REALIZAÇÃO
Associação Comercial e Industrial de Ijuí
Prefeitura Municipal de Ijuí – Poder Executivo
ELAVORAÇÃO
FIDENE - Fundação de Integração Desenvolvimento e Educação do
Noroeste do Estado do RS
UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS
Geoprocessamento e Análise Territorial
Introdução
2
ASSOCIAÇÀO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE IJUÍ
PRESIDENTE
Rubem Härter
VICE-PRESIDENTES
Adelar Francisco Baggio
Carlos Domingos Poletto
Getúlio Azambuja
Martinho Luis Kelm
Walter Joel de Moura
Introdução
3
PREFEITURA MUNICIPAL DE IJUÍ – PODER EXECUTIVO
PREFEITO MUNICIPAL
Fioravante Ballin
VICE-PREFEITO MUNICIPAL
Ubirajara Teixeira
SECRETÁRIO DA FAZENDA
Irani Paulo Basso
SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO
Suimar João Bressan
SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO
Osmar Prochnow
SECRETÁRIO DE GOVERNO
Darci Pretto da Silva
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Nelson Copetti
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL
Júlio Cezar Gabbi
SECRETÁRIO DE SAÚDE
Claudiomiro Pezetta
SECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Neiva Inês Agnoletto
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
Eleandro José Lizot
SECRETÁRIO DE DES. ECONÔMICO E TURISMO
Ademir Gonçalves Miná
SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE
Osório Antônio Lucchese
Introdução
4
FIDENE – FUNDAÇÃO DE INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DO
NOROESTE DO ESTADO DO RS
PRESIDENTE
Gilmar Antônio Bedin
VICE-PRESIDENTE
Arnildo Laurência Rockenbach
DIRETOR EXECUTIVO
Martinho Luis Kelm
UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL
REITOR
Gilmar Antonio Bedin
VICE-REITORA DE GRADUAÇÃO
Antonia Carvalho Busmann
VICE-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO
Martinho Luis Kelm
VICE-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
Telmo Rudi Frantz
EQUIPE TÉCNICA DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DE REVISÃO E
ATUALIZAÇÃO
Romualdo Kohler - Economista
Sidnei Luís Bohn Gass - Geógrafo
Júlia Lúcia Massola - Estagiária - Acadêmica do Curso de Geografia
Introdução
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1.1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no
território do Estado
22
Quadro 2.1 – População Urbana, Rural e Total, 1920 – 2007.
26
Quadro 2.2 – Taxas intercensais de incremento populacional de Ijuí para o
período de 1920 a 3007
27
Quadro 2.3 – Taxas intercensais de incremento populacional do Rio Grande do
Sul para o período de 1920 a 3007
27
Quadro 2.4 - Evolução da Estrutura Etária da População de Ijuí – em %
33
Quadro 3.1: Evolução do IDH-M de Ijuí, nos anos censitários de 1991 e 2000.
41
Quadro 3.2: Blocos do IDESE, índices componentes de cada bloco, pesos dos
índices nos blocos e no IDESE, limites dos índices e fontes dos dados brutos
46
Quadro 3.3: Evolução do IDESE, total por bloco, de Ijuí e sua ordem no Estado
do RS, nos anos censitários de 1991 e 2000 e do período 2001-2005.
47
Quadro 3.4: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, total e por bloco, de
Ijuí e do RS, com mediana, máximo e mínimo estadual, no ano de 2005.
49
Quadro 4.1 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o PIB
no período 1939-2005, deflacionado para o ano de 2000
62
Quadro 4.2 – Gráficos com a correlação do PIB Total com os Setores de
Produção de Ijuí, no período 1939 – 2005.
63
Quadro 4.3 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o VAF
no período 1994-2004, em valores correntes.
64
Quadro 4.4 – Gráficos com a correlação do VAF Total com o VAF dos Setores de
Produção de Ijuí, no período 1994 – 2004.
65
Quadro 5.1: Número e área dos estabelecimentos agropecuários em
Introdução
6
Ijuí, nos anos de 1996 e 2006.
67
Quadro 5.2: Número de estabelecimentos e de pessoal ocupado por laço de
parentesco com o produtor em Ijuí, nos anos de 1996 e 2006.
68
Quadro 5.3: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura permanente em
Ijuí,
70
Quadro 5.4: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de
lavoura permanente, no período 1990-2006
71
Quadro 5.5: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura
permanente de Ijuí no RS, no período 1990-2006
72
Quadro 5.6: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura temporária em
Ijuí, no período 1990-2006
73
Quadro 5.7: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de
lavoura temporária, no período 1990-2006
75
Quadro 5.8: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura
temporária de Ijuí no RS, no período 1990-2006
76
Quadro 5.9: Evolução do número de cabeças por tipo de rebanho em Ijuí, no
período 1990-2006
77
Quadro 5.10: Evolução da participação relativa do rebanho de Ijuí no RS, no
período 1990-2006
78
Quadro 5.11: Evolução da participação relativa do valor da produção animal de
Ijuí no RS, no período 1990-2006
79
Quadro 5.12: Evolução dos quocientes locacionais por valor da produção animal
de Ijuí no RS, no período 1990-2006
90
Quadro 5.13: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado
por tipo de indústria de Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006.
82
Quadro 5.14: Participação relativa por atividade industrial, em número de
unidades e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006.
83
Quadro 5.15: Quociente locacional do setor secundário de Ijuí no RS, segundo o
número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006.
85
Quadro 5.16: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado
por tipo de atividade terciária em Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006.
87
Quadro 5.17: Participação relativa por atividade terciária, em número de unidades
Introdução
7
e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006.
88
Quadro 5.18: Quociente locacional do setor terciário de Ijuí no RS, segundo o
número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006.
90
Quadro 5.19: Admissões e Demissões, por tipo, em Ijuí e no RS, no período
de janeiro/2000 a novembro/2008
94
Quadro 5.20: Dados do mercado formal de trabalho de Ijuí, por gênero e
atividades econômicas, em 2007 e 2008.
95
Quadro 5.21: Salários correntes médios, em reais, pagos por gênero e por
grupos de atividades econômicas, em dezembro de 2007.
96
Quadro 5.22: Estratificação da renda formal em Ijuí, em salários mínimos,
segundo CNAE, em dezembro 2007.
Introdução
97
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1 – População Total de Ijuí Entre 1920 e 2000
26
Gráfico 2.2 – Taxa de Incremento Intercensal da População de Ijuí e do RS Entre
1920 e 2000
28
Gráfico 2.3 – Evolução da População de Ijuí Entre 1920 e 2007
29
Gráfico 2.4 – Evolução da População do RS Entre 1920 e 2007
29
Gráfico 2.5 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural de Ijuí
entre 1920 e 2007
30
Gráfico 2.6 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural do RS
entre 1920 e 2007
31
Gráfico 2.7 – Densidade demográfica de Ijuí e do RS, entre os anos de 1920 e
2007
32
Gráfico 2.8 – Evolução da estrutura etária da população do município de Ijuí
entre 1960 e 2000
34
Gráfico 2.9 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1970
35
Gráfico 2.10 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1980
35
Gráfico 2.11 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 2000
35
Gráfico 3.1 – Evolução do PIB per capita em Ijuí e no RS, no período 1996-2005
39
Gráfico 4.1 – Evolução do PIB de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de
2000.
51
Gráfico 4.2 – Evolução da participação do município no PIB do RS, no período
1939 – 2005, em valores de 2000.
55
Gráfico 4.3 – Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí no período 1939 – 2005,
em valores de 2000.
56
Gráfico 4.4 – Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS,
Introdução
9
no período 1939 – 2005, em valores de 2000.
58
Gráfico 4.5 – Evolução da participação do município no PIB industrial do RS, no
período 1939 – 2005, em valores de 2000.
59
Gráfico 4.6 – Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no
período 1939 – 2005, em valores de 2000.
60
Gráfico 4.7 – Evolução da participação das atividades econômicas na
composição do VAF de Ijuí, no período 1994 – 2004, em valores correntes.
61
Gráfico 5.1 – Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de
empregados admitidos e demitidos no período jan/2000 – nov/2008.
92
Gráfico 5.2 – Evolução da participação relativa do emprego formal do município
no Estado, no período de jan/2000 – nov/2008
Introdução
93
10
LISTA DE MAPAS
Mapa 1.1 – Localização de Ijuí no Brasil
17
Mapa 1.2 – Divisão municipal do RS em 1890
18
Mapa 1.3 – Divisão territorial do RS em 1912, com destaque para Ijuí
20
Mapa 1.4 – Evolução territorial do município de Ijuí
23
Mapa 1.5 – Atual divisão territorial do RS com destaque para Ijuí
24
Mapa 3.1 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por município no
Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
42
Mapa 3.2 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Educação, por
município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
43
Mapa 3.3 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Longevidade,
por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
44
Mapa 3.4 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Renda, por
município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
Introdução
45
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................
14
1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS...................................................
17
2 – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS..........................................................................
25
2.1 – DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL...................................
25
2.2 – A DINÂMICA DA URBANIZAÇÀO NO MUNICÍPIO...................................
28
2.3 – DENSIDADE DEMOGRÁFICA...................................................................
32
2.4 – ESTRUTURA DA POPULAÇÀO POR IDADE E SEXO.............................
33
3 – INDICADORES SOCIAIS...................................................................................
37
3.1 – PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA.............................................
38
3.2 – IDH-M – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO GUMANO MUNICIPAL........
40
3.3 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO – IDESE...........
45
3.4 – ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM..............
48
4 – ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO........................
50
4.1 – OS MOVIMENTOS DO PIB – TOTAL........................................................
51
4.2 – OS MOVIMENTOS DO PIB – SETORES...................................................
56
4.3 – AS CORRELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS...............
61
5 – AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: PRODUÇÃO, EMPREGO E RENDA..........
66
5.1 – OS SETORES DE PRODUÇÃO.................................................................
67
5.1.1 – Setor primário...............................................................................
67
Introdução
12
5.1.2 – Setor secundário...........................................................................
81
5.1.3 – Setor terciário................................................................................
86
5.2 – EMPREGO E RENDA................................................................................
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................
99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................
101
Introdução
13
INTRODUÇÃO
O presente trabalho, sem a pretensão de ser conclusivo, busca contribuir na
caracterização socioeconômica do município de Ijuí, a partir da coleta e análise de
indicadores secundários oficiais disponíveis, na perspectiva da verificação do estágio de
desenvolvimento da sociedade local, bem como, servir de subsídio para ações de
planejamento.
Muitas vezes, os termos crescimento econômico e desenvolvimento são utilizados
como sinônimos. Contudo, são conceitos distintos, enquanto o primeiro tem uma
conotação quantitativa, de ampliação da produção, o segundo se reveste de preceitos
qualitativos, em especial, na dimensão da melhoria da qualidade de vida.
O crescimento da geração de riquezas não representa, necessariamente,
desenvolvimento, porém, é mais pedregosa a estrada do desenvolvimento sem a
expansão da produção de bens e serviços. O desenvolvimento passa também pela
distribuição desta riqueza produzida, da forma mais equânime possível à sociedade como
um todo.
Portanto, o estágio de desenvolvimento da sociedade local é fruto de múltiplas
ações convergentes e complementares que não se resumem ao enfoque econômico, o
que, contudo, não implica diretamente em minimizar o papel de seu dinamismo
econômico.
Os
mercados
locais,
regionais,
nacionais
e
globais,
cada
vez
mais
interrelacionados, exigem uma economia local eficiente e competitiva para gerar riqueza,
o que permite que sua sociedade tenha acesso aos avanços tecnológicos mundiais, em
Introdução
14
bens de consumo e investimento, o que indica avançar nos estágios hierárquicos do
desenvolvimento.
Assim, a economia local conforma um complexo sistema afeito aos movimentos
das variáveis econômicas endógenas e exógenas, como também é dependente do
comportamento de variáveis de caráter social, cultural, político, ecológico, entre outros.
Neste contexto, se procurou avançar no trabalho estruturando-o em cinco
capítulos. Primeiramente, se resgatou aspectos históricos para demonstrar a forma de
ocupação do território, que certamente é decisiva no dimensionamento de seu estágio de
desenvolvimento.
No segundo capítulo se objetivou uma análise dos movimentos demográficos no
município, a partir de sua instalação até nossos dias, segundo dados censitários
levantado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Os
indicadores
sociais
são
trabalhados
no
terceiro
capítulo.
Entre
as
disponibilidades, se selecionou os indicadores PIB per capita, IDH – M, IDESE e IFDM
para conformar uma leitura privilegiada da estrutura social do município, visto as
metodologias diferenciadas de levantamento de dados em cada um dos índices.
No quarto capítulo se avança para a análise da evolução do Produto Interno Bruto,
como principal indicador de produção, quer na economia como um todo, quer na
desagregação por setores produtivos. No tratamento dos dados se buscou a correlação
entre os setores a fim de investigar o grau de associação entre as atividades econômicas.
No quinto e último capítulo, se adentrou mais especificamente nas atividades
econômicas, a partir de estatísticas de produção, emprego e renda. Neste ponto, a
investigação avança à análise das atividades desagregadas por setores de produção,
como também as relaciona com suas correspondentes estaduais, a fim de utilizar
recursos de comparabilidade e permitir melhor leitura dos movimentos.
Introdução
15
Por fim, nas considerações finais se busca dar o fecho à investigação, retomando
de forma sintética alguns pontos de destaque.
Introdução
16
1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS
O atual município de Ijuí até a segunda metade do século XIX, não existe data
precisa, era apenas uma zona de mata cerrada. Os primeiros registros sobre o município
de Ijuí datam em torno de 1850, quando o Governo da Província mandou abrir uma
picada por entre a mata costeira do Rio Conceição, visando reduzir o trajeto entre Cruz
Alta e Santo Ângelo, até então percorrido por campo, costeando a mata nativa.
Mapa 1.1 – Localização de Ijuí no Brasil
Fonte: Elaborado a partir da Malha Municipal do IBGE e dos dados disponíveis na coleção ESRI
Data & Maps.
Aspectos Históricos e Territoriais
17
Para que fosse possível trafegar pela picada, instalaram-se peões responsáveis
pelas periódicas limpezas, constituindo-se nos primeiros moradores permanentes. Assim,
chamou-se o local de Picada Conceição, mais tarde Barreiro, em função de um lamaçal
formado por uma vertente de água mineral.
Assim, os povos indígenas foram os primeiros a pisar o solo da região, seguidos
pelos imigrantes de origem afro-brasileiros, luso-brasileiros e descendentes de imigrantes
europeus, inicialmente famílias de origem italiana, oriundas da Colônia de Silveira Martins
na década de 80 do século XIX. Iniciava-se então, uma grande miscigenação de etnias
que caracteriza Ijuí como "Terras das Culturas Diversificadas".
A Colônia de Ijuhy (que na língua Guarani significa "Rio das Águas Claras" ou "Rio
das Águas Divinas") foi inaugurada em 19 de outubro de 1890 contando já com 18 etnias.
Mapa 1.2 – Divisão municipal do RS em 1890
Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e
Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a
publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE
ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto
Alegre: [s.n.] 2002.
Aspectos Históricos e Territoriais
18
Constituindo um empreendimento oficial e planejado, o Governo mandou medir
1.000 lotes de 25 hectares cada, encaminhando imigrantes europeus. O colono que ali se
estabelecia, recebia a terra e auxílio à sua instalação, para pagamento em cinco anos,
além de ter possibilidade de prestar serviços ao Estado (construção de estradas,
caminhos e outras obras nos núcleos coloniais) mediante remuneração para sua
manutenção até que o lote começasse a produzir efetivamente.
O colono evidentemente dependia do Estado, pois tanto a compra do lote como as
subvenções despendidas foram os mecanismos que propiciaram o controle direto da
direção da Colônia sobre a vida do novo agricultor, assegurando desse modo a produção
de excedentes para o mercado.
Com a estruturação do espaço rural, surge a figura do comerciante, então
intermediário da circulação de mercadorias (frutos e insumos) da agropecuária colonial.
Ele será figura destacada e fundamental no desenvolvimento de Ijuí.
A economia local ganhou novo impulso com a inauguração da estrada de ferro em
19 de outubro de 1911, pois facilitou o intercâmbio de mercadorias, valorizou as terras
que quadruplicaram de valor e incentivou a produção de exportáveis (a produção dobrou
e a exportação triplicou), incrementando sobremaneira o comércio local.
Por Decreto de 30 de janeiro de 1912 criava-se o município de Ijuhy, instalado em
2 de fevereiro de 1912. O mapa a seguir representa a localização e o primeiro território do
município, onde se observa a estrutura administrativa territorial do Estado do Rio Grande
do Sul com apenas 68 municípios, muito diferente em relação à sua correspondência
contemporânea, de 496 municípios.
Aspectos Históricos e Territoriais
19
Mapa 1.3 – Divisão territorial do RS em 1912, com destaque para Ijuí
Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e
Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a
publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE
ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto
Alegre: [s.n.] 2002.
Segundo LAZZAROTTO, no caderno nº 6, do Museu Antropológico “Diretor
Pestana”, editado em 1977, citando o relatório de 1912 da Comissão de Terras e
Colonização de Ijuhy, em que constam dados para um diagnóstico socioeconômico do
então município:
“A população de Ijuí, era calculada entre 25 a 28.000 habitantes. “A Colônia
Ijuhy é a mais bem dotada de viação de rodagens do Estado”. Realmente
havia “300 quilômetros de estradas carroçáveis e 500 quilômetros de
caminhos vicinais... Pontes em todos os rios e arroios. No Ijuhy Grande,
além da ponte há 8 barcas”. Funcionavam 32 escolas, sendo 12 mantidas
pelo governo do Estado, 4 municipais e 16 particulares. A matrícula era de
1.600 crianças. Havia “70 casas de comércio, 16 serrarias a vapor, 1
serraria hidráulica, 28 moinhos hidráulicos para milho, trigo e centeio, 4
moinhos a vapor para os mesmos cereais, 42 engenhos de cana, 11
fábricas de cerveja e gazoza, 2 de banha (refinarias), 19 ferrarias e fábricas
de carroças e carros, 6 olarias, 2 carpintarias a vapor, 5 curtumes, 3
atafonas (fábricas de farinha de mandioca), 3 padarias, 6 funilarias, 4
engenhos a vapor de beneficiar arroz, 4 engenhos hidráulicos para o
mesmo cereal, 9 hospedarias e restaurantes, 4 hotéis, 3 açougues, 7
alfaiatarias, 5 sapatarias, 4 barbearias, 3 depósitos de madeiras, 2
armazéns de consignação e despacho de mercadorias, 2 relojoarias, 1
tipografia, 5 médicos, 2 advogados, 1 fábrica de mobílias de vime, 85
Aspectos Históricos e Territoriais
20
fábricas de manteiga de nata doce, 1 ourivesaria, 1 depósito de cal, 1
fábrica de móveis de madeira, 1 fotógrafo, 1 oficina mecânica e armeiro, 1
bazar, 1 pedreiro construtor”.
A produção era calculada em 5.000 contos e a exportação em 2.500
a 3.000 contos. Exportava-se banha, fumo, feijão, milho, madeiras em toras,
tábuas, linhas, pranchões, caibros, ripas e esteios”. (LAZZAROTTO, 1977.)
Vale registrar ainda que no ano de 1917, a partir de contratação particular, instalouse a iluminação elétrica na Rua do Comércio, por ser a mais movimentada. Este foi outro
fator relevante a se destacar no desenvolvimento do município. Em 1923 a Prefeitura
Municipal inaugurou usina própria, aproveitando uma queda do rio Potiribú, próximo à
cidade. A 5 de outubro de 1948 entrou em funcionamento uma turbina a vapor. A 10 de
setembro de 1951 o grupo Diesel. Em 1959, entrou em funcionamento o 1º grupo gerador
na usina de Passo de Ajuricaba e ali, em 1976, começou a funcionar o 2º grupo gerador.
Grande parte da energia consumida em Ijuí, até nossos dias, é produzida no município,
de domínio do Poder Público Municipal, certamente um fator altamente positivo ao seu
desenvolvimento.
O comércio exuberante, capitaneado pelo fato de ter sido a primeira colônia do
Noroeste do Estado, aliado a policultura de subsistência, com venda de excedentes,
fundada em uma estrutura agrária minifundiária, criaram estreitas relações com a
indústria: o porco fornecia matéria-prima para as refinarias de banha, frigoríficos e
indústria de couro; o milho, alimento da família colonial, além do porco, era largamente
exportado e também foi industrializado na forma de farinha; a indústria de laticínios
originou-se da ordenha; as fundições forneciam instrumentos e engenhos mecânicos à
produção agrícola.
A partir da década de 60, a policultura foi sendo substituída pelo binômio trigo-soja,
praticamente imposta por políticas públicas do Governo Federal. A triticultura que teve
seu auge no período 69-71, às custas de propaganda e financiamentos oficiais, cede
espaço a partir de 1972 à cultura da soja que, em função dos incentivos e lucros
crescentes, assume a ponta da produção agropecuária local estendendo-se até nossos
dias. Assim, a policultura de subsistência e venda de excedentes dá espaço à lavoura
mecanizada comercial dependente do comportamento de um único produto, a soja, por
sua vez, condicionada ao mercado internacional.
Aspectos Históricos e Territoriais
21
De outro lado, as políticas públicas abriram espaço para os mercados nacionais de
produtos manufaturados, o que levou ao desaparecimento das pequenas empresas
industriais que atuavam no mercado local e não se adequaram aos novos tempos. Da
mesma forma, o processo de substituição da policultura por uma agricultura mecanizada,
provocou êxodo rural, pela substituição do homem pela máquina e abriu espaço para
outro perfil de casas comerciais de produtos manufaturados, principalmente, de empresas
ligadas à nova agricultura.
As mudanças de rumo da economia de Ijuí são apontadas por LAZZAROTTO
(1977):
“Parece cedo ainda para avaliar todas as conseqüências, boas e ruins,
desta rápida mudança. Se, por um lado deu certa segurança aos
agricultores que se integraram no processo, por outro, tirou-lhes autonomia
colocando-os quase na total dependência dos bancos e das multinacionais
que vendem os insumos e compram o produto final.” (LAZZAROTTO, 1977)
Em todo o contexto da história evolutiva do município de Ijuí, se deve considerar
também a reestruturação territorial pela qual passou. O acelerado processo de ocupação
do
território
gaúcho
por
frentes
expansionistas
e
colonizadoras
aumentou
significativamente o número de municípios do Estado que, em 1912, era de 68, passando
para 496 na atualidade.
O quadro 1.1 apresenta a evolução absoluta da área territorial de Ijuí e a sua
participação relativa no território do Estado do Rio Grande do Sul, partindo de 0,711% em
1912 para 0,245% em 2001, o que se mantém na atualidade.
Quadro 1.1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no território
do Estado
ANO
ÁREA (Kms²)
% NO RS
1912
2002
0.711
1961
1971
0.700
1965
1053
0.374
1992
904
0.321
2001
689
0.245
Fonte: Calculado a parti das bases cartográficas disponibilizadas pela Divisão de Geografia e
Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das Malhas Municipais
Digitais do IBGE
Aspectos Históricos e Territoriais
22
Estes movimentos de desdobramento territorial reduziram de forma absoluta a área
geográfica do município em 65,58% ao longo dos anos, de 2002 kms² para 689 kms² em
2001.
Para melhor ilustrar este fato, apresentamos graficamente esta evolução territorial
do município de Ijuí, conforme o mapa 1.4, que mostra com detalhes o processo de
evolução da configuração territorial de Ijuí, desde sua emancipação, a partir de Cruz Alta,
até 2001, o que se estende aos dias atuais.
Mapa 1.4 – Evolução territorial do município de Ijuí
Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e
Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a
publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE
ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre:
[s.n.] 2002.
Aspectos Históricos e Territoriais
23
Por fim, o mapa 1.5, a seguir, caracteriza a atual estratificação administrativa
territorial dos municípios no Rio Grande do Sul, com destaque para o município de Ijuí,
com vistas a atualizar o dimensionamento territorial do município no estado.
Mapa 1.5 – Atual divisão territorial do RS com destaque para Ijuí
Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e
Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a
publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE
ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre:
[s.n.] 2002.
Com esta rápida contextualização histórica e territorial de Ijuí, passamos à
avaliação dos movimentos demográficos no município, conforme apresentado do capítulo
seguinte.
Aspectos Históricos e Territoriais
24
2 – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
Neste capítulo se pretende avaliar os movimentos demográficos no município de
Ijuí, ao longo do tempo. Os dados que fomentam a análise são dos censos demográficos,
no período 1920-2000, e da contagem da população em 2007, do IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
2.1 - DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL
Para o período considerado no presente estudo, 1920 a 2007, segundo os dados
censitários e de contagem da população apresentados no Quadro 2.1 e representados no
Gráfico 2.1, Ijuí apresentou um acréscimo em sua população de 48.439 habitantes,
passando de 28.300 habitantes em 1920 para 76.739 habitantes em 2007, o que
representa uma variação relativa total de 171,16% no período destacado.
Ao longo do período destacado, o crescimento populacional se manteve em
percentuais positivos, embora com índices diferenciados, com exceção de dois períodos:
no período 1960 -1970, em que se verifica uma queda populacional em função
certamente influenciada pelas emancipações de Catuípe em 1961 e Augusto Pestana e
Ajuricaba em 1965; e no período 2000 – 2007, capitaneado pelos desmembramentos
territoriais, em 2001, de Bozano e Boa Vista do Cadeado. Já a emancipação do distrito de
Coronel Barros, que se registra no ano de 1992, não é suficiente para comprometer um
resultado positivo no período 1991-2000.
De outro modo, o Quadro 2.1 também apresenta a evolução da população urbana
e rural, evidenciando o processo de urbanização no município de Ijuí, visto que em 1920 a
Aspectos Demográficos
25
população urbana representava 6,36% e passa para 90,05% em 2007, logicamente em
detrimento da redução relativa da população rural.
Quadro 2.1 – População Urbana, Rural e Total, 1920 – 2007.
URBANA
RURAL
TOTAL
ANO
HAB
%
HAB
%
HAB
1920
1.800
6.36
26.500
93.64
28.300
1940
6.111
14.23
36.823
85.77
42.934
1950
9.472
19.13
40.037
80.87
49.509
1960
21.399
33.78
41.951
66.22
63.350
1970
31.768
60.24
20.970
39.76
52.738
1980
53.958
76.07
16.974
23.93
70.932
1991
60.859
80.98
14.298
19.02
75.157
2000
67.397
85.90
11.064
14.10
78.461
2007
69.107
90.05
7.632
9.95
76.739
Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991,
2000. IBGE, Contagem da População – 2007.
Gráfico 2.1 – População total de Ijuí entre 1920 e 2007
Gráfico 2.1 - População Total de Ijuí Entre 1920 e 2007
90.000
Habitantes
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2007
Anos
Fonte: Dados da Tabela 2.1
Em análise mais específica sobre os diferentes períodos intercensais, se observa
um comportamento diferenciado das taxas de crescimento, conforme mostra a Tabela 2.2.
No período 1950/60, se verifica a taxa anual de crescimento populacional, atingindo
34,50% na década, percentual este que representa um aumento real de 18.194
habitantes, compensando a perda da década anterior ocasionada pelas emancipações
Aspectos Demográficos
26
ocorridas. No período 1920/1940 e, portanto, mais longo, de 20 anos, se verifica uma
elevação de 51,71%, porém em números absolutos de 14.634 habitantes.
Quadro 2.2 – Taxas intercensais de incremento populacional de Ijuí para o período de
1920 a 3007
PERÍODO
1920 / 1940
1940 / 1950
1950 / 1960
1960 / 1970
1970 / 1980
1980 / 1991
1991 / 2000
2000 / 2007
URBANA
239.50
55.00
125.92
48.46
69.85
12.79
10.74
2.54
RURAL
38.95
8.73
4.78
-50.01
-19.06
-15.77
-22.62
-31.00
TOTAL
51.71
15.31
27.96
-16.75
34.50
5.96
4.40
-2.19
Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991,
2000. IBGE, Contagem da População – 2007.
Nos períodos posteriores, o incremento populacional passa a ser cada vez menor,
mantendo, a partir de 1980, uma forte desaceleração no crescimento populacional,
contudo se aproximando do comportamento do Estado do Rio Grande do Sul, conforme
dados do Quadro 2.3, resgatados para efeitos de comparabilidade, o que se expressa no
Gráfico 2.2.
Quadro 2.3 – Taxas intercensais de incremento populacional do Rio Grande do Sul para o
período de 1920 a 3007
PERÍODO
URBANA
RURAL
TOTAL
1920 / 1940
52.14
1940 / 1950
25.42
1950 / 1960
72.00
9.49
30.83
1960 / 1970
45.32
3.58
22.32
1970 / 1980
47.71
-18.86
16.64
1980 / 1991
33.27
-15.12
17.56
1991 / 2000
18.89
-12.71
11.48
2000 / 2007
6.14
-8.69
3.88
Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991,
2000. IBGE, Contagem da População – 2007.
O Gráfico 2.2 facilita a visualização do cotejo entre os movimentos demográficos
intercensais de Ijuí e do Rio Grande do Sul.
Aspectos Demográficos
27
Gráfico 2.2 – Taxa de incremento intercensal da população total de Ijuí e do RS, entre
1920 e 2007
Gráfico 2.2 - Taxa de Incremento Intercensal da População
Total de Ijuí e do RS Entre 1920 e 2007
Variação(%)
60
40
20
0
-20
1920 /
1940
1940 /
1950
1950 /
1960
1960 /
1970
1970 /
1980
1980 /
1991
1991 /
2000
2000 /
2007
-40
Períodos
Ijuí
RS
Fonte: Dados dos Quadros 2.2 e 2.3
No Estado a desaceleração no crescimento populacional se dá a partir da década
de 50, de forma praticamente linear até 2007, certamente já refletindo mudanças culturais
na sociedade gaúcha, em especial, no tocante ao número de filhos por família. Já no
município, se destacam dois momentos, ignorando as performances comprometidas pelos
desmembramentos territoriais e populacionais: aceleração no crescimento demográfico
intencensal até a década de 80 e desaceleração deste crescimento a partir de então, o
que já deve ser referenciado como um subsídio para a avaliação econômica.
2.2 – A DINÂMICA DA URBANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO
Segundo critérios demográficos, Ijuí apresentou um predomínio da população rural
até o registro da década de 1960, em que 66,22% da população total, ou 41.951 pessoas,
estavam concentradas na zona rural, contra respectivos 33,78% ou 21.399 habitantes na
zona urbana. Até aquele ano, se observa que a população rural vinha crescendo em
números absolutos, apesar de reduzir seu percentual relativo à população total. O forte
processo de desmembramento territorial e populacional das emancipações foi decisivo na
inversão da tendência, visto, em 1970, apresentar apenas 39,76% da população total ou
20.970 habitantes, uma redução em número de 20.981 pessoas. No período
subseqüente, que se estende até nossos dias, o maior vilão do redução absoluta e
Aspectos Demográficos
28
relativa da população rural é o processo de êxodo rural provocado pela modernização
agrícola.
Gráfico 2.3 – Evolução da população de Ijuí entre 1920 e 2007
Gráfico 2.3 - Evolução da População de Ijuí Entre 1920 e 2007
Habitantes
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2007
Anos
Urbana
Rural
Total
Fonte: Dados do Quadro 2.1.
Para efeito de comparabilidade, mais uma vez, se buscou os dados do Estado do
Rio Grande do Sul, conforme Gráfico 2.4. De pronto, é possível perceber que o processo
evolutivo seguiu o mesmo comportamento, com acelerado processo de urbanização e
queda absoluta da população rural. A diferença se dá nas perdas emancipatórias, que
não se verifica em termos estaduais.
Gráfico 2.4 – Evolução da população do RS entre 1920 e 2007
Gráfico 2.4 - Evolução da População do RS Entre 1920 e 2007
12.000.000
Habitantes
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
0
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2007
Anos
Urbana
Rural
Total
Fonte: IBGE – Dados censitários.
Aspectos Demográficos
29
As taxas intercensais relativas à população rural, demonstradas no Gráfico 2.5,
comprovam as afirmativas anteriores, onde no período 1920-1960 se apresentam
positivas, embora declinantes em percentuais, assumindo variações negativas no período
1960-1996. Destaca-se ainda, que o período 1991-1996, que foi influenciado diretamente
pela emancipação de Coronel Barros, que também desagregou grande parcela de
habitantes da zona rural. Já no período 2000-2007, incorpora-se a redução em virtude da
emancipação do município de Bozano.
Gráfico 2.5 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural de Ijuí entre
1920 e 2007
Variação(%)
Gráfico 2.5 - Taxa de Incremento Intercensal da População
Urbana e Rural de Ijuí Entre 1920 e 2007
300.00
250.00
200.00
150.00
100.00
50.00
0.00
-50.00
-100.00
1920 /
1940
1940 /
1950
1950 /
1960
1960 /
1970
1970 /
1980
1980 /
1991
1991 /
2000
2000 /
2007
Períodos
URBANA
RURAL
Fonte: Dados do Quadro 2.1.
Por sua vez, as taxas de crescimento da população urbana, no entanto,
mantiveram-se positivas no período entre 1920 e 1996, variando respectivamente de
1.800 habitantes para 63.849 habitantes. Em termos percentuais, verifica-se que passa de
6,36% da população total em 1920 para 84,48% em 1996.
A maior média anual ocorreu no período de 1950 -1960, quando se verificou uma
variação de 125,92%, onde a população urbana passa de 9.472 habitantes para 21.399
habitantes, o que representa um acréscimo de 11.927 pessoas, visto que a variação de
239,50%, do período 1920-1940, corresponde a um intervalo de 20 anos. Todavia, em
termos absolutos, o maior crescimento se deu no período 1970-1980, onde de 31.768
habitantes cresce para 53.958 habitantes, um incremento de 22.190 pessoas.
Aspectos Demográficos
30
Da mesma forma, em consonância ao comportamento da população total, se
verifica uma desaceleração no crescimento da população urbana de Ijuí a partir da
década de 80, quando se observa as menores taxas intercensais percentuais de
crescimento da população.
Já no tocante à avaliação dos dados de incremento populacional urbano e rural do
Estado, se verifica uma realidade um pouco diferente da que se observa em Ijuí. O
Gráfico 2.6 apresenta a evolução da taxa de incremento para o Estado, no qual é possível
observar a desaceleração nas taxas de incremento populacional urbano e rural ao longo
do período.
Gráfico 2.6 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural do RS entre
1920 e 2007
Gráfico 2.6 - Taxa de Incremento Intercensal da População
Urbana e Rural do RS Entre 1920 e 2007
80.00
Variação(%)
60.00
40.00
20.00
0.00
-20.00
-40.00
1920 /
1940
1940 /
1950
1950 /
1960
1960 /
1970
1970 /
1980
1980 /
1991
1991 /
2000
2000 /
2007
Períodos
URBANA
RURAL
Fonte: IBGE – Dados censitários.
A modernização agrícola que produziu êxodo rural também se expressa em âmbito
estadual, em especial, pelas taxas negativas verificadas no período pós-60, assim como,
no recorte urbano se observa a desaceleração do ímpeto de crescimento populacional, o
que permite apontar, pela linearidade, para a estabilização no número de habitantes no
Estado.
Aspectos Demográficos
31
2.3 – DENSIDADE DEMOGRÁFICA
Relacionando a população total residente no município com a área territorial, o
parâmetro densidade demográfica é indicativo da distribuição espacial média dos efetivos
demográficos no município. No gráfico 2.7 são apresentados os dados de densidade
demográfica do município de Ijuí, num comparativo com os dados do Rio Grande do Sul.
Gráfico 2.7 – Densidade demográfica de Ijuí e do RS, entre os anos de 1920 e 2007
hab/Km²
Gráfico 2.7 - Densidade Demográfica de Ijuí e do RS Entre os
Anos de 1920 e 3007
120.00
100.00
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
2000
2007
Anos
Ijuí
RS
Fonte: IBGE – Dados censitários
Em 1920, o município de Ijuí apresentava 14,14 hab/Km² e o Estado do Rio Grande
do Sul, 7,75 hab/Km², o que indicava uma ocupação do solo superior no município de
4,85 vezes a ocupação estadual. Em 2007, esta relação sobe para 7,88 vezes, pelos
respectivos registros de 111,38 hab/Km² em Ijuí e de 37,56 hab/Km² no Estado.
Este indicativo aponta para um processo local mais acelerado na concentração
populacional por dimensionamento territorial em relação à média gaúcha, certamente
influenciado pelos movimentos de desmembramento territorial, que agudizou a taxa de
urbanização local.
Aspectos Demográficos
32
2.4 – ESTRUTURA DA POPULAÇÃO POR IDADE E SEXO
Observando-se a evolução da estrutura etária do município de Ijuí no período entre
1960 e 2000, de acordo com o Quadro 2.4, demonstrado visualmente no Gráfico 2.8, se
verifica que ocorreu uma redução na taxa de natalidade, bem como uma ampliação de
expectativa de vida da população pelo declínio da taxa de mortalidade.
Pelos dados, verifica-se que a população na faixa de 0 a 9 anos que, em 1960,
correspondia a 31,34% do total de habitantes, cai para 16,23% em 2000, uma redução de
48,21% e, contrariamente, a faixa de 60 anos ou mais amplia sua participação de 4,42%
em 1960 para 11,20% em 2000, um incremento de 153,40%. Esta constatação pode ser
estendida, respectivamente, para a faixa até 14 anos e para a faixa acima de 40 anos,
onde o pior e melhor desempenho em cada faixa invertem suas posições nos extremos
temporais.
Quadro 2.4 - Evolução da Estrutura Etária da População de Ijuí – em %
DESCRIÇÃO
FAIXA ETÁRIA
1960
1970
0 a 4 anos
17.34
12.88
5 a 9 anos
14.00
13.73
10 a 14 anos
11.73
12.56
15 a 19 anos
10.13
11.27
20 a 29 anos
16.28
15.95
30 a 39 anos
12.61
12.31
40 a 49 anos
8.38
9.14
50 a 59 anos
5.06
6.20
mais de 60 anos
4.42
5.87
Idade ignorada
0.06
0.08
Total
100.00 100.00
Fonte: IBGE – Dados Censitários de 1960, 1970, 1980,
ANOS
1980
1991
2000
11.74 9.57
7.85
10.92 10.46 8.38
11.15 10.31 8.98
11.56 9.04
9.58
18.54 17.23 16.02
12.90 15.46 15.47
9.45
10.91 13.41
6.80
7.69
9.12
6.84
9.33
11.20
0.09
0.00
0.00
100.00 100.00 100.00
1991, 2000 e Contagem da
População de 2007
Aspectos Demográficos
33
Gráfico 2.8 – Evolução da estrutura etária da população do município de Ijuí, entre 1960 e
2000
Gráfico 2.8 - Evolução da Estrutura Etária da População do Município de Ijuí Entre 1960 e 2000
100%
Variação (%)
80%
mais de 60 anos
50 a 59 anos
60%
40 a 49 anos
30 a 39 anos
40%
20 a 29 anos
15 a 19 anos
20%
10 a 14 anos
5 a 9 anos
0%
0 a 4 anos
1960
1970
1980
1991
2000
Anos
Fonte: Dados do Quadro 2.4
Para avançar na leitura, se elaborou a pirâmide etária da população de Ijuí em três
anos distintos: 1970, 1980 e 2000, gráficos 2.9, 2.10 e 2.11, as quais permitem melhor
acompanhar a evolução da distribuição por sexo e faixa etária da população residente no
município.
Observa-se que, a população feminina supera em número a masculina, pois na
maioria das faixas etárias apresentadas nas pirâmides, o número de mulheres é superior
ao dos homens, sendo possível observar uma acentuada diferença em direção ao topo
das mesmas. Como exceção, na faixa de zero aos 14 anos se verifica uma leve
predominância masculina, indicando que nos anos analisados nasceram mais homens no
município de Ijuí. Estes fatos apontam à tendência de taxa de mortalidade menor para o
gênero feminino, por causas diversas.
Também é possível constatar que a população de Ijuí, que se mostrava
estritamente jovem em 1980, com a maioria da população concentrada nas faixas abaixo
dos 19 anos, está passando por um processo de envelhecimento relativo da população,
quer por redução da taxa de natalidade, quer por ampliação da expectativa de vida. Este
fato explica a mudança visual no formato das figuras, que avançam do perfil de pirâmides
para um perfil mais harmonioso entre as faixas etárias.
Aspectos Demográficos
34
Gráfico 2.9 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1970
Fonte: IBGE - Dados demográficos.
Gráfico 2.10 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1980
Fonte: IBGE - Dados demográficos.
Gráfico 2.11 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 2000
Fonte: IBGE - Dados demográficos.
Aspectos Demográficos
35
Assim, o estreitamento do número de habitantes nas faixas etárias mais jovens,
aliada ao crescimento da população total nos indica uma nova configuração da estrutura
etária municipal, com alargamento das faixas em idade ativa. Por conseqüência, este fato
nos permite apontar também para o crescimento da população economicamente ativa, ou
melhor, da força de trabalho, indicando ampliação da disponibilidade de mão-de-obra
como fator de produção.
Esta breve contextualização demográfica nos permite descortinar o palco para
avaliar os indicadores sociais do município, dispostos no próximo capítulo.
Aspectos Demográficos
36
3 – INDICADORES SOCIAIS
Investigar o estágio de desenvolvimento de uma sociedade é uma tarefa
extremamente desafiante, visto a inexistência de um indicador absoluto, consensual,
inquestionável. Medir qualidade de vida talvez seja um dos maiores desafios dos
estudiosos das ciências sociais, pela própria subjetividade intrínseca.
Até o início dos anos 90 do século passado, o PIB per capita era o indicador mais
utilizado para cumprir essa função. Todavia, se sabe que este indicador simplesmente é a
expressão do quociente do total da produção de bens e serviços pelo número de
habitantes, portanto uma média produtiva, quantitativa, longe de ser qualitativa e, a partir
daí, se constituir em um indicador social.
Objetivando avançar no tema, o economista paquistanês Mahbub ul Haq, com a
colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de
Economia de 1998, desenvolveu o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, indicador
utilizado pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para tentar
comparar o desenvolvimento entre nações.
O Índice de Desenvolvimento Humano é uma média aritmética de três indicadores:
educação: taxas de alfabetização e escolarização; saúde: expectativa de vida da
população; e, renda: PIB per capita. Portanto, o IDH, apesar de seus avanços em relação
ao PIB per capita, padroniza dimensões diferentes e também não se constitui em um
indicador definitivo para medir o desenvolvimento.
"Devo reconhecer que não via no início muito mérito no IDH em si, embora
tivesse tido o privilégio de ajudar a idealizá-lo. A princípio, demonstrei
bastante ceticismo ao criador do Relatório de Desenvolvimento Humano,
Mahbub ul Haq, sobre a tentativa de focalizar, em um índice bruto deste tipo
Indicadores Sociais
37
- apenas um número -, a realidade complexa do desenvolvimento e da
privação humanos. (...) Mas, após a primeira hesitação, Mahbub convenceuse de que a hegemonia do PIB (índice demasiadamente utilizado e
valorizado que ele queria suplantar) não seria quebrada por nenhum
conjunto de tabelas. As pessoas olhariam para elas com respeito, disse ele,
mas quando chegasse a hora de utilizar uma medida sucinta de
desenvolvimento, recorreriam ao pouco atraente PIB, pois apesar de bruto
era conveniente. (...) Devo admitir que Mahbub entendeu isso muito bem. E
estou muito contente por não termos conseguido desviá-lo de sua busca por
uma medida crua. Mediante a utilização habilidosa do poder de atração do
IDH, Mahbub conseguiu que os leitores se interessassem pela grande
categoria de tabelas sistemáticas e pelas análises críticas detalhadas que
fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano." (SEN, 1999)1.
Na mesma direção outros indicadores foram desenvolvidos, como no Brasil o IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDESE – Índice de Desenvolvimento
Socioeconômico, o IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, sem, contudo,
ainda permitir uma leitura definitiva.
A dificuldade reside na complexidade de variáveis envoltas em um sistema
extremamente caótico, onde a subjetividade pessoal senta no trono e governa. Um
indicador representa uma média do conjunto da população, portanto não espelha
realidades individuais.
Também, a felicidade humana não deve ser vista como um ponto estático no
espaço e no tempo, mas como estágios no espaço e no tempo, ou melhor, não deve ser
considerada como sendo um destino e, sim como uma viagem.
Assim, neste capítulo, se objetiva simplesmente apresentar alguns dos diversos
indicadores disponíveis sobre o município de Ijuí, relacionando-os com o Estado do Rio
Grande do Sul, para efeitos de comparabilidade.
3.1- PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA
Conforme referenciado o PIB per capita é um indicador quantitativo da produção de
bens e serviços em âmbito local. É uma média absoluta encontrada no quociente do total
1
Amartya Sen, Prêmio Nobel da Economia em 1998, no prefácio do Relatório de Desenvolvimento Humano
– RDH de 1999 do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Indicadores Sociais
38
da produção pelo número de habitantes. Seu limite é que não traz em seu bojo nenhum
componente qualitativo de distribuição da riqueza gerada.
Entretanto, sua grande contribuição é a de indicar, por habitante, que quanto maior
a geração de riqueza maior é a transformação de fatores de produção em âmbito local, o
que aponta para um maior dinamismo da economia, com reflexos no conjunto da
sociedade. A dimensão per capita permite comparabilidade com outras economias.
Isto posto, verificamos a evolução do PIB per capita no município e no Estado do
Rio Grande do Sul, em valores correntes, no período 1996-2005, conforme gráfico a
seguir.
Gráfico 3.1 – Evolução do PIB per capita em Ijuí e no RS, no período de 1996 e 2005
Gráfico 3.1 - Evolução do PIB pc em Ijuí e no RS, no período 1996-2005
14.000
12.000
Em R$
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
anos
Ijuí
RS
Fonte: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social.
É de fácil identificação que a geração de riqueza local não acompanhou a média
gaúcha em termos per capita no período destacado, salvo no ano de 2003, que
apresentou um PIB pc de R$ 11.985,00, contra respectivos R$ 11.742,00 do Estado.
Da mesma forma, é inegável que os indicadores de Ijuí mostram recuperação no
início do século, apesar de diminuir o ímpeto em 2004 e 2005.
Indicadores Sociais
39
Como aqui ainda não se objetiva discutir a evolução da produção de bens e
serviços, se restringe a análise na indicação de que a riqueza gerada per capita de Ijuí é
inferior a correspondente riqueza gerada no Estado. Isto indica, em termos relativos, que
o município tem problemas de geração de renda, que podem se refletir na qualidade de
vida de sua população.
3.2 – IDH-M – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M, calculado a partir dos
dados censitários do IBGE, é um indicador baseado na metodologia de cálculo do Índice
de Desenvolvimento Humano - IDH do PNUD, com as dimensões de educação,
longevidade e renda preservadas, apesar das variáveis de coleta serem diferenciadas,
para melhor atender as necessidades locais.
Assim, para a avaliação da dimensão da renda, o critério usado é a renda
municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente no município,
diferentemente do PIB per capita do IDH do PNUD. Esta renda é calculada a partir da
soma da renda familiar indicada nos questionários dos censos e dividida pelo número de
habitantes.
Na dimensão da educação, a taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos
recebe peso 2,0 e a taxa de freqüência à escola o peso 1,0, esta indicada pelo quociente
do somatório de pessoas, independentemente da idade, que freqüentam o ensino
fundamental, médio e superior, com a população da faixa etária de 07 a 22 anos.
Já na dimensão da longevidade, o IDH - M não difere no IDH, apontando o número
médio que uma pessoa nascida no local tem de expectativa de vida. Este indicador
procura sintetizar as condições de saúde do município, a partir do indicativo de que
quanto menos mortes houver maior a longevidade.
Estas três dimensões recebem cada qual seu índice específico, que somados e
divididos por três, ou seja, a média aritmética define o IDH – M, que varia de zero a um.
Quanto mais próximo de um, maior será o desenvolvimento humano daquela sociedade:
Indicadores Sociais
40
até 0,499 baixo; de 0,500 até 0,799 médio; e, acima de 0,800 alto desenvolvimento
humano.
Conforme já referenciado, o cálculo se dá a partir de informações censitárias,
portanto, as últimas duas apresentações do IDH – M são de 1991 e 2000. O quadro 3.1,
abaixo, mostra a evolução do município nestes anos.
Quadro 3.1: Evolução do IDH-M de Ijuí, nos anos censitários de 1991 e 2000.
Anos\Descrição
1991
2000
IDH - M
0,748
0,803
IDHM-Renda
0,676
0,742
IDHM - Longevidade
0,720
0,742
IDHM - Educação
0,847
0,926
Fonte: IBGE / PNUD.
Os dados apontam para uma melhor nos índices de 1991 para 2000 em todas as
dimensões, porém o desempenho de suplantar a barreira dos 0,800 considerado como de
alto desenvolvimento só foi possível pelo alto índice alcançado pela educação, que
registrou 0,926 no último ano censitário.
As dimensões da renda e da longevidade se igualam em um índice de 0,742,
apontando para médio desenvolvimento. No primeiro já se tinha indicativos do PIB pc e no
segundo, por ser um pólo regional de saúde, talvez tenha seu desempenho comprometido
pela forma de registro de óbitos.
Para melhor leitura do quadro, se buscou mapas que identificam os índices por
dimensão dos municípios no Estado do Rio Grande do Sul, para efeitos de
comparabilidade. O mapa 3.1 mostra o IDH-M dos municípios gaúchos, com o destaque
para Ijuí.
Indicadores Sociais
41
Mapa 3.1- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por município no Estado do Rio
Grande do Sul, no ano de 2000.
Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004.
Conforme apontado, a média gaúcha supera a respectiva média nacional em 2000,
0,814 contra 0,766, respectivamente. Apesar do bom desempenho médio estadual, se
verifica que o mapa se traduz em um mosaico em função das diferentes colorações
indicativas de desenvolvimento humano.
Ijuí, na relação com os outros municípios fica em posição destacada, não atingindo
apenas o último estágio, ocupado pelos municípios mais populosos da Grande Porto
Alegre e Grande Caxias. Para tentar entender este dimensionamento se abre mapas com
as três dimensões do IDH-M.
Indicadores Sociais
42
Mapa 3.2- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Educação, por
município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004.
No bloco da Educação, já se apontava para o desempenho diferenciado do
Município, aqui comprovado pela posição relativa de destaque em relação aos outros
municípios gaúchos. Como o Rio Grande do Sul, 0,904, também supera a média nacional,
0,849, o recorte municipal, 0,926, merece ainda maior epígrafe.
No tocante a dimensão longevidade, conforme disposto no próximo mapa, se
verifica que Ijuí, com IDH-M de 0,742 em 2000, embora supere a média nacional de
0,727, fica bem aquém do correspondente estadual, de 0,785.
Indicadores Sociais
43
Mapa 3.3- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Longevidade, por
município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004.
Conforme referenciado, o município é um pólo regional de saúde, com diversas
especializações de ponta na área, o que implica em receber diariamente caravanas de
pacientes da região. Isto pode indicar que alguns registros de óbito sejam computados no
município, distorcendo a composição do índice.
Por fim, o próximo mapa apresenta o comportamento do IDH-M Renda para os
municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Da mesma forma ao anterior, Ijuí com 0,742,
supera a média nacional com 0,723, mas não alcança a média gaúcha, de 0,754, apesar
de estar com coloração indicativa de desempenho superior.
Indicadores Sociais
44
Mapa 3.4- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Renda, por município no
Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000.
Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004.
Em suma, pelo IDH-M o município é considerado de alto desenvolvimento, com seu
desempenho relativo maximizado pela educação e minimizado pela longevidade e renda,
com as ressalvas pertinentes.
3.3 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO – IDESE
Por sua vez, o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE foi criado pela
Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser – FEE, para mapear os
municípios do Estado do Rio Grande do Sul, a partir de uma série mais atualizada. O
Indicadores Sociais
45
IDESE se referencia na estrutura do IDH, porém com quatro dimensões: Educação,
Renda, Saúde e, como diferencial, Saneamento e Domicílios, conforme metodologia de
cálculo reproduzida abaixo:
Quadro 3.2: Blocos do IDESE, índices componentes de cada bloco, pesos dos índices
nos blocos e no IDESE, limites dos índices e fontes dos dados brutos
Blocos
Educação
Renda
Condições de
Saneamento e
Domicílio
Saúde
Índices
Taxa de abandono no
ensino fundamental
Taxa de reprovação
no ensino
fundamental
Taxa de atendimento
no ensino médio
Taxa de
analfabetismo de
pessoas de 15 anos e
mais de idade
Geração de renda PIBpc
Apropriação de renda
- VABpc do comércio,
alojamento e
alimentação
Percentual de
domicílios abastecidos
com água: rede geral
Percentual de
domicílios atendidos
com esgoto sanitário:
rede geral de esgoto
ou pluvial
Peso no
Bloco
Peso no
Idese Limite Inferior Limite Superior
Fontes dos Dados
Brutos
Edudata do INEP,
Ministério da Educação
0,25
0,0625
100%
0%
0,2
0,05
100%
0%
0,2
0,05
100%
0%
Edudata do INEP,
Ministério da Educação
Censo Demográfico 2000
do IBGE; Edudata do
INEP, Ministério da
Educação; FEE
0,35
0,0875
100%
0%
Censo Demográfico 2000
e PNAD do IBGE
0,5
0,125
100 ($ ppp)
40 000 ($ ppp)
0,5
0,125
11,22 ($ ppp)
0,5
0,125
0%
100%
Censo Demográfico 2000
do IBGE
0,4
0,1
0%
100%
Censo Demográfico 2000
do IBGE
Censo Demográfico 2000
e PNAD do IBGE;FEE
FEE.
4.486,64 ($ ppp) FEE
Média de moradores
por domicílio
Percentual de
crianças com baixo
peso ao nascer
0,1
0,025
6 moradores
1 morador
0,33
0,0833
30%
4%
Taxa de mortalidade
de menores de 5 anos
0,33
0,0833
316 por mil
4 por mil
Esperança de vida ao
nascer
0,33
0,0833
25 anos
85 anos
DATASUS do Ministério
da Saúde.
DATASUS do Ministério
da Saúde.
IDHM 2000 do PNUD,
IPEA e Fundação João
Pinheiro
Fonte: FEE – Fundação de Economia e Estatística.
Como no IDH, o IDESE é fruto da média aritmética dos quatro blocos e também
são classificados como: de até 0,499 baixo desenvolvimento; de 0,500 até 0,799 médio
desenvolvimento; e, acima de 0,800 alto desenvolvimento socioeconômico. A partir desta
metodologia, os índices para o município de Ijuí estão apontados no quadro 3.3, a seguir:
Indicadores Sociais
46
Quadro 3.3: Evolução do IDESE, total por bloco, de Ijuí e sua ordem no Estado do RS,
nos anos censitários de 1991 e 2000 e do período 2001-2005.
Anos
1991
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Educação
Índice
Ordem
0,785
46º
0,869
58º
0,878
53º
0,883
63º
0,898
40º
0,898
44º
0,899
37º
Renda
Índice
Ordem
0,729
26º
0,771
45º
0,818
16º
0,804
28º
0,834
38º
0,828
36º
0,810
23º
Saneam. e Domic.
Índice
Ordem
0,425
51º
0,611
39º
0,631
31º
0,633
30º
0,634
30º
0,635
29º
0,636
29º
Saúde
Índice
Ordem
0,847
154º
0,822
435º
0,826
446º
0,838
399º
0,834
373º
0,830
399º
0,844
346º
IDESE
Índice
Ordem
0,696
29º
0,768
30º
0,788
13º
0,789
13º
0,800
10º
0,798
11º
0,797
9º
Fonte: FEE – Fundação de Economia e Estatística.
No IDESE – Educação, que associa dados do censo de 2000 com dados mais
atualizados do INEP / MEC, o município obtém seu melhor desempenho no ano de 2005,
quando atinge a trigésima sétima colocação no Estado, certamente pela variação positiva
dos números do Ministério da Educação e Cultura. Nos anos censitários, apresentou
índices respectivos de 0,785 e de 0,869, 46ª e 58 ª posições. No período 2000-2005,
sempre se apresentou como de alto desenvolvimento socioeconômico.
O município de Ijuí é beneficiado por sua estrutura produtiva2 no IDESE – Renda,
visto que este índice é calculado, com igual peso, a partir do PIB per capita e do Valor
Agregado Bruto per capita – VAB pc do comércio, alojamento e alimentação. Assim, no
ano de 2005, ocupa a 23 ª colocação no Estado, com 0,810, indicador de alto
desenvolvimento socioeconômico. Sua melhor posição, a 16ª, se deu em 2001, embora
seu melhor índice tenha sido em 2003, 0,834.
A inclusão do saneamento básico no IDESE, a partir das residências abastecidas
com água, como das atendidas com esgoto sanitário, além da média de moradores por
domicílio, com dados do censo de 2000 e esta última atualizado pela Pesquisa Nacional
de Amostra a Domicílios – PNAD é uma das novidades trazidas pela FEE. Assim, no
IDESE – Saneamento e Domicílios o município aparece, em 2005, na 29ª posição, sua
melhor marca no período destacado com 0,636, índice considerado de médio
desenvolvimento socioeconômico.
2
Ijuí tem sua estrutura produtiva alicerçada no Setor Terciário, se constituindo em um pólo regional de
comércio e serviços, o que pode ser verificado mais especificamente nos dois capítulos seguintes.
Indicadores Sociais
47
Já no IDESE – Saúde, mais uma vez se aponta para as possíveis distorções pela
forma de registro de crianças com baixo peso ao nascer, da taxa de mortalidade de
menores de 5 anos e da esperança de vida ao nascer, que podem prejudicar os
municípios considerados receptivos regionais de pacientes. Mesmo assim, apresenta um
índice de 0,844 em 2005, considerado de alto desenvolvimento, apesar da 346ª posição
no Estado. Seu melhor desempenho foi no ano de 1991, com índice de 0,847 e com a
154ª colocação estadual.
A média aritmética destes quatro grandes blocos, estruturados com as respectivas
ponderações a partir de 12 indicadores, compõe o IDESE total, em que o município com
0,797 se apresenta na 9ª posição estadual em 2005, seu melhor posicionamento relativo,
embora não tenha atingido o índice de 0,800 de 2003.
Vale repetir que os indicadores não podem ser vistos como definitivos em si
próprios, propiciando melhor leitura se observados no conjunto, cada qual com sua
especificidade. O índice, a partir de sua composição matemática, é válido para efeito de
comparabilidade e, assim, deve ser interpretado.
3.4 - ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM
O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – IFDM, calculado pela Federação
das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, é mais um indicador inspirado no IDH, que
busca medir o estágio de desenvolvimento dos municípios brasileiros.
A diferença metodológica reside na média aritmética de três grandes blocos, que
também variam de zero a um: emprego e renda - ao invés do PIB pc, utiliza a geração de
vagas formais e salários médios de até três mínimos; saúde - consultas pré-natal, óbitos
por causas mal definidas e mortes infantis evitáveis no lugar da longevidade; e, educação
- trabalha com educação infantil, taxa de abandono escolar, distorção idade/série,
qualificação dos professores, desempenho das escolas no Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica – IDEB
Indicadores Sociais
48
Neste contexto, o quadro seguinte apresenta os dados do FIRJAN, para o ano de
2005, do município de Ijuí e do Estado do Rio Grande do Sul, além da mediana, do
máximo e do mínimo estadual.
Quadro 3.4: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, total e por bloco, de Ijuí e do
RS, com mediana, máximo e mínimo estadual, no ano de 2005.
Descrição
Rio Grande do Sul
Mediana RS
Máximo RS
Mínimo RS
Ijuí
IFDM
0,7329
0,6570
0,8725
0,5049
0,7367
Emprego &
Renda
0,6885
0,4696
0,8848
0,1972
0,6689
Educação
Saúde
0,6852
0,6625
0,8683
0,3720
0,7547
0,8252
0,8403
0,9983
0,5985
0,7864
Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o Sistema FIRJAN, em 2005, Ijuí ocupou o 645ª e 56ª, respectivamente,
no ranking nacional e estadual. Apresentou um índice geral de 0,7367, pouco superior ao
correspondente gaúcho de 0,7329, que teve como indicador máximo 0,8725 e mínimo de
0,5049.
Por bloco, o melhor desempenho se dá na saúde com 0,7864, sem contudo
alcançar o índice gaúcho de 0,8252. Somente na educação o município supera o índice
estadual, 0,7547 contra correspondentes 0,6852. No emprego e renda a sua performance
mais tímida, 0,6689 contra 0,6885 do Estado. Portanto, no FIRJAN em nenhum dos
recortes, Ijuí atinge a barreira de 0,800, índice de alto desenvolvimento.
Assim, por fim, os indicadores, embora com metodologias distintas, permitem
apontar: o destaque municipal na área de educação; a oportunidade para questionar os
registros na área da saúde; a necessidade de investimentos em saneamento; e, as
carências na produção, emprego e renda, que ora se torna foco da investigação.
Indicadores Sociais
49
4 – ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO
Este capítulo se destina à avaliação do comportamento da macroeconomia do
município de Ijuí. Para tal, se optou por privilegiar a análise do movimento evolutivo do
Produto Interno Bruto, visto ser este indicador a expressão da geração de riqueza.
Primeiramente, se trabalha com o PIB total, para depois desmembrar e entender melhor
os movimentos por setores de atividades econômicas.
A base de dados utilizada na análise é do IPEA – Instituto de Políticas Econômicas
Aplicada, que, a partir das estatísticas oficiais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, apresenta uma série histórica do período 1939-2005 deflacionada pelo
Deflator Implícito do PIB Nacional e que estabelece como ano-base o ano de 2000.
Esta série histórica deflacionada, embora sem a disponibilidade de todas as
estatísticas anuais, tem a vantagem de permitir a análise da evolução real do produto, já
que elimina os efeitos da inflação nos valores nominais do IBGE, além de unificar a
moeda, esta que sofreu várias modificações no período destacado.
Na análise setorizada, ainda se resgata o VAF – Valor Adicionado Fiscal,
disponibilizado pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, para, com
outro recorte, ampliar o leque das atividades econômicas, o que permite avançar na
leitura da macroeconomia local em período mais recente. O VAF é um indicador
interessante para visualizar os movimentos econômicos, embora tenha contra si, não
abarcar aquelas atividades em que não ocorra a efetividade tributária.
Na última seção, se traz as correlações entre setores e dos setores com a
produção total, a fim de verificar o grau de determinação entre as atividades.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
50
4.1 – OS MOVIMENTOS DO PIB - TOTAL
O Produto Interno Bruto de uma economia representa sua produção de bens e
serviços em dado período de tempo, ou, de outra forma, o dimensionamento de sua
geração de riqueza, enquanto agregação de valor.
De pronto, se deve referenciar que os desmembramentos ocorridos no município,
Catuípe (1961), Ajuricaba (1965), Augusto Pestana (1965), Coronel Barros (1992), Boa
Vista do Cadeado (2001), Bozano (2001), que afetaram negativa e proporcionalmente a
produção, em especial, a agropecuária. Contudo, não desmerecem a leitura da série
histórica, visto a grandeza relativa das perdas e a polaridade regional do município-mãe,
que garante a manutenção de grande parcela das atividades secundárias e terciárias.
Assim, o Gráfico 4.1 apresenta a evolução do PIB Total de Ijuí no período de 19392005, em valores do ano de 2000, o que indica que a geração de riqueza se multiplicou
em aproximadamente 10 vezes, já que passou de respectivos 59.263 mil reais para
593.387 mil reais. Esta relação aponta para um crescimento real médio anual em torno de
3,55% ao ano no período.
Gráfico 4.1 – Evolução do PIB de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de 2000.
Evolução do PIB - Ijuí no período 1939-2005, em valores de 2000
700000
600000
500000
Y
400000
300000
200000
100000
0
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
De outra forma, se relacionar o crescimento real do PIB com o crescimento da
população, em torno de 79% praticamente no mesmo período, de 42.934 habitantes em
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
51
1940 para 76.739 habitantes em 2007, é inegável que a geração de riqueza per capita se
elevou consideravelmente, o que indica agregação de valor por ampliação e/ou
diversificação da produção.
Não se quer aqui adentrar no debate da distribuição da renda, nem apontar que o
fato seja um diferencial do município, muito pelo contrário, se entende ser reflexo da
realidade do Brasil no período. Contudo, vale registrar que a diversificação produtiva no
país multiplicou a geração de riqueza per capita, com reflexos em qualidade de vida,
embora não necessariamente na mesma intensidade para todos os cidadãos, nem
mesmo de igual forma nos diferentes pontos do mosaico brasileiro.
Entretanto, visualmente se pode observar no gráfico, que o crescimento anual não
foi linear, pelo contrário, a angulação da curva do PIB se modifica ao longo do tempo, com
destaque aos quatro ciclos epigrafados, com padrões de comportamento específicos.
Entende-se por padrão de comportamento uma estabilidade de desempenho, uma quase
linearidade na curva de evolução do produto.
Embora esse trabalho não objetive avançar na investigação das alterações no
padrão de comportamento da curva de evolução do PIB, se entende que merece rápida
caracterização
temporal
dos
ciclos,
para
melhor
entender
os
movimentos
macroeconômicos do município: o primeiro envolve as décadas de 40, 50 e 60, em que a
economia local gravitava em torno do minifúndio de subsistência; o segundo passa pela
fase da propalada revolução verde, ou da modernização agrícola, do boom da soja e do
milagre brasileiro da década de 70; o terceiro, dos anos 80 e início dos anos 90, que foi
um período caracterizado nacionalmente como das décadas perdidas, da estagnação
econômica ou, ainda, como o período dos planos de combate à inflação; e, por fim, o
período pós-real, da estabilização monetária, da abertura econômica e financeira ao
mercado mundial.
Cada ciclo destacado, apesar dos limites impostos pela não-regularidade anual das
estatísticas, permite a observação de um padrão de comportamento praticamente linear
da curva de evolução do PIB municipal, onde se poderia traçar um perfil socioeconômico
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
52
local próprio, apesar de integrado e dependente de um contexto nacional, também de
caracterização própria e distinta no tempo.
Apesar de breve e simplória, a caracterização temporal já permite apontar que
fatores endógenos e exógenos atuaram na padronização local, o que infere que o
comportamento evolutivo da geração de riquezas é dependente de conjunturas e/ou
estruturas, econômicas e/ou sociais, internas e/ou externas.
Vale aqui registrar ainda, que os padrões de comportamento certamente diferem no
espaço e no tempo do mosaico brasileiro, o que pode ser um indicativo da efetividade da
ação política, do planejamento, nos rumos da macroeconomia local, em contraponto à
visão da liberdade absoluta das leis de mercado neste dimensionamento.
Assim, o primeiro ciclo apresenta um comportamento quase linear ao longo das
décadas de 40, 50 e 60, o que aponta para um padrão estável de crescimento econômico
ao longo das décadas epigrafadas. Apesar de ser uma sociedade mais rudimentar em
termos tecnológicos, visto ser centrada em padrão de auto-suficiência, apresentou
crescimento econômico médio anual de 4,98% ao ano, apesar dos desmembramentos
territoriais do início e meio da década de 60.
A exigüidade das estatísticas requer ressalvas à década de 70, que se descortina
com um pico surpreendente no ano de 1975, somente superado em 2003 e 2004, porém
com queda de igual dimensão e retorno praticamente linear ao padrão evolutivo anterior
no ano de 1980. Aparentemente, a mecanização agrícola e as novas equações produtivas
promovidas pela integração ao mercado regional e nacional, propiciaram um ciclo curto de
vigor econômico, que se expande e se esgota em parco período de tempo.
Da mesma forma, este processo de transformação econômica da década de 70
parece ter encerrado o ciclo de crescimento do período 1939-1980, visto a horizontalidade
da curva nos anos 80 até a metade dos anos 90, espelhando ou ratificando no local a
estagnação macroeconômica nacional.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
53
A retomada da inclinação positiva da curva no período pós-real, inclusive
apontando para a maior verticalidade de todo o período destacado, caracteriza o ciclo
pós-real, contemporizado pelo comportamento diferenciado nos anos de 2004 e 2005, o
que, visualmente pelo gráfico, poderia indicar um novo ciclo. Contudo, sem uma leitura
definitiva por falta de estatísticas, parecem disformes os anos de 2003, positivamente, e
de 2005, negativamente, em especial pelos desempenhos atípicos de preço e
produtividade agrícolas. Se ponderados estes registros, o ciclo, que se entende assim não
esgotado, aponta para uma curva mais linear de crescimento, apresentando indicadores
médios de 5,61% ao ano no período 1996-2004.
Esta leitura centrada em valores absolutos, embora em termos reais, representa
apenas um campo de visão. Em outro recorte, é possível avançar para uma análise
relativa,
comparando
o
desempenho
local
com
desempenhos
de
outros
dimensionamentos territoriais. Assim, se optou por cotejar a participação do município na
configuração do PIB do Estado do Rio Grande do Sul, no mesmo período destacado,
conforme demonstrado pelo gráfico seguinte.
Nesta vista de outro ponto, o município demonstra perda de importância econômica
relativa no tempo, excetuando-se os picos de 1959 e 1975 e a retomada ascendente no
período mais recente. Assim, com destaque aos extremos, representava 1,23% do PIB
gaúcho em 1939, atingiu o ápice de 1,94% em 1959, o pior desempenho de 0,51% em
1996 e, por fim, em 2005 contribui com a parcela de 0,65 % da produção estadual de
bens e serviços.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
54
Gráfico 4.2 – Evolução da participação do município no PIB do RS, no período 1939 –
2005, em valores de 2000.
Evolução da participação do município no PIB do RS, no período 1939-2005
3,0000
2,5000
Participação (%)
2,0000
1,5000
1,0000
0,5000
0,0000
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
Na observação dos mesmos ciclos econômicos destacados anteriormente, se
verifica que se mantêm os padrões de comportamento, ainda que não na mesma
angulação.
O enfoque relativo permite visualizar que os desmembramentos territoriais da
década de 60 impactaram o desempenho do primeiro período, marcando uma perda
acelerada de importância econômica relativa, que se estende com a mesma inclinação
negativa ao extremo da década de 70, apesar do pico de 75, ratificando o curto ciclo e o
impacto no tempo das transformações econômicas locais.
Nos anos 80 até 1996, em que o produto, em valores absolutos, permanece
praticamente inalterado, ainda decai em importância relativa, embora em intensidade
menor que os períodos anteriores.
Por fim, como fator positivo, se destaca a retomada econômica pós-real, em que o
município amplia sua participação na produção gaúcha, ratificando os indicativos positivos
dos números absolutos. Em outras palavras, o crescimento da produção média local
supera o respectivo desempenho da produção estadual, o que indica um ciclo virtuoso,
em termos absolutos e relativos.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
55
Para avançar na leitura da macroeconomia local, ora se avança para o olhar dos
setores de produção, ampliando o foco de visão.
4.2 - OS MOVIMENTOS DO PIB – SETORES
Ao desmembrar o Produto Interno Bruto – Total pelos setores de produção,
primário, secundário e terciário, se objetiva identificar quais as correlações do produto
com suas atividades econômicas. Em suma, o setor primário abarca as atividades da
agropecuária, o setor secundário envolve as atividades industriais e o setor terciário se
expressa no comércio e serviços.
O gráfico seguinte, em valores absolutos, na mesma série histórica do IPEA com
base em 2000, já permite visualmente identificar a importância do setor terciário no
dimensionamento do PIB Total de Ijuí, quer pela grandeza relativa, quer pela similaridade
das angulações da curva de desempenho ao longo do período destacado.
Os outros setores, primário e secundário, de forma irregular também evoluem em
valores absolutos no tempo, embora com um dimensionamento ainda não tão expressivo
e visualmente com menor simetria à curva do PIB – Total.
Gráfico 4.3 – Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores
de 2000.
Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí, no período de 1920 à 2005
700000
600000
Valores (R$ de 2000)
500000
400000
300000
200000
100000
0
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
PIB Total
PIB Agropecuário
PIB Indústria
PIB Serviços
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
56
O PIB – Agropecuário, em termos absolutos, se apresenta com 31.819 mil reais no
ano de 1939, em valores de 2000, com uma curva positivamente inclinada até 1985,
quando atinge o melhor resultado de todo o período com 82009 mil reais. A partir de
então, parece definir um patamar em torno dos 60.000 mil reais. Os desempenhos de
2003 e 2005, respectivamente de 61065 e 18201 mil reais, o pior de todo o período
destacado, que ratifica a leitura anterior do comportamento atípico da produtividade e
preço agrícola.
Já o PIB – Indústria experimenta um ciclo virtuoso até final da década de 70,
atingindo seu pico em 111.767 mil reais em 1980, quando entra em declínio até o ano de
1996, com 43.804 mil reais. Retorna para um desempenho em torno da casa dos 100.000
mil reais a partir do ano de 1999 e que se mantém até 2005, quando apresenta 103.300
mil reais, indicando um ciclo de estabilização acerca deste patamar.
Por sua vez, o PIB – Serviços se apresenta como hegemônico ao longo do período
destacado, apresentando a maior inclinação positiva da curva de evolução da produção.
Parte de 18.391 mil reais em 1939 para cifras superiores a casa dos 400.000 mil reais a
partir de 2002. Conforme já se afirmou, tem uma simetria com o crescimento do PIB –
Total, com seu pico em 1975, ratificando as observações já referidas anteriormente. O
que talvez ainda mereça destaque é o comportamento da curva no período 85-96 quando
relativamente avança de forma considerável em termos absolutos, ao contrário do
desempenho dos outros dois setores. A partir daí, recua em 1999 e 2000, para retornar a
angulação anterior em 2001 até 2003, quando também reduz sua produção, embora
ainda com valores absolutos em destaque.
Da mesma forma que o tratamento anterior, os próximos três gráficos apresentam
a participação dos setores de produção do município na produção dos respectivos setores
em nível estadual.
Inicialmente, se verifica a evolução da parcela relativa da produção agropecuária
municipal na composição PIB – Agropecuário do Estado do Rio Grande do Sul, conforme
o gráfico seguinte. Visualmente se percebe a perda relativa da agropecuária municipal no
período destacado, já que em 1939 participava com 1,76% da produção primária gaúcha,
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
57
caindo para um patamar abaixo de um terço deste percentual, já que gravita desde 1996
em torno de 0,50%, isto se considerar os anos de 2003 e 2005 como atípicos, conforme já
referenciado.
Gráfico 4.4 – Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS, no
período 1939 – 2005, em valores de 2000.
Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS, no período 1939-2005
3,0000
2,5000
Participação (%)
2,0000
1,5000
1,0000
0,5000
0,0000
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
Já a indústria de Ijuí, conforme Gráfico 4.5, segue na mesma direção de perda de
importância econômica relativa ao setor secundário estadual. Os indicadores apontam,
em termos relativos, um ciclo virtuoso até a década de 60, quando entra em declínio
acelerado até 1996, quando dá mostras de recuperação a partir de 1999, próximo da casa
de 0,40%, com leve inclinação positiva. Nos extremos, 1,19% em 1939, 2,09% em 1960,
0,15% em 1996 e 0,44% em 2005.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
58
Gráfico 4.5 – Evolução da participação do município no PIB industrial do RS, no período
1939 – 2005, em valores de 2000.
Evolução da participação do município no PIB indústria do RS, no período 1939-2005
3,0000
2,5000
Participação (%)
2,0000
1,5000
1,0000
0,5000
0,0000
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
De outra forma, o setor terciário municipal apresenta a maior participação relativa
setorial ao longo do tempo. Contudo, abarca desde 1980 praticamente os mesmos
percentuais demonstrados no final da década de 30, na casa de 0,80% da produção
terciária estadual.
Os picos de 2,76% de 1959 e de 2,27% de 1975 parecem ratificar as leituras dos
ciclos, demonstrando que os desmembramentos territoriais da década de 60 e a
reestruturação produtiva da década de 70 atribuem ao setor terciário municipal um
patamar de participação relativa nas próximas duas décadas.
Excetuando-se 2005, os anos 2000 parecem indicar um avanço para a casa dos
0,90%, o que indica crescimento acima da média gaúcha.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
59
Gráfico 4.6 – Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no período
1939 – 2005, em valores de 2000.
Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no período 1939-2005
3,0000
2,5000
Participação (%)
2,0000
1,5000
1,0000
0,5000
0,0000
1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Anos
Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.
A fim de avançar na leitura, se apresenta o VAF – Valor Adicionado Fiscal
disponibilizado pela SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul,
que disponibiliza uma série histórica em valores correntes do período 1994 – 2004.
Merece referência que o VAF capta apenas as atividades com incidência tributária,
o que implica em dimensionamento menor em relação ao PIB, em especial, na
agropecuária e nos serviços. Todavia, tem a vantagem de permitir a visualização do setor
secundário
com
classificação
por
tipo de indústria e o setor terciário com
desmembramento em comércio atacadista, comércio varejista e serviços.
A partir dos dados em valores correntes da série disponibilizada, se trabalhou para
valores relativos de participação interna no município, a fim de verificar a grandeza interna
de cada atividade econômica na produção local. Assim, o gráfico a seguir, apresenta a
evolução da participação relativa das atividades econômicas na composição do VAF
municipal.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
60
Gráfico 4.7 – Evolução da participação das atividades econômicas na composição do VAF
de Ijuí, no período 1994 – 2004, em valores correntes.
Evolução da participação das atividades econômicas na composição do VAF de Ijuí, 1994-2004
100%
Participação relativa (%)
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
VAF 1994
VAF 1995
VAF 1996
VAF 1997
VAF 1998
VAF 1999
VAF 2000
VAF 2001
VAF 2002
VAF 2003
VAF 2004
Serv e Outros
10,04%
13,83%
14,81%
16,51%
21,05%
17,57%
17,95%
18,90%
18,42%
18,54%
18,18%
Com Varejista
25,69%
30,22%
29,16%
28,24%
26,73%
23,48%
26,08%
21,60%
22,69%
22,09%
20,88%
Com Atacadista
29,36%
26,95%
28,04%
24,92%
22,71%
29,75%
28,21%
30,56%
31,71%
32,92%
31,75%
Ind de Acond
0,00%
0,02%
0,01%
0,01%
0,02%
0,00%
0,00%
0,01%
0,01%
0,01%
0,01%
Ind de Mont
0,37%
0,15%
0,14%
0,23%
0,24%
0,22%
0,23%
0,65%
0,50%
0,94%
0,46%
Ind de Benef
0,20%
4,07%
3,97%
3,66%
5,37%
7,24%
9,08%
4,79%
3,73%
4,10%
7,53%
16,49%
9,78%
8,08%
8,22%
7,08%
5,80%
6,29%
5,90%
5,78%
6,11%
6,52%
Ind de Transform
Ind Extrat Min
1,63%
13,61%
1,65%
3,70%
3,69%
2,79%
2,54%
2,62%
2,64%
2,38%
2,57%
Prod Primária
16,21%
13,61%
14,14%
14,50%
13,12%
13,15%
Anos
9,61%
14,97%
14,52%
12,91%
12,08%
Fonte: SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul.
Os dados permitem a observação da importância do setor terciário, que gravita, ao
longo do período destacado, em torno de 70% na composição do VAF de Ijuí. Vale
destaque a participação do comércio atacadista e do comércio varejista, sem desmerecer
os serviços, ainda mais pelo prejuízo referenciado pela não captação por incidência
tributária, o que ampliaria a participação relativa de todo o setor. Os outros 30% na
composição do VAF, se dividem entre o setor primário e o setor industrial, onde se
sobressaem as indústrias da transformação e do beneficiamento.
4.3 – AS CORRELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS
A fim de investigar o grau de associação entre os setores, se recorreu ao
tratamento estatístico das séries disponibilizadas do PIB e do VAF, utilizando-se do
Programa Excel para os cálculos. Segundo a metodologia, a avaliação qualitativa de um
coeficiente de correlação (R2) indica que: próximo a zero, que as duas variáveis não
estão relacionadas; de 0,1 a 0,3 a correlação é fraca; acima de 0,3 a 0,6 a correlação é
regular; acima de 0,6 a 0,9 existe forte correlação; e, por fim, acima de 0,9 é muito forte o
grau de associação entre as variáveis relacionadas, até atingir a plenitude em 1,0, o que
indica que as variáveis se movem juntas.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
61
Primeiramente, o Quadro 4.1 apresenta a correlação entre os setores de produção
do município de Ijuí, calculado a partir da série histórica do PIB disponibilizada pelo IPEA.
Quadro 4.1 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o PIB no
período 1939-2005, deflacionado para o ano de 2000
Descrição
Agropecuária
Indústria
Serviços
Ijuí: Correlações PIB entre os setores (1939-2005)
Agropecuária
Indústria
1,00
0,48
1,00
Serviços
0,19
0,76
1,00
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IPEA.
Os dados apresentam uma fraca correlação entre a agropecuária e os serviços
com coeficiente de 0,19, uma correlação regular de 0,48 da agropecuária com a indústria
e uma relação mais forte, de 0,76, da indústria com os serviços. Os dados permitem inferir
que a indústria de Ijuí é em boa parte voltada para o mercado interno e que, do contrário,
o desempenho do setor terciário municipal não depende diretamente do comportamento
da agropecuária local. A primeira premissa se apresenta viável, contudo, o
dimensionamento temporal de seis décadas e meia, em que a agropecuária se limita em
valores absolutos, prejudica a segunda premissa.
Avançando na investigação o Quadro 4.2 traz as correlações dos setores de
produção com o PIB – Total do município, a partir de gráficos com a plotagem dos
respectivos valores anuais, a linha de tendência linear e seu correspondente coeficiente
de determinação.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
62
Quadro 4.2 – Gráficos com a correlação do PIB Total com os Setores de Produção de Ijuí,
no período 1939 – 2005.
Correlação PIB Total e PIB Agropecuário - Ijuí - 1939-2005
700000
PIB Total
600000
2
R = 0,0763
500000
400000
300000
200000
100000
0
0
100000
200000
300000
400000
500000
400000
500000
PIB Agropecuário
Y
Linear (Y)
PIB Total
Correlação PIB Total e PIB Indústria - Ijuí - 1939-2005
700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
2
R = 0,7128
0
100000
200000
300000
Variável X 1
Y
Linear (Y)
PIB Total
Correlação PIB Total e PIB Serviços - Ijuí - 1939-2005
700000
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
2
R = 0,9676
0
100000
200000
300000
400000
500000
PIB Serviços
Y
Linear (Y)
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IPEA.
Mais uma vez, a agropecuária local demonstra fraca correlação, pelo coeficiente de
0,0763, a indústria uma correlação mais forte com 0,7128 e, por sua vez, os serviços
ratificam sua simetria com o PIB – Total, com um fortíssimo coeficiente de 0,9676,
comprovado visualmente pela mínima dispersão da plotagem ao longo da linha de
tendência. Este resultado assume maior importância pelo destaque histórico de
praticamente sete décadas.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
63
Seguindo na mesma direção, contudo para visualizar um período mais recente, se
apresenta as correlações dos setores a partir das estatísticas do VAF, no período 1994 –
2004, de acordo com o Quadro 4.3. Neste recorte, a associação se apresenta forte entre
os setores: agropecuária e indústria = 0,81; agropecuária e serviços = 0,96 e indústria e
serviços = 0,89.
Quadro 4.3 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o VAF no
período 1994-2004, em valores correntes.
Descrição
Agropecuária
Indústria
Serviços
Ijuí: Correlações VAF entre os setores (1994-2004)
Agropecuária
Indústria
1,00
0,81
1,00
Serviços
0,96
0,89
1,00
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SEFAZ.
Na mesma linha de análise, os setores também se relacionam fortemente com o
VAF – Total, conforme mostra o Quadro 4.4.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
64
Quadro 4.4 – Gráficos com a correlação do VAF Total com o VAF dos Setores de
Produção de Ijuí, no período 1994 – 2004.
VAF Total
Correlação VAF Total e VAF
Agropecuário - Ijuí - 1994-2004
700.000.000,00
600.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
300.000.000,00
200.000.000,00
100.000.000,00
0,00
0,00
2
R = 0,9233
100.000.000,00
200.000.000,00
300.000.000,00
400.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
500.000.000,00
VAF Agropecuário
Y
Linear (Y)
VAF Total
Correlação VAF Total e VAF
Indústria - Ijuí - 1994-2004
700.000.000,00
600.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
300.000.000,00
200.000.000,00
100.000.000,00
0,00
0,00
R2 = 0,8368
100.000.000,00
200.000.000,00
300.000.000,00
VAF Indústria
Y
Linear (Y)
VAF Total
Correlação VAF Total e VAF
Serviços - Ijuí - 1994-2004
700.000.000,00
600.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
300.000.000,00
200.000.000,00
100.000.000,00
0,00
0,00
2
R = 0,9959
100.000.000,00
200.000.000,00
300.000.000,00
400.000.000,00
500.000.000,00
VAF Serviços
Y
Linear (Y)
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SEFAZ.
Embora os coeficientes de correlação sejam fortes para os três setores, mais uma
vez, o destaque se dá para o setor de serviços com um R2 de 0,9959, com uma perfeita
associação entre a plotagem dos valores e a linha de tendência linear. As correlações da
agropecuária ajudam a explicar os movimentos do PIB no período 2003 – 2005,
anteriormente referenciados.
Análise da Evolução do Produto Interno Bruto
65
5 – AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: PRODUÇÃO, EMPREGO E RENDA
Neste quinto capítulo, se busca avaliar com mais profundidade as atividades
econômicas do município, com o recorte centrado na produção, no emprego e na renda.
Ao longo do capítulo, para leitura do estágio de desenvolvimento municipal se
recorre aos métodos de análise horizontal e vertical, com a verificação da evolução dos
indicadores no tempo e na composição relativa das atividades setoriais no município,
como também da análise da participação relativa de Ijuí na correspondente agregação
estadual.
Agrega-se, por ora, também o método de análise por quociente locacional,
desenvolvido por Douglas North, que mede a concentração de determinada atividade de
um local em relação à distribuição dessa atividade na região em que está inserida. Para
tal, se utilizou um modelo matemático, onde se divide o quociente da variável que trata de
uma atividade econômica específica do município com o total das atividades do município,
pelo quociente entre a variável daquela atividade no RS e o total das atividades do
Estado. Os métodos serão utilizados conforme a conveniência do momento e se traduzem
em diferentes focos de análise para melhor proceder a leitura do estágio de
desenvolvimento de Ijuí.
No recorte da produção, se utiliza as estatísticas oficiais do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, enquanto que na dimensão do emprego e renda os dados do
Ministério de Trabalho, a partir das informações da RAIS – Relação Anual de Informações
Sociais e do CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
66
5.1 – OS SETORES DE PRODUÇÃO
Como se viu anteriormente, no período mais recente, a produção no município de
Ijuí está centrada no setor terciário, que detém em torno de 70% das atividades
econômicas, restando 30% aos outros dois setores, que praticamente dividem esta fatia,
com pequenas variações alternadas, segundo os dados estatísticos tanto do PIB quanto
do VAF.
Para tentar melhor entendimento desta distribuição das atividades econômicas, se
aprofunda a análise dos setores de produção, primário, secundário e terciário.
5.1.1 – Setor Primário
A história da colonização do município é rica e suficiente para ilustrar que Ijuí
nasceu e cresceu no entorno de suas atividades agrícolas. Todavia, a sua participação
relativa na composição do PIB vem se reduzindo com o passar dos anos. Logicamente
aqui se está referenciando a participação direta, pois indiretamente sua importância já foi
apontada pelas correlações do capítulo anterior, em especial, as de período mais recente.
O que aqui ora se busca é o diagnóstico do setor, para que se possa melhor
entender como evoluem suas atividades econômicas. Para tal, se inicia com a
visualização da estrutura agrária, em número e área dos estabelecimentos agrícolas,
conforme Quadro 5.1, a seguir.
Quadro 5.1: Número e área dos estabelecimentos agropecuários em Ijuí, nos anos de
1996 e 2006.
Utilização das terras
Lavouras permanentes
Lavouras temporárias
Pastagens
Matas e florestas
Total
Número de
Área dos
estabelecimentos
estabelecimentos
1996
2006
1996
2006
1.823
905
711
868
2.594
1.927
54.426
38.242
2.074
1.388
8.227
4.610
2.058
1.425
6.117
5.004
2.674
2.049
72.734
51.508
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário (2006 – Primeiros resultados).
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
67
Como primeira observação, de acordo com os dados dos últimos dois censos
agropecuários do IBGE, se verifica que o processo emancipatório de Boa Vista do
Cadeado e Bozano, em 2001, reduziu consideravelmente em número e em área os
estabelecimentos agrícolas de Ijuí. Deve-se, contudo, ressalvar que os dados de 2006,
disponibilizados pelo IBGE, oriundo do Censo Agropecuário, são preliminares.
Em número, os estabelecimentos agropecuários se reduziram de 2.674 em 1996
para 2.049 em 2006, o que representa uma perda total de 23,37%. A queda se registrou,
por conseqüência, em todas as formas de utilização das terras: 50,36% nas lavouras
permanentes; 25,71% nas lavouras temporárias; 33,08% nas pastagens; e, 30,76% nas
matas e florestas. Logicamente, a redução do número dos estabelecimentos por utilização
das terras não se deu exclusivamente pelos desmembramentos territoriais, visto ser uma
opção de exploração, contudo, é inegável que o processo foi a principal causa da redução
absoluta.
Já em área, o município reduziu de 72.734 ha em 1996 para 51.508 ha em 2006,
uma queda de consideráveis 29,18%. Enquanto que, as lavouras temporárias se
reduziram em 29,74%, as pastagens em 43,96% e as matas e florestas em 18,20%, as
lavouras permanentes, por exceção, tiveram um crescimento de 22,08%, passando de
711 ha para 868 ha, no período. Como, em nota, o IBGE divulga que para o ano de 1996,
a área de lavouras temporárias inclui a área de lavouras temporárias em descanso e a
área de terras produtivas não utilizadas, isto pode comprometer as relações de utilização
das terras.
O Quadro 5.2 apresenta os dados em termos de pessoal ocupado por laço de
parentesco com o produtor, para caracterizar a ocupação da mão-de-obra no campo.
Quadro 5.2: Número de estabelecimentos e de pessoal ocupado por laço de parentesco
com o produtor em Ijuí, nos anos de 1996 e 2006.
Laço de parentesco com o produtor
Com laço de parentesco com o produtor
Sem laço de parentesco com o produtor
Total
Número de estabelecimentos
agropecuários (Unidade)
1996
2006
2.674
2049
340
218
2.674
2.049
Pessoal ocupado em
estabelecimentos
1996
2006
8099
5556
735
464
8.834
6.020
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário (2006 – Primeiros resultados).
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
68
Os dados permitem identificar que todos os estabelecimentos agropecuários do
município têm o envolvimento direto da família dos produtores, o que é justificado pela
estrutura minifundiária, em que é característico o emprego da mão-de-obra familiar. Já a
ocupação sem laço de parentesco se verificou em apenas 218 estabelecimentos em
2006, o que representa uma parcela de apenas 10,64% do total dos 2.049
estabelecimentos registrados naquele ano e, por outro lado, uma queda de 35,88% em
relação aos correspondentes 340 de 1996.
Por sua vez, o total do pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários de
Ijuí, teve uma redução de 2.634 trabalhadores, caindo de 8.834 para 6.020, o que
representa uma diminuição relativa de 31,85% no período. Essa redução de pessoal
ocupado se estende às outras duas dimensões: 31,40% com laço de parentesco com o
produtor e 36,87% sem laço de parentesco. Sem dúvidas, os desmembramentos
territoriais foram decisivos na definição deste quadro.
Em outro recorte, se trabalha com as atividades agrícolas de forma mais
específica, com dados, também do IBGE embora extraídos das estatísticas da Produção
Agrícola Municipal. Optou-se por estatísticas de área plantada, visto que são registros que
eliminam problemas usuais de produtividade e preço, verificados nas disponibilidades de
quantidade produzida e valor da produção.
As aparentes divergências entre informações de área do Censo Agropecuário e da
Produção Agrícola Municipal não foram investigadas, sendo, portanto, desprezadas na
análise. Do mesmo modo, se partiu da premissa de que os dados secundários e oficiais
representem a real situação das atividades econômicas, tanto no município quanto no
Estado do Rio Grande do Sul, portanto, não foram feitos levantamentos de dados
primários.
Inicialmente, se apresenta a evolução da área plantada de lavoura permanente no
município, conforme Quadro 5.3, a fim de caracterizar a efetividade e importância de cada
tipo de planta enquadrada pelo IBGE como desta atividade permanente.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
69
Quadro 5.3: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura permanente em Ijuí, no
período 1990-2006
Lavoura permanente
Total
Abacate
Algodão arbóreo (em caroço)
Azeitona
Banana
Borracha (látex coagulado)
Cacau (em amêndoa)
Café (beneficiado)
Caqui
Castanha de caju
Chá-da-índia (folha verde)
Coco-da-baía
Dendê (cacho de coco)
Erva-mate (folha verde)
Figo
Goiaba
Guaraná (semente)
Laranja
Limão
Maçã
Mamão
Manga
Maracujá
Marmelo
Noz (fruto seco)
Palmito
Pera
Pêssego
Pimenta-do-reino
Sisal ou agave (fibra)
Tangerina
Tungue (fruto seco)
Urucum (semente)
Uva
Ano
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
508
512
487
495
468
642
675
646
703
702
703
561
525
514
457
454
434
8
8
8
6
6
5
3
5
3
3
3
3
3
3
3
3
3
0
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2
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
22
22
22
20
10
8
6
8
6
6
6
6
6
6
6
6
6
0
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
50
50
50
45
45
240
200
250
240
240
240
180
180
180
120
120
100
6
6
6
6
6
6
6
0
6
6
6
6
6
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
0
2
2
2
2
2
2
2
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
170
174
174
189
189
189
189
190
190
190
190
145
110
110
110
110
110
4
4
4
3
3
3
3
3
3
3
3
2
2
2
3
3
3
25
25
0
23
23
5
5
5
5
5
5
5
5
0
0
0
0
3
3
3
3
3
3
1
2
2
2
2
2
1
1
1
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
2
2
2
1
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
5
5
5
5
5
2
5
3
2
3
3
3
0
3
3
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
34
34
34
31
15
15
15
15
15
15
15
13
13
13
13
13
13
30
30
30
27
27
27
55
27
50
50
50
43
43
43
43
43
43
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
30
30
30
25
25
25
80
25
70
70
70
50
50
50
50
50
50
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
117
117
117
107
107
107
107
107
107
107
107
100
100
100
100
100
100
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal – Nota: A partir do ano de 2001 as
quantidades produzidas dos produtos abacate, banana, caqui, figo, goiaba, laranja, limão,
maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêra, pêssego e tangerina passam a ser
expressas em toneladas. Nos anos anteriores eram expressas em mil frutos, com
exceção da banana, para a qual era utilizado mil cachos.
Em volume, o destaque municipal em 2006 se dá para a laranja, a erva-mate e a
uva, que se apresentam com 100 ou mais hectares plantados, seguidos de registros
menores de tangerina, pêssego, pêra, caqui, abacate, figo, limão e noz. Embora não se
apresentam em 2006, merecem destaque por desempenho em anos anteriores goiaba,
maçã, mamão, manga e marmelo. Chama atenção o fato de que todas as plantações
permanentes apresentam registros de redução de área no tempo, o que pode indicar
mudança de foco produtivo.
A partir destes dados, se trabalha com as duas leituras de análise relativa no
contexto estadual. Primeiro, na participação direta da atividade no total do Estado na
respectiva atividade, para depois se avançar para uma segunda leitura, dos quocientes
locacionais. Relacionam-se apenas as atividades com registro de planta em algum
período, já que a não-ocorrência torna necessariamente nula a relação.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
70
Assim, o Quadro 5.4 mostra a relação entre as atividades locais e os
correspondentes agregados estaduais. Optou-se por destacar, para referência, as
participações de atividades iguais ou superiores à parcela de 0,65%, registro relativo do
município no PIB gaúcho, no ano de 2005, por se tratar de indicador de produção, ser o
último ano das estatísticas disponíveis e representar uma média do período mais recente.
Quadro 5.4: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura
permanente, no período 1990-2006
Lavoura permanente
Total
Abacate
Caqui
Erva-mate (folha verde)
Figo
Goiaba
Laranja
Limão
Maçã
Mamão
Manga
Marmelo
Noz (fruto seco)
Pera
Pêssego
Tangerina
Uva
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Ano
1998 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
0,386
0,386
0,358
0,328
0,313
0,420
0,502
0,425
0,446
0,425
0,434
0,345
0,304
0,298
0,289
0,260
0,246
0,746
0,784
0,801
0,600
0,618
0,541
0,514
0,713
0,472
0,438
0,448
0,430
0,445
0,449
0,461
0,479
0,485
3,543
3,318
2,918
2,151
0,959
0,748
0,530
0,727
0,489
0,421
0,405
0,366
0,359
0,314
0,305
0,293
0,291
0,681
0,636
0,436
0,234
0,205
0,884
0,723
0,715
0,660
0,608
0,619
0,449
0,401
0,422
0,435
0,294
0,251
0,367
0,412
0,409
0,457
0,469
0,475
0,508
0,000
0,486
0,414
0,366
0,326
0,287
0,142
0,147
0,154
0,156
0,291
0,298
0,287
0,273
0,262
0,246
0,000
0,200
0,273
0,281
0,317
0,296
0,275
0,271
0,138
0,000
0,000
0,666
0,700
0,680
0,676
0,655
0,688
0,826
0,680
0,650
0,645
0,694
0,538
0,408
0,405
0,404
0,404
0,400
0,171
0,168
0,170
0,127
0,127
0,125
0,204
0,143
0,151
0,151
0,156
0,107
0,109
0,112
0,170
0,169
0,168
0,336
0,264
0,000
0,216
0,210
0,049
0,054
0,048
0,047
0,039
0,037
0,036
0,037
0,000
0,000
0,000
0,000
0,714
0,763
0,771
0,785
0,798
0,813
0,216
0,559
0,474
0,519
0,559
0,587
0,291
0,292
0,315
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
5,263
2,632
2,000
1,351
2,326
1,176
1,031
0,980
1,010
0,971
0,870
0,800
0,000
0,000
0,704
0,743
0,794
0,826
0,448
0,448
0,000
1,235
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,064
0,064
0,065
0,064
0,208
0,172
0,117
0,452
0,271
0,140
0,162
0,232
0,216
0,000
0,267
0,225
0,220
2,889
2,862
2,896
2,603
1,269
1,281
1,589
1,408
1,351
1,402
1,372
1,232
1,290
1,354
1,325
1,347
1,380
0,180
0,191
0,197
0,191
0,184
0,183
0,482
0,226
0,348
0,334
0,347
0,284
0,273
0,263
0,275
0,274
0,292
0,327
0,292
0,320
0,292
0,309
0,295
0,205
0,275
0,205
0,276
0,197
0,280
0,731
0,314
0,196
0,303
0,548
0,306
0,539
0,309
0,538
0,313
0,364
0,288
0,368
0,273
0,383
0,260
0,379
0,248
0,384
0,236
0,379
0,226
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.
No período destacado, a manga apresenta a maior participação relativa de todos
os tipos de lavoura permanente, com 5,263% da produção gaúcha em 1991, seguido do
caqui com 3,54 % da produção gaúcha no ano de 1990. Estes desempenhos declinam ao
longo do período destacado, tendo a manga zerada sua contribuição em 2006, assim
como, o caqui cai para apenas 0,29%, naquele ano. Estes comportamentos, em especial,
da manga, se dá mais pela reduzida produção estadual do que pelo próprio desempenho
local, o que nos mostra o limite deste tipo de abordagem para atividades de pequenas
proporções.
De outra forma, apenas a pêra supera nosso patamar de referência, 0,65%, em
todo o período e no último ano de estatística aparece com 1,38% da produção do Estado,
embora também venha reduzindo sua fatia, já que chegou a representar 2.89% em 1990.
No início da série, em especial, ainda merecem destaque o abacate, a erva-mate, a
laranja, o mamão e o marmelo, por superar nosso patamar de referência.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
71
Já no enfoque do quociente locacional, que mede o grau de concentração da
atividade no local, o quadro local aparece de forma um pouco diferenciada, conforme
Quadro 5.5, abaixo.
Quadro 5.5: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura permanente de
Ijuí no RS, no período 1990-2006
Lavoura permanente
Total
Abacate
Caqui
Erva-mate (folha verde)
Figo
Goiaba
Laranja
Limão
Maçã
Mamão
Manga
Marmelo
Noz (fruto seco)
Pera
Pêssego
Tangerina
Uva
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Ano
1998 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,936
2,030
2,238
1,827
1,974
1,287
1,024
1,678
1,059
1,030
1,034
1,247
1,464
1,505
1,594
1,845
1,967
9,188
8,588
8,153
6,548
3,064
1,780
1,056
1,710
1,096
0,991
0,934
1,060
1,181
1,053
1,056
1,130
1,180
1,767
1,646
1,219
0,713
0,654
2,104
1,440
1,682
1,480
1,430
1,428
1,303
1,318
1,413
1,505
1,132
1,020
0,952
1,065
1,143
1,392
1,500
1,130
1,012
0,000
1,090
0,973
0,843
0,946
0,944
0,477
0,508
0,595
0,632
0,754
0,771
0,802
0,832
0,838
0,585
0,000
0,471
0,612
0,660
0,732
0,859
0,906
0,907
0,478
0,000
0,000
1,728
1,811
1,899
2,058
2,092
1,639
1,647
1,599
1,456
1,518
1,600
1,559
1,342
1,359
1,398
1,553
1,625
0,443
0,434
0,474
0,388
0,406
0,298
0,406
0,337
0,339
0,354
0,359
0,311
0,357
0,377
0,588
0,649
0,684
0,870
0,683
0,000
0,657
0,670
0,117
0,108
0,113
0,104
0,093
0,085
0,106
0,121
0,000
0,000
0,000
0,000
1,853
1,976
2,155
2,391
2,549
1,935
0,429
1,314
1,062
1,222
1,288
1,700
0,956
0,980
1,091
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
16,025
8,409
4,761
2,693
5,472
2,637
2,424
2,261
2,927
3,192
2,914
2,768
0,000
0,000
1,826
1,924
2,218
2,516
1,433
1,068
0,000
2,905
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,165
0,164
0,180
0,196
0,665
0,409
0,233
1,065
0,608
0,330
0,374
0,672
0,712
0,000
0,923
0,865
0,891
7,492
7,407
8,092
7,925
4,055
3,050
3,166
3,314
3,029
3,297
3,165
3,571
4,241
4,537
4,585
5,186
5,601
0,467
0,494
0,550
0,582
0,589
0,436
0,960
0,532
0,781
0,786
0,801
0,824
0,897
0,882
0,952
1,054
1,187
0,847
0,829
0,864
0,624
0,655
0,469
1,456
0,460
1,229
1,267
1,240
1,055
1,211
1,283
1,311
1,477
1,538
0,758
0,756
0,824
0,837
0,883
0,666
0,625
0,714
0,685
0,727
0,722
0,836
0,896
0,870
0,857
0,907
0,916
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.
Repete-se o registro de melhor desempenho da manga, com QL = 16,025 em 1993
e do caqui, com QL = 9,188 em 1990, embora este, apesar da queda no tempo, se
mantenha em 2006 com um QL superior à unidade.
A pêra, também neste enfoque, se apresenta com a melhor performance de todos
os tipos de lavoura permanente, com o registro do QL = 5,601 em 2006, ainda que
demonstre potencial superior, visto seus melhores desempenhos no início da década de
90, em especial, no ano de 1992, quando atingiu um QL de 8,092.
Contudo, no ano de 2006, ainda merecem destaque por superar o quociente
estadual, o abacate com QL = 1,967, a laranja com Ql = 1,625, a tangerina com QL =
1,538, o pêssego com Ql = 1,187 e a erva-mate com Ql = 1,020.
Estes dois olhares de participação relativa devem ser tratados apenas como
indicadores de potencialidades locais, pois registram uma efetividade no tempo, o que
implica em tendência de vocação local, de conhecimento técnico e de viabilidade
econômica. Contudo, se confirmada a potencialidade, ainda abre espaço para estudos de
mercado no encadeamento produtivo a montante e a jusante.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
72
Com o mesmo procedimento metodológico se avança para os dados da lavoura
temporária, dispostos no Quadro 5.6, que espelham também as informações do IBGE,
via Produção Agrícola Municipal.
Quadro 5.6: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura temporária em Ijuí, no
período 1990-2006
Ano
Lavoura temporária
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Total
Abacaxi
Algodão herbáceo
Alho
Amendoim (em casca)
Arroz (em casca)
Aveia (em grão)
Batata-doce
Batata-inglesa
Cana-de-açúcar
Cebola
Centeio (em grão)
Cevada (em grão)
Ervilha (em grão)
Fava (em grão)
Feijão (em grão)
Fumo (em folha)
Girassol (em grão)
Juta (fibra)
Linho (semente)
Malva (fibra)
Mamona (baga)
Mandioca
Melancia
Melão
Milho (em grão)
Rami (fibra)
Soja (em grão)
Sorgo (em grão)
Tomate
Trigo (em grão)
Triticale (em grão)
88.921 82.785 81.978 66.567 71.771 68.636 80.731 75.626 75.376 79.071 81.771 63.157 64.622 64.727 65.832 63.519 56.744
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
40
40
40
30
30
35
35
35
35
35
35
35
25
15
10
10
10
90
70
70
65
65
65
50
65
65
65
65
35
35
35
20
10
5
240
165
225
205
105
100
100
110
110
110
110
80
80
80
80
30
50
1.600
4.500
7.000
3.500
1.500
1.700
800
2.000
2.000
1.000
500
1.000
1.000
300
600
900
1.500
80
80
80
70
70
70
60
70
70
70
70
65
65
65
55
12
12
110
160
170
170
170
85
70
85
85
80
80
70
70
30
20
-
-
280
320
320
270
320
320
320
320
320
320
320
285
285
285
285
285
150
40
80
120
120
120
50
40
50
50
50
50
50
25
25
25
25
8
160
100
200
500
400
-
100
500
500
250
250
100
100
-
-
-
-
240
-
-
-
-
270
50
150
150
200
-
-
100
50
50
100
-
1
-
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
620
520
900
900
300
300
400
550
350
250
550
400
400
400
400
300
350
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
60
400
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
10
-
-
-
-
25
-
-
-
-
-
-
15
300
400
100
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1.100
1.600
1.600
1.500
1.600
1.100
1.100
1.600
1.600
1.600
1.100
900
900
940
700
700
900
16
16
25
13
13
13
13
13
13
13
13
10
10
10
10
10
47
9
9
12
8
8
8
8
8
8
8
8
7
7
7
7
7
7
10.000 12.000 14.000
5.000
5.000
8.500 12.500
6.000
5.000
9.000
9.000
6.400
4.500
1.450
1.250
2.400
2.000
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
54.000 51.000 49.000 44.000 52.000 50.000 50.000 52.000 55.000 55.000 55.000 42.200 44.000 46.000 47.000 46.000 45.000
280
100
200
200
50
-
20
50
-
-
100
-
-
-
-
-
-
15
15
15
15
20
20
40
20
20
20
20
20
20
20
20
20
5
6.000 15.000 12.000 10.000 11.000 14.500 11.500 13.000 15.000 15.000 12.000
250
6.000
200
20.000 12.000
-
8.000 10.000 10.000
-
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Nota: 1) A partir do ano de 2001 as
quantidades produzidas dos produtos melancia e melão passam a ser expressas em
toneladas, visto que os anos anteriores eram expressas em mil frutos; 2) Os produtos
girassol e triticale só apresentam informação a partir de 2005.
Os dados indicam uma redução da área plantada de lavoura temporária no período
1990-2006, fruto dos desmembramentos territoriais, mas também por opções de cultura
por parte dos produtores. Nos extremos se verificou o maior e o menor registro, em 1990
com 88.921 hectares e em 2006 com 56.744 hectares.
Nas culturas, a soja se destaca com a maior efetividade de área plantada,
extremamente distante das outras opções apontadas. Em 2006, se apresenta com 45.000
hectares, praticamente indicando seu patamar após o processo emancipatório, visto que
seus dois principais concorrentes diretos na curva de possibilidades de produção, por ser
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
73
também culturas de verão, o milho e a aveia, se apresentam com 2.000 e 1.500 hectares,
respectivamente.
Entre as culturas de inverno, o destaque para o trigo que se registra em 2006 com
6.000 hectares de área plantada, todavia muito aquém de seu maior registro de 20.000
hectares de 1990. Como no inverno se dista da plena utilização da área disponível, outros
fatores concorrem na opção do produtor.
Aparecem ainda nas estatísticas outros cereais, leguminosas e oleaginosas, como
alho, amendoim, arroz, batata-doce, batata inglesa, cana-de-açúcar, cebola, centeio,
cevada, feijão, linho, mandioca, melancia, melão, sorgo, tomate e triticale, demonstrando
a potencialidade produtiva do município por lavoura temporária, isto sem adentrar nos
movimentos de viabilidade econômica.
Feito estes destaques, se retorna à verificação da participação relativa do
município no contexto estadual, segundo os dois métodos de análise epigrafados.
Primeiramente, se observa a evolução da participação do município no Estado do
Rio Grande do Sul, por tipo de lavoura temporária. Mais uma vez, a referência é a parcela
de 0,65% expressa pela participação de Ijuí na composição do PIB gaúcho, em 2005.
No total da área plantada, se observa a importância da perda territorial, visto o
declínio na participação de 1,193 de 2000 para 0,909 em 2001, embora este fato não
justifique plenamente a redução relativa, já que o município segue perdendo participação
ao ponto de registrar 0,729% em 2006, o menor desempenho no período destacado.
Todavia, mesmo assim, supera nosso patamar de referência, demonstrando sua
potencialidade relativa.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
74
Quadro 5.7: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura
temporária, no período 1990-2006
Lavoura temporária
Total
Alho
Amendoim (em casca)
Arroz (em casca)
Aveia (em grão)
Batata-doce
Batata-inglesa
Cana-de-açúcar
Cebola
Centeio (em grão)
Cevada (em grão)
Ervilha (em grão)
Feijão (em grão)
Girassol (em grão)
Linho (semente)
Mandioca
Melancia
Melão
Milho (em grão)
Soja (em grão)
Sorgo (em grão)
Tomate
Trigo (em grão)
Triticale (em grão)
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Ano
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
1,152
1,126
1,136
0,911
0,980
0,993
1,260
1,136
1,119
1,178
1,193
0,909
0,884
0,836
0,802
0,789
0,729
1,426
1,167
1,241
0,887
0,897
1,052
0,971
0,905
0,951
0,873
0,844
0,810
0,545
0,375
0,323
0,308
0,301
1,769
1,403
1,393
1,299
1,296
1,298
1,206
1,387
1,277
1,351
1,345
0,685
0,688
0,719
0,423
0,217
0,110
0,034
0,020
0,025
0,021
0,011
0,010
0,012
0,014
0,013
0,011
0,011
0,008
0,008
0,008
0,008
0,003
0,005
1,058
2,408
3,384
1,720
0,694
3,284
1,779
4,106
3,105
2,031
0,984
1,798
1,795
0,704
1,229
1,638
2,252
0,367
0,387
0,394
0,360
0,383
0,393
0,438
0,416
0,466
0,470
0,481
0,449
0,459
0,450
0,406
0,089
0,093
0,264
0,348
0,329
0,384
0,375
0,176
0,186
0,176
0,182
0,186
0,203
0,189
0,195
0,102
0,077
0,000
0,000
0,886
0,999
0,967
0,809
0,943
1,180
0,896
1,137
1,063
0,988
0,973
0,911
0,864
0,886
0,892
0,875
0,451
0,231
0,461
0,644
0,774
0,627
0,282
0,246
0,309
0,301
0,300
0,301
0,320
0,178
0,183
0,222
0,236
0,073
6,631
4,715
5,986
12,752
12,001
0,000
2,854
6,785
6,650
4,481
4,378
1,762
2,265
0,000
0,000
0,000
0,000
0,377
0,000
0,000
0,000
0,000
0,599
0,090
0,166
0,134
0,192
0,000
0,000
0,100
0,082
0,060
0,115
0,000
0,156
0,000
0,156
0,231
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,289
0,227
0,405
0,442
0,152
0,133
0,188
0,290
0,187
0,123
0,299
0,269
0,239
0,250
0,281
0,254
0,285
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,995
2,002
0,000
0,144
0,000
0,000
0,000
0,000
0,858
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,261
2,688
1,825
0,532
0,900
1,422
1,508
1,372
1,391
1,084
1,086
1,575
1,619
1,715
1,216
1,057
1,062
1,057
0,795
0,802
1,030
0,116
0,109
0,175
0,085
0,083
0,081
0,093
0,067
0,077
0,070
0,068
0,051
0,056
0,052
0,049
0,051
0,209
0,460
0,532
0,731
0,474
0,471
0,452
0,408
0,415
0,385
0,435
0,428
0,341
0,335
0,331
0,322
0,326
0,312
0,607
0,645
0,697
0,287
0,290
0,451
0,727
0,362
0,328
0,604
0,585
0,382
0,307
0,102
0,096
0,199
0,141
1,534
1,628
1,701
1,429
1,630
1,662
1,963
1,767
1,732
1,801
1,815
1,418
1,330
1,281
1,180
1,101
1,163
0,562
0,233
0,396
0,462
0,160
0,000
0,103
0,163
0,000
0,000
0,298
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,531
0,522
0,529
0,627
0,821
0,858
1,206
0,701
0,740
0,680
0,708
0,730
0,731
0,752
0,778
0,789
0,210
2,024
0,000
1,920
0,000
1,643
0,000
1,671
0,000
1,804
0,000
2,007
0,000
2,652
0,000
2,417
0,000
2,632
0,000
2,763
0,000
2,587
0,000
1,869
0,000
1,624
0,000
1,410
0,000
1,334
0,000
1,420
2,540
0,858
2,181
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.
Entre as culturas, as maiores parcelas no período se verificaram com o centeio,
que inclusive atinge a cifra de 12,75 % da produção gaúcha em 1993. Mais uma vez, a
pequena produção estadual aponta para reservas na análise, contudo, se torna curioso
que a produção local se alterne entre períodos de grande participação relativa com
períodos sem nenhuma participação.
De forma mais efetiva, quatro culturas superam nosso referencial de 0,65% em
todo o período disponibilizado pelas estatísticas: aveia, soja, mandioca e trigo, com
respectivos registros em 2006 de 2,25%, 1,16%, 1,03% e 0,86%. No cálculo da média
absoluta no período a aveia apresenta 2,00%, o trigo 1,92%, a soja 1,54% e a mandioca
1,22%, demonstrando todos sua efetiva importância na composição da respectiva área
total plantada no Estado do Rio Grande do Sul.
Merece destaque também a cana-de-açúcar e o tomate, pela superação do
patamar referencial no período, excetuando-se o ano de 2006, em que reduzem sua
participação relativa para 0,45% e 0,21%, respectivamente.
Registre-se ainda, o alho e o amendoim, se apresentando com grande
potencialidade produtiva ao longo do tempo, assim como, o girassol e o triticale, que
superam o percentual de referência nos dois únicos anos com estatísticas disponíveis.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
75
O linho se destaca em 2004 e 2005, com respectivos 2,69% e 1,83%, da mesma
forma que a cebola, com 0,78% em 1993, e o melão, com 0,73% em 1992. Os demais
registros não atingem o percentual de 0,65, embora mereçam consideração na análise
por sua efetividade.
Já na ótica dos quocientes locacionais, conforme quadro seguinte, a cultura de
centeio repete o desempenho da ótica anterior, com maior participação entre todas as
culturas temporárias no período, CL de 13,995 em 1993.
Quadro 5.8: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura temporária de
Ijuí no RS, no período 1990-2006
Lavoura temporária
Total
Alho
Amendoim (em casca)
Arroz (em casca)
Aveia (em grão)
Batata-doce
Batata-inglesa
Cana-de-açúcar
Cebola
Centeio (em grão)
Cevada (em grão)
Ervilha (em grão)
Feijão (em grão)
Girassol (em grão)
Linho (semente)
Mandioca
Melancia
Melão
Milho (em grão)
Soja (em grão)
Sorgo (em grão)
Tomate
Trigo (em grão)
Triticale (em grão)
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Ano
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,000
1,238
1,036
1,093
0,974
0,915
1,059
0,770
0,796
0,850
0,741
0,708
0,891
0,616
0,449
0,402
0,390
0,413
1,536
1,246
1,227
1,425
1,322
1,307
0,957
1,221
1,141
1,147
1,128
0,754
0,778
0,861
0,527
0,275
0,150
0,030
0,018
0,022
0,023
0,011
0,010
0,009
0,012
0,011
0,009
0,010
0,009
0,009
0,010
0,009
0,004
0,007
0,919
2,138
2,980
1,888
0,708
3,307
1,412
3,614
2,775
1,724
0,825
1,979
2,030
0,842
1,534
2,077
3,089
0,318
0,343
0,347
0,395
0,391
0,396
0,348
0,366
0,416
0,399
0,403
0,494
0,519
0,539
0,506
0,113
0,128
0,229
0,309
0,290
0,422
0,383
0,177
0,147
0,155
0,162
0,158
0,170
0,208
0,220
0,122
0,096
0,000
0,000
0,769
0,887
0,852
0,888
0,962
1,188
0,711
1,001
0,951
0,839
0,816
1,003
0,977
1,060
1,113
1,109
0,618
0,201
0,409
0,567
0,849
0,640
0,284
0,195
0,272
0,269
0,255
0,253
0,352
0,201
0,219
0,277
0,299
0,101
5,757
4,185
5,271
0,000
0,000
0,000
2,265
5,972
5,944
3,804
3,671
1,940
2,561
0,000
0,000
0,000
0,000
0,327
0,000
0,000
0,000
0,000
0,603
0,072
0,146
0,120
0,163
0,000
0,000
0,113
0,098
0,075
0,146
0,000
0,135
0,000
0,138
0,253
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,251
0,201
0,357
0,485
0,155
0,134
0,149
0,255
0,167
0,105
0,250
0,296
0,271
0,299
0,351
0,322
0,391
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
1,262
2,746
0,000
0,128
0,000
0,000
0,000
0,000
0,681
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,312
3,353
2,314
0,729
0,781
1,263
1,328
1,506
1,419
1,091
0,862
1,387
1,448
1,456
1,019
1,163
1,201
1,265
0,992
1,016
1,412
0,100
0,097
0,154
0,093
0,084
0,081
0,073
0,059
0,069
0,059
0,057
0,056
0,063
0,062
0,061
0,065
0,287
0,399
0,472
0,644
0,521
0,481
0,456
0,324
0,365
0,344
0,369
0,359
0,375
0,379
0,396
0,401
0,414
0,428
0,527
0,572
0,614
0,315
0,296
0,454
0,577
0,319
0,293
0,513
0,491
0,420
0,347
0,122
0,120
0,252
0,193
1,332
1,445
1,498
1,569
1,664
1,674
1,558
1,555
1,548
1,529
1,522
1,560
1,504
1,532
1,472
1,395
1,596
0,488
0,207
0,349
0,507
0,163
0,000
0,082
0,144
0,000
0,000
0,250
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,461
0,463
0,466
0,689
0,838
0,864
0,957
0,617
0,661
0,577
0,594
0,803
0,827
0,900
0,970
1,000
0,288
1,757
0,000
1,705
0,000
1,447
0,000
1,834
0,000
1,841
0,000
2,021
0,000
2,104
0,000
2,127
0,000
2,353
0,000
2,346
0,000
2,169
0,000
2,058
0,000
1,837
0,000
1,687
0,000
1,664
0,000
1,801
3,220
1,177
2,992
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.
Contudo, apenas a soja e o trigo superam o desempenho gaúcho em todos os
anos do período 1990-2006. Em 2006, a soja apresenta um CL = 1,596 e o trigo um CL =
1,177, embora na média absoluta do período ocorra uma inversão, o trigo com 1,878 e a
soja com 1,527.
Ratificam sua posição nas únicas duas estatísticas disponíveis o triticale, com CL =
3,220 em 2005 e CL = 2,992, e o girassol, com, respectivos, 1,262 e 2,746.
Em 2006, se destacam também a aveia com CL = 3,089 e a mandioca com CL =
1,412, sendo que ambos não superam o quociente gaúcho em apenas três oportunidades
ao longo do período referenciado.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
76
Embora sem atingir a unidade no quociente locacional no ano de 2006,
demonstraram suas potencialidades o amendoim, a cana-de-açúcar e o alho, assim
como, no período mais recente o linho e o tomate.
As demais culturas temporárias, apesar da efetividade, não atingiram a unidade no
quociente locacional do período, embora mereçam as considerações já referenciadas
anteriormente.
Na mesma direção, se passa a avaliar o comportamento da produção animal no
município de Ijuí. No primeiro recorte, conforme quadro abaixo, se apresenta a evolução
do rebanho local no período 1990-2006, relacionando posteriormente com o
correspondente estadual, sem calcular os quocientes locacionais, que fica prejudicado
pela
totalização
com
grandezas
diferentes.
Os
dados
apresentados,
também
disponibilizados pelo IBGE, são da Pesquisa Pecuária Municipal, conforme o efetivo do
rebanho em 31/12 de cada ano.
Quadro 5.9: Evolução do número de cabeças por tipo de rebanho em Ijuí, no período
1990-2006
Tipo de rebanho
Total
Bovino
Eqüino
Bubalino
Asinino
Muar
Suíno
Caprino
Ovino
Galos, frangas, frangos e pintos
Galinhas
Codornas
Coelhos
Ano
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
261.531 270.812 284.903 240.432 221.744 216.910 191.810 194.372 194.332 195.122 184.312 150.540 138.585 133.785 131.590 129.405 145.355
30.500 28.900 30.600 26.800 31.100 25.800 31.400 32.000 32.100 33.000 33.000 27.000 27.000 25.000 24.000 23.500 23.290
2.400
2.500
2.600
2.200
2.100
2.450
1.000
1.100
1.100
1.200
1.300
1.200
1.250
1.250
1.200
1.250
1.040
0
0
0
0
0
0
10
10
12
12
12
10
10
10
10
10
10
6
7
5
4
4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
85
95
98
83
80
80
10
12
10
10
10
10
10
10
10
10
0
20.600 21.800 20.800 17.470 20.430 24.300 22.200 23.300 22.700 22.000 19.600 15.200 10.850
8.700
9.000
9.120 10.120
140
160
150
125
130
130
90
100
110
100
90
70
65
65
60
65
55
1.500
1.550
1.450
1.220
1.200
1.250
1.200
1.250
1.300
1.100
800
600
500
400
460
480
410
110.200 115.000 121.000 101.640
93.150 97.600 105.000 88.200
650
700
800
670
2.300
2.500
2.400
2.020
98.000
66.170
630
1.900
95.000
65.500
600
1.800
77.500
53.700
4.100
600
78.000
54.000
4.000
600
78.200
54.100
4.100
600
80.000
53.000
4.100
600
75.000
50.000
4.000
500
60.000
42.000
4.000
450
55.000
40.000
3.500
400
50.000
45.000
3.000
350
48.000
46.000
2.500
350
47.000
45.000
2.600
370
54.900
53.000
2.200
330
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal (Efetivo dos rebanhos em 31/12).
De forma geral, se observa que o número de cabeças se reduziu no período
destacado em todos os rebanhos. O total, embora com a ressalva das diferentes
grandezas, foi reduzido praticamente à metade, já que apresentava em 1990 261.531
cabeças, declinando para 145.355 cabeças em 2006.
O rebanho bovino parte de 30.500 cabeças em 1990, atinge seu patamar máximo
em 2000, com 33.000 cabeças e registra 23.290 cabeças em 2006. Sem dúvidas o
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
77
processo de desmembramento territorial impactou este desempenho, assim como, dos
outros tipos de rebanho.
Os suínos evoluem de 20.600 cabeças em 1990 para respectivos 24.300 em 1995,
declinando, a partir de então, para 10.120 em 2006. Da mesma forma, os galos, frangos,
frangas e pintos, por um lado, e galinhas, por outro, respectivamente, 110.200 e 93.150
em 1990, avançam para 121.000 e 105.000 em 1992 e decaem para praticamente a
metade em 2006, com os registros de 54.900 e 53.000 cabeças.
O quadro não é diferente para os eqüinos, que apresentam 2.400 unidades em
1990, avançam para 2.600 em 1992 e reduzem para 1040 em 2006, assim como, para os
rebanhos de caprinos, ovinos, coelhos e codornas. Bubalinos, asininos e muar não
possuem expressão em número.
Para avançar dos números absolutos, o Quadro 5.10 demonstra a evolução da
participação relativa do município no contexto gaúcho, por tipo de rebanho.
Quadro 5.10: Evolução da participação relativa do rebanho de Ijuí no RS, no período
1990-2006
Tipo de rebanho
Bovino
Eqüino
Bubalino
Asinino
Muar
Suíno
Caprino
Ovino
Galos, frangas, frangos e
pintos
Galinhas
Codornas
Coelhos
1990
0,222
0,404
0,000
0,279
0,375
0,550
0,130
0,014
1991
0,211
0,419
0,000
0,330
0,443
0,566
0,147
0,015
1992
0,220
0,427
0,000
0,229
0,498
0,529
0,129
0,014
1993
0,190
0,356
0,000
0,180
0,447
0,432
0,102
0,013
0,188
0,462
0,554
1,109
0,177
0,254
0,487
1,124
0,174
0,264
0,426
0,993
0,131
0,205
0,494
0,846
1994
1995
0,214 0,181
0,342 0,406
0,000 0,000
0,178 0,000
0,452 0,534
0,489 0,572
0,100 0,099
0,012 0,013
0,123
0,151
0,391
0,824
0,086
0,297
0,387
0,874
1996
0,234
0,201
0,013
0,000
0,127
0,566
0,133
0,022
1997
0,234
0,213
0,013
0,000
0,150
0,573
0,146
0,024
0,094
0,252
1,402
0,618
0,087
0,257
1,467
0,590
Ano
1998
1999
2000
0,234 0,242 0,243
0,210 0,233 0,253
0,015 0,015 0,015
0,000 0,000 0,000
0,128 0,124 0,130
0,560 0,531 0,474
0,154 0,135 0,124
0,025 0,023 0,017
0,090
0,255
1,363
0,571
0,090
0,233
1,526
0,570
0,082
0,229
1,431
0,439
2001
0,195
0,250
0,012
0,000
0,133
0,373
0,092
0,014
2002
0,188
0,257
0,012
0,000
0,144
0,269
0,086
0,013
0,061
0,225
1,458
0,385
0,053
0,211
1,125
0,355
2003
2004
0,171 0,164
0,250 0,248
0,011 0,012
0,000 0,000
0,147 0,160
0,210 0,220
0,083 0,071
0,010 0,012
0,046
0,238
0,974
0,315
0,044
0,243
0,747
0,319
2005
0,165
0,262
0,012
0,000
0,170
0,215
0,075
0,013
2006
0,167
0,222
0,013
0,000
0,000
0,233
0,063
0,011
0,043
0,244
0,731
0,366
0,050
0,267
0,617
0,324
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal (Efetivo dos rebanhos em 31/12).
Neste olhar relativo, apenas as codornas no período 1996-2005 e os coelhos no de
1990-1995 superam o patamar referencial de 0,65%, que é a expressão do PIB municipal
na composição do PIB gaúcho de 2005. Todos os outros rebanhos não atingem a marca
referencial em nenhum momento no período destacado.
A partir deste rebanho se verifica a produção de origem animal. Optou-se por
utilizar como variável de referência de análise o valor da produção e por apresentar
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
78
diretamente a análise relativa, que anula os efeitos da inflação e das diferentes moedas
do período.
Assim, o Quadro 5.11 traz a participação relativa dos diferentes produtos animais
do município no respectivo agregado estadual, também no período 1990-2006.
Quadro 5.11: Evolução da participação relativa do valor da produção animal de Ijuí no RS,
no período 1990-2006
Tipo de produto
Total
Leite
Ovos de galinha
Ovos de codorna
Mel de abelha
Casulos do bicho-da-seda
Lã
1990
0,729
0,977
0,286
0,099
1,497
0,000
0,004
1991
0,595
0,862
0,253
0,103
1,578
0,000
0,002
1992
0,436
0,601
0,157
0,097
0,595
0,000
0,025
1993
0,355
0,529
0,107
0,038
0,451
0,000
0,005
1994
0,713
1,101
0,105
0,000
0,651
0,000
0,007
1995
0,653
0,891
0,181
0,115
0,882
0,000
0,005
1996
0,892
1,135
0,289
2,023
1,200
0,000
0,004
1997
0,887
1,153
0,317
1,961
1,037
0,000
0,004
Ano
1998
0,843
1,089
0,247
2,468
1,610
0,000
0,010
1999
0,844
1,080
0,277
1,598
1,301
0,000
0,005
2000
0,884
1,142
0,256
1,647
1,140
0,000
0,005
2001
0,757
0,945
0,227
1,343
1,088
0,000
0,004
2002
0,673
0,858
0,239
0,952
1,191
0,000
0,003
2003
0,535
0,668
0,238
0,993
0,830
0,000
0,003
2004
0,631
0,791
0,236
0,850
0,753
0,000
0,003
2005
0,641
0,798
0,218
0,611
0,564
0,000
0,003
2006
0,804
1,007
0,258
0,570
0,510
0,000
0,003
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal.
No total do valor da produção animal dos produtos destacados pelo IBGE o
município não atinge o valor referencial de 0,65% em apenas seis anos. Inicia com 0,73%
em 1990 e termina em 2006 com 0,80%, apresentando a menor participação em 1993
com 0,36% e tendo seu patamar máximo no ano de 2000 com 0,89%.
O desempenho total é fruto da produção de sua bacia leiteira que, por sinal, supera
nossa referência no período, com exceção de 1992 e 1993. No cálculo da média absoluta
no período 1990-2006, Ijuí detém a fatia de 0,92% da produção gaúcha de leite. No ano
de 2006, aparece com 1,01%, tendo seu pico do período em 1997 com 1,15%.
Embora sem atingir o patamar de referência em 2006, as produções de mel de
abelha e de ovos de codorna merecem destaque por desempenho superior, o primeiro em
nove anos e o segundo em 12 anos, com uma média absoluta no período 1990-2006 de
0,91% e 0,99%, e pico em 1998 de 2,47% e 1,61%, respectivamente.
Já no recorte dos quocientes locacionais, ainda por valor da produção animal, os
destaques também ficam por conta da produção de leite, de ovos de codorna e de mel de
abelha, conforme o Quadro 5.12.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
79
Quadro 5.12: Evolução dos quocientes locacionais por valor da produção animal de Ijuí no
RS, no período 1990-2006
Tipo de produto
Total
Leite
Ovos de galinha
Ovos de codorna
Mel de abelha
Casulos do bicho-da-seda
Lã
1990
1,000
1,340
0,392
0,136
2,055
0,000
0,005
1991
1,000
1,448
0,426
0,172
2,652
0,000
0,003
1992
1,000
1,379
0,359
0,223
1,365
0,000
0,058
1993
1,000
1,489
0,300
0,108
1,270
0,000
0,015
1994
1,000
1,543
0,147
0,000
0,913
0,000
0,010
1995
1,000
1,366
0,277
0,176
1,352
0,000
0,008
1996
1,000
1,272
0,324
2,267
1,344
0,000
0,005
1997
1,000
1,300
0,358
2,212
1,170
0,000
0,005
Ano
1998
1,000
1,291
0,293
2,927
1,910
0,000
0,011
1999
1,000
1,280
0,329
1,894
1,542
0,000
0,006
2000
1,000
1,291
0,289
1,862
1,289
0,000
0,005
2001
1,000
1,248
0,300
1,774
1,437
0,000
0,005
2002
1,000
1,274
0,355
1,414
1,769
0,000
0,004
2003
1,000
1,248
0,445
1,856
1,550
0,000
0,005
2004
1,000
1,253
0,374
1,346
1,193
0,000
0,005
2005
1,000
1,245
0,340
0,954
0,880
0,000
0,004
2006
1,000
1,252
0,321
0,710
0,635
0,000
0,003
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal.
O leite supera a unidade em todos os quocientes locacionais do período de 19902006. Inicia em 1990 com o CL = 1,340, tem seu auge em 1994 com CL = 1,543 e encerra
o período com CL = 1,252.
O mel de abelha, apesar de não atingir a unidade em 1994, 2005 e 2006, supera
esta barreira nos demais anos destacados. Atinge seu pico de produção relativa em 1991,
com CL = 2,652 e seu pior desempenho em 2006 com CL = 0,635, demonstrando
capacidade produtiva apesar da queda relativa nos anos mais recentes.
Por sua vez, a produção de ovos de codorna se destaca no período de 1996-2004,
quando superam o respectivo quociente estadual, chegando ao pico em 1998 com CL =
2,927. A pequena proporção da produção estadual poderia prejudicar a análise por
quociente locacional, contudo, com a ratificação no desempenho do rebanho e no
comportamento relativo específico da atividade, se afirma uma potencialidade local, por
sua efetividade.
Com estes demonstrativos do comportamento do setor primário no município de
Ijuí, se encerra este item indicando que o município de origem por colonização agrária,
que mantém sua estrutura minifundiária, embora não mais de subsistência e, sim, de
mercado, apresenta muitas potencialidades em termos de diversificação da produção. O
que talvez seja necessário é um planejamento macroeconômico, para maximizar a
ocupação dos fatores de produção disponíveis no campo e assim ampliar a agregação de
valor, inclusive estimulando o encadeamento produtivo local a montante e a jusante.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
80
5.1.2 – Setor Secundário
No capítulo anterior se verificou o comportamento da indústria local, segundo os
indicadores de produção, PIB e VAF, que indicaram uma fase próspera até os anos 60,
depois um ciclo de decadência absoluta e relativa até a metade da década de 90, e um
esboço de recuperação pós-real.
Para ajustar o foco de análise com a ampliação do leque das atividades industriais,
de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, se buscou
informações no Banco de Dados Agregados do Sistema IBGE de Recuperação
Automática – SIDRA, com as variáveis de número de estabelecimentos e pessoal
ocupado.
O Quadro 5.13 indica que em Ijuí, no ano de 2006, existiam 627 unidades
industriais, com 3.227 pessoas ocupadas, o que na média absoluta aponta 5,15 pessoas
por estabelecimento, já indicando o perfil de predominância da micro e pequena empresa
no seu parque fabril.
A indústria da transformação abarca 79,59% do total dos estabelecimentos, com
499 unidades, e 76,01% do pessoal ocupado, com 2.453 pessoas. Sua principal atividade
industrial, segundo a CNAE, é a fabricação de produtos alimentícios, com 93 empresas ou
14,83% do total da indústria, e ocupando 963 pessoas ou 29,84% do total de ocupados na
indústria. Destacam-se ainda em número de empresas a fabricação de móveis e
indústrias diversas com 63 unidades ou 10,05% e em pessoal ocupado a fabricação de
máquinas e equipamentos com 343 pessoas ou 10,63% do total.
Em segundo lugar por grupo de atividades, a indústria da construção civil,
apresenta 121 empresas e 487 pessoas ocupadas, respectivamente, 19,30% e 15,09%
do total. Depois, a produção e distribuição de eletricidade, gás e água, embora com
apenas 6 empresas, ocupam 287 pessoas ou 8,89% do total da indústria.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
81
Quadro 5.13: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo
de indústria de Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006.
Variável
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Total da indústria
C Indústrias extrativas
10 Extração de carvão mineral
11 Extração de petróleo e serviços relacionados
13 Extração de minerais metálicos
14 Extração de minerais não-metálicos
D Indústrias de transformação
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
16 Fabricação de produtos do fumo
17 Fabricação de produtos têxteis
18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem
e calçados
20 Fabricação de produtos de madeira
21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
22 Edição, impressão e reprodução de gravações
23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis
nucleares e produção de álcool
24 Fabricação de produtos químicos
25 Fabricação de artigos de borracha e plástico
26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
27 Metalurgia básica
28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos
29 Fabricação de máquinas e equipamentos
30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática
31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de
comunicações
33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares,
instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial,
cronômetros e relógios
34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias
35 Fabricação de outros equipamentos de transporte
36 Fabricação de móveis e indústrias diversas
37 Reciclagem
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
40 Eletricidade, gás e água quente
41 Captação, tratamento e distribuição de água
F Construção
45 Construção
Variável
Número de
unidades
locais
(Unidade)
Pessoal
ocupado
total
(Pessoas)
627
1
3227
0
Número de
unidades
locais
(Em %)
Pessoal
ocupado
total
(Em %)
93
0
15
53
963
0
43
83
100,00%
0,16%
0,00%
0,00%
0,16%
0,00%
79,59%
14,83%
0,00%
2,39%
8,45%
13
32
7
27
19
81
21
114
2,07%
5,10%
1,12%
4,31%
0,59%
2,51%
0,65%
3,53%
0
14
18
37
6
61
34
0
12
0
72
129
119
31
213
343
0
30
0,00%
2,23%
2,87%
5,90%
0,96%
9,73%
5,42%
0,00%
1,91%
0,00%
2,23%
4,00%
3,69%
0,96%
6,60%
10,63%
0,00%
0,93%
3
7
0,48%
0,22%
2
5
3
63
1
0
26
2
153
0
0,32%
0,80%
0,48%
10,05%
0,16%
0,96%
0,64%
0,32%
19,30%
19,30%
0,00%
0,81%
0,06%
4,74%
0,00%
8,89%
7,62%
0,00%
15,09%
15,09%
0
0
1
0
499
0
0
0
0
2.453
6
287
4
2
121
246
0
487
121
487
100,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
76,01%
29,84%
0,00%
1,33%
2,57%
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. Nota: Os dados com menos de três
informantes não foram considerados.
Seguindo o tratamento metodológico anterior, se parte para a análise relativa da
indústria de Ijuí no contexto industrial do Estado do Rio Grande do Sul. Primeiro, o
Quadro 5.14 apresenta a participação relativa por tipo de indústria segundo a CNAE.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
82
Quadro 5.14: Participação relativa por atividade industrial, em número de unidades e
pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006.
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Total da indústria
C Indústrias extrativas
10 Extração de carvão mineral
11 Extração de petróleo e serviços relacionados
13 Extração de minerais metálicos
14 Extração de minerais não-metálicos
D Indústrias de transformação
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
16 Fabricação de produtos do fumo
17 Fabricação de produtos têxteis
18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e
calçados
20 Fabricação de produtos de madeira
21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
22 Edição, impressão e reprodução de gravações
23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e
produção de álcool
24 Fabricação de produtos químicos
25 Fabricação de artigos de borracha e plástico
26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
27 Metalurgia básica
28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos
29 Fabricação de máquinas e equipamentos
30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática
31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações
33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos
de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios
34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias
35 Fabricação de outros equipamentos de transporte
36 Fabricação de móveis e indústrias diversas
37 Reciclagem
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
40 Eletricidade, gás e água quente
41 Captação, tratamento e distribuição de água
F Construção
45 Construção
Participação Relativa
Número de
Pessoal
unidades
ocupado
0,69%
0,34%
0,05%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
1,69%
0,00%
0,00%
0,00%
0,69%
0,34%
0,89%
0,79%
0,00%
0,00%
0,64%
0,31%
0,72%
0,30%
0,14%
0,01%
0,66%
0,34%
1,01%
0,19%
0,60%
0,46%
0,00%
0,78%
0,77%
1,08%
0,62%
0,73%
0,76%
0,00%
0,98%
0,65%
0,00%
0,38%
0,40%
0,55%
0,23%
0,40%
0,56%
0,00%
0,25%
0,13%
0,43%
0,59%
1,32%
0,82%
0,26%
0,58%
0,61%
0,53%
0,80%
0,80%
0,00%
0,07%
0,06%
0,28%
0,00%
1,65%
2,39%
0,00%
0,25%
0,25%
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas.
Utilizando-se como referencial de análise ainda a parcela de 0,65% do PIB de Ijuí
na composição estadual em 2005, se observa que no total da indústria o município supera
a marca em número de empresas, com 0,69% de participação na indústria gaúcha,
embora concentre apenas 0,34% no pessoal ocupado.
Este desempenho se repete exatamente igual, até por seu dimensionamento, na
indústria da transformação e praticamente do mesmo modo na construção civil, 0,80% e
0,25%, respectivamente. Embora diversas atividades neste grupo superem a marca em
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
83
número, conforme destaques, apenas a fabricação de produtos alimentícios e bebidas
ultrapassa a barreira no pessoal ocupado, com 0,79%.
Além deste, somente as atividades industriais do grupo de produção e distribuição
de eletricidade, gás e água apresenta ainda participação com expressão estadual em
pessoal ocupado, com 1,65%, embora não atinja o mesmo patamar em número de
empresas, com a fatia de 0,58%. O destaque se dá pela representatividade relativa da
eletricidade, gás e água quente, que atinge 2,39% de participação em pessoal ocupado
da respectiva atividade em âmbito estadual.
Este quadro, com apenas duas atividades fabris se destacando em número de
pessoal ocupado respectivamente em suas correspondentes atividades no contexto
industrial do Rio Grande do Sul, caminha no sentido de confirmar o indicativo de que o
parque fabril do município é constituído basicamente de micro e pequena empresas.
Com propósitos ainda nesta direção, se avança para a verificação dos quocientes
locacionais de Ijuí no Estado, ainda em número de estabelecimentos e pessoal ocupado
segundo a Classificação Nacional das Atividades Econômicas, o que fica demonstrado no
Quadro 5.15, que, mais uma vez, ratifica este perfil da indústria do município.
O principal destaque se dá, mais uma vez, nas atividades de eletricidade, gás e
água quente, com um expressivo CL de 6,957 em pessoal ocupado, que se sabe reflexo
da geração local de energia por usina hidrelétrica.
A atividade industrial de fabricação de produtos alimentícios e bebidas também
confirma os indicativos anteriores com um CL de 2,312 em ocupação de pessoas. Neste
quesito, embora não na mesma dimensão, se seguem as atividades industriais de
fabricação de máquinas e equipamentos, fabricação de produtos de minerais nãometálicos e edição, impressão e reprodução de gravações.
Demais atividades industriais se dão no entorno ou abaixo da unidade no CL de
pessoal ocupado.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
84
Quadro 5.15: Quociente locacional do setor secundário de Ijuí no RS, segundo o número
de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006.
Quociente Locacional
Número de
Pessoal
unidades
ocupado
1,000
1,000
Total da indústria
0,075
0,000
C Indústrias extrativas
10 Extração de carvão mineral
0,000
0,000
11 Extração de petróleo e serviços relacionados
0,000
0,000
13 Extração de minerais metálicos
2,439
0,000
14 Extração de minerais não-metálicos
0,000
0,000
0,994
0,997
D Indústrias de transformação
15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas
1,282
2,312
16 Fabricação de produtos do fumo
0,000
0,000
17 Fabricação de produtos têxteis
0,916
0,911
18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
1,029
0,882
19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem
0,206
0,033
20 Fabricação de produtos de madeira
0,950
1,004
21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
1,454
0,558
22 Edição, impressão e reprodução de gravações
0,866
1,338
23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis
0,000
0,000
nucleares e produção de álcool
24 Fabricação de produtos químicos
1,128
1,093
25 Fabricação de artigos de borracha e plástico
1,112
1,178
26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
1,553
1,593
27 Metalurgia básica
0,888
0,661
28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos
1,050
1,156
29 Fabricação de máquinas e equipamentos
1,091
1,628
30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática
0,000
0,000
31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
1,410
0,720
32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de
0,929
0,392
comunicações
33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares,
0,626
0,000
instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial,
34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias
0,843
0,199
35 Fabricação de outros equipamentos de transporte
1,894
0,161
36 Fabricação de móveis e indústrias diversas
1,186
0,806
37 Reciclagem
0,368
0,000
0,834
4,797
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
40 Eletricidade, gás e água quente
0,876
6,957
41 Captação, tratamento e distribuição de água
0,762
0,000
1,156
0,716
F Construção
1,156
0,716
45 Construção
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas.
Quanto ao número de estabelecimentos no contexto da indústria estadual, o CL
mais expressivo é da extração de minerais metálicos, com 2,439. As poucas atividades
industriais que ainda superam a unidade estão destacadas no quadro.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
85
Em resumo, o setor secundário do município ainda está distante de expressão no
contexto industrial do Rio Grande do Sul. Embora diversas atividades estejam registradas,
nenhuma desponta no cenário gaúcho.
5.1.3 – Setor Terciário
Conforme já demonstrado na análise do Produto Interno Bruto, o setor terciário
sempre foi o carro-chefe da economia do município, com uma fatia no entorno de 70% do
total da geração de riqueza.
Também, é apontado como um centro regional de comércio e de serviços, em
especial, na área da educação e da saúde. Com o objetivo de investigar esta assertiva, se
busca um diagnóstico do setor, a partir da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas que permite uma melhor leitura das atividades desenvolvidas na área.
Para tal, da mesma forma que no setor secundário, se recorre aos dados no ano de
2006 do Cadastro Geral de Empresas do IBGE, no recorte de número de
estabelecimentos e pessoal ocupado, para tratamento metodológico de análise absoluta e
relativa, esta local e estadual.
Assim, de imediato e conforme Quadro 5.16, se registram no município, no ano de
2006, 4.815 empresas no setor terciário, ocupando respectivamente 15.938 pessoas. Isto
representa praticamente 8 vezes o número de empresas industriais e 5 vezes o número
de pessoal ocupado.
Entre os grupos de atividades, segundo a CNAE, o de comércio de reparação de
veículos automotores, objetos pessoais e domésticos abarcam 67,60% do número de
estabelecimentos e 49,59 % do pessoal ocupado. O destaque específico se dá para as
atividades de comércio varejista e reparação de objetos com 2.461 empresas, ou 51,11%
do total, e 5.213 pessoas, ou 32,71% dos ocupados.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
86
Em número de pessoal ocupado, se sucedem os grupos da administração pública,
defesa e seguridade social com 1.699 pessoas ocupadas e 10,66% do total, da educação
e da saúde e serviços sociais, respectivamente, 1.506 e 9,45%, 1.308 e 8,33%.
Quadro 5.16: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo
de atividade terciária em Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006.
Variável
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Total do setor terciário
G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos
pessoais e domésticos
50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas;
e comércio a varejo de combustíveis
51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes
do comércio
52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e
H Alojamento e alimentação
55 Alojamento e alimentação
I Transporte, armazenagem e comunicações
60 Transporte terrestre
61 Transporte aquaviário
62 Transporte aéreo
63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de
viagem
64 Correio e telecomunicações
J Intermediação financeira, seguros, previdência
complementar e serviços relacionados
65 Intermediação financeira
66 Seguros e previdência complementar
67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e
previdência complementar
K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às
empresas
70 Atividades imobiliárias
71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem
condutores ou operadores e de objetos pessoais e domésticos
72 Atividades de informática e serviços relacionados
73 Pesquisa e desenvolvimento
74 Serviços prestados principalmente às empresas
L Administração pública, defesa e seguridade social
75 Administração pública, defesa e seguridade social
M Educação
80 Educação
N Saúde e serviços sociais
85 Saúde e serviços sociais
O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas
91 Atividades associativas
92 Atividades recreativas, culturais e desportivas
93 Serviços pessoais
P Serviços domésticos
95 Serviços domésticos
Q Organismos internacionais e outras instituições
extraterritoriais
99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
Variável
Número de
unidades
locais
(Unidade)
Pessoal
ocupado
total
(Pessoas)
Número de
unidades
locais
(Em %)
Pessoal
ocupado
total
(Em %)
4.815
15.938
100,00%
100,00%
3.255
7.904
67,60%
49,59%
407
1.300
8,45%
8,16%
387
2.461
272
272
238
196
0
0
1.391
5.213
666
666
881
711
0
0
8,04%
51,11%
5,65%
5,65%
4,94%
4,07%
0,00%
0,00%
8,73%
32,71%
4,18%
4,18%
5,53%
4,46%
0,00%
0,00%
32
10
104
66
0,66%
0,21%
0,65%
0,41%
34
13
264
81
1,43%
0,71%
0,27%
2,40%
1,66%
0,51%
22
38
0,46%
0,24%
83
222
7,77%
1,72%
5,62%
1,39%
27
31
0
233
44
93
0
536
0,56%
0,64%
0,00%
4,84%
0,10%
0,10%
1,29%
1,29%
2,14%
2,14%
9,08%
0,04%
6,19%
1,99%
0,85%
0,00%
0,00%
0,28%
0,58%
0,00%
3,36%
10,66%
10,66%
9,45%
9,45%
8,33%
8,33%
4,24%
0,00%
1,78%
1,92%
0,46%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
69
383
374
895
5
5
62
62
103
103
437
2
298
96
41
0
0
0
1.699
1.699
1.506
1.506
1.328
1.328
676
0
283
306
74
0
0
0
0
0
0,00%
0,00%
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
87
Para melhor visualizar este contexto, o Quadro 5.17 apresenta a participação
relativa das atividades locais nas correspondentes atividades estaduais, em que estão
destacadas as atividades que superam o patamar referencial de 0,65% do PIB, no ano de
sua última estatística disponibilizada pelos órgãos oficiais, 2005.
Quadro 5.17: Participação relativa por atividade terciária, em número de unidades e
pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006.
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Total do setor terciário
G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos
50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo
de combustíveis
51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio
52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos
H Alojamento e alimentação
55 Alojamento e alimentação
I Transporte, armazenagem e comunicações
60 Transporte terrestre
61 Transporte aquaviário
62 Transporte aéreo
63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem
64 Correio e telecomunicações
J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços
relacionados
65 Intermediação financeira
66 Seguros e previdência complementar
67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e previdência
complementar
K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas
70 Atividades imobiliárias
71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem condutores ou operadores e de
objetos pessoais e domésticos
72 Atividades de informática e serviços relacionados
73 Pesquisa e desenvolvimento
74 Serviços prestados principalmente às empresas
L Administração pública, defesa e seguridade social
75 Administração pública, defesa e seguridade social
M Educação
80 Educação
N Saúde e serviços sociais
85 Saúde e serviços sociais
O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas
91 Atividades associativas
92 Atividades recreativas, culturais e desportivas
93 Serviços pessoais
P Serviços domésticos
95 Serviços domésticos
Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
Participação Relativa
Número de
Pessoal
unidades
ocupado
0,91%
0,74%
1,08%
1,03%
1,23%
0,98%
1,08%
0,70%
0,70%
0,75%
0,80%
0,00%
0,00%
0,67%
0,44%
1,26%
1,10%
0,97%
0,62%
0,62%
0,56%
0,61%
0,00%
0,00%
0,44%
0,41%
0,93%
0,90%
1,62%
0,64%
0,58%
1,20%
0,78%
0,51%
0,40%
0,52%
0,34%
0,48%
0,74%
0,39%
0,00%
0,57%
0,39%
0,39%
0,75%
0,75%
0,87%
0,87%
0,83%
0,46%
0,98%
0,78%
0,44%
0,00%
0,54%
0,36%
0,00%
0,29%
0,37%
0,37%
1,65%
1,65%
1,12%
1,12%
0,58%
0,00%
0,51%
0,93%
0,46%
0,00%
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
88
Os dados indicam que Ijuí detém a fatia de 0,91% do total dos estabelecimentos
registrados nas atividades terciárias no Estado do Rio Grande do Sul, com
correspondentes 0,74% do total das pessoas ocupadas.
Entre os grupos da CNAE, mais uma vez, o destaque para as atividades de
comércio, de educação e de saúde, por superar o patamar referencial nos dois recortes.
Os outros grupos que se destacam em número de empresas, não repetem o desempenho
em pessoal.
Para avançar na leitura, se registra os respectivos quocientes locacionais.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
89
Quadro 5.18: Quociente locacional do setor terciário de Ijuí no RS, segundo o número de
unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006.
Quociente Locacional
Número de
Pessoal
unidades
ocupado
1,000
1,000
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Total do setor terciário
G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos
50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo
de combustíveis
51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio
52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos
H Alojamento e alimentação
55 Alojamento e alimentação
I Transporte, armazenagem e comunicações
60 Transporte terrestre
61 Transporte aquaviário
62 Transporte aéreo
63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem
64 Correio e telecomunicações
J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços
relacionados
65 Intermediação financeira
66 Seguros e previdência complementar
67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e previdência
complementar
K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas
70 Atividades imobiliárias
71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem condutores ou operadores e de
objetos pessoais e domésticos
72 Atividades de informática e serviços relacionados
73 Pesquisa e desenvolvimento
74 Serviços prestados principalmente às empresas
L Administração pública, defesa e seguridade social
75 Administração pública, defesa e seguridade social
M Educação
80 Educação
N Saúde e serviços sociais
85 Saúde e serviços sociais
O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas
91 Atividades associativas
92 Atividades recreativas, culturais e desportivas
93 Serviços pessoais
P Serviços domésticos
95 Serviços domésticos
Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
1,181
1,384
1,343
1,067
1,178
0,766
0,766
0,823
0,880
0,000
0,000
0,737
0,483
1,690
1,472
1,304
0,835
0,835
0,749
0,819
0,000
0,000
0,595
0,550
1,021
0,989
1,770
0,859
0,773
1,613
0,852
0,555
0,436
0,702
0,452
0,640
0,807
0,422
0,000
0,621
0,431
0,431
0,816
0,816
0,952
0,952
0,913
0,500
1,074
0,857
0,483
0,000
0,727
0,477
0,000
0,394
0,501
0,501
2,213
2,213
1,503
1,503
0,781
0,000
0,687
1,249
0,620
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas.
Os
quocientes
locacionais
do
quadro
acima
apontam,
em
número
de
estabelecimentos, o destaque para o grupo do comércio de reparação de veículos
automotores, objetos pessoais e domésticos com um CL de 1,181. No desdobramento de
suas atividades, todos ultrapassam a unidade: comércio e reparação de veículos e
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
90
motocicletas e comércio a varejo de combustíveis, CL = 1,343; comércio varejista e
reparação de objetos pessoais e domésticos, CL = 1,178; e, comércio por atacado e
representante comerciais e agentes de comércio, CL = 1,067.
Superam ainda a unidade em número de empresas, as atividades de seguros e
previdência complementar, com CL = 1,770, e atividades associativas, CL = 1,074. Todas
as demais atividades ficam abaixo da média gaúcha na grandeza numérica de empresas.
Já no recorte de pessoal ocupado, o principal destaque se dá na área da educação
com o CL = 2,213, seguido do grupo da saúde e serviços sociais, CL = 1,503 e do
comércio de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, CL = 1,384.
Entre as atividades, além da educação e saúde, superam a unidade em número de
pessoas ocupadas: comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e
comércio a varejo de combustíveis; seguros e previdência complementar; comércio por
atacado, representantes comerciais e agentes do comércio; comércio varejista e
reparação de objetos pessoais e domésticos; e, atividades recreativas, culturais e
desportivas. As demais atividades não atingem a unidade.
Esta investigação, embora longe de ser conclusiva ou de se constituir em uma
pesquisa específica de mercado, pelas metodologias aplicadas, pode dar indicativos de
carências e potencialidades locais no setor terciário. Por outro lado, parece ratificar a
leitura de pólo comercial, tanto no atacado quanto no varejo, e de serviços, em especial,
educação e saúde, pelas referências de localização de pessoal ocupado.
5.2 – EMPREGO E RENDA
Para focar a análise nos movimentos do emprego e renda, se trabalha com dados
disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, contendo informações
anuais da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS até o ano de 2007 e do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados - CAGED para o ano de 2008.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
91
As estatísticas são referentes ao emprego formal, portanto de carteira assinada, o
que vai necessariamente diferir das informações anteriores de pessoal ocupado e, nem
de longe, vai espelhar a real ocupação no município, visto não abarcar, além dos
autônomos, agricultores e profissionais liberais, todas as atividades da economia informal.
De imediato, o Gráfico 5.1 apresenta a evolução do emprego formal em Ijuí no
período de janeiro de 2000 a novembro de 2008, relacionando o número de trabalhadores
admitidos e demitidos no período.
Gráfico 5.1 – Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de
empregados admitidos e demitidos no período jan/2000 – nov/2008.
Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de empregados admitidos e
demitidos no período jan/2000-nov/2008
18000
16000
14000
12000
Número
16181
14915
12231
12884
12339
13980
13299
14086
14089
10000
8000
5633
6899
6140
5314
4631
4634
4761
4867
4887
4314
4729
4554
4009
4341
4449
4200
2000
4054
4000
5568
6000
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
nov/08
Período
Admitidos
Demitidos
Empregos formais
Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE.
Os dados indicam que em 01 de janeiro de 2000 existiam em Ijuí 12.231
trabalhadores com carteira assinada e atingindo sua melhor marca na última informação
do período, 16.181 trabalhadores em 30 de novembro de 2008, o que indica um
crescimento de 32,29%.
Em todo o período se observa que o número de admitidos superou o número de
demitidos, embora em 2001, 2005 e 2006 a diferença tenha sido irrisória. A melhor
performance municipal se dá exatamente no final do recorte temporal, 2007 e 2008.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
92
Para avançar na leitura das estatísticas absolutas, o Gráfico 5.2 apresenta a
evolução da participação relativa do emprego formal no contexto gaúcho, no mesmo
período.
Gráfico 5.2- Evolução da participação relativa do emprego formal do município no Estado,
no período de jan/2000 – nov/2008
Evolução da participação relativa do emprego formal do município no Estado, no período de jan/2000 nov/2008
Participação relativa
0,8200%
0,8100%
0,8134%
0,8000%
0,7900%
0,7947%
0,7894%
0,7800%
0,7700%
0,7917%
0,7781%
0,7763%
0,7751%
0,7727%
0,7600%
0,7500%
0,7574%
0,7514%
0,7400%
0,7300%
de
z/
99
m
ar
/0
0
ju
n/
00
se
t/0
0
de
z/
00
m
ar
/0
1
ju
n/
01
se
t/0
1
de
z/
01
m
ar
/0
2
ju
n/
02
se
t/0
2
de
z/
02
m
ar
/0
3
ju
n/
03
se
t/0
de 3
z/
03
m
ar
/0
4
ju
n/
04
se
t/0
de 4
z/
04
m
ar
/0
5
ju
n/
05
se
t/0
5
de
z/
05
m
ar
/0
6
ju
n/
06
se
t/0
6
de
z/
06
m
ar
/0
7
ju
n/
07
se
t/0
7
de
z/
07
m
ar
/0
8
ju
n/
08
0,7200%
Período
Ijuí / RS
Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE.
Na relação com o Rio Grande do Sul se observa uma performance diferenciada
daquela dos números absolutos. Pelos dados, a melhor participação se dá em 01 de
janeiro de 2000, com a fatia de 0,8134% do total do emprego formal gaúcho, atingindo em
30 de novembro de 2008 correspondentes 0,7751%, o que indica uma redução relativa de
4,71% no período. Isto indica que, apesar do crescimento absoluto, o emprego formal no
município de Ijuí não acompanhou a média estadual nos extremos do período destacado.
Os anos de 2000, 2001, 2004, 2005 e 2006, foram anos de recuo na participação
relativa estadual, com avanços nos anos de 2002, 2003, 2007 e 2008, sem, contudo, em
nenhum deles alcançar a marca do início da década.
Entretanto, vale aqui destacar a correlação do emprego formal com os dados do
PIB, que também indicaram crescimento relativo ao RS em 2002 e 2003 e queda em 2004
e 2005. Naquele tópico, se indica que estes dois anos de redução relativa não deveriam
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
93
apontar para um novo ciclo e sim, que fossem vistos como efeitos pontuais de safras
negativas, o que aqui se confirma pela retomada de 2007 e 2008.
Voltando à análise específica do emprego formal, o Quadro 5.19 traz a
movimentação das admissões e demissões totais no período, por tipo de evento. No
período total, ocorreram 46.040 admissões e 41.944 demissões, o que representa um
saldo positivo de 4.096 novos empregos com carteira assinada no município, que aponta
para 0,68% das 601.910 vagas novas geradas no Rio Grande do Sul no período.
Quadro 5.19: Admissões e Demissões, por tipo, em Ijuí e no RS, no período de
janeiro/2000 a novembro/2008
Município
%
qtde
Movimentação
RS
qtde
Admissões
1º Emprego
Reemprego
Reintegração
Contr. Trabalho Prazo Determ.
Transferência
Total
12.221
33.214
1
74
530
46.040
1,19
0,50
0,08
0,32
0,50
0,59
1.031.048
6.694.338
1.195
23.371
105.814
7.855.766
Desligamentos
Dispensados sem Justa Causa
Dispensados com Justa Causa
A Pedido
Término de Contrato
Aposentadoria
Morte
Término Contrato Prazo Determ.
Transferência
Total
31.302
117
7.070
2.408
114
142
177
614
41.944
0,61
0,20
0,47
0,67
0,59
0,67
0,58
0,58
0,58
5.152.990
58.446
1.507.130
359.314
19.249
21.327
30.260
105.140
7.253.856
4.096
0,68
601.910
Variação
Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE.
Entre as admissões, a principal movimentação se deu no reemprego, com 33.214
ocorrências, o que representou 0,50% no período, seguida pelo primeiro emprego, com
12.221 registros, indicando expressivos 1,19% do total do Estado.
Já nas demissões, a dispensa sem justa causa apontou 31.302 movimentos ou
0,61% do correspondente estadual, seguido de longe pelos pedidos de demissão com
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
94
7.070 ocorrências ou 0,47do total no Estado no período de janeiro de 2000 a 30 de
novembro de 2008.
A fotografia do mercado local de trabalho apontava em 2007, conforme Quadro
5.20, 14.915 empregos formais, sendo 8.134 postos ocupados por pessoas do sexo
masculino e 6.781 por pessoas do sexo feminino. O principal grupo de atividades
empregadoras de mão-de-obra formal foram, naquele ano, os serviços, seguido do
comércio, da indústria da transformação e da administração pública. O setor terciário,
mais uma vez, se destaca com 11.969 postos ou 80,25% do total de empregos formais no
município de Ijuí.
Quadro 5.20: Dados do mercado formal de trabalho de Ijuí, por gênero e atividades
econômicas, em 2007 e 2008.
Atividades
Masc.
Fem.
Total das Atividades
Extrativa Mineral
Indústria de Transformação
Serviços Industriais de Utilidade Pública
Construção Civil
Comércio
Serviços
Administração Pública
Agropecuária
8134
6781
0
1690
259
354
2797
2259
581
194
0
372
37
9
2001
3156
1175
31
Total
2007
14915
Adm.
2008
6899
0
2062
296
363
4798
5415
1756
225
0
1012
24
543
2824
2384
41
71
Desl.
2008
5633
0
824
16
410
2378
1938
9
58
Saldo
2008
1266
0
188
8
133
446
446
32
13
Total
Nov/2008
16181
0
2250
304
496
5244
5861
1788
238
Fonte: Dados 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE.
Os dados permitem ainda, a partir das estatísticas do CAGED, identificar os
movimentos do emprego formal no ano de 2008. Assim, o estoque em novembro de 2008
é de 16.181 registros, indicando um fluxo positivo de 1.266 novas vagas. Por
coincidência, o comércio e os serviços geraram cada um 446 novos postos de trabalho,
continuando, desta forma, este último como principal empregador com 5.861 registros. O
setor terciário, composto, por comércio, serviços e administração pública, aponta 12.893
postos ou 79,68% do total.
No tocante a renda, as informações da RAIS – 2007 permitiram extrair o Quadro
5.21 com indicadores de salários correntes médios pagos por grupos de atividades
econômicas.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
95
Quadro 5.21: Salários correntes médios, em reais, pagos por gênero e por grupos de
atividades econômicas, em dezembro de 2007.
Indicadores
Total das Atividades
Extrativa Mineral
Indústria de Transformação
Serviços Industriais de Utilidade Pública
Construção Civil
Masculino
Feminino
Total
1190,36
1076,99
1138,81
0
0
0
880,27
651,70
839,04
2046,64
1.660,90
1998,42
601,51
493,26
598,83
Comércio
1000,49
691,80
871,75
Serviços
1451,74
1182,01
1294,53
Administração Pública
2138,76
1587,55
1769,92
676,29
472,70
648,24
Agropecuária
Fonte: CAGED/MTE.
O salário médio de emprego formal pago em dezembro de 2007 no município de
Ijuí foi de R$ 1.138,81, sendo que os empregados do sexo masculino receberam em
média R$ 1.190,36 e os do sexo feminino equivalentes R$ 1.076,99.
Entre os grupos de atividades, os serviços industriais de utilidade pública pagaram
o maior salário médio total, de R$ 1.998,42, seguidos da administração pública com R$
1.769,92.
Por gênero, os maiores salários médios registrados também se encontram nestes
dois grupos de atividades: R$ 2.138,76 para trabalhadores do sexo masculino na
administração pública e R$ 1.660,90 para trabalhadoras do sexo feminino nos serviços
industriais de utilidade pública.
No limite inferior, a construção civil apresentou a menor remuneração, de R$
598,83, no salário médio total e de R$ 601,51 para empregados do sexo masculino,
enquanto que para as ocupações do sexo feminino o menor salário médio, de R$ 472,70
foi registrado pela agropecuária.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
96
Na busca de ampliar as informações, com enfoque na distribuição da renda formal
no município, se buscou uma estratificação a partir da Classificação Nacional das
Atividades Econômicas, conforme Quadro 5.22, que indica, em salários mínimos, a
fotografia municipal em dezembro de 2007.
Quadro 5.22: Estratificação da renda formal em Ijuí, em salários mínimos, segundo CNAE,
em dezembro 2007.
Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE)
Total do município
Até
0,50
0,51 1,00
1,01 1,50
1,51 2,00
2,01 3,00
3,01 4,00
117
519
3608
3306
3128
1231
A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração
florestal
0
B Pesca
4
0
Total do setor primário
0
C Indústrias extrativas
109
0
4
63
3
112
28
0
63
716
10
2
30
Em Salários Mínimos
4,01 - 5,01 7,01 5,00
7,00
10,00
2
0
10
734
0
0
2
566
15,01 20,00
Mais de
20
Ignorado
Total
344
167
100
379
14915
1
0
0
10,01 15,00
0
0
1
0
0
0
0
0
0
3
0
0
220
0
3
5
225
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
15
50
471
676
435
129
55
63
39
14
1
2
81
2.031
E Produção e distribuição de eletricidade, gás e
água
5
0
3
12
27
57
65
73
28
21
3
0
2
296
F Construção
1
10
143
143
27
7
6
2
0
0
0
0
24
363
D Indústrias de transformação
Total do setor secundário
21
G Comércio; reparação de veículos automotores,
objetos pessoais e domésticos
H Alojamento e alimentação
I Transporte, armazenagem e comunicações
J Intermediação financeira, seguros, previdência
complementar e serviços relacionados
K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços
prestados às empresas
L Administração pública, defesa e seguridade social
M Educação
N Saúde e serviços sociais
O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
P Serviços domésticos
Q Organismos internacionais e outras instituições
extraterritoriais
Total do setor terciário
617
831
26
60
211
1.757
1.130
888
308
149
95
78
36
22
23
75
4.798
1
19
212
115
71
17
8
3
2
0
0
0
10
458
193
126
138
67
35
4
2
107
2690
1
9
66
130
237
100
24
20
4
0
1
0
13
605
0
0
30
28
39
45
38
41
68
41
19
9
3
361
23
67
208
108
81
27
11
17
8
2
0
0
41
593
0
1
155
240
399
235
184
213
179
78
40
22
12
1.758
13
62
79
164
299
164
115
131
111
135
76
42
42
1.433
3
39
220
409
531
97
45
67
40
16
4
2
41
1.514
29
47
152
88
64
35
14
9
8
1
1
0
32
480
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
96
489
0
455
0
2879
0
2412
0
2609
0
1028
0
588
0
596
0
498
0
309
0
163
0
98
0
269
0
12000
Fonte: RAIS-2007/MTE.
Os dados apontam que a grande concentração do emprego formal em Ijuí se dá no
extrato acima de 01 até 03 salários mínimos com 67,33% do total das vagas ocupadas, ou
10.042 empregados. No extrato inferior, até 01 salário mínimo, se encontram 636
trabalhadores ou 4,26% do total e no extrato superior, acima de 10 salários mínimos, 611
empregados com a fatia de 4,10% do total.
Como o objetivo deste trabalho não é de amiudar a análise no ambiente
microeconômico e sim buscar indicativos gerais, macroscópicos, da socioeconomia local,
fica o registro de diversas outras possíveis leituras dos quadros acima.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
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Contudo, conforme já referenciado, o emprego formal representa apenas parte da
ocupação total da mão-de-obra do município de Ijuí. Para tentar avaliar o conjunto, na
falta de dados oficiais disponíveis, se fez inferências a partir dos dados do último censo
do IBGE, no ano de 2000.
Assim, para ultimar a análise, o censo indicou uma População Economicamente
Ativa – PEA de 40.511 pessoas ou 51,63% dos 78.461 habitantes no município naquele
ano. Deste contingente, 34.914 pessoas foram declaradas ocupadas, ou 86,18% do PEA,
o que aponta para uma taxa de desemprego de 13,82%, ou de 5.597 pessoas. Entre os
ocupados, 12.231 trabalhadores têm carteira assinada (RAIS – 2000), 7.791
trabalhadores foram indicados como autônomos e 14.892 trabalhadores foram apontados
como ocupados na informalidade.
Uma simulação para o ano de 2007, em que o IBGE aponta uma redução absoluta
da população para 76.739 habitantes e em que o emprego formal avançou para 14.915
trabalhadores,
invariavelmente
vai
apontar
para
um
quadro
positivo
no
emprego/ocupação, quer por redução na taxa de desemprego, quer por ampliação da
formalidade na ocupação.
Como em 2008, pelas estatísticas do CAGED, o mercado de trabalho formal
também se ampliou, pode se deduzir que, conforme já apontado pelas estatísticas do PIB,
o município experimenta um ciclo virtuoso de crescimento econômico nos últimos anos,
em especial, no período pós-real, apesar do arrefecimento pontual apontado no período
2004-2006.
As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda
98
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nem de longe, este trabalho pretendeu ser conclusivo, pelo contrário, se partiu da
premissa de que a socioeconomia local é um sistema complexo em que interagem
múltiplas variáveis de dimensões diferenciadas, tanto endógenas quanto exógenas.
Contudo, é inegável que os indicadores trabalhados já permitem um olhar qualificado no
estágio de desenvolvimento da economia local.
O histórico de ocupação do território, a partir de uma colonização minifundiária em
zona de mata nativa que, por sua vez, foi fruto de um processo capitaneado pelo Estado e
que contemplou a imigração de diversos grupos étnicos, certamente foi decisivo na
conformação da estrutura econômica, social e cultural.
Os
movimentos
demográficos,
que
foram
configurados
pelos
processos
emancipatórios, também sofreram os efeitos do contexto econômico ao longo do tempo. A
redução da natalidade e o aumento da expectativa de vida estão transformando o perfil da
pirâmide etária, o que acarreta reflexos na estrutura social e produtiva.
Ao focalizar aspectos sociais, os indicadores permitiram identificar alguns
destaques: o estágio promissor na área da educação; o questionamento das variáveis que
subestimam o estágio de desenvolvimento na saúde visto ser um pólo regional de
excelência na área; a necessidade de investimentos em saneamento; e, as carências
mais agudas na produção, emprego e renda, que, a partir da estrutura produtiva, refletem
carências sociais.
Na verificação do processo de geração de renda a partir de sua estruturação
produtiva se ratifica estas carências, como também se apresentam outras tantas
Considerações Finais
99
oportunidades. Variáveis endógenas e exógenas atuaram ao longo do tempo no processo
de agregação de valor local, o que indica que a produção de bens e serviços é uma
variável dependente da ação humana e, portanto, factível de planejamento.
O PIB, que se apresentava em vigoroso crescimento até meados da década de
1980 e que se arrefeceu nos anos 1980 e 1990, parece ter encontrado novo padrão
virtuoso a partir do Plano Real, apesar das quedas de 2004 e 2005 entendidas como
pontuais.
O Setor Terciário se apresenta como hegemônico na estruturação produtiva local,
com participação em torno de 70% da geração da riqueza ao longo do tempo, o que lhe
atribui a conotação de pólo comercial e de serviços, em especial, na área de educação e
saúde. Sua forte correlação com a produção total, verificada pelas estatísticas do PIB e
do VAF, corroboraram sua importância relativa.
Ao desmembrar as atividades econômicas nos setores de produção, com olhar nos
indicadores de produção, emprego e renda, se desvendou um leque de alternativas de
geração de bens e serviços. Várias oportunidades na agropecuária, na indústria e nos
serviços foram elencadas, embora devam merecer tratamentos mais qualificados de
análise de mercado visto as particularidades específicas de cada atividade.
Especificamente na análise dos movimentos do emprego formal, se pode verificar a
geração de novos postos de trabalho nos últimos anos, contudo sem acompanhar os
respectivos correspondentes estaduais. Todavia, esta curva ascendente do mercado de
trabalho formal vai ao encontro dos indicativos de um padrão de comportamento virtuoso
na curva de produção apontada pelos indicadores específicos.
A complexidade das variáveis envoltas na caracterização municipal, dificulta o
aprofundamento de vários aspectos que assim o exigem, fazendo-se necessários estudos
mais focalizados e aprofundados, até porque os números oficiais geralmente se
apresentam com desatualização temporal e padecem de correlações para espelhar o
estágio de desenvolvimento da sociedade local.
Considerações Finais
100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sites consultados para coleta de dados e informações
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http://www.mte.gov.br/
http://www.fee.tche.br
http://www.ijuivirtual.com.br/Historia-de-ijui/
http://www.tse.jus.br
Referências Bibliográficas
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