Instituto de Economia Gastão Vidigal
IGP-M DE MARÇO MOSTRA QUE INFLAÇÃO
CONTINUA ACELERANDO
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a inflação de março acumulada em
doze meses, medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), mostrou forte
aceleração, surpreendendo o mercado, passando de 5,76%, registrado em fevereiro,
para 7,30%. A principal causa dessa aceleração encontra-se no aumento dos preços da
soja e do milho, insumos fundamentais para a agropecuária e a indústria alimentar, que
provocou significativo avanço dos preços agrícolas no atacado (IPA AGRO), que
aumentaram 6,16% apenas neste mês, elevando a variação acumulada em doze meses
entre fevereiro e março de 0,47% para 5,77%, respectivamente (Tabela 1).
TABELA 1
VARIAÇÃO EM DOZE MESES DE ÍNDICES DE PREÇOS SELECIONADOS:
Fevereiro 2014 – Março 2014 (%)
IGP-M
IPA
IPA AGRO
IPA IND
IPC
Fev.
2014
5,76
6,15
0,47
8,41
5,69
Mar.
2014
7,30
7,69
5,77
8,45
5,91
Fonte: Elaboração IEGV/ACSP a partir de dados FGV.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que também compõe o IGP-M, e reflete
a inflação do varejo, também mostrou algum avanço entre fevereiro e março, elevando-
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se de 5,69% para 5,91% em doze meses, respectivamente, com destaque para o item
alimentação.
Esses resultados mostram que a inflação continua acelerando nesse começo de
ano, tanto devido a pressões de custo, tais como a estiagem e o aumento da taxa de
câmbio, quanto de demanda, decorrentes do excessivo crescimento do gasto público.
Apesar da evidente existência de uma inflação de demanda, o Banco Central em
seu último Relatório de Inflação só reconhece o efeito dos maiores custos na aceleração
dos índices de preço, que seria de caráter temporário.
Em todo caso, não está claro se o ciclo de aumento da taxa básica de juros estará
próximo do deu fim, pois, no mesmo documento, a própria autoridade monetária reviu
para cima suas expectativas em relação à variação anual do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 5,6% para 6,1%, atribuindo, ademais, uma
probabilidade de 40% de que a inflação medida por esse indicador ultrapasse o limite
máximo de tolerância da meta de inflação (6,5%).