Fundamentos da Psicoterapia de Grupo Fenomenológica para vítimas de violação dos
Direitos Humanos
Luis Eduardo Franção Jardim – Universidade São Paulo
Resumo: O objetivo deste trabalho é explicitar as características dos danos produzidos pela
violação dos direitos humanos durante a ditadura civil-militar no Brasil e discutir,
fundamentado no pensamento de Martin Heidegger, a possibilidade de elaboração que o grupo
de psicoterapia fenomenológica pode abrir às vítimas do regime. Nos anos da ditadura civilmilitar o uso da tortura foi intensificado como repressão aos opositores do regime. Os danos
produzidos às vítimas da violência se inserem nas relações cotidianas instaurando-se de
diferentes modos no mundo das suas vítimas. A psicoterapia de grupo fenomenológica
constitui-se como uma possibilidade de elaboração deste tipo de dano. A partir do pensamento
heideggeriano, pretende-se explicitar os fundamentos da possibilidade de elaboração de danos
provocados por violação dos direitos humanos desta modalidade de psicoterapia. O
compartilhamento de experiências entre os membros do grupo é um modo político de acesso às
referências de mundo que determinam o existir e a compreensão de si de cada um. Neste
encontro, desvelam-se também as marcas impressas pela violência na história e no modo de ser
dos membros do grupo. O compartilhamento desta experiência pode por a pensar politicamente
os fundamentos da violência.
Palavras-Chave: direitos humanos; psicoterapia de grupo; ditadura; tortura; Martin Heidegger.
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Luis Eduardo Franção Jardim