Seminário Internacional da Educação
Profissional em Saúde: avaliação do
PROFAE e perspectiva
24 e 25 de julho de 2006
Sistema de Certificação de Competências –
PROFAE
• Antecedentes – significado no contexto das ações de
sustentabilidade desenvolvidas pelo PROFAE.
• Desafio – validar uma metodologia de avaliação de
competências e demonstrar a possibilidade e a importância
de um processo de certificação vinculado à formação
profissional e à avaliação formativa.
A organização do SCC/PROFAE – pressupostos:
• Concepção de saúde como qualidade de vida – norteadora
da educação profissional.
• Identificação das competências profissionais e das
estratégias de formação considerando o contexto e a
concepção de saúde – Reforma Sanitária como referência
doutrinária e o SUS como estratégia de reordenação setorial
e institucional.
• Desenvolvimento de competências formais e políticas que
assegurem a competência humana necessária ao cuidar em
saúde.
A organização do SCC/PROFAE – pressupostos:
• Competências – passíveis de aquisição e demonstração em
todo o território nacional, respeitadas as características e
padrões locais ou regionais.
• Legislação da educação profissional no Brasil – Lei nº
9.394/96 – valoriza a formação e a avaliação por
competências, a educação flexível, a vinculação
oferta/demanda, a formação continuada.
• Avaliação que reconheça e valorize a qualificação real do
trabalhador – conjunto de competências que vão além da
dimensão cognitiva, constituindo-se mais no “saber-ser” do
que no “saber-fazer”.
O significado da competência profissional
Capacidade de mobilizar e articular conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores requeridos pelas situações de
trabalho (imprevistas ou não), assumindo a responsabilidade
do cuidado a partir da concepção da saúde como qualidade
de vida, interagindo com a equipe de saúde e com os
usuários, percebendo suas necessidades e escolhas,
valorizando sua autonomia para assumir sua própria saúde.
 Expressa-se, fundamentalmente, na capacidade de um
ser humano cuidar de outro – colocar em ação os
conhecimentos e mobilizar tecnologias necessárias ao ato
de cuidar; responder satisfatoriamente às necessidades e
demandas dos indivíduos e coletividades, com participação
ativa, consciente e crítica no mundo do trabalho e na esfera
social.
 Ato de assumir responsabilidades, mobilizado
subjetivamente – a competência, como um assumir de
responsabilidade, é uma atitude social antes de ser um
conjunto de conhecimentos profissionais, embora na quase
totalidade dos casos, o assumir responsabilidade frente às
situações de trabalho complexas, necessite de novas
aquisições de conhecimento. (Zarifian).
Portanto, a competência
 Está condicionada pelo contexto econômico-social e
político: expressam as relações sociais.
 É resultante de negociações entre os interesses dos
diversos atores envolvidos no processo.
 Não se restringe a uma perspectiva individualista – são
construídas ao longo da vida profissional do
trabalhador, o qual partilha experiências e práticas
coletivas.
 Não se limita a descrição de tarefas em postos de
trabalho.
Perspectiva do significado da competência
profissional
Construção e mobilização de conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores tanto na dimensão
técnica especializada quanto na dimensão sócio política, ética, comunicacional e de inter-relações
pessoais.
Perspectiva do significado da competência
profissional
A re-significação e a re-contextualização do conceito de
competência para a área da saúde-enfermagem deve
atender aos interesses dos trabalhadores e apontar
princípios para a organização do currículo e para uma
proposta de educação profissional ampliada.
As competências
• Explicitam as capacidades a que se recorre para a realização de
determinadas atividades num determinado contexto técnicoprofissional e sócio-cultural. Tem expressão concreta na realidade
de trabalho.
• Têm redação abrangente e generalizável, de acordo com as novas
perspectivas de organização dos processos de formação e de
trabalho na área da saúde.
• Incorporam três dimensões: o saber-saber, o saber-ser e o saberfazer.
O significado da avaliação de competências
profissionais
• É parte de um processo de natureza pedagógica e suas premissas
são norteadas por uma postura eminentemente educativa.
• Função formativa – princípio essencial auxiliar o processo de
aprender – busca o aprimoramento de todas as partes envolvidas.
•
Subsidia a proposição de estratégias para implementação de
educação permanente e continuada.
O processo de avaliação do SCC assume quatro
dimensões:
• diagnóstica: indicativa de possíveis problemas dos egressos e/ou
do próprio sistema de formação;
• formativa: direcionada à melhoria dos desempenhos dos alunos e
da atuação das instituições formadoras (estimular o
desenvolvimento de uma atitude avaliativa das instituições,
buscando aprimoramento dos processos de formação);
• somativa: atribuição do certificado (quando for o caso); e
• de responsabilização: envolvendo as instituições formadoras e
empregadoras no processo de formação, certificação e educação
permanente/continuada.
A avaliação
Deve permitir identificar o uso que o sujeito faz daquilo que
sabe frente a situações concretas de trabalho.
 Deve considerar contextos bem definidos que permitam
identificar situações já vivenciadas pelos trabalhadores ou a
proposição por analogias, correlações, etc.
 Deve utilizar diferentes procedimentos e instrumentos para
captar as informações que permitirão aferir as competências do
aluno/trabalhador.
Metodologias de avaliação
Teste piloto: matriz avaliativa, instrumentos, estratégias.
 Os resultados do teste possibilitaram analisar questões
operacionais, metodológicas, estratégicas e questões de
natureza sócio-cultural.
 A metodologia do processo avaliativo deve garantir a viabilidade
de execução em larga escala e prescindir da aplicação direta
em usuários.
Metodologia em processo de construção
 Desenho estratégico de avaliação executado em 4
etapas – todas elas incorporam as três dimensões
dos saberes que compõem as competências,
garantindo em cada etapa o aprofundamento da
avaliação em uma determinada dimensão.
Primeira etapa – Prova A – múltipla escolha
Busca a avaliação do saber-saber e de sua aplicação.
 Elaboração do espelho de prova com base no perfil de
competências do auxiliar de enfermagem – definição do tipo,
grau de dificuldade e do quantitativo das questões.
 Capacitação de enfermeiros/docentes – elaboração de 1200
questões.
 Revisão e seleção de 248 questões (4 provas similares).
 Validação das questões – análise psicométrica.
 Revisão e seleção das questões – montagem da versão final da
prova.
Segunda etapa – prova B – virtual
Abrange os 08 procedimentos selecionados a partir da matriz
avaliativa. Considera o conhecimento, a capacidade de tomar
decisões, as habilidades e os comportamentos relacionados ao
procedimento em questão.
Segunda etapa – prova B – prova virtual
 Os procedimentos serão verificados em ambiente web, com
descrição de cenários, narrativa de contextualização, seqüência
de cuidados em ambientes de internação e extra-internação.
 Os auxiliares de enfermagem deverão responder questões,
escolher alternativas, tomar decisões e justificá-las.
 Também deverão encontrar imperícias, avaliar procedimentos
realizados no vídeo filme-avaliação ou web avaliação.
Segunda etapa – prova B – prova virtual
 Simultaneamente à realização da prova, as respostas serão
avaliadas, analisadas e armazenadas.
 Os programas poderão emitir o conceito relativo ao
procedimento, aos problemas encontrados na realização dos
exames naquele lugar e no conjunto do país.
 Haverá capacitação dos avaliadores, pré-testagem e validação
da prova B.
Terceira etapa – prova C – prática simulada
Será realizada para verificar procedimentos, com principal enfoque na
verificação das habilidades psicomotoras. Foram selecionados para
esta etapa, dois dos oito procedimentos avaliados virtualmente.
Terceira etapa – prova C – prática simulada
 Procedimentos avaliados: sinais vitais (pressão arterial,
batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, temperatura) e
medicação intramuscular.
 Ocorrerá em laboratórios, utilizando-se de bonecos, com
utilização de check list.
 Haverá capacitação dos avaliadores, pré-testagem e validação
da prova C.
Quarta etapa – prova D – prova oficina
Complementa as provas anteriores, que expressam o
saber-saber, saber-fazer e o saber-ser, sendo que nesta
prova a ênfase está no saber-ser.
Quarta etapa – prova D – prova oficina
 Recorrerá à técnica de grupo focal.
 Os participantes expressarão sua visão de mundo,
entendimentos de direitos, da relação solidária e ética com os
usuários e seus familiares, com a equipe e com a instituição.
 Será realizada com base numa situação-tema contextualizada a
situações reais de trabalho, que será debatida pelo grupo.
 Os avaliadores, pré-qualificados, utilizarão um check list de
posições mais acertadas ou mais equivocadas diante das
situações debatidas.
Estratégia de operacionalização
Escolhas e amostras – critérios:
 Representatividade regional.
 Distribuição percentual dos egressos por região – número de
formados.
 A validação das provas A, B, C e D será realizada em capitais
ou regiões metropolitanas (cenários) das regiões geopolíticas do
Brasil.
As Escolas Técnicas do SUS Parceiras
Protagonizar a viabilização do processo, assumindo coresponsabilidade na execução e análise dos resultados;
desenvolver expertise e atuar na capacitação política e
técnica das demais Escolas Técnicas do SUS para
discussão,
análise
crítica
e
desenvolvimento
de
metodologias de avaliação de competências profissionais.
Bibliografia consultada
Perfil de Ações do Auxiliar de Enfermagem. Ministério da Saúde/PROFAE,
2001. Mimeo.
Referências Conceituais para a Organização do Sistema de Certificação
de Competências/PROFAE. Ministério da Saúde/PROFAE, 2000. Mimeo.
Avaliação e Certificação de Competências Profissionais dos Auxiliares de
Enfermagem/PROFAE – Subsídios e Parâmetros. Ministério da
Saúde/PROFAE 2001. Mimeo.
Planejamento estratégico da validação da metodologia de avaliação de
competências profissionais de auxiliares de enfermagem egressos dos
cursos PROFAE. Ministério da Saúde, 2005. Mimeo.
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A organização do SCC/PROFAE