que reflete uma boa estabilidade quando analisadas pelo modelo
Fleuriet, bem como pelo o método tradicional, como é o caso da empresa “B”. Estas
mesmas condições também nos parecem muito favoráveis quando analisamos as empresas prestadoras de serviços. Por outro lado, observamos que a maioria das empresas
objetos deste estudo, que operam com a incorporação e construção simultaneamente,
apresentam alto índice de endividamento, ou seja, captam financiamento no mercado
para financiar suas necessidades de capital de giro, e na maior parte das vezes são obrigadas a fazer estas captações com elevadas taxas de juros por vários motivos já detectados no quadro IV da p. 29. Estas taxas, de certo modo, inviabilizam seus projetos.
Outro ponto relevante a considerar: o prazo de carência dado pelas instituições financeiras para que as empresas do setor possam liquidar seus empréstimos é
muito curto, o que de certo modo inviabiliza a liquidação de seus compromissos, principalmente quando o mercado está retraído por qualquer instabilidade financeira ou política, o que precisa ser mais bem estudado por parte do tomador de empréstimos, tendo
em vista que seus estoques são de longo prazo de realização.
Ao analisarmos o setor podemos verificar como são atípicos os estoques
nas empresas incorporadoras e construtoras, pois são compostos geralmente dos seguintes itens: estoques de terrenos, imóveis em construção e imóveis construídos. Apesar da
56
literatura considerar como de curto prazo todos os produtos que estejam dentro do ciclo
econômico, no caso do setor estudado, conclui-se que, por força da falta de liquidez em
relação aos estoques, estes deveriam ser considerados como de longo prazo. Para fins
desta análise.
Neste contexto, ao reclassificarmos os balanços e considerando a teoria
fleurietiana, constatamos uma mudança substancial nas medidas de desempenho financeiro das empresas “C”, “E” e “F”, que tiveram suas situações financeiras modificadas.
Verificou-se que a empresa “C” que fora classificada na análise de risco
anterior, (considerando-se os estoques no ativo circulante cíclico), apresentou uma situação sólida para os dois anos em estudo, enquanto na nova reclassificação a mesma empresa apresenta um nível elevado de risco, o que já havia sido identificado quando a
analisamos pelo método tradicional.
As empresas “E” e “F” também pioraram suas classificações, passando
de insatisfatória para muito ruim, e de insatisfatória para péssima, respectivamente, confirmando o que já havia sido verificado quando da análise financeira pelo método tradicional. O que nos leva a crer que o novo modelo proposto, reflete melhor a realidade
das empresas do setor de construção civil, independente do seu porte.
Consideramos que houve algumas limitações, em nosso estudo, por conta
da baixa qualidade e pouca transparência das informações contidas nos balanços patrimoniais e nas demonstrações contábeis das empresas estudadas dentro do período em
questão.
Dado ao fato já revelado quanto à qualidade dos Balanços Patrimoniais e
suas Demonstrações Financeiras, não foi possível calcular o EBITDA. Já o ciclo econômico além das dificuldades relatadas, ainda devemos considerar a iliquidez dos esto-
57
ques além das vendas serem de longo prazo, que, na maioria, correspondem a um período entre 36 a 120 meses para que ocorram os recebimentos.
Sem considerar-mos a inadimplência e, até mesmo, a rescisão de venda,
o que de certo agrava mais a situação das empresas, tendo em vista que imóvel readquirido volta a compor os estoques. Devemos considerar que tanto o cálculo EBITDA como também o do ciclo econômico são importantes para a análise de risco das empresas.
Alguns fatores são relevantes para que o setor das empresas de construção civil possam melhorar seu perfil junto às instituições financeiras no que se refere à
captação de recursos para compor o capital de giro, conforme segue:
Melhorar a qualidade e a transparência das informações;
Reestruturar a empresa;
Tentar encurtar os prazos de recebimentos e alongar os prazos de pagamentos;
Buscar financiamento junto à Caixa Econômica Federal, em uma das modalidades
de financiamento já citada, tendo em vista, que, na maioria das vezes, o financiado
não a empresa e sim o usuário;
Planejar sua necessidade de capital de giro, para não ser penalizada com as maiores
taxas de juros;
Procurar alongar o período de carência, levando em conta a iliquidez de seus estoques;
Operar sob a forma de Sociedade de Propósito Específico – SPE.
58
Devemos registrar uma alerta para futuras pesquisa neste setor:
a) quanto ao tratamento dos estoques;
b) quanto ao tratamento dos recebíveis;
c) quanto à carência necessária para facilitar a liquidação dos
empréstimos.
Quanto às considerações finais dentro de nossa observação a respeito do
comportamento e da relevância dos estoques na análise do Capital de Giro, devemos
assinalar que esta distorção possivelmente causará impacto nas empresas do setor estudado.
Por fim, recomendamos que as empresas, que exploram o setor, procurem fazer parcerias com instituições financeiras para que proporcionem financiamento
imobiliário a seus clientes, considerando que estes financiamentos são de longo prazo,
além desta função não ser originariamente do setor, o que certamente viabilizaria novos
investimentos, sem a necessidade de captar recursos de terceiros. Para isto, as empresas
em questão talvez necessitassem de uma reestruturação.
59
5 - BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA:
AFONSO, R. A. E. DOAR versus fluxo de caixa. Temática Contábil e Balanços, IOB
– Bol. 18/1999.
ASSAF NETO, A.; SILVA, T. A. C. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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