GONPER
MUSEUM
Work in progress
Índice
Histórico
Dimensionáveis
Croqui MAC PB
Museu de Segurança Máxima
Gonper Museum Project
Gonper Museum - work in progress / Site Specific
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Work in progress
Histórico
1 –Obras que antecederam o Gonper Museum:
- Dimensionáveis, 1999
A intenção inicial foi a de criar um trabalho que remetesse a idéia de vazio
(físico ou existencial) através do desenvolvimento de uma série de desenhos de
ambientes. Mais uma vez noções de ausência e vazio são vistas, como em 1997,
quando desenvolvi a instalação 89210343 (meu número de inscrição no curso de
engenharia civil), onde utilizei espelhos desses populares de moldura cor laranja
(sendo que jateados, sem possibilidade de refletir) e pares de sapatos de operários
(cheios de limalha de ferro).
Os Dimensionáveis são ambientes vazios (salas, cantos ou corredores), com
suas paredes brancas (paredes essas apropriadas do espaço onde estão instalados)
onde o jogo com o olhar do espectador colocando-o em uma dimensão sugerida,
explorando também os limites do desenho, do objeto, da escultura, do plano e do
espacial. Os Dimensionáveis são desenvolvidos com filetes de ferro pintados de
preto criando idéias de espaço através do exercício de perspectiva “inventada”.
Esses “espaços”, antes vazios, começaram a ser ocupados por obras, e os
Dimensionáveis tornaram-se os Dimensionáveis- Museus. (2002) apresentados na
primeira versão dos projects.
Estes trabalhos foram expostos no NAC- Núcleo de Arte contemporânea
da Paraíba, em 2001, e em seguida, na Galeria do SESC Av. Paulista, em 2002.
Dimensionáveis, 2000
(ferro, dimensões variadas)
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Histórico
- Croqui do MAC/PB, 2001/2002
Em maio de 2002 foi exibido, durante a I Bienal do Desenho (João Pessoa PB), o
croqui do Museu de Arte Contemporânea da Paraíba – MAC PB.
No museu estava sendo montada a exposição “Fabiano Gonper – Coleção Permanente”.
Foi o primeiro “Dimensionável-Museu” apresentado ao público. E esse foi o primeiro
momento do que viria a tornar-se o Gonper Museum Project e em seguida o Gonper
Museum – work in progress.
MAC PB – Croquí, 2002 (detalhe)
(ferro pintado, adesivo, caneta permanente sobre parede)
MAC PB – Croqui, 2002
(ferro, adesivo, caneta permanente sobre parede, 300 x 400 cm)
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Histórico
- Museu de Segurança Máxima, 2000/2001
O Museu de Segurança Máxima surge como convite-obra-ação.
Foi desenvolvido um convite em 2001 e enviado pela web para
alguns artistas e instituições, um número restrito de pessoas e lugares.
A exposição a que se refere o convite chama-se “Museu de Segurança
Máxima” e ela percorre quatro importantes instituições do circuito
internacional de arte. A fotografia que ilustra o convite, é uma fotoperformance feita em 1999 em Zurique/Suíça, chamada Wanted – Dead or
Alive.
Em seguida esse convite torna-se um objeto/documento e foi inserido
dentro da proposta de instalação com o mesmo nome “Museu de Segurança
Máxima” que é composta de um convite-documento e três foto-exposição.
convite (versão atualizada em 2002)
Na proposta inicial, durante o período das exposições contidas no convite-obra-ação,
artistas que morassem nas respectivas cidades da intinerância da exposição, seriam convidados a
desenvolver ações que complementariam a ação inicial (envio do convite), dando assim, corpo ao
trabalho, um procedimento com etapas e operadores em tempos e espaços próprios.
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Histórico
Gonper Museum Project
O Gonper Museu Project foi criado em 2002 para ser um obra em construção
e ter dimensões variadas, podendo ser apresentada em forma de cópias heliográficas,
impressão/plotter em papel vegetal, projeção de vídeo e croquis. É uma obra em
construção, é uma exposição em montagem.
“O Gonper Museum Project é ação e obra, obra e ação, e continuará sua
construção, onde mais cedo ou mais tarde envolverá outros artistas ( Série Gonper's
Favorites), curadores e obras. É uma obra em construção, é uma exposição em
montagem.” ( Fabiano Gonper , 2002)
Para a mostra Where Does The Sun Come First? – Contemporary Art From
Paraíba Brazil, na Embaixada do Brasil em Berlim/Alemanha, foi desenvolvida a
versão Berlim Exhibition 2002, apresentando 12 cópias heliográficas ( 44 x 144 cm)
do Gonper Museum Project .
As cópias heliográficas apresentam os formatos das salas de exposições (dimensionáveis-museus) e das obras expostas. É uma simulação/projeto.
De 2002 a 2008 foram desenvolvidos 25 projects do Gonper Museum.
Primeira versão do Gonper Museum Project em cópias heliográficas.
Exposição “Where does the sun come first?” – Berlin / Alemanha, 2002
12 projetcts – Berlim - 2002
03 projects – FUNDAJ – Recife PE - 2003
01 project – A Gentil Carioca – Rio de Janeiro – RJ – 2003
03 projects – Bienal de Cuenca - 2004
01 project – Antonio Dias – Baró Cruz – SP – 2005
01 project – Purdue University - West Lafayette – EUA – 2005
03 project - Panorama MAM – São Paulo – SP – 2005
01 project – Opens Space – Arteba – Buenos Aires - 2008
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Histórico
Gonper Museum Project
Gonper Museum Project no Salão MAM Bahia em 2002
Impressão sobre papel vegetal e moldura.
Gonper Museum Project – Versão Berlim 2002
Impressão sobre papel vegetal.
Gonper Museum Project – Bienal de Cuenca – Equador 2004
Impressão sobre papel vegetal.
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Histórico
Gonper Museum Project
Gonper Museum Project – Exposição Paço das Artes - USP SP 2004
Gonper Museum Project – Antonio Dias 2005
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
A partir de 2003, o Gonper Museum começa a ser apresentado na sua versão site specific.
Nas primeiras versões com obras do próprio artista e em seguida com artistas convidados. O
Gonper Museum work in progress já foi exibido nas seguintes exposições:
3º Salão Nacional de Arte de Goiás (prêmio aquisição)– Goiânia GO (site specific) 2003.
Fundação Joaquim Nabuco – Recife PE (site specific – projects) 2003
Paço das Artes - USP São Paulo SP (site specific – projects) 2004
Purdue University – EUA 2005 (site specific – projects) 2005
Galeria Baró Cruz – São Paulo SP (site specific e project) 2005
Museu de Arte Moderna de São Paulo - São Paulo SP (site specific) 2005
Open Space – Arteba – Buenos Aires / Argentina 2008
O site specific é construído através da aplicação de linhas de adesivo plotado criando o
ambiente do Gonper Museum, e nesse ambiente são dispostas as obras. É uma obra com duas
instâncias: espaço criado + obras expostas e a exposição em si, que está montada dentro do
Gonper Museum – work in progress.
Nas últimas versões o Gonper Museum exibiu obras dos artistas: Matias Duville (Open
Space Buenos Aires /ARG), Antonio Dias (Galeria Baró Cruz/São Paulo SP), Waltércio
Caldas, Regina Silveira, Iran do Espírito Santo, Paulo Climachauska e Mauro Piva (MAM /
São Paulo SP).
O Gonper Museum foi pensado como uma obra que já fosse o seu próprio espaço de
legitimação, não dependendo assim do aval das instituições e da critica. Como a obra é um
“museu”, tudo que ali estivesse exposto, estaria automaticamente legitimado. No inicio do
Gonper Museum, as exposições aconteceram com obras do próprio Fabiano Gonper. As
séries Desenhos Secretos e Pinturas Variáveis, foram exibidas pela primeira vez no Gonper
Museum.
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Após ser inserido nas instituições, através de mostras e exposições, o Gonper
Museum começa a fazer uma legitimação em sentido inverso: artistas de reconhecido valor,
já legitimados, são convidados e tem suas obras expostas no Gonper Museum. Assim, os
artistas legitimam o museu, que por sua vez é uma obra.
Com isso, o Gonper Museum vai sendo legitimado como Obra-Museu. Com o
aval das instituições e dos artistas, criam-se precedentes para que o Gonper Museum possa
legitimar de forma efetiva, artistas e obras.
1º / Auto-legitmação (conceito-base do trabalho)
2º / Legitimação pelas instituições ( etapa 01)
3º / Legitimação pelos artistas (etapa 02)
4º / Poder de legitimação (conceito-base reforçado)
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
A seguir algumas imagens dos sites specifics já montados:
Gonper Museum – work in progress / site specific 300 x 600 cm.
Salão Nacional de Goiás, 2003 (Prêmio aquisição)
Site specific com a exposição “Desenhos Secretos” – Fabiano Gonper
Gonper Museum – work in progress / site specific
FUNDAJ, 2003 - Recife PE
Site specific com a exposição “Pinturas Variáveis” – Fabiano Gonper / 700 x 800 x 700 cm.
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Gonper Museum – work in progress / site specific
Paço das Artes - USP, 2004 - São Paulo SP
Site specific com a exposição “Desenhos Secretos” – Fabiano Gonper /700 x 800 cm
Gonper Museum – work in progress / site specific / 200 x 600 cm
Purdue University – Weat Lafayette – EUA, 2005
Site specific com a exposição “Desenhos Secretos” – Fabiano Gonper
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Gonper Museum – work in progress / site specific
Galeria Baró Cruz, 2005 - São Paulo SP
Site specific com a exposição “A Ilustração da Arte – Antonio Dias” / 250 x 600 cm
Gonper Museum – work in progress / site specific / 290x 600 x 350 x 600 cm
Panorama da Arte Brasileira – MAM SP, 2005 - São Paulo SP
Site specific com a exposição “São 19hrs em Brasília” com obras do acervo MAM
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Gonper Museum – work in progress / site specific
Open Space – Arteba, 2008 - Buenos Aires / ARG
Site specific com a exposição “Desenhos” de Matias Duville / 300 x 1000 cm
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Gonper Museum – work in progress / site specific
Artistas: Cildo Meirelles / Mira Schendel / Lygia Pape
Pinta 09 New York EUA
2009
(Croquis / Simulação)
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Histórico
Gonper Museum - work in progress
Site Specific
Gonper Museum – work in progress / site specific
Open Space – Arteba, 2008 - Buenos Aires / ARG
Site specific com a exposição “Desenhos” de Matias Duville / 300 x 1000 cm
Textos sobre o Gonper Museum
Decontextualizar e recontextualizar são, a partir de Duchamp,
atos fundantes da arte contemporânea. O continente faz o conteúdo, a
obra passa a existir somente depois de ter sido fecundada pelo lugar em
que é inserida. O poder virtualmente ilimitado que daí deriva para
galerias e principalmente museus, faz com que estes últimos sejam
freqüentemente escolhidos também como sujeito da produção artística.
Se, porém, na maior parte dos casos a instituição museológica é
estigmatizada como fetiche do sistema capitalista burguês, no “Gonper
Museum”, work in progress de Fabiano Gonper, o museu representa
apenas um motivo de reflexão.
Significativamente, na construção de seu museu pessoal,
Gonper recorre a uma perspectiva quase renascentista,
matematicamente construída ao redor de um ponto de fuga central.
Através da perspectiva clássica, forma simbólica burguesa por
excelência, Gonper recupera a tradição que fez do museu um lugar
sagrado e da obra de arte um instrumento de afirmação social.
Mais do que contestar essa sedimentação de significados,
porém, Gonper se limita a servir-se deles, como nos casos em que
pendura, nas paredes do seu museu imaginário, obras suas e de outros
artistas. Se na escala 1:1 o museu enobrece a obra da qual se faz
continente, na versão gonperiana, o museu é a obra.
(Parte do Texto de Jacopo Crivelli – Fundação Bienal de São Paulo
para a representação Brasileira na VIII Bienal de Cuenca /
Equador)*
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Textos sobre o Gonper Museum
O museu está sujeito ao sujeito
As galerias e os museus vêm sendo, desde a segunda metade do século XX, um
espaço não apenas de legitimação da arte, mas de embate simbólico. De um lugar onde
se depositavam os pedestais e os objetos de arte, o cubo branco passou a ser encarado
como repleto de “consciência”* e suas práticas institucionais, passíveis de crítica e de
rechaço.
Desde os gestos utópicos de Yves Klein no final dos anos 50 e início dos 60, em que
paredes de galerias eram pintadas de branco para que se pudesse apreciar melhor a
sensibilidade pictórica do espaço expositivo, passando pela atitude de Daniel Buren de
fechar a galeria Appolinaire durante todo período da exposição, no final da década de
60, e pelos museus de Marcel Broodhaers (Musée D´Art Moderne – Departement des
Aigles) e André Malraux (o Musée Imaginaire), “desconstruir” o espaço institucional
tornou-se a tônica de ampla parte da produção artística contemporânea.
Fabiano Gonper, na quarta exposição dos artistas selecionados 2003 da Fundação
Joaquim Nabuco, apresenta seu projeto Gonper Museum. Diferentemente de Broodhaers,
Hans Haacke, Carla Zaccagnini, Grupo Aleph e outros artistas e grupos que discutem
práticas curatoriais, questões de classificação e os subterrâneos institucionais, Gonper cria
com seus dimensionáveis um espaço próprio. Uma das leituras possíveis desta intenção é
um diagnóstico das possibilidades de atuação e da condição do artista e dos agentes
envolvidos no circuito artístico na atualidade: este híbrido de curador, agenciador, crítico e
artista, que negocia estados na fluida fronteira entre “funções”, muito mais do que apontar
injustiças ou incoerências do sistema.
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Utilizando-se de um jogo de perspectiva, Fabiano Gonper insere seu espaço
expositivo no espaço da instituição. Ele detém absoluto controle sobre o quê e como
será mostrado, sejam obras suas ou de artistas com os quais partilha afinidades, se bem
que a existência de seu museu dependeu num primeiro momento da incubação numa
instituição ou até mesmo da própria inserção de Gonper no circuito da arte
contemporânea nacional.
Este aspecto também tangencia outro aspecto da contemporaneidade: a
desdiferenciação entre o sistema e o que está à sua margem, sendo a institucionalização
um fim cada vez mais rápido. Este desenho no campo expandido desdobra a trajetória de
Gonper na constituição de sua poética da subjetividade, que se inicia com incursões na
escultura, em que o sujeito era representado, partindo para o tridimensional, que é
apreendido através da percepção do espectador, e desembocando num trabalho que
envolve por seu duplo tensionamento do espaço, ou seja, em suas esferas física e
simbólica.
Em suas primeiras versões, o Gonper Museum abrigou as séries “Desenhos
Secretos” e “Pinturas Variáveis”, trabalhos do artista em que há a problematização dos
suportes e da participação do outro na existência da obra. Os desenhos que Fabiano Gonper
faz em tecido e emoldura, deixando à vista fragmentos dos traços ou a totalidade de uma
outra configuração, e as pinturas feitas de espelho fosco que mostram a paisagem do
entorno, variando, é claro, de acordo com o posicionamento de quem a está vendo,
precedem e necessitam do espectador. Neste jogo estão em xeque dois princípios: a
autonomia da obra e do artista.
Cristiana Tejo - Coordenadora de Artes Plásticas do Instituto de Cultura da
Fundação Joaquim Nabuco e mestranda em Comunicação pela Universidade Federal
de Pernambuco.
*Conceito publicizado por Rosalind Krauss
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Textos sobre o Gonper Museum
O Gonper Museum alimenta a reflexão sobre as relações travadas entre a instituição
arte e o arcabouço museológico, sobre os procedimentos museográficos através dos quais
os objetos passam a ser historicizados, sacralizados e perpetuados no imaginário social.
Museu fictício criado pelo artista para abrigar a exibição de sua obra, é um trabalho
que opera em dupla via: tanto parece ironizar e questionar o poder e as técnicas do aparelho
museológico, quanto usufruir dessas mesmas técnicas para disponibilizar-se e potencializarse ao olhar público. Obra que acontece em uníssono com os meios que a tornam visível, e
que debruçada sobre a exposição, encontra na articulação dos elementos obra , arquitetura e
aparatos expositivos, o seu sentido próprio.
Assim, aproxima-se do conceito de “Antimuseu”, colocado por Leenhardt , como
uma instância que pensa a si mesma como “uma forma de arte e não como uma forma de
mostrar a arte”.Os Desenhos Secretos expostos nas paredes geram tensões entre o público e
o privado. São como cartas amassadas, vozes sussurrantes, objetos fugidios ao olhar, e por
se concentrarem no ocultamento de seus possíveis significados, reafirmam, como diz
Drummond, que “a poesia é incomunicável”.
São desenhos que só a custo se consegue penetrar, investigar entre as rugas do tecido
fragmentos de uma poética confidencial, com registros intimistas que guardam reflexões
sobre a condição do seu autor enquanto pessoa, cidadão e artista dentro do sistema de arte.
Divino Sobral
2004
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