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Entenda o que é auxílio-doença e
quem tem direito ao benefício
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Projeto Pequeno Autor incentiva o
hábito da leitura e da escrita
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Ano 5 • nº 30 • JANEIRO / FEVEREIRO 2013
Mais do que uma comunidade,
uma aula de história
Esmelina dos Santos
Zuleide Viana
Oséias Bernardino
A comunidade Boa
Vista abriga histórias e
costumes seculares
MRN. “Eu lembro que essa área era de um
italiano chamado Frederico e tinha muita
roça. Na hora de meter as máquinas para
construir Porto Trombetas, nos deram as
plantações e a gente aproveitou. Pegamos
muita mandioca para fazer farinha. Depois
da vila construída, passamos a trabalhar lá:
as mulheres cozinhavam, lavavam e limpavam e os homens ajudavam nas obras e
na mina”, detalha Esmelina dos Santos, 67
anos, agricultora.
A comunidade Boa Vista, por meio da
ARQMO (Associação de Remanescentes
de Quilombos de Oriximiná), também
deixou a sua marca na história brasileira
ao conquistar em 1995 o primeiro título de
terra quilombola concedido no país. Cinco
anos depois, 28 comunidades quilombolas
da região do Baixo Amazonas já haviam
conseguido a titulação de suas terras.
Destas, 21 estão localizadas em Oriximiná.
U
ma parte da história do povo oriximinaense que não aparece nos
livros permanece viva na comunidade Boa Vista, região do Alto Trombetas, em Oriximiná. O lugar é recanto de
remanescentes de quilombos e guarda na
sua memória e nos costumes, a tradição
de um povo oriundo de escravos fugitivos
que chegaram por essas terras em busca
de liberdade.
“O meu avô, no tempo da escravatura, andando por aí, encontrou com minha
avó e se juntaram. Nessa região existia índio e, por isso, eles andaram bastante até
chegar nesse lugar, onde se agradaram e
fizeram casa. Colocaram o nome de Boa
Vista no terreno porque de um lado dava
para ver até a curva do rio”, conta Oséias
Bernardino Rocha dos Santos, 75 anos,
agricultor aposentado.
Os moradores da comunidade também
assistiram de perto e ajudaram na construção da Vila de Porto Trombetas, sede da
TRADIÇÃO - No trabalho das ceramistas, a
produção de utensílios domésticos retrata
uma tradição repassada de geração para
geração. “Aprendi a trabalhar com cerâmica vendo minha avó fazer panelas de barro,
pratos e outras utilidades. Essa é uma tradição que eu só valorizei depois de participar
do projeto Educação Ambiental e Patrimonial da MRN, com o qual aprendi muitas
coisas e dividi o meu conhecimento com
outras pessoas. Hoje, produzo utilidades
domésticas e réplicas para vender”, comenta Zuleide Viana dos Santos, agricultora e
artesã. Em 2012, os ceramistas da comunidade foram contemplados com a Casa do
Artesão, construída pela MRN.
A Casa do Artesão abriga peças produzidas
pela comunidade
30 edições do Jornal Konduri
J
á são cinco anos levando à Oriximiná, Terra Santa
e Faro informações sobre cultura, educação,
meio ambiente, projetos, entre outros asssuntos. A
cada edição do Konduri as comunidades ganham
destaque, mostrando seus personagens, seu modo
de viver e histórias que enriquecem as manifestações
culturais de nossa região. Confira o que nossos
entrevistados mais gostam no jornal.
Casemiro da
Silva Oliveira,
aposentado,
Terra Santa
“Eu gosto de ler o jornal porque ele sempre
fala sobre o Pé-de-Pincha e outros projetos da
mineração, mostra as festas da região, como
os bois de Faro, Círio de Santo Antônio
de Oriximiná, além de matérias sobre as
comunidades rurais. Leio os jornais do início ao
fim porque eles mostram a nossa terra e, por isso,
desejo que ele continue por muitos anos.”
Auxílio-doença:
quem tem direito?
Shirley Nazimone
de Souza,
diretora de
Escola, Faro
“Eu gosto de ver as fotos, porque elas
mostram um pouco das belezas naturais
existentes aqui na região, as quais só
temos a oportunidade de conhecer
pelo jornal. Acho muito interessante
as matérias que falam sobre os projetos
voltados para o meio ambiente e iniciativas
que fazem a diferença na vida das pessoas.”
Rui Guilherme dos
Passos Alvarenga,
funcionário público,
Oriximiná
Projeto incentiva a leitura e a produção textual
PARCERIA GENIAL
Benefício é concedido
em caso de doença ou
acidente com o trabalhador
De: Flávia Alycia Cavalcante Silva
Aluna da Escola Padre José Nicolino
V
ocê já ouviu falar em Auxílio-doença? Trata-se de um benefício
concedido aos segurados do INSS,
como funcionários públicos ou com carteira assinada que estiverem impedidos
de trabalhar por doença ou acidente por
mais de 15 dias seguidos. É um benefício
temporário e permanece até a pessoa
ter condições de retornar às suas atividades profissionais.
O produtor rural que estiver associado ao Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais (STTR), pescadores
artesanais e contribuintes individuais
que estejam em dia com suas contribuições também têm direito ao benefício,
mas o produtor rural só terá direito se
for associado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de sua cidade por um prazo
mínimo de 2 anos e estiver em dia com
suas mensalidades. ”Todo trabalhador
rural que estiver associado ao sindicato e
organizado com suas contribuições terá
direito de solicitar esse benefício quando não tiver condições de trabalhar por
causa de um acidente como um corte,
quebrar a perna ou um braço, ser picado
por uma cobra ou arraia, ou estiver com
alguma doença”, esclarece Ana Maria
dos Santos Santana, presidente do STTR
de Oriximiná.
Diferente dos demais profissionais, os
segurados especiais do INSS (trabalhadores rurais e pescadores artesanais) poderão solicitar o benefício imediatamente
após o acidente ou quando obtiver laudo médico comprovando a incapacidade
para o trabalho por motivo de doença.
“Mesmo que o produtor rural fique
2 • Konduri • JANEIRO / FEVEREIRO 2013
“Eu gosto das informações da tratam sobre o
meio ambiente, como o projeto Pé-de-Pincha
e a mata de preservação permanente,
que saiu na edição de dezembro. Mas
o que me chama bem a atenção são as
matérias que destacam o nosso município.
A linguagem do jornal é culta, mas acessível
para que haja o bom entendimento do leitor.”
A Mineração chegou em
Terra Santa
Vendo muita dificuldade
Ela ajudou o município
Com ações de responsabilidade
Seu Colé lança o
segundo CD
O
Ana Maria dos Santos Santana, presidente
do STTR de Oriximiná
Para os segurados especiais o valor
do auxílio-doença corresponde a um
salário mínimo, enquanto que para
outros trabalhadores é proporcional a
91% do salário do beneficiado.
sem trabalhar somente por uma semana, ele tem direito. Por isso, a gente o
orienta a procurar o sindicato imediatamente e protocolar o pedido do auxílio
já acompanhado do laudo médico, declaração de residência na comunidade
rural, boletim escolar dos filhos e outros
documentos que comprovem que aquele cidadão é produtor rural”, orienta
Ana Maria.
som do carimbó retrata um pouco
da vivência e costumes da região
no segundo CD de Francisco Colé,
artista ribeirinho e morador da comunidade Quilombola Boa Vista, em Oriximiná.
“Minhas músicas são todas regionais. Elas
falam dos bichos, do boto, do macaco, do
tamanduá, a maioria no ritmo do carimbó”,
comenta o cantor e compositor, conhecido
como Seu Colé.
Francisco Colé tem 60 anos e sua ligação com a música acompanha a sua história de vida. Ele lembra que na juventude
confeccionava os instrumentos musicais
para tocar nas festas em sua comunidade.
“O meu pai era cantor e escreveu a música
‘A Força do Negro’. Minha família cantava até quando ia para a roça. Assim surgiu
meu amor pela música. Depois que cresci,
tocava nas festas com instrumentos que
a gente inventava, como o tambor com
couro de guariba, cavaquinho e uns tambores pequenos que imitavam o prato”,
recorda Colé.
SERVIÇO
O CD “Colé Mostra a Sua Arte”
é composto por 12 músicas e patrocinado pela MRN. Em breve, o CD
será vendido na região pelo valor
de R$ 10.
Glacilene Santos, da SEMED
Projeto Pequeno Autor
atende a estudantes do 1º
ao 5º ano de Terra Santa
N
o ano passado, 16 projetos em Oriximiná, Terra Santa e Faro receberam
apoio da MRN através do Fundo da
Infância e Adolescência (FIA), que tem por
objetivo captar e aplicar recursos destinados às ações de atendimento à criança e
ao adolescente. São ações voltadas para a
educação, inclusão digital, música, esporte
e prevenção em saúde.
Dentre eles, ganha destaque o Projeto
Pequeno Autor, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de
Terra Santa com estudantes do 1º ao 5º
ano. “É um projeto de incentivo à leitura
e à produção textual nas séries do 1º ao 5º
ano em 7 escolas de Ensino Fundamental.
Temos como objetivo intensificar a prática
da leitura e produção de textos”, informa
Gracilene Santos Alves Rego, coordenadora de Projetos da SEMED.
Durante todo ano letivo, os estudantes
são estimulados a produzirem desenhos,
poesias e dissertações sobre temas específicos para cada nível de ensino. “No iní-
Flávia Alycia, estudante premiada
cio do ano nós escolhemos um tema que
deverá ser trabalhado no período. Depois,
subdividimos esse tema em categorias que
correspondem a cada série. O professor
trabalha o projeto de acordo com o seu
tempo disponível, sem prejudicar o currículo escolar”, explica Gracilene.
Os professores escolhem os melhores
textos produzidos em sua classe e os entrega para a comissão da escola, responsável por selecionar as produções e indicar à
Secretaria de Educação. Esta analisa e escolhe os melhores de cada categoria para
concorrer aos prêmios. Os autores selecionados são convocados para escrever diante da comissão do projeto uma nova obra
que será publicada no livro “Pequeno autor: crianças contanto histórias” e somente aí serão escolhidos os campeões de cada
categoria.
“Mineração Rio do Norte: Uma história a se contar” foi tema geral trabalhado
pelo projeto em 2012. “Eu gosto do projeto porque ele ensina muitas crianças a ler
e escrever. Neste ano, eu aprendi sobre a
MRN e pude ler muitos livros”, conta Flávia
Alycia Cavalcante Silva, autora da poesia
“Parceria Genial”, campeã da Categoria 2º
ano. Veja ao lado a poesia vencedora.
Na geração de emprego e renda
Dos filhos de Terra Santa não
esqueceu
Valorizou nossa mão de obra e o
povo agradeceu!
O projeto pequeno autor
A Mineração abraçou
Trazendo oportunidade
Muitos talentos achou
Com doações importantes
Nossa educação mudou
Construiu e reformou escolas
E Terra Santa avançou
Computadores para as escolas e
sindicato
O município ganhou,
Economizando dinheiro
Que em outras obras usou
Terra Santa melhorou
Com os presentes que ganhou
Carros, cestas básicas,
computadores,
Reformas de escolas e hospital,
Uma parceria genial
Obrigada Mineração
Pela grande contribuição
Na educação, saúde e lazer,
Ajudando minha cidade crescer
JANEIRO / FEVEREIRO 2013 • Konduri • 3
a
.
o
.
O
feriado de Carnaval está chegando e já
tem município caindo na folia todos os
finais de semana, como Oriximiná e Óbidos.
Esse é um período recheado de exageros, a
começar pela ingestão de bebida alcoólica,
que associada à perda de sono, pode trazer
prejuízos à saúde. Qual sua receita para curtir o
carnaval e manter a saúde em dia?
Éllen Bentes, técnica
em Enfermagem,
Terra Santa
“É importante lembrar sempre que nessa época as pessoas
devem se preocupar um pouco mais com a alimentação,
diminuindo a gordura e dando preferência às verduras
e frutas. Assim, é possível manter o organismo
com muitos nutrientes para pular o Carnaval sem
problemas. Também é importante beber bastante água
e descansar. Ao ingerir bebida alcoólica, obedeça o limite
do organismo e use preservativos.”
Previna-se contra a dengue
Projeto leva
orientação para uma
navegação segura
Doença tem maior
incidência no período de
chuvas
V
ocê sabia que a dengue afeta mais
de 100 milhões pessoas por ano no
mundo? Dados do Ministério da
Saúde apontam que esta é a doença que
tem mais impacto sobre a saúde pública no
Brasil. Oriximiná é a prova concreta disso.
Somente no ano passado foram 633 casos
confirmados de dengue, desse total, 492
foram notificados entre outubro e dezem- Everton de Andrade, agente de Endemias
bro, deixando a Secretaria de Saúde de Oriximiná em situação de alerta para o índice de vírus, fica imunizada contra ele. Entretanto, uma única pessoa pode ter dengue até
de infestação do mosquito.
“O índice de infestação predial, ou seja, quatro vezes se for picada por mosquitos cona presença do mosquito Aedes aegypti nos taminados por vírus diferentes. “Os sintomas
domicílios, é igual a 5,55%, um estado pre- são tão fortes que nos paralisam. Dói todo o
ocupante. Acima de 3,99% indica que o mu- corpo e nossa cabeça parece que vai explodir.
nicípio está em situação de risco para uma Fui parar no hospital com 40º de febre. Fiquei
epidemia de dengue”, explica Everton de An- de cama por uma semana”, conta Marcelo
Paes, vendedor de Oriximiná.
drade, agente de Endemias.
Medidas de controle do mosquito como a
A dengue é uma doença grave causada
por vírus transmitido pelo mosquito Aedes borrifação (fumacê) e a visita domiciliar peaegypti e que pode levar a óbito. Apresenta los agentes de endemias são ações realizadas
como sintomas febre alta e repentina, dor de periodicamente pela Diretoria de Vigilância
cabeça e atrás dos olhos. Existem quatro tipos em Saúde, mas para diminuir o risco de uma
de vírus que provocam a doença e todos apre- epidemia é preciso que cada morador evite
sentam os mesmos sintomas, porém com in- a água parada. “A cada um cabe a respontensidades
diferentes.
Oriximiná
já foram sabilidade de, pelo menos uma vez semana,
Saiba
como Em
evitar
a dengue.
olhar o seu quintal e se desfazer de tudo o
identificados os 4 sorotipos da doença.
que pode acumular água”, alerta Everton.
Quando
uma
pessoa
adoece
de
um
tipo
Combater a dengue é uma tarefa séria que deve ser realizada todos os dias. O mosquito
da dengue se reproduz onde há água parada. Por isso, é preciso eliminar todos os
objetos que podem acumular água para evitar que o mosquito nasça. Veja a seguir
quais são
os principais
do mosquito
dengue e aprenda
comoaegypti
se prevenir:
Confira
algumas
dicasfocos
de como
evitar adaproliferação
do Aedes
Mantenha
bem tampados
tonéis e barris
d’água.
Remova folhas,
galhos e tudo que
possa impedir a
água de correr
pelas calhas.
Feche bem o saco de
lixo e deixe-o fora do
alcance de animais.
Mantenha a caixa
d’água bem fechada.
Coloque também
uma tela no ladrão
da caixa d´água.
Vire todas as
garrafas com a boca
para baixo, evitando
que acumule água
dentro delas.
Coloque no lixo
todo objeto não
utilizado que possa
acumular água.
Fonte: Ministério da Saúde
i
o
e
.
Carnaval com saúde
C
om o objetivo de promover a segurança
na navegação e diminuir a frequência de
acidentes nos rios, a MRN realiza desde
2001 o Projeto Leme, que oferece orientações
importantes para uma viagem segura. “São feitas palestras em Porto Trombetas e nas comunidades rurais voltadas para a segurança na navegação, abordando temas como o uso do colete
salva-vidas, a lei de proteção das partes móveis
– visando motivar as pequenas embarcações
a terem os motores e câmbio de descarga
protegidos para evitar queimaduras e escalpelamento –, além de mobilizações nas balsas com
orientações aos passageiros, sensibilizando-os
a denunciar atitudes incorretas”, explica Dalva
Távora, coordenadora do projeto.
O projeto também promove atividades
culturais com objetivos sociais. “No final
de 2012, em Porto Trombetas, realizamos
uma palestra com um cine-teatro para a
exibição de dois filmes, ocasião na qual
arrecadamos brinquedos e livros didáticos
para as comunidades. Depois, fomos
até a comunidade Mãe Cué distribuir os
brinquedos e falamos sobre o uso do colete
salva-vidas”, informa Dalva.
As ações do Projeto Leme são executadas
sempre às vésperas dos feriados e contam
com a participação de estudantes, funcionários
da MRN e demais voluntários. Em 11 anos
de execução, a iniciativa já comemora os
resultados. “Mesmo nas comunidades
mais distantes de Porto Trombetas, a gente
já percebe que tem um pessoal mais
conscientizado em relação ao uso do colete
salva-vidas. Aqui na balsa, as pessoas
procuram o nosso folder com orientações para
uma viagem segura e o número da Capitania
dos Portos. Com isso, vemos que as pessoas
estão mais sintonizadas nessa atitude segura”,
garante Dalva.
Lave semanalmente
Lave por dentro
Encha de areia até a
por dentro com
com escova e sabão
borda os pratos das
escovaMRN
e sabão
os
os utensílios
usados Coordenação: Comunicação
plantas ou lave-os
Publicação da Mineração
Rio do Norte.
([email protected]).
Telefone: (93) 3549-7606.
tanques utilizados
para
guardar
água Rua Rio Jari, s/n, Porto Trombetas.
semanalmente com Fotos: Divulgação/MRN,
Juraci
do Vale.
Oriximiná/PA. CEP: 68275-000.
para armazenar
em Temple
casa. Comunicação (www.temple.com.br).
escova.
Produzido e editado por
Telefone: água.
(91) 3205-6500.
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