São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2015
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Geral
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Estima-se que 66% das
crianças no mundo
sejam criadas em
ambientes bilíngues,
o que é um grande
diferencial para o
desenvolvimento
cognitivo e mental, além
de abrir um universo de
possibilidades sociais
E
stamos cercados pela
linguagem em todos
os momentos de nossa
vida. Ela é a base de nossa
comunicação, é a forma que
utilizamos para expressar
nossos pensamentos e sentimentos, para nos conectarmos
com outros e para compreender o mundo ao nosso redor.
Para muitos, um rico ambiente
linguístico envolve não apenas
um idioma, mas dois ou mais.
Afinal, vivemos de forma cada
vez mais global e isso envolve
cultura, trabalho e relacionamentos. Há países considerados monolíngues, como os
Estados Unidos da América,
em que um quinto da população maior que cinco anos fala
um idioma diferente do inglês
em sua vida cotidiana.
Segundo a agência de notícias Associated Press, aproximadamente 66% das crianças
no mundo são criadas em
ambientes bilíngues, algo
mundialmente reconhecido
como positivo. O avanço tecnológico das últimas décadas
facilitou a pesquisa sobre
como o bilinguismo interage
com os sistemas cognitivos e
neurológicos e como os altera.
De acordo com o estudo desenvolvido por Viorica Marian,
pesquisadora Ph.D, diretora do
Departamento de Ciências da
Comunicação da Universidade de Northwestern, e por
Anthony Shook, pesquisador
Ph.D pela Universidade de
Northwestern, ser bilíngue
pode trazer benefícios tangíveis.
O desenvolvimento do processamento cognitivo e sensorial pode contribuir para um
processamento de informações mais eficiente do ambiente. A maior atenção a detalhes
é um exemplo e explica porque
adultos bilíngues aprendem
melhor um terceiro idioma do
que os monolíngues aprendem
o 2º idioma. Ou seja, pessoas
bilíngues acessam novo vocabulário com mais facilidade do
que pessoas monolíngues, que
no geral não desenvolveram
tanto a habilidade de selecionar dados entre informações
concorrentes.
Segundo as pesquisas, os benefícios do bilinguismo come-
çam cedo. Crianças expostas
a ambientes bilíngues a partir
de sete meses demonstram
prestar mais atenção e ter
maior facilidade para lidar com
conflitos. Quanto aos adultos,
o bilinguismo ajuda a manter
a “reserva cognitiva”, diminuindo seu natural processo
declínio. A reserva cognitiva
se refere ao uso eficiente das
redes neurais para melhorar a
função cerebral no processo de
envelhecimento, mantendo os
mecanismos cognitivos agudos
e despertos e fazendo uso de
redes neurais alternativas
para compensar a eventual
redução de eficiência de alguns mecanismos. Adultos
bilíngues idosos apresentam
com frequência mais memória
e maior controle cognitivo, o
que proporciona consideráveis
benefícios para a saúde e bemestar social.
O enriquecimento do controle cognitivo é apenas um dos
seus benefícios do bilinguismo.
Mesmo com certas limitações
linguísticas, que podem ser observadas em pessoas bilíngues
(como uma maior dificuldade
de lembrar nomes), o bilinguismo vem sendo associado
a melhor consciência metalinguística, que é a habilidade de
reconhecer a língua como um
sistema que pode ser explorado e manipulado. Relaciona-se
ainda com uma melhor capacidade de memória, habilidades
visuais, habilidades espaciais e
criatividade.
Além destas vantagens, há
também a facilidade de acessar
a produção cultural de um país
através do seu idioma nativo e,
especialmente, o universo de
possibilidades que se abre em
relacionamentos, que passam a
ter amplitude multiplicada. No
caso do inglês, o idioma traz a
possibilidade de ter acesso à
produção cultural e acadêmica
do planeta, pois se trata de uma
linguagem global.
Estudar o bilinguismo é
fundamental para aprofundar
o conhecimento dos benefícios
cognitivos, neurais e sociais
atrelados a ele. As evidências
tendem a ser cada vez mais
consistentes, na medida em
que milhares de pessoas
mundo afora já se beneficiam
do fato de dominarem dois
idiomas. O que se espera,
portanto, é que o acesso a
este conhecimento seja cada
vez mais amplo, beneficiando
o maior número possível de
pessoas.
(*) - É diretora da Seven Educacional,
área da Seven Idiomas que implanta
programas bilíngues certificados por
Cambridge English em colégios e
universidades.
A pesca desenfreada pode ser mais prejudicial a ecossistemas marinhos que a poluição, alertou a
diretora-geral da ONG Oceana no Brasil, Monica Peres. Ontem (8), comemorou-se o Dia Internacional
dos Oceanos
diretora-geral da ONG
afirmou que o Brasil
precisa investir na produção de dados e no manejo
da pesca no país. “No Brasil,
temos um problema muito grave de falta de manejo, de falta
de dados, de falta de pesquisas necessárias para manejar
bem essa atividade. Hoje em
dia, não se sabe bem quantos
barcos de pesca existem no
país. Não sabemos, há muitos
anos, sobre o que desembarca da pesca no Brasil. Isso é
um problemão, e a pesca não
manejada e intensa, acima da
capacidade de as espécies se
reporem, é um impacto talvez
maior que o da poluição.”
Para Monica, muitas pessoas
pensam que os oceanos têm
uma distribuição uniforme das
formas de vida em toda a sua
extensão quando, na verdade,
há grandes agregações de seres
vivos em espaços restritos e
áreas gigantescas sem vida.
A
Instituições
propõem o fim do
regime semiaberto
A cada ano, entre três e quatro
mil presos do regime semiaberto
fogem das instituições carcerárias
no Brasil. Isso quer dizer que, se
entre janeiro e outubro desse ano
forem presas mil pessoas, apenas
150 continuarão nas cadeias,
enquanto as outras 850 estarão
de volta às ruas praticando novos
crimes.
Atualmente, e, para tentar
mudar esse cenário, o movimento
#PAZNovoHamburgo, em parceria
com a ONG Brasil Sem Grades, entrega, entre hoje e amanhã (10), em
Brasília, um abaixo-assinado com
cerca de 100 mil assinaturas que
pedem a extinção desses sistemas.
De acordo com a coordenadora do
movimento, Andrea Schneider,
os regimes aberto e semiaberto
incentivam a impunidade e a criminalidade no País.
“Os números da criminalidade
não param de crescer e a sensação de total insegurança e falta
de controle do Estado também.
A cada dia a sociedade fica mais
atrás das grades de suas casas e
os criminosos ganham liberdade
e poder”, afirma. A sugestão da
extinção dos regimes semiaberto e
aberto mantém como única forma
de pena progressiva a liberdade
condicional com medidas de controle após o cumprimento de 2/3
da pena para crimes comuns e 4/5
para hediondos.
Vista aérea da Península Antártica.
Quando a pesca é feita sem o
manejo adequado nessas áreas
em que a vida se concentra, o
equilíbrio dos ecossistemas é
ameaçado.
“Às vezes, a pesca é feita
para retirar uma espécie que é
abundante, mas vem junto com
ela uma espécie que vive muitos anos, que fica adulta muito
Economia instável reduz volume
de depósitos em poupança
O Banco Central anunciou
os resultados da caderneta de
poupança referentes a maio
de 2015, resultados estes que
apresentam nova redução no
volume dos depósitos, bem
como no saldo líquido negativo aonde as retiradas foram
maiores do que a captação
(depósitos) no volume de R$
3,2 bilhões.
Com isso no ano de 2015 até
maio o volume total apresenta
uma retirada líquida da ordem
de R$ 32,2 bilhões, fazendo
com que o saldo final atual tenha atingido em maio de 2015
um volume total de R$ 648,7
bilhões contra um volume de
R$ 648,3 bilhões em abril de
2015 e de R$ 662,7 bilhões
em dezembro de 2014, aqui já
considerado os rendimentos
no período. O diretor executivo de estudos e pesquisas
econômicas da Associação
Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e
Contabilidade (ANEFAC),
Miguel José Ribeiro de Oliveira, sinaliza que este resultado
pode ser atribuído a dois
fatores listados abaixo:
1) Aumentou a rentabilidade das aplicações financeiras
Com chuva, Cantareira
mantém 20,2% de
volume armazenado
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O Sistema Cantareira mantém desde sexta-feira (5) o
nível de 20,2% de volume armazenado de água. Entretanto, os
reservatórios, que abastecem
cerca de 5,2 milhões de pessoas
na região metropolitana de São
Paulo ainda operam na reserva
técnica. Para ultrapassar as
cotas do volume morto e voltar
ao índice positivo, ainda é necessário acumular 89,1 bilhões
de litros de água.
Até ontem (8), o manancial
registrou 11 milímetros de
chuva. A média histórica para
junho é 58,5 milímetros. A
precipitação foi superior à verificada em outros sistemas que
abastecem a Grande São Paulo.
O Sistema Guarapiranga teve,
até o momento, 4,4 milímetros
de chuva e opera com 78,6%
da capacidade. Entre os seis
sistemas que atendem à região,
o Alto Tietê tem o menor volu-
tarde, que tem poucos filhotes.
Essas espécies mais vulneráveis
não aguentam a intensidade
de pesca que a espécie-alvo
aguenta”, disse Monica, destacando que é preciso proteger
as espécies que são pescadas
e usadas como alimento e as
demais, que, quando acabam
caindo nas redes de pesca, são
devolvidas mortas ao mar sem
que haja qualquer benefício
com isso.
“A gente precisa respeitar
a capacidade daquelas populações de se reporem. Toda
extração de recursos vivos
precisa ser feita dentro da
capacidade do organismo de
se repor”. Ações de preservação e de manejo, na visão da
pesquisadora, servirão também para que os ecossistemas
marítimos sejam mais capazes
de resistir às mudanças climáticas no planeta. “O que se
sabe hoje é que os ambientes
marinhos e oceânicos serão os
mais afetados pelas mudanças
climáticas”, disse.
Mudanças na temperatura,
explica Monica, podem provocar alterações, por exemplo,
nas correntes marítimas e na
disponibilidade de oxigênio e
nutrientes na água. A falta de
sódio, por exemplo, poderia
levar à morte de corais (ABr).
me, 21,6% da capacidade. O Rio
Claro opera com 55,3%. O Alto
Cotia tem 66,6% da capacidade
total e o Rio Grande, 91,7%.
O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, entregou ontem (8) as obras de ampliação
da capacidade da Estação de
Tratamento de Água (ETA)
Alto da Boa Vista, o que vai
ampliar a produção do Sistema
Guarapiranga. Na semana passada, a Sabesp concluiu nova
ligação entre duas adutoras
na Vila Ema, zona leste. Com
a obra, o Sistema Rio Claro
poderá abastecer até 200 mil
nos bairros da Mooca, de São
Mateus, Vila Formosa, da Vila
Alpina e de Sapopemba. A
modificação faz parte de um
conjunto de intervenções que
buscam reduzir a dependência
do Sistema Cantareira, mais
afetado pela crise hídrica do
estado (ABr).
agecefsp
Adriana L. Albertal (*)
Pesca desenfreada pode causar
impacto maior que poluição, diz ONG
Arquivo/ABr
OPINIÃO
Bilinguismo: Benefícios
vão além do domínio
de um segundo idioma
Retração da economia deve comprometer orçamento familiar.
em títulos públicos como
Fundos de Renda Fixa, CDB’s,
tesouro direto etc, em detrimento a uma menor rentabilidade da poupança. Com isso,
os investidores têm retirado
suas aplicações na caderneta de
poupança migrando para este
tipo de aplicação que apresenta
rentabilidade superior. Em
maio de 2015, os Fundos de
Renda Fixa apresentaram uma
rentabilidade de 0,82% contra
uma rentabilidade de 0,62% da
Caderneta de Poupança. Em
doze meses os Fundos de Renda
Fixa tiveram uma rentabilidade
de 10,19% contra uma rentabilidade de 7,25% da Caderneta
de Poupança;
2) Retração de nossa economia com inflação elevada, juros
elevados, aumento de encargos
e impostos o que reduz a renda
das famílias dificultando seu
orçamento. Com isso acabam
acarretando dois fatores: a)
Mensalmente sobram menos
recursos das famílias para
pouparem; b) Famílias sendo
obrigadas a resgatarem seus
investimentos de forma a
complementarem sua renda
e conseguirem pagar seus
compromissos.
Como o quadro descrito
acima vai permanecer durante
2015, a tendência para os próximos meses é de que este movimento de redução no volume
dos depósitos da poupança se
acentue, agravado ainda mais
por um ambiente econômico
mais recessivo com a elevação
nos índices de inadimplência
e de desemprego.
Primeiro trimestre
difícil para
o setor gráfico
A indústria gráfica nacional
acompanhou o movimento
generalizado de queda da economia nos três primeiros meses
do ano. Em um trimestre em
que o PIB do país recuou 0,2%
e a produção da indústria de
transformação registrou queda
de 7,9% em relação ao mesmo
período do ano passado, o setor
gráfico recuou 3,7% na mesma
comparação. Frente ao último
trimestre de 2014, o recuo foi de
1,4% contra retração de 2,7%
da indústria de transformação.
A informação foi apurada pela
Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), com base
na Pesquisa Industrial Mensal
do IBGE.
O encolhimento trouxe junto a necessidade de ajustes.
Estatísticas do Caged indicam
que, de janeiro a março, o setor
gráfico desativou 2.078 vagas,
um recuo de 2,7% em relação
a igual período de 2014. Foi
o maior corte desde 2009 e
a região Sudeste respondeu
sozinha por 76,5% dos postos
eliminados (apenas em São
Paulo foram cortadas 1,2 mil
vagas). Os desligamentos
atingiram principalmente a
faixa até três salários mínimos
e os empregados com nível
de ensino médio completo.
O segmento que mais fechou
vagas foi o editorial, ligado à
impressão de livros, revistas,
jornais e periódicos. Na análise
Divulgação
De janeiro a março, o setor
gráfico desativou 2.078 vagas.
Foi o maior corte desde 2009.
por porte, as microempresas
foram um ponto fora da curva,
com contratações superiores
às demissões.
Houve retração também nos
investimento do setor, com
queda de 15% nas importações
de máquinas e equipamentos
gráficos, em relação ao primeiro
trimestre do ano anterior. “É um
espelho da queda de confiança
do empresário”, constata o
presidente nacional da Abigraf,
Levi Ceregato. A favor dessa
tese, Levi aponta a queda de 7
pontos no Índice de Confiança
da Indústria Gráfica, apurado
nacionalmente pela Abigraf a
cada três meses. Na edição de
janeiro a março, a Indústria
gráfica registrou 41 pontos,
em uma escala de 0 a 100, na
qual 50 representa o ponto de
neutralidade.
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Pesca desenfreada pode causar impacto maior que poluição, diz ONG