Os mais novos herdeiros do carisma e da espiritualidade de
Elisabeth de Robiano
INTRODUÇÃO
Na Igreja Católica, há leigos que caminham com os religiosos e as religiosas seguindo os
passos de seus fundadores. Dentre os leigos, têm também padres e diáconos. Eles são
chamados de diversas maneiras: associados, colaboradores, membros da fraternidade,
amigos próximos, voluntários e outros...
Todos reconhecem, nos seus fundadores, uma pessoa que lhes chama a atenção e que
os leva a querer conhecer mais de perto a sua vida e o seu testemunho deixado no
mundo e na Igreja a exemplo do grande Mestre Jesus Cristo.
Qual seria a missão específica dos leigos junto a esses Institutos?
Alguns são membros de grupos que se encontram regularmente para melhor viver a
missão que desempenham à luz da intuição evangélica do fundador, outros dedicam
algumas horas ou alguns anos ajudando numa obra determinada.
Se olharmos essas colaborações, somente sob o ângulo da ajuda, correríamos o risco de
truncá-las, mas se levarmos em conta a formação profunda e clara que lhes é dada, em
relação ao chamado que Deus fez a esses fundadores, descobriríamos que essa é uma
das portas abertas para o seguimento de Jesus Cristo.
O fundador torna-se modelo para os religiosos e continua sendo um sinal expressivo para
aqueles que hoje querem continuar a semear as sementes deixadas por eles na história e
na vida dos mais pobres.
Portanto, os novos herdeiros da missão dos fundadores são antes de tudo discípulos
missionários de Jesus Cristo, convidados por Ele a tomar o seu lugar como participantes
desse carisma e espiritualidade que foram legados a esses fundadores.
Carisma fundador não é apenas uma bela ideia, algo que desperte curiosidade, mas é
uma inspiração do Espírito Santo que vai dinamizar e conduzir o projeto e as atividades
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durante todo o seu desenvolvimento permitindo-lhe cumprir a missão e acompanhá-la
continuamente e sempre.
Quando falamos de carisma, no nosso caso, a pessoa envolvida é Elisabeth de Robiano
que soube imprimir características próprias, um verdadeiro estilo de vida que, nada mais é
do que uma maneira própria de viver o Evangelho. Essa forma de viver o Evangelho dá
origem a uma espiritualidade e mística específicas. A nossa espiritualidade se baseia no
“Cristo Servidor e Libertador”.
Aqui podemos dizer que, Elisabeth de Robiano, com seu carisma próprio, encontra na sua
época e na realidade local uma espiritualidade que iria somar com o que vinha sentindo.
Ela encontra na pessoa de São Vicente de Paulo uma espiritualidade voltada ao serviço
dos mais pobres.
O nosso carisma, esse dom que nos foi dado para viver o Evangelho de uma maneira
própria está em vasos de argila, frágeis, pois são de barro. Temos origem do barro, mas
nele está o tesouro, a imagem de Deus. Deus escondeu sua divindade na humanidade do
homem e da mulher de barro, o Verbo de Deus, Jesus Cristo. O nosso carisma
fundacional não pode se perder por não encontrar um clima favorável.
No Concílio Vaticano II, quando se pensou de renovar a Igreja, o Papa Paulo VI, com
muita convicção assegurou que era necessário voltar à pessoa e à mensagem de Jesus
Cristo, voltar à Palavra de Deus, às Escrituras. Ele não queria outra luz para o Concílio
senão aquela que vem de Jesus Cristo. Por isso é importante voltar à Elisabeth de
Robiano e escutá-la novamente, pois voltar à fonte não é voltar atrás. Queremos voltar
nela não para pararmos nela, mas para chegar Àquele para quem ela aponta. O olhar
dela está voltado para Jesus Cristo e para os pobres e queremos fazer o mesmo. A volta
à fonte é essencial e só tem um caminho: o Evangelho, o retrato falado de Jesus Cristo.
O fundamento do amanhã somos nós. Do fundamento desta construção seremos ou a
areia ou a rocha (cf. Mt 9,24-27). Se formos areia a construção do amanhã está
comprometida. A construção comprometida fica embargada, não pode continuar, mais
ainda, fica-lhe interditado o acesso! Aqui poderíamos bem lembrar as palavras de Jesus,
como se encontram repetidas tantas vezes no Evangelho: “Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça!” (Mt 13,9).
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No nosso Instituto, Irmãs de São Vicente de Paulo, “Servas dos Pobres” de Gijzegem
sempre tivemos colaboradores, amigos, voluntários; mas, ultimamente surgiu um novo
sopro do Espírito Santo se assim podemos dizer; trata-se da recente chamada “Família
Elisabethiana” que começou na Província Nossa Senhora dos Pobres, Brasil - Centro
Oeste reunindo leigos (homens e mulheres) interessados a conhecerem mais de perto e a
aprofundarem o carisma e a espiritualidade de Elisabeth de Robiano, nossa fundadora.
BREVE HISTÓRICO DA FAMÍLIA ELISABETIANA
A partir do Capítulo Geral de 2001 surge uma nova equipe, a EISVER. Alegria para todo o
Instituto, pois as Irmãs tendo em mãos uma fonte de novas descobertas da vida e
histórias de nossa fundadora Elisabeth de Robiano sentem-se impelidas a divulgar, onde
estamos inseridas, esta mulher cheia de sonhos que concretizou cada um deles com os
pés no chão e um olhar terno para a sua realidade.
Elisabeth de Robiano com sua humildade, simplicidade, caridade, audácia, sensibilidade,
coragem, visão aberta no que se refere às questões sócio-político-religiosa encanta a
todos aqueles que leem e refletem sua biografia.
Entre os objetivos específicos que a equipe internacional de estudos sobre São Vicente
de Paulo e Elisabeth de Robiano traçou, encontramos uma frase mágica:
“Formar multiplicadores entre nós Irmãs e os leigos”.
Então, com a graça de Deus e atentas ao novo sopro do Espírito Santo, começamos na
nossa Província a chamada FAMÍLIA ELISABETHIANA que já tenta dar seus primeiros
passos nos três grupos existentes:Campo Grande-MS, Rio Verde- GO e São SebastiãoDF. Desde então, outros grupos foram surgindo: Jataí-GO, Bela-Vista-MS, San Pedro
Ycuamandyyú-Paraguay.
Sem dúvida, que esses grupos se multiplicarão a partir do acreditar e do entusiasmo das
Irmãs que se sentem chamadas a levar em frente esse belo e atraente desafio.
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A partir do ano 2006 começamos essa jornada, com leigos nos passos de Elisabeth de
Robiano e de São Vicente de Paulo, porém temos a convicção de continuar essa
caminhada com ardor missionário enquanto Servas dos Pobres.
Eis aqui os objetivos que foram traçados para essa nova família:
OBJETIVO GERAL
Estar atentas ao novo sopro de Deus que perpassa os grupos de leigos da Família
Elisabethiana a fim de anunciar o Reino de Deus lá onde a vida se encontra mais
ameaçada para que os mais pobres e desamparados possam ver sua dignidade humana
e divina serem devolvida.
OBJETÍVOS ESPECÍFICOS
 Organizar, na Província métodos e conteúdos de trabalho para acompanhar esses
grupos de leigos que se sentem chamados a viver uma espiritualidade Vicentina.
 Partilhar juntos o que se vivencia e o que se descobre na proximidade com a palavra
de Deus e na caminhada que faz com Elisabeth de Robiano, Irmã Bárbara Cool, São
Vicente de Paulo e companheiros de caminhada a fim de testemunhar a humildade, a
simplicidade e a caridade.
 Aprofundar com os leigos a experiência de Deus, o nosso carisma e nossa
espiritualidade de Servas dos Pobres a partir dos estudos sobre a vida de Elisabeth de
Robiano e São Vicente atualizando-os na vida concreta da Igreja e da sociedade atual.
 Descobrir o rosto de Cristo Sofredor nas pessoas dos pobres, a exemplo de Elisabeth
de Robiano e São Vicente a fim de que Irmãs e leigos possam juntos vivenciar a
missão de ser servos e libertadores dos pobres a exemplo e em nome de Jesus Cristo
que na parábola do bom Samaritano nos deixou esta mensagem: “Vá e faça a mesma
coisa” cf. Lc.10,37
Ir. Yolanda Maia
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