AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PE LA LE I DE DI R EI TO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA O OS REFLEXOS DA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL GLEICIMAR ALVES DOS SANTOS DO CU M EN TO PR OT EG ID MILITAR NO SERVIÇO PRESTADO À SOCIEDADE Prof.Orientador: Mario Luiz Trindade Rocha VITÓRIA 2014 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA OS REFLEXOS DA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR NO SERVIÇO PRESTADO À SOCIEDADE GLEICIMAR ALVES DOS SANTOS Monografia apresentada ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão Pública Prof. Orientador: Mario Luiz Trindade Rocha VITÓRIA 2014 RESUMO O tema qualidade de vida no trabalho (QVT) tem sido assunto recorrente nas empresas e organizações nos últimos anos. A importância desse tema contribuiu para a realização da presente monografia. O trabalho constitui-se como uma pesquisa empírica que teve como objetivo principal discutir sobre os reflexos da melhoria da qualidade de vida do policial militar no serviço prestado à sociedade. A amostra da pesquisa foi estabelecida a partir de um total de 235 policiais militares (praças) lotados no Quartel do Comando Geral da PMES (QCG).Para a coleta de dados utilizou-se um questionário com dez perguntas. Por fim, os resultados apontaram que a maioria dos policiais militares participantes da pesquisa não se sentem valorizados pela instituição, sofrem com as consequências do estresse e da falta de condição física durante a realização do serviço, não possuem conhecimento de ações da PMES voltadas para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, entre outros. Dessa maneira, concluímos que a falta de qualidade de vida no trabalho tem reflexos negativos quanto à prestação de um serviço de qualidade. Portanto, a promoção da qualidade de vida do policial militar no ambiente de trabalho só trará benefícios e mudanças positivas na realização de seu serviço, satisfazendo tanto aos interesses da instituição em ofertar um trabalho de qualidade quanto aos interesses da sociedade, que almeja um serviço de segurança pública eficiente e eficaz. METODOLOGIA Para o desenvolvimento do trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, com a aplicação de questionário. A amostra da pesquisa foi estabelecida a partir de um total de 235 policiais militares (praças) lotados no Quartel do Comando Geral da PMES (QCG). Foi aplicado um questionário (ANEXO I) a 27 militares que aceitaram participar da pesquisa. Infelizmente o número de voluntários para a pesquisa foi menor do que esperávamos. Há sempre uma dificuldade em conseguir a participação das pessoas nesse tipo de pesquisa, seja por receio de falarem o que pensam e depois serem reprimidos, mesmo que a identificação dos participantes não seja revelada ou por não acreditarem que sua participação tenha importância. Dessa forma, utilizamos a pesquisa qualitativa. Segundo Goldenberg (2003) nas pesquisas qualitativas a preocupação do pesquisador não é com a quantidade numérica do grupo pesquisado, mas é compreender profundamente um grupo social, uma organização, uma instituição. Esse tipo de pesquisa de acordo com Martinelli (1999) vai além da simples descrição de um objeto, mas busca também conhecer trajetórias de vida, experiências sociais dos sujeitos, o que requer do pesquisador disponibilidade e interesse em vivenciar a experiência da pesquisa. Deve-se considerar nesse sentido que a pesquisa qualitativa é geralmente participante, também fazemos parte da pesquisa. Utilizou-se também a pesquisa exploratória uma vez que esse tipo de pesquisa tem como objetivo “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses.” (GIL, 2007, p.41) Segundo Gil (2007) também se pode afirmar que estas pesquisas têm como principal finalidade o aperfeiçoamento de ideias ou a revelação de intuições. Dessa forma, seu planejamento é muito flexível, podendo ser considerados os mais diferentes pontos de vista referentes ao fato estudado. Os participantes da pesquisa foram identificados através de números para que o anonimato fosse preservado. Foi realizado o questionário e posteriormente a análise por meio do método de análise de conteúdo. A análise de conteúdo refere-se à demonstração da estrutura e dos elementos do conteúdo como uma maneira de esclarecer suas variadas características, alcançando assim sua significação. Dessa forma, pode ser aplicada a inúmeros objetos de investigação, como valores, mentalidades, atitudes, tornando-a eficaz na elucidação de fenômenos sociais particulares. (LAVILLE; DIONNE, 1999) Segundo Laville e Dionne (1999) esse método prevê a escolha das categorias, o recorte dos conteúdos coletados e a categorização do material reunido. Posteriormente são reconstruídos o sentido dos discursos estudados. O emprego da análise de conteúdo permitiu determinar as seguintes categorias: • Nível de satisfação no trabalho • Prática de atividade física • Valorização na PMES • Fatores que influenciam a atuação profissional • Conhecimento de ações da PMES que objetivam a melhoria da qualidade de vida • Melhorias na PMES para a promoção da qualidade de vida no trabalho SUMÁRIO INTRODUÇÃO 06 CAPÍTULO I - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 08 CAPÍTULO II - QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR DO ESPÍRITO SANTO 13 CAPÍTULO III - REFLEXOS DA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR NO SERVIÇO PRESTADO À SOCIEDADE 18 CAPÍTULO IV - RESULTADOS 23 CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 38 WEBGRAFIA 40 ANEXOS 42 6 INTRODUÇÃO O tema escolhido para essa pesquisa, Os Reflexos da Melhoria da Qualidade de Vida do Policial Militar no Serviço Prestado à Sociedade, foi definido a partir de observações feitas durante o serviço prestado à Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) concernente à maneira como o assunto é tratado dentro da Instituição e por entendermos que o tema é de grande importância para aqueles que operam diretamente na área de Segurança Pública. Entendemos que a melhoria da qualidade de vida do policial militar constitui-se como fator fundamental para a prestação de um serviço de qualidade à sociedade, pois contribui de forma significativa para o bom desempenho de sua função. Proporcionar ao policial militar condições físicas e psíquicas adequadas é imprescindível para a realização de seu trabalho, uma vez que a sociedade espera desse profissional uma atuação eficiente e eficaz. O Governo Federal, por intermédio da Instrução Normativa nº 1, de 26 de fevereiro de 2010, do Ministério da Justiça, instituiu o projeto qualidade de vida dos profissionais de segurança pública e agentes penitenciários, visando à implementação de políticas de qualidade de vida, bem-estar, saúde, desenvolvimento pessoal, exercício da cidadania e valorização desses profissionais. Assim, o que se poderia esperar após a referida instrução normativa seria a melhoria da qualidade de vida desses profissionais. Infelizmente, não temos visto essa mudança acontecer como deveria. Os novos modelos de gestão têm mostrado a importância dos projetos de qualidade de vida no trabalho. Proporcionar ao trabalhador qualidade de vida é 7 garantir os meios necessários para que ele desempenhe sua função da melhor maneira possível. Por isso, esses profissionais devem ser valorizados dentro e fora de suas instituições, pois desempenham um papel fundamental dentro da sociedade, dedicando-se à profissão mesmo com o risco da própria vida. A pesquisa está dividida em quatro capítulos. O capítulo inicial aborda a questão da qualidade de vida no trabalho, o segundo capítulo aborda a qualidade de vida dos policiais militares do Espírito Santo, o terceiro capítulo fala sobre os reflexos da melhoria da qualidade de vida do policial militar no serviço prestado à sociedade e o último capítulo apresenta os resultados da pesquisa. 8 CAPÍTULO I QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A procura pela definição do conceito de Qualidade de Vida é tão antiga quanto a civilização, uma vez que os filósofos, já na Antiguidade, procuravam um conceito para vida com qualidade, a qual estava relacionada aos sentimentos ligados à felicidade e à realização, segundo a visão aristotélica. (FERREIRA, 2014) Segundo Chiavenato (2009) recentemente a preocupação da sociedade com a qualidade de vida das pessoas dirigiu-se para o cenário de trabalho, como componente de uma sociedade intricada e de um ambiente diverso. Ou seja, a Qualidade de vida no trabalho (QVT) constitui-se como uma das mudanças que ocorrem nas relações de trabalho, inseridas em uma sociedade marcada por constantes transformações. (LIMONGI-FRANÇA, 2003) “Muitos são os fatores desencadeadores de ações de QVT. As demandas de qualidade de vida não são aleatórias. Elas pressupõem necessidades a serem atendidas no sentido da preservação pessoal e da sobrevivência da espécie.” (LIMONGI-FRANÇA, 2003, p.21) Embora a definição de qualidade de vida no trabalho não seja consensual, podemos dizer que o conceito global, além de atos legislativos de proteção ao trabalhador, abrange o atendimento de necessidades e pretensões humanas, calcado na concepção de humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa. (WALTON, 1973, apud FERNADES E GUTIERREZ, 1988) 9 Para Chiavenato (2009, p.59) a qualidade de vida no trabalho demonstra “o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais por meio de suas experiências na organização.” Fernandes (1996) destaca que um programa de qualidade de vida no trabalho, quando apropriadamente indicado, tem como meta: “gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve, simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia a nível do cargo, recebimento de recursos de ‘feedback’ sobre o desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo.” (WALTON, apud FERNANDES, 1996, p.37) O quadro abaixo apresenta os oito fatores com suas respectivas dimensões, que para Walton (apud CHIAVENATO, 2010), afetam a qualidade de vida no trabalho. Fatores de QVT 1. Dimensões Compensação justa e adequada • Renda (salário) adequada ao trabalho • Equidade interna (compatibilidade interna) • Equidade externa (compatibilidade externa) 2. Condições de segurança e saúde no trabalho 3. • Jornada de trabalho • Ambiente físico (seguro e saudável) • Autonomia • Significado da tarefa • Identidade da tarefa • Variedade de habilidades • Retroação e retroinformação Oportunidades de crescimento contínuo e • Possibilidade de carreira segurança • Crescimento profissional Utilização e desenvolvimento de capacidades 4. 10 5. 6. 7. Integração social na organização Garantias constitucionais Trabalho e espaço total de vida • Segurança do emprego • Igualdade de oportunidades • Relacionamentos interpessoais e grupais • Senso comunitário • Respeito às leis e direitos trabalhistas • Privacidade pessoal • Liberdade de expressão • Normas e rotinas claras da organização • Papel balanceado do trabalho na vida pessoal 8. Relevância social da vida no trabalho • Imagem da empresa • Responsabilidade social pelos social pelos produtos/serviços • Responsabilidade empregados Fonte: adaptado de CHIAVENATO (2010, p.491). Limongi-França (2003, p.33) ressalta que mesmo que se conhecendo a “diversidade das preferências e as diferenças individuais relativas a cultura, classe social, educação, formação e personalidade, tais fatores são intervenientes, de modo geral, na Qualidade de Vida no Trabalho.” “Na última década do século XX, com os temas de responsabilidade social, envelhecimento da população e desenvolvimento sustentável, descortinam-se novos paradigmas para as questões de QVT.” (LIMONGI-FRANÇA, 2003, p.21) Segundo a autora, constituem-se como alguns desencadeadores de qualidade de vida no trabalho peculiares em nossa sociedade pós industrial: “a) vínculos e estrutura da vida pessoal: família, atividades de lazer e esporte, hábitos de vida, cuidados com a saúde, alimentação, combate à vida sedentária, grupos de afinidades e apoio; b) fatores socioeconômicos: globalização, tecnologia, informação, desemprego, políticas de governo, organizações de classe, privatização de serviços públicos, expansão do 11 mercado de seguro-saúde, padrões de consumo mais sofisticados; c) metas empresariais: competitividade, qualidade do produto, velocidade, custos, imagem corporativa; d) pressões organizacionais: novas estruturas de poder, informação, agilidade, co-responsabilidade, remuneração variável, transitoriedade no emprego, investimento em projetos sociais.” (LIMONGI-FRANÇA, 2003, p.21) Segundo Chiavenato (2010) a QVT compreende duas posições antagônicas: de um lado, colaboradores reivindicam o bem-estar e a satisfação no trabalho e, de outro, organizações interessadas em seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a qualidade. A qualidade de vida no trabalho, de acordo com Chiavenato (2009, p. 59), atinge “atitudes pessoais e comportamentos importantes para a produtividade individual, tais como: motivação para o trabalho, adaptabilidade a mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças.” Falar em qualidade de vida no trabalho nos dias de hoje é de grande importância. O mercado de trabalho exige cada vez mais do profissional um desempenho eficiente e eficaz que contribua para o alcance dos objetivos da empresa ou instituição em que trabalha. Para isso, esse profissional além de estar capacitado, deve também ter um ambiente de trabalho e condições que proporcionem a ele alcançar esses objetivos. “O entendimento de que o empregado deve ser visto como ser humano, com necessidades econômicas, e também de ordem social e psicológica, tem demonstrado antes de tudo, uma inteligente atitude empresarial. Isto porque, como decorrência do contexto sócio-político atual, as empresas precisam conviver com uma classe trabalhadora em evolução, que apresenta novas características, incluindo nível de informação mais elevado, maior consciência social de sua importância, desejos de participações nas decisões que a afetam [...]” (FERNANDES E GUTIERREZ, 1988, p.30) 12 A QVT não é definida apenas pelas características individuais (necessidades, expectativas) recompensas), características ou situacionais mas (estrutura principalmente individuais e organizacional, pela organizacionais, prática pois sistemas sistêmica a de dessas relevância das necessidades humanas muda de acordo com a cultura de cada pessoa e de cada organização. (CHIAVENATO, 2009) Para Silva (2010, p.85) a exigência feita aos gestores, atualmente, é que “saibam identificar seus colaboradores, colocá-los nos lugares certos, desafiálos, compreender seus talentos e, principamente, integrá-los aos processos da empresa.” “Muitas vezes, a Gestão da Qualidade de Vida nas empresas tem sofrido perda de credibilidade por causa de aparente superficialidade e por ser usada por aqueles que nela veem só mais uma forma de adiar soluções e mudanças efetivas nas condições de trabalho. Embora ainda haja enorme lacuna entre o discurso e a ação, as preocupações com a Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho vem ganhando grande expressão e forma em âmbito mundial e, também, no ambiente organizacional brasileiro.” (LIMONGI-FRANÇA, 2003, p.41) Fischer (2009) afirma que atualmente o desafio é revisar os valores de gestão, considerando que as prioridades organizacionais e prioridades pessoais são complementares entre si, produzindo um ambiente de comprometimento onde o funcionário compreenda e compartilhe dos objetivos da organização. 13 CAPÍTULO II QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR DO ESPÍRITO SANTO A Polícia Militar do Espírito Santo, em seus 178 anos, passou por diversas transformações. A forma de tratamento dada ao policial militar no início até os dias atuais já não é a mesma e nem poderia ser. A importância do bem estar do policial militar deve ser observada e promovida desde o seu ingresso na corporação. É preciso valorizar cada policial militar, pois o papel que desempenha na sociedade é de grande importância. Para isso, ele deve ser tratado com dignidade e respeito. Seus momentos de lazer devem ser preservados, sua escala de serviço deve ser adequada, seus instrumentos de serviço devem estar em perfeitas condições de uso, seu salário deve ser compatível com a função de risco que exerce. É necessário que ele participe, conheça, opine. A integração dos policiais (praças) e dos gestores (oficiais) deve ser uma característica presente na instituição. Para se alcançar resultados satisfatórios durante o serviço de policiamento, aquele que executa deve ter bem claro quais são os objetivos, as estratégias, para assim poder realizar da melhor maneira possível o que lhe foi determinado. Por isso, precisamos investir no policial de forma que ele faça parte não somente da execução da tarefa que lhe foi dada, mas também de sua elaboração. Sabemos que é comum nas organizações militares a imposição do poder e controle sobre os policiais, uma vez que segundo Fraga (2005) há a centralização do planejamento (representado, no caso, pelo oficial) exercendo o controle, a organização e a repartição do trabalho que finalmente é 14 executado pelo praça (principalmente pelo soldado, localizado na base da pirâmide), em outras palavras, existe claramente a intenção de separar os que pensam dos que executam. De acordo com Chiavenato (2010), as pessoas devem ser vistas como parceiras das organizações, pois como tais, produzem conhecimentos, habilidades, competências e, principalmente, a mais importante contribuição: a inteligência que propicia decisões racionais, conferindo significado e rumo aos propósitos globais. Neste sentido, as pessoas se tornam parte integrante do capital intelectual da organização, sendo consideradas parceiras do negócio e produtoras de competência ao invés de simples empregados contratados. “A empresa moderna deve, cada vez mais, valorizar seus funcionários, possibilitar autonomia de decisões, descentralizar, considerar os valores pessoais dos indivíduos para atingir uma performance que permita excelentes resultados. A performance não está ligada somente ao mercado, ao produto, à organização ou à competência individual. O que representa o grande fator de sucesso é o comportamento das pessoas.” (SILVA E DE MARCHI, 1997, p.11) Segundo Prestes Rosa (apud SILVA e DE MARCHI, 1997) aqueles que gerenciam as empresas devem decidir se querem que seus funcionários se comportem como soldados ou como guerreiros. “Os soldados são relativamente mais fáceis de contratar e adestrar. Por falta de uma razão maior que os motive, são movidos apenas por ordens e precisam de chefes que pensem por si e os orientem. Da mesma forma, os chefes também se submetem às limitações de suas funções: tornam-se complementares a seus soldados e se subtraem na redução das forças de suas equipes. Já os guerreiros, ao contrário, são pessoas movidas por ideais, que não precisam de ordens para entrar nas batalhas do dia a dia, movidas pela autodeterminação, orgulho em servir, desejo de se superar.” (PRESTES ROSA, apud SILVA e DE MARCHI, 1997, p. 33) 15 Além de ser valorizado, o policial militar deve ter sua saúde física e mental em perfeitas condições. Segundo Rosetti (2011) as ações de saúde realizadas pela PMES concentram-se prioritariamente no campo assistencial, isto é, os recursos de saúde estão voltados para aqueles que adoecem ou sofrem ferimentos por acidentes. Infelizmente, pouca ou nenhuma atenção é dada ao campo da medicina preventiva ou ocupacional, aquela que destina suas energias a evitar que o homem adoeça, bem como o de diminuir os efeitos e a ocorrência dos acidentes. Somente o Centro de Perícias e Promoção da Saúde (CPPS), órgão ligado à Diretoria de Saúde (DS) da PMES, destina-se à execução de ações e proposição de medidas associadas à medicina pericial e preventiva. Mesmo possuindo relativa autonomia para emitir seus pareceres médicos-periciais e realizar exames de seleção em candidatos ao ingresso na corporação, o órgão ainda desempenha timidamente programas de prevenção. (ROSETTI, 2011) Observamos, dessa maneira, que a PMES deixa a desejar no que tange a ações de prevenção à saúde do policial militar. E essa falha certamente influenciará no quantitativo de policiais afastados do serviço, seja por motivo de doença ou por motivo de acidente. A Divisão de Promoção Social da Polícia Militar do Espírito Santo (DPS) é o setor responsável pela garantia da promoção das atividades de assistência educacional, habitacional, cultural, psicológica, familiar, lazer e esportes dos integrantes da corporação. É de competência da DPS desenvolver as atividades de solicitação de transferência de Organização Policial Militar (OPM), atendimento de servidores com problemas de saúde física ou mental, atendimento de servidores que sofreram acidente em serviço, visita domiciliar ou hospitalar, atendimentos relacionados à dependência química, ocorrências traumáticas, atendimento 16 psicossocial para os envolvidos em conflito conjugal/familiar, orientação sobre reorganização financeira, orientação aos familiares acerca de direitos e benefícios quando o militar/familiar falece e atendimento aos reeducandos do presídio do Quartel do Comando Geral (QCG) e aos seus familiares. Infelizmente alguns projetos estão inativos, como o programa de reflexão para a reserva (preparação do policial militar para a passagem do serviço ativo para a reserva), o projeto de valorização da vida do policial militar (realização de palestras preventivas nas unidades e subunidades com temas sobre motivação, autoestima, relacionamento interpessoal, depressão, dependência química, entre outros), os núcleos de promoção social (implantação de núcleos nas OPM, com o objetivo de proporcionar êxito no desenvolvimento dos projetos da DPS e melhorar a integração com os segmentos da corporação) e as comemorações de eventos (confraternizações em datas festivas relacionadas à vida do servidor militar). Silva e De Marchi (1997) apontam algumas razões que justificam a implantação de um programa de qualidade de vida e promoção da saúde no local de trabalho, afirmando ainda que a implantação desse tipo de programa atende, ao mesmo tempo, aos interesses do empregado bem como do empregador. “Para o trabalhador, as razões são óbvias: uma vida melhor e provavelmente mais longa, com melhor saúde física e, principalmente, mais feliz. Este estado de maior felicidade advém não apenas do fato de o indivíduo sentir-se mais bem disposto e com maior vigor físico, mas, sobretudo e principalmente, da sensação de bem-estar interior decorrente da melhoria das relações pessoais que mantém no trabalho, além do fato de passar a vivenciar o trabalho não como tortura e fonte de dissabores, mas como algo prazeroso e desejável.” (SILVA, DE MARCHI, 1997, p.31) Já para o empregador, os benefícios percebidos são empregados mais criativos, capazes de superar obstáculos, que ao se sentirem importantes e valorizados, passam a “vestir a camisa” da empresa. Além disso, benefícios de 17 cunho financeiro também são alcançados, como a economia que se faz ao diminuir os gastos com medicamentos e assistência médica. (SILVA, DE MARCHI, 1997) Segundo Cavassani, A., Cavassani, E., e Biazin (2006) programas de bem estar social voltados para os funcionários podem ser implantados, tendo como base os modelos de qualidade de vida no trabalho. Algumas organizações criam adaptações aos modelos existentes de QVT ou até mesmo desenvolvem seus próprios modelos de acordo com sua realidade. De acordo com os autores, através da observação de modelos já existentes, pode-se ter ideia da área de abrangência que os programas de bem estar deverão alcançar. Divergências com equidade salarial, formação educacional e profissional, são exemplos de esferas que deverão ser analisadas. Chiavenato (2010) afirma que programas deste alcance servem para baratear custo com saúde, assumindo assim um caráter preventivo. Os desafios enfrentados pelos programas de bem estar dos funcionários ainda são muitos. A cultura e a mentalidade da organização possuem um papel essencial na implementação de programas de qualidade, podendo ser favoráveis ou grandes obstáculos à implementação. A importância de programas com essa finalidade e sua eficácia, está condicionada à forma que a política de QVT está sendo conduzida junto aos funcionários. (CAVASSANI, A., CAVASSANI, E., BIAZIN, 2006) Dessa maneira, é preciso criar uma cultura institucional na PMES que prime pelo bem estar do policial militar e que promova qualidade de vida no ambiente de trabalho. 18 CAPÍTULO III REFLEXOS DA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR NO SERVIÇO PRESTADO À SOCIEDADE O policial militar só poderá oferecer à sociedade um trabalho de qualidade se estiver com a saúde física e psicológica em condições adequadas. Isso é o que a população espera e cobra a todo o momento das autoridades. Todos querem ter garantidos os seus direitos e o direito à Segurança Pública é um deles. Porém, a maioria dos cidadãos não está preocupada com a qualidade de vida do policial militar, como é sua escala de trabalho, como são as condições dos locais de serviço, se os seus equipamentos de trabalho são adequados, quantas horas ele fica sem se alimentar, sem dormir, sem conviver com sua família e amigos. Não existe a preocupação em relação à sua vida particular, se ele fica doente, estressado, se algum familiar falece, se ele enfrenta problemas financeiros. O que interessa para a sociedade é que o policial militar cumpra a sua função. Que exerça o papel constitucional de ser polícia ostensiva e de preservar a ordem pública. E, por diversas vezes, o policial faz muito mais que isso, pois para atender aos anseios da sociedade e tentar de alguma maneira solucionar os problemas que surgem durante o dia a dia de serviço, faz também o papel de psicólogo, conselheiro, apaziguador. Um bom lugar para se trabalhar, segundo Levering (1986, apud CAVASSANI, A., CAVASSANI, E., BIAZIN, 2006), permite às pessoas terem, além do trabalho, outros compromissos, como a família, os amigos, entre outras atividades. A QVT é considerada muito mais que uma simples política de 19 redução de custos, sua importância vai além, pois propicia o bom convívio do funcionário com a organização em que trabalha. Ter um bom ambiente de trabalho e vantagens que atendam seus desejos pode assegurar um clima de confiança entre empresa e empregado. Fernandes (1996, p.37) ressalta que a aplicação da QVT “conduz, sem dúvida, a melhores desempenhos, ao mesmo tempo que evita maiores desperdícios, reduzindo os custos operacionais.” O policial militar que não tem condições físicas e psíquicas adequadas, não pode oferecer à sociedade um trabalho de qualidade. Danna e Griffing (1999, apud RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003), destacam a importância do bem estar e da saúde no local de trabalho devido aos seguintes fatos: 1) as experiências que as pessoas têm no trabalho sejam elas físicas, emocionais ou de natureza social influenciam-nas tanto no local de trabalho quanto fora dele. Trabalho e vida pessoal não são coisas que se separam, mas domínios que se interrelacionam e se entrelaçam com efeitos recíprocos um no outro; 2) o progressivo conhecimento dos elementos que compõem riscos no local de trabalho como as características do local de trabalho e a associação do trabalho com a ergonomia básica; 3) trabalhadores que não estão com a saúde em dia podem ser menos produtivos, apresentam menor capacidade de decisão, estão mais predispostos ao absenteísmo e oferecem frequentemente menor contribuição para a empresa. “O absenteísmo na atividade policial militar está relacionado aos diversos problemas que advêm do ambiente de trabalho, especialmente no que se refere à tensão, o perigo do exercício da profissão, o desgaste físico do serviço noturno, o contato constante com o público em situações de tensão, tudo isso, alicerçados num regime de disciplina e vigilância constantes, elementos que no decorrer do tempo fragilizam a saúde do militar.” (STEIN, REIS, 2012, p.44-45) 20 Selye (apud SANTANA, SABINO, 2012, p.05) sustenta que o trabalho de polícia “é uma das ocupações mais estressantes quando comparado a outras atividades, sendo que os policiais apresentam diversas doenças relacionadas ao estresse da prática profissional.” “Aguns estudos apontam o estresse e outros problemas emocionais ligado ao policial militar como sendo um dos responsáveis pelo alto índice de suicídio, divórcio e alcoolismo no meio policial.” (SILVA et. al, apud SANTANA, SABINO, 2012, p.05) “A polícia militar, pela natureza do trabalho, expõe o profissional a constantes desgastes físico, mental e emocional em sua prática profissional diária. A atuação em ambiente desumano, complexo e hostil estão entre os fatores que contribuem para este fenômeno.” (PORTELLA, et.al, apud SANTANA, SABINO, 2012, p.04) Vemos assim que os policiais militares, durante a realização de seu trabalho, passam por situações que muitas vezes contribuem para o surgimento de doenças que atingem tanto o corpo quanto a mente. Destarte, importante é que se faça a prevenção de tais doenças, promovendo e garantindo qualidade de vida a esses militares para que sua atuação profissional não seja prejudicada. Segundo Silva e De Marchi (1997, p.07) “uma política voltada para a qualidade de vida está baseada na premissa de que, para onde for a mente, o corpo irá atrás. Ela reconhece o papel que a saúde representa na vida das pessoas.” Para a Organização Mundial da Saúde (1946), o conceito de saúde não se restringe apenas à ausência de doença, mas um estado de completo bem estar físico, mental e social. 21 Compartilhando desse mesmo conceito, acreditamos que pessoas saudáveis são mais produtivas, dispostas, felizes, satisfeitas, entre outras características que só trazem benefícios à organização em que trabalha. Podemos dizer que, no caso do policial militar, os benefícios dessa qualidade de vida não estarão restritos apenas à organização na qual está inserido, mas se estenderão a toda sociedade, usuária do serviço público. Silva e De Marchi (1997, p.11) afirmam que “o grande capital da empresa é representado por pessoas capazes, aptas, sadias, equilibradas, criativas, íntegras e motivadas.” Os autores apresentam alguns benefícios proporcionados pela implantação de programas de qualidade de vida e promoção de saúde nos locais de trabalho. Maior resistência ao estresse Maior estabilidade emocional Para o indivíduo Maior motivação Maior eficiência no trabalho Melhor auto-imagem Melhor relacionamento Força de trabalho mais saudável Menor absenteísmo/rotatividade Menor número de acidentes Para as empresas Menor custo de saúde assistencial Maior produtividade Melhor imagem Melhor ambiente de trabalho 22 Chiavenato (2010, p.471) destaca que “um ambiente de trabalho agradável facilita o relacionamento interpessoal e melhora a produtividade, bem como reduz acidentes, doenças, absenteísmo e rotatividade do pessoal.” A garantia de um local de trabalho assim, certamente contribuirá para a melhoria do serviço policial militar. Vimos anteriormente que os benefícios dessa melhoria alcançam tanto o trabalhador quanto a organização para a qual trabalha. Assim como a sociedade espera receber um serviço de qualidade, do mesmo modo o policial militar espera receber um tratamento de qualidade, tanto em seu local de trabalho quanto fora dele. Podemos dizer, dessa maneira, que proporcionar aos policiais militares qualidade de vida no trabalho é, sem dúvidas, garantir a promoção de uma melhoria no serviço prestado à sociedade. Os reflexos dessa melhoria poderão ser observados, pois haverá mais policiais motivados, menos ausentes no trabalho, com menos problemas de saúde, menos estressados, com menos problemas emocionais, mais eficientes, mais satisfeitos com seu trabalho, entre muitos outros benefícios que só desempenhado seja cada vez melhor. contribuirão para que o trabalho 23 CAPÍTULO IV RESULTADOS Participaram da pesquisa vinte homens e sete mulheres. Pouco mais da metade dos participantes possui o ensino superior completo, cerca de 51%. O grau de escolaridade dos participantes da pesquisa revela níveis de formação educacional determinantes de uma boa qualificação profissional uma vez que mais da metade já cursou o ensino superior e cerca de 22% está cursando. Acredita-se que o fato de ter um curso superior contribui de forma significativa para a instituição policial militar, no que diz respeito à presença de pessoas mais capacitadas e melhor preparadas intelectualmente. A média da idade dos participantes foi de 31 anos, variando entre a mínima de 24 anos e a máxima de 49 anos. O participante com menor tempo de efetivo serviço ingressou na PMES no ano de 2009 e o participante com maior tempo de efetivo serviço ingressou em 1987. A seguir apresentaremos as categorias de análise, que estão divididas da seguinte forma: • Nível de satisfação no trabalho • Prática de atividade física • Valorização na PMES • Fatores que influenciam a atuação profissional • Conhecimento de ações da PMES que objetivam a melhoria da qualidade de vida • Melhorias na PMES para a promoção da qualidade de vida no trabalho 24 NÍV DE SATISFAÇÃO NO TRABALHO NÍVEL 11% 4% NENHUM 22% POUCO MÉDIO ELEVADO 63% ma dos participantes da pesquisa, sa, ap aproximadamente Observamos que a maioria 63%, considerou como médio o nível de satisfação no trabalho. alho. Segundo Kim e Mauborgne (1997,, apud REGO; SOUTO, 2004, p.157) as pesso pessoas, ao sentirem que são distributivamen vamente justiçadas, vivenciam sensações es de satisfação, que as impulsiona a cumpri umprir o que delas se espera. Contudo,quand quando o sentimento de justiça procedimenta imental/interacional é elevado, vivenciam ligações liga de afeto e confiança para com a organização e seus gestores,, sent sentindo-se, dessa maneira, reconhecidas cidas por seu valor pessoal, emocional e intele intelectual. ““O trabalho não é uma entidade, mas uma ma int interação complexa de tarefas, papéis, responsabilidades, ades, incentivos e rec recompensas, em determinado contexto sócio-técnico. sóci E, por iss o entendimento da satisfação no trabalho isso, abalho requer que essa ati atividade seja analisada em termos de seus elementos co constituintes, em que satisfação geral no traba trabalho é o resultado da satisfação com os diversos elemento mentos do trabalho.” (LO (LOCKE, apud MARTINEZ; PARAGUAY; AY; LATORRE, L 2004, p. p.60). 25 Peterson e Dunnagan (1998, apud MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004) destacam que as modificações na organização do trabalho e a melhora do ambiente psicossocial ampliam os impactos sobre a satisfação no trabalho, bem como os indicadores de saúde dos trabalhadores. Segundo Martinez, Paraguay e Latorre (2004), a pretexto de reflexão acerca de ações que produzam satisfação no trabalho e saúde dos trabalhadores, indicam-se diretrizes e modificações na elaboração e organização direcionadas para dimensões psicossociais no trabalho. Estas diretrizes contêm, entre outras coisas: “(a) prévia conceituação, discussão e consolidação coletivas, em cada organização, sobre as prioridades e conteúdo das mudanças; (b) reformulação nas formas de reconhecimento e valorização dos trabalhadores e de suas funções; (c) mudanças que aumentem a autonomia e controle exercidos pelos trabalhadores sobre seu trabalho, sem geração de sobrecarga; (d) enriquecimento do trabalho, e não apenas das tarefas, mediante capacitação profissional, planejada e reconhecida pelos trabalhadores; (e) possibilidades de desenvolvimento na carreira e de estabilidade no emprego; (f) implemento dos níveis de suporte social; (g) melhorias coletivas no fluxo, suportes e qualidade das informações operacionais e organizacionais e (h) melhorias nas condições do ambiente físico de trabalho.” (MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004, p.60-61) 26 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSIC FÍSICA 44% 56% SIM NÃO Podemos observar ar qu que pouco mais da metade dos partic participantes pratica atividade física. Apenas penas 01 (um) dos participantes realiza sua a atividade durante o horário de serviço. Cox e Miles (1994,, apud apu RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003, p.17) sugerem sug o local de trabalho como um “amb ambiente ideal para se promover programa gramas de promoção de atividade física,, pois pode-se atingir muitas pessoas ao o mes mesmo tempo com custos relativamente nte ba baixos e estimular a participação em grupo grupos.” O projeto qualidade de de vida dos profissionais de segurança ça pú pública e agentes penitenciários, criado iado pelo p Governo Federal estabelece em m se seu artigo 17 que os órgãos de segurança urança pública dos entes federados incentivar ntivarão, entre outras coisas, a prática de at atividade física e ginástica laboral, aos profissionais de segurança pública e ag agentes penitenciários. Para fins do que dispõe ispõe o artigo 17, os órgãos de segurança ça púb pública: ““I - criarão núcleos de atividades físicas, icas, coordenados por pro profissionais de educação física; II - autorizarão os 27 profissionais considerados aptos no exame periódico à prática de atividade física durante o expediente de trabalho, que poderá ocorrer dentro do próprio estabelecimento ou fora mediante comprovação de frequência e sem ônus para a instituição; III - aplicarão anualmente um teste de aptidão física - TAF, regulamentado pela própria instituição de acordo com suas necessidades e especificidades; e IV - implementarão programas de ginástica laboral e de controle e prevenção de doenças.” (INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº1 DE 26.02.2010, ART.17, §1º, incisos I,II,III e IV) Baseado na realidade dos militares participantes da pesquisa, concernente à prática de atividade física, acreditamos que a adesão a esse projeto seria um grande passo para a promoção da saúde física dos militares da PMES. VALORIZAÇÃO NA PMES 4% 7% SIM NÃO 89% PARCIAL Cerca de 89% dos participantes disseram que não se sentem valorizados na PMES. Alguns fatores que contribuem para essa sensação foram citados, como por exemplo, a falta de políticas de qualidade de vida, a falta de incentivo ao crescimento profissional e pessoal, promoções atrasadas, quadro de promoção considerado injusto, baixa remuneração, carga excessiva de trabalho, regulamento disciplinar ultrapassado, entre outros. 28 Abaixo, algumas falas exemplificam os motivos pelos quais a maioria dos participantes não se sente valorizado na PMES. “As pessoas, principalmente os superiores, acham que o nosso serviço é feito instantaneamente, não veem o tempo que gastamos e nos sobrecarregam de serviço e não nos dão o devido valor.” (Participante 02) “Sinto-me tão somente um objeto. Parece que a gestão não gosta de gastar energia pensando no bem estar do PM.” (Participante 07) • FATORES QUE INFLUENCIAM A ATUAÇÃO PROFISSIONAL ESTRESSE NÃO 22% SIM 78% Ao serem questionados sobre a influencia do estresse em sua atuação profissional, a maioria dos participantes da pesquisa respondeu que o estresse influenciou no desempenho profissional. 29 O stress é, segundo Limongi-França (2003, p.41) uma reação do corpo à pressão. “Ele ocorre quando o organismo responde com o corpo, com a mente e com o coração às condições inadequadas de vida de forma contínua ou muito intensa.” A autora afirma que uma das consequências do stress é a síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento emocional, julgamento negativo de si mesmo, depressão e indiferença diante dos outros. O stress no trabalho gera graves consequências tanto para o trabalhador como para a organização. As consequências para o trabalhador abrangem ansiedade, angústia, depressão, problemas físicos, como dores de cabeça, nervosismo e acidentes. De igual forma, o estresse também atinge negativamente a organização, ao afetar a quantidade e qualidade do trabalho, ao aumentar o absenteísmo e a rotatividade, e na tendência a reclamações, insatisfação e greves. (CHIAVENATO, 2010) FALTA DE CONDIÇÃO FÍSICA NÃO 44% SIM 56% 30 ição ffísica também foi um fator que, para a maioria dos A falta de condição participantes, influencio luenciou durante a atuação profissional. Sabemos que a prática de atividade e de física constitui-se como fator importante rtante na prevenção a doenças e na promoção moção da qualidade de vida. A saúde bem como mo a qualidade de vida está sujeita a uma um variedade de “determinantes compl complexos e de difícil mensuração. o. C Contudo, esses determinantes são o dep dependentes de um estilo de vida adeq adequado, tendo a aptidão física como mo p potencializador.” (CSEF, 1998; USDHH SDHHS, 1996, apud RODRIGUEZ-AÑEZ, EZ, 20 2003, p.17) profiss de policial militar exige um nível vel de d aptidão física Sabemos que a profissão diferente, pois no deco decorrer do serviço o policial militar tem em que qu caminhar ou ficar em pé por muitas uitas horas, tem que transpor obstáculos los div diversos, adentrar em ambientes de difícil acesso, tudo isso somado ao fato o de ter que carregar consigo equipamentos entos pesados. Por isso, ter uma boa condição co física é imprescindível para a realização re de seu trabalho. CON CONHECIMENTO DE AÇÕES DA PMES ES Q QUE OBJETI BJETIVAM A MELHORIA DA QUALIDADE DE D DE VIDA 25 20 15 22 10 5 4 1 0 SIM NÃO NÃO ÃO RESPONDEU 31 Apenas 04 (quatro) participantes disseram ter conhecimento de ações promovidas pela PMES para a melhoria da qualidade de vida do policial militar. Dentre as ações mencionadas, destacamos somente as que ainda são promovidas pela instituição. “Tenho conhecimento do ‘horário de atividade física’ e de Diretorias que deveriam primar pela qualidade de vida e saúde do militar estadual (DPS, DS). Mas todos os programas são ineficazes e não atinge a maior parte da corporação”. (Participante 27) “Uma academia no BPTran, atividades físicas orientadas nas unidades BME, ROTAM”. (Participante 08) Destacamos também a fala de um dos participantes que afirmou não ter conhecimento de ações de melhoria da qualidade de vida do policial militar: “A polícia só pensa numa forma do PM trabalhar mais”. (Participante 22) Atualmente, a Divisão de Promoção Social possui um projeto em andamento intitulado de “Qualidade de vida: aplicabilidade no ambiente profissional”. Esse projeto consiste na aplicação de um questionário aos policiais militares das Unidades Operacionais a fim de se saber como anda a qualidade de vida dos militares. Esse projeto, entretanto, está em fase inicial de execução, não tendo ainda nenhum resultado para ser apresentado. 32 MELHORIAS RIAS NA PMES PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDA LIDADE DE VIDA NO TRABALHO Valorização/reconhecimento Va pr profissional 11% 11% 29% Atividade física permanente com At ac acompanhamento de profissional da área Au Aumento salarial 23% 26% Acompanhamento Ac m médico/psicológico Melhor estrutura física/instalações M ad adequadas Os participantes citaram algumas melhorias que poderiam ser realizadas para que pudessem ter qualidade qual de vida no trabalho. Destacamos amos cinco melhorias dentre as mais citada citadas. A mais citada foi a valorização/ ação/reconhecimento profissional. Cerca a de 2 29% dos participantes gostariam de ser m mais valorizados e reconhecidos profissio ofissionalmente dentro da Instituição. A atividade física perma permanente com acompanhamento de profiss rofissional da área foi a segunda mais citada. itada. Cerca de 26% dos participantes gosta gostariam de praticar atividade física regularm gularmente e com a presença de um profissio fissional formado em educação física. Aproximadamente 23% dos participantes citaram o aumento mento salarial como melhoria para terem em q qualidade de vida no trabalho. De acord acordo com Pereira (2009) há na imprens prensa nacional manifestações sobre a imp impossibilidade de eficiência das polícias olícias militares remunerando com baixos aixos salários seus 33 integrantes, numa linha que se aproxima do pensamento da escola de relações humanas. Há aqueles que justifiquem que não é apenas o salário que vai garantir uma polícia mais qualificada, mas também uma série de medidas que levem em conta tanto a qualidade de vida como o preparo profissional do policial. Algumas participantes demonstram em suas falas o descontentamento que existe quando o assunto é qualidade de vida no trabalho. “Na PM você é cobrado, porém não se tem recurso para desenvolver o que se cobra”. (Participante 22) “Qualidade de vida no trabalho é você ser reconhecido como humano, cidadão e sobretudo se sentir amparado nos momentos de fraquezas (doenças físicas e psicológicas). A muito tempo o agente público de segurança deixou de ser ‘superior’ a tudo.” (Participante 27) 34 CONCLUSÃO A busca pela qualidade de vida no ambiente de trabalho ganhou espaço nos últimos anos dentro das empresas e organizações, que compreenderam a importância de proporcionar a seus funcionários melhores condições de serviço e ambientes adequados para a realização de seu trabalho. Dessa maneira, a presente pesquisa buscou evidenciar os reflexos da melhoria da qualidade de vida do policial militar no serviço prestado por ele à sociedade. Verificou-se durante o estudo que aproximadamente 89% dos participantes não se sente valorizado no serviço. O nível de satisfação foi considerado pela maioria como médio. Cerca de 78% dos participantes tem sua atuação profissional influenciada pela ação do estresse e 56% pela falta de condição física. A maioria dos participantes desconhece ações realizadas pela PMES em prol da melhoria da qualidade de vida de seus policiais, o que representa a realidade da Instituição que há pouco tempo iniciou um projeto de qualidade de vida no ambiente profissional, consistindo inicialmente apenas de um questionário para verificar como está a qualidade de vida dos militares e que ainda não tem nenhum resultado para ser apresentado. De acordo com De Lucca Neto (1999, apud LIMONGI-FRANÇA, 2003, p.32) “os programas de qualidade de vida no trabalho são exigência dos tempos. Expressam um compromisso com os avanços da ciência da civilização, da cidadania. E ainda, por isso, um desafio para muitos.” Melo (2008) afirma que a mudança organizacional se constitui em um processo lento, difícil e quase sempre doloroso, possuindo alguns pontos de vista que não podem ser induzidos artificialmente. Estudos demonstram que se levam anos para que atitudes sejam mudadas, competências sejam desenvolvidas, 35 filosofias operacionais sejam projetadas e novas formas de lidar com a execução de velhas funções ganhem apoio. A pesquisa revelou que a qualidade de vida do policial militar do Espírito Santo está a quem da desejada, pois a maioria dos militares participantes da pesquisa não se sente valorizados dentro da instituição, sofrem com as consequências do estresse e da falta de condição física durante a realização do serviço, não possuem conhecimento de ações da PMES voltadas para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, entre outros. Alguns participantes mencionaram também a falta de interesse da instituição em promover o bem-estar do policial militar, a falta de reconhecimento como cidadãos, seres humanos que necessitam de amparo nos momentos difíceis e a falta de recursos para cumprir as tarefas dadas. “Cada vez mais as empresas que desejarem sobreviver e perpetuar-se deverão investir nas pessoas. Ter uma cultura saudável, valorizando seu capital humano, faz parte da empresa moderna”. (SILVA, DE MARCHI, 1997, p.12) Os reflexos da melhoria da qualidade de vida do policial militar durante o serviço prestado à sociedade pode ser visto quando o policial consegue atuar em perfeitas condições, não apresenta problemas de ordem física e psicológica, não se ausenta do serviço por motivos de doença, estresse ou acidentes acarretados pela falta de um local de trabalho adequado. Acreditamos que a sociedade será beneficiada com as mudanças em prol dessa melhoria, pois o resultado final é a oferta de um trabalho de qualidade, realizado por pessoas saudáveis, motivadas, felizes, engajadas com o objetivo da instituição de proporcionar aos cidadãos a sensação de segurança, que todos almejam. 36 O trabalho aponta para a continuação da pesquisa no sentido de verificar os resultados e as mudanças que ocorrerão após a implementação de um programa de promoção de saúde e qualidade de vida no ambiente de trabalho para os policiais militares da PMES. Observamos durante a realização da pesquisa que a qualidade do serviço policial militar está comprometida devido à inexistência de programas que promovam a qualidade de vida no ambiente de trabalho. A relevância desse assunto só é percebida quando o serviço oferecido não é de qualidade. Sabemos da dificuldade de se promover mudanças, principalmente em instituições policiais, mas acreditamos na possibilidade de algumas melhorias, mesmo que sejam demoradas e pequenas. Percebemos que há muito que se fazer para garantir a qualidade de vida no trabalho para os policiais militares da PMES. A sociedade deixa de ser beneficiada com um serviço melhor, eficiente, eficaz, em razão da falta de policiais capacitados, saudáveis, motivados, satisfeitos e consequentemente menos produtivos. Foram destacadas pelos policiais militares algumas melhorias que poderiam ocorrer na instituição para a promoção da QVT, dentre elas está a valorização/reconhecimento profissional, a atividade física permanente com acompanhamento de profissional da área, o aumento salarial, o acompanhamento médico/psicológico e a melhoria da estrutura física. Sugerimos que a PMES invista urgentemente em projetos de qualidade de vida no trabalho para os policiais militares, que mudanças sejam realizadas para que os policiais tenham um ambiente de trabalho adequado para desempenhar suas funções, com equipamentos e instrumentos em perfeitas condições de 37 uso, locais com estrutura compatível para a realização de suas tarefas, programas de prevenção à saúde física e mental, escalas de serviço que permitam ao policial conviver socialmente, junto à família, amigos, ações de valorização, entre outros. A pesquisa contribuiu de forma significativa na ampliação do conhecimento acerca do tema abordado uma vez que facilitou o entendimento de que a melhoria da qualidade de vida do policial militar no ambiente de trabalho é de suma importância para garantir condições necessárias ao desempenho de um serviço de qualidade para toda a sociedade. 38 BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. 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Acesso em 24 mar 2014. 42 ANEXO I QUESTIONÁRIO IDADE:_________________________________________________________ SEXO: FEMININO MASCULINO GRAU DE ESCOLARIDADE: ENSINO MÉDIO ENSINO SUPERIOR COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ESPECIALIZAÇÃO OUTROS 1) EM QUE ANO INGRESSOU NA POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO? __________________________________________________________ 2) NÍVEL DE SATISFAÇÃO NO TRABALHO NENHUM POUCO MÉDIO ELEVADO 3) PRATICA ATIVIDADE FÍSICA? 4) SIM NÃO 4) A ATIVIDADE PRATICADA ESTÁ COMPREENDIDA NO HORÁRIO DE SERVIÇO? 5) SIM 5) JÁ NÃO APRESENTOU ALGUM DECORRÊNCIA DO SERVIÇO? 6) SIM NÃO PROBLEMA DE SAÚDE EM 43 6) SENTE-SE VALORIZADO (A) NA POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO? POR QUÊ? 7) SIM NÃO __________________________________________________________ __________________________________________________________ 7) ALGUMA VEZ O ESTRESSE INFLUENCIOU EM SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL? SIM NÃO 8) ALGUMA VEZ A FALTA DE CONDIÇÃO FÍSICA ADEQUADA INFLUENCIOU EM SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL? SIM NÃO 9) VOCÊ TEM CONHECIMENTO DE AÇÕES DA PMES QUE OBJETIVAM A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO POLICIAL MILITAR? EXEMPLIFIQUE. SIM NÃO _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10) EM SUA OPINIÃO, O QUE PRECISA SER MELHORADO NA PMES PARA QUE VOCÊ POSSA TER QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________