A Espécie: a unidade base da taxonomia
A espécie é a unidade taxonómica base do sistema de classificação dos seres
vivos utilizado atualmente. A definição de espécie é pouco consensual mas baseia-se
principalmente nas semelhanças estruturais, morfológicas ou funcionais entre os
organismos, resultantes da partilha de informação genética.
Essa partilha de informação é, no entanto, limitada aos indivíduos da mesma
espécie através de vários mecanismos que limitam o cruzamento entre indivíduos ou a
produção de descendência fértil. Isto significa que os indivíduos apenas são capazes
de se reproduzirem com sucesso com outros da mesma espécie e não com indivíduos
de espécies diferentes. Daí que uma das definições para o termo espécie proposta por
Theodosius Dobzhansky e Ernst Mayr se baseie precisamente nesta característica:
“espécies são grupos de populações naturais que têm a possibilidade de se cruzarem
entre si, e que estão reprodutivamente isolados de outros grupos”. No entanto, a
multidimensionalidade do conceito de espécie ainda não permitiu chegar a uma
definição que englobe todas as variáveis associadas às espécies e que seja consensual
entre a comunidade científica.
A nomenclatura binominal desenvolvida por Lineu é ainda hoje utilizada para
denominar todos os seres vivos conhecidos. Assim, de acordo com esta nomenclatura,
o nome da espécie é constituído por duas palavras correspondentes ao nome do
género, por exemplo, Rosa e um restritivo específico que, tal como o nome indica,
especifica qual a espécie dentro deste género a que nos estamos a referir, por
exemplo chinensis. Deste modo, o nome da espécie seria Rosa chinensis.
O nome científico escreve-se sempre em itálico (em manuscrito utiliza-se o
sublinhado) sendo que o nome do género se escreve com letra maiúscula e o
restritivo específico com letra minúscula. As vantagens da nomenclatura binominal são
várias mas todas elas se baseiam no facto de esta nomenclatura possibilitar a
estabilidade do nome das espécies ao logo do tempo, assim como permitir o seu uso
generalizado, e, com isso, rentabilizar a descrição de um espécime sem risco de
ambiguidade.
Para determinar a espécie de indivíduos do mesmo género recorrem-se às mais
variadas características dos seres vivos sendo que as diferenças entre eles serão cada
vez mais subtis.
O nome científico, apesar de ser universal, poucas vezes é utilizado pela
maioria das pessoas. De facto, uma grande parte das espécies tem um nome comum,
nome que as populações lhes foram atribuindo de acordo com a sua cultura e, esse
sim, é diferente de local para local. Por exemplo, a espécie Hyla arborea é geralmente
conhecida por Rela-comum em Portugal. É este o seu nome comum. No Brasil, por
exemplo, a mesma espécie é conhecida por Perereca.
Autora: Eunice Sousa
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