LUIZ HENRIQUE JORGE
CARACTERÍSTICAS DA PRONAÇÃO DO PÉ MEDIDAS ATRAVÉS
DE PARÂMETROS CLÍNICOS E BIOMECÂNICOS
FLORIANÓPOLIS - SC
2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTO – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Luiz Henrique Jorge
CARACTERÍSTICAS DA PRONAÇÃO DO PÉ MEDIDAS ATRAVÉS
DE PARÂMETROS CLÍNICOS E BIOMECÂNICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação
Ciência do Movimento Humano da Universidade do
Estado de Santa Catarina como requisito para obtenção de
título de mestre em Ciências do Movimento Humano.
Orientadora: Prof. Dra Deyse Borges Koch
FLORIANÓPOLIS - SC
2005
ii
LUIZ HENRIQUE JORGE
CARACTERÍSTICAS DA PRONAÇÃO DO PÉ MEDIDAS ATRAVÉS
DE PARÂMETROS CLÍNICOS E BIOMECÂNICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação
Ciências do Movimento Humano da Universidade do
Estado de Santa Catarina como requisito para obtenção de
título de mestre em Ciências do Movimento Humano.
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Dra. Deyse Borges Koch
UDESC
____________________________________________
Prof. Dr. Aluisio Otavio Vargas Ávila
UDESC
_____________________________________________
Prof. Dra. Eliane Fátima Manfio
Faculdade Estácio de Sá
_____________________________________________
Prof. Dra. Susana Cristina Domenech
UDESC
FLORIANÓPOLIS, 2005.
iii
AGRADECIMENTOS
Prof.Dra Deyse Borges Kock a qual me guiou com paciência, nesta jornada.
A Aline e Anelise sem as quais jamais poderia ter realizado este trabalho, além do incentivo
e companheirismo constante.
Joice pela paciência e companheirismo nem sempre fácil nestes últimos meses.
Minhas irmãs Ana Paula e Laura pela atenção e carinho.
Pai que desde o início da escola até hoje sempre foi prestativo e acolhedor quando eu
necessitei, além de oportunizar esta jornada.
Mãe que mesmo não estando presente, olhou por mim.
Jeison pelas horas de trabalho que este sempre receptivo realizou quando necessário.
Adriane que além de grande amiga me incentivou a entrar na pesquisa.
Prof Mário meu primeiro orientador sempre disposto e paciente ao explicar.
Aos meus amigos que nos últimos meses só ouviram lamentações
A todos integrantes do laboratório que facilitaram as portas para a realização do trabalho.
Aos voluntários sem os quais não seria possível a realização do trabalho.
iv
RESUMO
Título: Características da pronação do pé medidas através de parâmetros clínicos e
biomecânicos.
Autor: Luiz Henrique Jorge
Orientadora: Prof. Dra. Deyse Borges Koch
O pé humano possui dupla função, estática e dinâmica. Esta dupla função favorece o estabelecimento de
lesões nos membros inferiores durante as atividades que envolvem a carga de peso de forma repetida. A
hiperpronação é uma das caracterizações mais estudadas. A proposta deste estudo é fornecer embasamento às
avaliações clínicas de pés hiperpronadores baseado em estudo teórico, observação clínica e pesquisa científica de
modo a justificar diferentes esquemas de avaliação, contribuindo para a otimização dos tratamentos empregados.
A avaliação foi dividida em três partes: formulário, avaliação clínica e biomecânica. O formulário de
identificação, histórico atual e pregresso e exame físico. Na avaliação clínica foram realizados testes específicos
para hiperpronação e aferição da amplitude de movimento. A análise biomecânica foi dividida em estática
(escaneamento 3D do pé) e dinâmica (análise de pressão plantar). A amostra foi composta por 17 indivíduos do
sexo masculino com idade entre 20-29 anos, IMC 23,91 kg/m2 ( ± 2,97). Para ser considerado hiperpronador o
indivíduo deveria apresentar queda do navicular acima de 4mm quando aferido com carga e sem carga peso
corporal e inclinação do calcâneo em posição ortostática maior que 20 em valgo. Na comparação dos dados
utilizou-se teste U de Mann-Whitey e correlação de Sperman a p ≤ 0,05. Os dados de inclinação de calcâneo,
queda e altura de navicular, ângulo do I dedo, flexão dorsal e plantar não apresentaram correlação exceção feita à
entre dorsiflexão e altura de navicular no grupo pronador funcional com r=-0,371 e r=-0,669 para os membros
não dominante e dominante. Para o grupo hiperpronador apresentaram correlação entre queda de navicular e
relação tíbio calcânea r=0,374 (LND) r=0,575 (LD). Mostrando comportamentos diferenciados para os dados
antropométricos de hiperpronador e pronador funcional . Quando comparados os dados biomecânicos, em razão
da divisão clinica de eversão de calcâneo e queda de navicular, houve diferença estatisticamente significativa
quanto à Distribuição de Pressão Plantar na região do médio pé. Na condição caminhando as variáveis com
diferença estatisticamente significativa foram área de contato e carga relativa na região medial de médio pé, pico
de pressão na região 20 metatarso. Os dados de correlação entre ângulo do I dedo e área de contato na região
medial do médio pé apresentaram correlação alta (r=0,96). É notória a necessidade do controle da condição
descalço para a exclusão de fatores intrínsecos e extrínsecos. A caracterização clinica de hiperpronadores com
base em parâmetros de eversão de calcâneo e queda de navicular mostrou-se efetiva.
Palavras-chave: hiperpronação, avaliação clínica, biomecânica.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
Florianópolis, SC, 30 de setembro de 2005.
v
ABSTRACT
Title: Characteristics of hiperpronation in feet measured through clinic and biomechanics
parameters
Author: Luiz Henrique Jorge
Adviser: Dra. Deyse Borges Koch
The human foot has a double function, a static and a dynamic one. These increase the risk of injury
establishment on the lower limb during activities that are related to repetitive loading. The purpose of this study
is to embase the clinical evaluation of hyperpronators. Due to theorical studies, clinical observation and scientific
research a more optimized treatment can be applied as well as differents evaluatiuon possibilities can be
justified. The assessment was divided into three parts, a questionnaire, the clinical and the biomechanical
evaluations. During the clinical evaluation specific tests for pronation control and to look at ROM were
performed. The biomechanical evaluation was performed first looking at anthropometry using a 3D Foot Scanner
and second looking at plantar pressure distribution in both static and dynamic conditions. The sample was
composed by 17 subjects who volunteered to participate in this study with mean value of BMI of 23,91 kg/m2
( ± 2,97). To be classified as a hyperpronator the subject’s navicular drop needed to be above in 4mm controlled
with and without body weight load, the calcaneus alignment in orthostatic position was supposed to be higher
than 2º in valgus position. Looking at the results it is no note that the calcaneus alignment, height and fall of the
navicular, angle of the halux, dorsal and plantar flexions showed no correlation in between. The only exeption
was the correlation between the dorsal flexion and the navicular height for the group PF with r=-0,371 e r=-0,669
for the dominant and non-dominant limbs respectively. For the group HP navicular fall and tibiocalcaneal
alignment showed an r=0,374 and r=0,575. These demonstrate different anthropometric relationships for the two
groups the HP and the PF. Comparing the biomechanical data according to the clinical division due to calcaneus
eversion and navicular height, there was a high statistics significant difference for the plantar pressure
distribution in several anatomical regions. The most significant differences were found in the running condition.
For the walking condition the variables with statistics significant differences were the contact area and relative
load at the medial midfoot and the maximum pressure value at the second metatarsus area. The correlation data
between halux angle and contact area at the medial midfoot region presented a high statistics significant
correlation. It is therefore clear that the control of the barefoot condition for the exclusion of intrisic and extrinsic
factors is extremelly important. The extrinsic factors have an extensive literature exploration. Finally the
chracteristics of hyperpronators using clinical parameters as calcaneus eversion and navicular fall demonstrates
to be efective.
Key-words: hyperpronation, clinical evaluation, biomechanics
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS – CEFID
PROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO
Master Dissertation on Human Movement Science – Biomechanics
Florianopolis, SC, September 30th 2005.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ossos do pé (Fonte: Sobotta, 2000) ....................................................................... 11
Figura 2: Ligamentos laterais do tornozelo (Fonte: Sobotta, 2000). ...................................... 13
Figura 3: Ligamentos mediais do tornozelo (Fonte: Sobotta, 2000). ..................................... 15
Figura 4: Artrocinemática da subtalar. Posição ocupada pelos eixos da região metatarsiana (A)
pronação,...................................................................................................................... 17
Figura 5: Modelo adaptado utilizado para predizer pressão plantar (Fonte: Cavanagh et. al,
1997)............................................................................................................................ 26
Figura 6: Distribuição de para a classificação do tipo de pé: distribuição normal................. 27
Figura 7: Sistema de scaner 3D (Fonte: I ware.Inc., 2005).................................................... 33
Figura 8: Plataforma Emed- AT de medir distribuição de pressão plantar (Novel GmbH,
2004)............................................................................................................................ 33
Figura 9: Foto do posicionamento do indivíduo pra aferição da dorsiflexão e plantiflexão.... 35
Figura 10: Posicionamento do indivíduo para.........................................................................35
Figura 11: Posicionamento das balanças .................................................................................35
Figura 12: Campo visual para o indivíduo treinar transferência de peso............................... 36
Figura 13: Posição do indivíduo para mensuração................................................................. 36
Figura 14: Marcaçoões realizadas para mensuração angular....................................................36
Figura 15: Plataforma de vidro onde o indivíduo se posicionava para as aferições................ 37
Figura 16: Foto ilustrativa da mensuração do ângulo tíbio-calcâneo (esquerda) e da inclinação
do calcâneo (direita) (Fonte: Donatelli, 1996)..........................................................................37
Figura 17: Foto ilustrativa do apoio bilateral de membro superior. ...................................... 38
Figura 18: Foto ilustrativa do apoio bilateral de membro superior (lateral, posterior e medial).
..................................................................................................................................... 39
vii
Figura 19: Seqüência de coleta de dados. ............................................................................. 40
Figura 20: Distribuição de pressão plantar em pessoas obesas (Fonte: Hennig, 2003)........... 41
Figura 21: Máscaras (PRC) dividindo o pé em 10 regiões. ................................................... 44
Figura 22: Divisão da planta do pé em 10 regiões (Fonte: Cavanagh, 1987). ........................ 45
Figura 23: Gráfico ilustrando a carga relativa em dois tipos de calçados representados pelas
letras M e L no estudo de Hennig e Millani, (2000). (Fonte: Hennig e Milani, 2000). ... 64
Figura 24: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição
caminhando lado dominante (*p<0,05)......................................................................... 74
Figura 25: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, .......... 75
Figura 26:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF, ................... 76
Figura 27:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição
caminhando lado não dominante (*p<0,05). ................................................................. 77
Figura 28: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição
correndo lado dominante (*p<0,05).............................................................................. 78
Figura 29: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição
correndo lado não dominante (*p<0,05). ...................................................................... 79
Figura 30:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição
correndo lado dominante (*p<0,05).............................................................................. 81
Figura 31:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição
correndo lado não dominante (*p<0,05). ...................................................................... 82
Figura 32: Comparação entre os grupos HP e PF para a área de contato total do pé nas
condições correndo (R) e caminhando (W) para os lados dominante (LD) e não
dominante (LND). ........................................................................................................ 83
Figura 33:Comparação entre os grupos HP e PF para a área de contato na M03 pé nas
condições correndo (R) e caminhando (W) para os lados dominante (LD) e não
dominante (LND). ........................................................................................................ 84
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela - 1 Dados antropometricos para os grupos HP (Hiperpronador) e PF (Pronador
funcional), apresentado média, desvio padrão (dp) e valores máximo e mínimo. ...........48
Tabela - 2 Dados clínicos de dorsiflexão, plantiflexão e relação tíbio calcânea para os grupos.
Valores de média, desvio padrão (dp) e extremos para os lados dominante (LD) e não
dominante (LND). .........................................................................................................50
Tabela - 3 Dados antropométricos do pé a partir do escaneamento 3D para os grupos HP e
PF. Valores médios, desvio padrão (dp) e extremos para os lados dominante (LD) e nãodominante (LND). .........................................................................................................53
Tabela - 4 Valores de correlação apresentada para as variáveis amplitude de dorsiflexão e
altura do navicular para o grupo PF, para os lados dominate (LD) e não-dominante
(LND)... ........................................................................................................................54
Tabela -5 Valores de correlação entre as variáveis queda de navicular e relação tíbiocalcânea
para o grupo HP, nos lados dominante (LD) e não dominante (LND). ...........................55
Tabela 6: Valores de correlação linear entre as variáveis antropométricas para o grupo HP,
nos lado dominante (LD) e não dominante (LND). ........................................................56
Tabela 7: Valores de correlação linear entre as variáveis antropométricas para o grupo PF, nos
lado dominante (LD) e não dominante (LND). ..............................................................58
Tabela 8: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força
máxima total (%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas
relativas(%) para a condição correndo grupo HP. ..........................................................60
Tabela 9: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força máxima
total (%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas relativas(%) para a
condição caminhando para o grupo HP..........................................................................62
Tabela 10:Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força
máxima total (%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas
relativas(%) para a condição correndo grupo PF. ...........................................................63
Tabela 11: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força
máxima total (%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas
relativas(%) para a condição caminhando para o grupo PF. ..........................................66
ix
Tabela 12: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas
para o grupo HP na condição correndo para os lados: não dominante (LND) e dominante
(LD)........................... ....................................................................................................68
Tabela 13: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas
para o grupo HP na condição caminhando para os lados: não dominante (LND) e
dominante (LD).............................................................................................................70
Tabela 14: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas
para o grupo PF na condição correndo para os lados: não dominante (LND) e dominante
(LD)...............................................................................................................................71
Tabela 15:Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas
para o grupo PF na condição caminhando para os lados: não dominante (LND) e
dominante (LD).............................................................................................................72
x
LISTAS DE ABREVIATURAS
ADM - Amplitude de movimento
CCP - Com carga de peso
PCP - pouca carga de peso
DRCP - distribuição regular da carga de peso
LD – lado dominante
LND – lado não dominante
HP – grupo hiperpronador
PF – grupo pronação funcional
HPDRD - grupo hiperpronador dinâmico correndo dominante
HPDRN - grupo hiperpronador dinâmico correndo não dominante
HPDWD - grupo hiperpronador dinâmico caminhando dominante
HPDWN - grupo hiperpronador dinâmico caminhando não dominante
PFDRD - grupo pronação funcional dinâmico correndo dominante
PFDRN - grupo pronação funcional dinâmico correndo não dominante
PFDWD - grupo pronação funcional dinâmico caminhando dominante
PFDWN - grupo pronação funcional dinâmico caminhando não dominante
DPP – distribuição de pressão plantar
PP – pico de pressão
RL – carga relativa
FM – força máxima
% PC – percentual do peso corporal
xi
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................ iv
ABSTRACT ..................................................................................................................... v
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. viii
LISTAS DE ABREVIATURAS....................................................................................... x
I INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 O PROBLEMA ........................................................................................................ 1
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 3
1.2.1 Geral ................................................................................................................. 3
1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 3
1.3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 4
1.4 HIPÓTESES ............................................................................................................ 5
1.5 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS.............................................................................. 6
1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................... 7
1.7 LIMITAÇÕES ......................................................................................................... 7
1.8 DEFINIÇÃO DE TERMOS ..................................................................................... 8
II REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 10
2.1 ESTRUTURA ANATÔMICA................................................................................ 10
2.1.1 Estruturas ósseas.............................................................................................. 10
2.1.2 Biomecânica articular ...................................................................................... 11
2.2 MÚSCULOS DO TORNOZELO E DO PÉ............................................................ 20
2.3 ASPECTOS RELACIONADOS À PRONAÇÃO................................................... 20
2.4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR . 22
2.4.1 Princípio capacitivo ......................................................................................... 22
2.4.2 Princípio resistivo........................................................................................... 23
2.4.3 Pressure Sheet ................................................................................................. 23
2.4.4 Princípio piezoelétrico .................................................................................... 23
2.4.5 Outros métodos ............................................................................................... 24
2.5 DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR......................................................... 24
III METODOLOGIA .................................................................................................... 29
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS SUJEITOS................................................................. 29
3.2 INSTRUMENTOS DE MEDIDA .......................................................................... 30
3.2.1 Ficha de avaliação ........................................................................................... 30
3.2.2 Goniômetro ..................................................................................................... 31
3.2.3 Paquímetro ...................................................................................................... 31
3.2.4 Fita métrica ..................................................................................................... 31
3.2.5 Balança............................................................................................................ 32
xii
3.2.6 Estadiômetro ................................................................................................... 32
3.2.7 Scaner 3D........................................................................................................ 32
3.2.8 Plataforma de pressão plantar .......................................................................... 33
3.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETAS DE DADOS............................................ 34
3.3.1 Termo de consentimento e entrevista ............................................................... 34
3.3.2 Medidas antropométricas ................................................................................. 34
3.3.3 Mensuração de Medidas Antropométricas do Pé.............................................. 38
3.3.4 Mensuração da Distribuição de Pressão Plantar ............................................... 39
3.4 CONTROLE DAS VARIÁVEIS............................................................................ 41
3.4.1 Obesidade........................................................................................................ 41
3.4.2 Diferenças anatômicas relacionadas ao sexo .................................................... 41
3.4.3 Velocidade da marcha e pressão plantar........................................................... 42
3.4.4 Amplitude de movimento ................................................................................ 42
3.5 PROCESSAMENTO DOS DADOS....................................................................... 43
3.5.1 Dados antropométricos .................................................................................... 43
3.5.2 Dados de distribuição de pressão plantar.......................................................... 43
3.5.3 Dados do Scaner 3D ........................................................................................ 45
3.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO........................................................................... 46
IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................. 47
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS................................................................. 47
4.2 CARACTERÍSTICAS DOS PARÂMETROS CLÍNICOS DE AVALIAÇÃO DE
PRONAÇÃO ............................................................................................................... 49
4.3 RELAÇÃO ENTRE PARÂMETROS CLÍNICOS E ANTROPOMÉTRICOS........ 54
4.5 RELAÇÃO ENTRE OS DADOS CLÍNICOS E VARIÁVEIS BIOMECÂNICAS . 68
4.6 COMPARAÇÃO DOS VALORES DAS VARIÁVEIS DE DISTRIBUIÇÃO DE
PRESSÃO PLANTAR ENTRE OS GRUPOS PRONADOR FUNCIONAL E
HIPERPRONADOR NAS CONDIÇÕES CAMINHANDO E CORRENDO. .............. 73
V CONCLUSÕES .......................................................................................................... 86
VI CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 90
Anexo I ........................................................................................................................... 95
Anexo II.......................................................................................................................... 97
Anexo III ........................................................................................................................ 99
Anexo IV....................................................................................................................... 100
I INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
O pé humano possui dupla função, estática e dinâmica. Tanto na função estática como
na dinâmica os mecanorreceptores plantares são apontados como fornecedores de informação
para o sistema sensório motor, envolvido no equilíbrio (DEURSEN e SIMONEAU, 1999;
PERRY et. al, 2001). Na posição ortostática, o pé representa a soma de forças e momentos
que agem sobre o corpo fornecendo respostas sensório motoras para manutenção do
equilíbrio. Durante a locomoção, o sistema fornece respostas importantes para a adaptação da
superfície plantar nos movimentos da marcha. No contato inicial com o solo, o pé apresenta
uma estrutura móvel possibilitando a marcha e as respostas de adaptação durante a marcha, o
que favorece a adaptação a diversas superfícies. Enquanto que, na fase ativa da marcha o pé se
torna uma estrutura com menor mobilidade tornando-se eficiente para proporcionar a
impulsão (NORKIN e LEVANGIE, 2001).
Esta dupla função favorece o estabelecimento de lesões nos membros inferiores
durante as atividades que envolvem a carga de peso de forma repetida. A associação de um
mau alinhamento das estruturas do tarso, à falta de condicionamento preventivo nas áreas
envolvidas torna-se um fator agravante no estabelecimento de lesões durante a prática
esportiva (NIGG e WERNER, 1992; HRELJAC et. al,1999; NESBITT, 1999).
Uma compensação comum para a inversão do ante-pé é a pronação da articulação
subtalar ocasionando um aumento da amplitude de movimento desta articulação durante a fase
de apoio, denominado hiperpronação. Caso o indivíduo permaneça com o pé pronado durante
a fase de impulsão poderá ocorrer prejuízo das estruturas do médio tarso, não ocorrendo a
devida aproximação das estruturas do ante-pé e retro-pé, a supinação; o que ocasiona uma
2
super solicitação das estruturas ósseas, musculares e tendíneas. Muitas vezes, estas
solicitações podem causar algias não somente no local como também em todo o membro
inferior, além de patologias como fratura por estresse, tendinite no tendão calcâneo, tibial
anterior e posterior, periostites, lesões na primeira articulação metatarsofalangeana,
metatarsalgias de forma geral, lesões meniscais e ligamentares do joelho, calosidades, entre
outras (NIGG e WERNER, 1992; SOMMER e VALLENTYNE, 1995; LAUF, 1996;
HRELJAC et. al,1999; HENNIG, 2003). Devido a este grande número de lesões, muito se tem
questionado a respeito das possíveis contribuições da hiperpronação no aparecimento destas
lesões.
Segundo Norkin e Levangie (2001), Stakey e Ryan (2001) a estrutura da articulação
reflete as funções às quais ela foi projetada para atender. O funcionamento eficaz da estrutura
total dependerá da ação integrada de muitas articulações. No corpo, a anatomia é vista como a
estrutura, ao passo que a fisiologia e biomecânica são as funções. É essencial uma
compreensão apropriada da estrutura e função para que se possa fazer uma avaliação
competente. Visto que o corpo humano apresenta suas funções integradas, o conhecimento da
estrutura e funcionamento específicos das partes individualizadas torna-se tão importante
quanto o entendimento da relação destas partes na produção do movimento normal
(biomecânica) e nos casos de lesões, do movimento anormal (STARKEY e RYAN, 2001).
A maioria dos roteiros de exame possui os mesmos elementos básicos. Baseiam-se na
teoria e em boa parte nas observações clínicas. Por outro lado, conforme destacam Malone,
Mcpoil e Nitz (2001) existem poucas pesquisas que justifiquem os diferentes esquemas de
avaliação de forma objetiva, o que seria de fundamental importância, uma vez que para
entendermos quaisquer alterações do movimento é necessário antes entender e mensurar o
mesmo. No caso da hiperpronação, possível causadora de afecções nos membros inferiores, há
uma grande variedade de testes clínicos e biomecânicos sem que, no entanto haja relações
entre estas avaliações, justificando a utilização dos mesmos. Diante de tais colocações
questiona-se:
3
Quais as características e relações entre parâmetros clínicos (estáticos) e
biomecânicos (estáticos e dinâmicos) na análise da hiperpronação e pronação funcional em
situação descalço?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Identificar diferentes níveis de pronação na situação descalço através de avaliação
clinica e biomecânica e verificar a relação entre estas avaliações.
1.2.2 Objetivos específicos
•
Caracterizar parâmetros clínicos de avaliação de pronação para os grupos pronadores
funcional e hiperpronador.
•
Verificar a relação entre parâmetros clínicos e entre os antropométricos
•
Caracterizar as variáveis biomecânicas de distribuição de pressão plantar (área de
contato, pico de pressão e carga relativa) nos grupos pronador funcional e
hiperpronadores
•
Verificar a relação entre os dados clínicos de altura do navicular, queda do navicular e
inclinação de primeiro dedo, com as variáveis biomecânicas, pico de pressão e carga
relativa e área de contato.
•
Comparar os valores das variáveis de distribuição de pressão plantar entre os grupos
pronador funcional e hiperpronador nas condições caminhando e correndo.
4
1.3 JUSTIFICATIVA
Milhões de pessoas estão envolvidos em atividades de corrida e jogging. Destes entre
37% a 56% sofrem algum tipo de lesão no primeiro ano de prática (NIGG, 2001). As
condições anatômicas dos membros inferiores têm sido apontadas como fatores que
influenciam o aparecimento de lesões. Dentre os fatores anatômicos acredita-se que o arco
plantar desempenhe uma importante função para o a manutenção da função dinâmica do pé.
Pessoas com o arco baixo geralmente mostram uma ineficiência no que se refere a sua dupla
função do arco: acomodação de cargas e alavanca para impulso, tornando assim todo o
membro inferior suscetível ao aparecimento de lesões.
Muito tem se discutido sobre a influência da hiperpronação no movimento e
aparecimento de lesões, como nos estudos de Nigg e Werner, 1992; Sommer e Vallentyne,
1995; Lauf, 1996; Hreljac et al.,1999; Hennig, 2003. O controle do movimento vem sendo
associado com mau alinhamento estático e dinâmico. Da mesma forma que existe muita
especulação em torno dos pés excessivamente varos ou valgos, os quais criariam situações
com cargas excessivas e repetitivas, levando a lesões por overuse (SOMMER e
VALLENTYNE, 1995; NIGG, 2001; HENNIG, 2003).
Estudos como os de CLARKE, FREDERICK e HAMILL, 1983; NIGG e
SEGESSER,1992; WILBERT e CAVANAGH, 1992; NIGG et al., 1997;
HENNIG e
MILANI, 2000 têm investigado o comportamento de hiperpronadores, seja através de
palmilhas de pressão plantar ou cinemetria, associado ao uso de calçados esportivos. Tais
pesquisas são de grande valia, pois refletem as mudanças ocorridas no contato do pé com a
reação do solo e modificações causadas pelo calçado. Contudo, poucos estudos tem
relacionado as características de hiperpronadores em condição descalço, a qual é de grande
importância no entendimento das alterações do movimento, podendo contribuir de forma
significativa na prevenção de lesões.
No que se refere a quantificação e classificação dos tipos de pé, inúmeros são os
critérios de avaliação e medição, que variam desde testes clínicos, medições com goniômetros,
inclinômetros,
fitas métricas,
paquímetros, plantígrafos,
radiografias, e avaliações
5
biomecânicas. Especificamente aos testes biomecânicos destaca-se a avaliação da distribuição
de pressão plantar, a qual passou por grande evolução tecnológica com sensível
enriquecimento da resolução nos sensores. Da mesma forma que a evolução nos instrumentos
de cinemetria possibilitou melhor entendimento e medição dos movimentos do pé. Tendo em
vista esta evolução tecnológica, houve um crescimento de estudos biomecânicos relacionados
ao pé humano que possibilitam uma melhor medição, descrição, monitoração e analise do
movimento. Entretanto, poucos foram os estudos correlacionando as técnicas da prática clínica
com os testes de menor erro e melhor reprodutibilidade, o que seria de fundamental
importância uma vez que para se adotar medidas preventivas ou curativas é imprescindível
uma precisa avaliação da estratégia adotada nos diversos casos de hiperpronação.
A proposta deste estudo é fornecer um melhor embasamento para as avaliações
clínicas de pés hiperpronadores auxiliando de forma efetiva, baseado em estudo teórico,
observação clínica e avaliação biomecânica de modo a justificar os diferentes esquemas de
avaliação. Isto irá possibilitar um melhor entendimento das alterações de membros inferiores e
contribuir para a otimização dos tratamentos atualmente empregados.
1.4 HIPÓTESES
H1- Não haverá relação entre dados clínicos de variação da inclinação do calcâneo e queda de
navicular, altura de navicular e inclinação de primeiro dedo.
H2- Haverá relação entre dados clínicos de altura de navicular, inclinação de primeiro de dedo
e queda de navicular com a área de contato, pico de pressão e carga relativa na região medial
de médio pé.
H3- Haverá diferença nos picos de pressão e carga relativa para as condições correndo e
caminhando nos diferentes grupos.
H4- Haverá relação entre a inclinação de primeiro dedo e área de contato na região medial de
médio pé.
6
1.5 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS
INCLINAÇÃO DO CALCÂNEO: conceitualmente definida como a inclinação dada entre a
aritculação talocrural e o ângulo reto com o osso da tíbia. Medida em graus com goniômetro,
partindo da posição neutra da articulação, a partir de um ângulo reto com a tíbia
(DONATELLI, 1996).
ALTURA DO NAVICULAR: definida como a distância da tuberosidade do navicular até o
chão ou plano paralelo à planta do pé, medida em mm, em posição estática unipodal com
carga de peso (STARKEY e RYAN, 2001).
QUEDA DE NAVICULAR: definida como a diferença medida entre o valor da altura do
navicular na condição com pouca carga de peso e na condição com carga de peso, com valor
dado em mm (STARKEY e RYAN, 2001).
INCLINAÇÃO DO PRIMEIRO DEDO: medido através do ângulo formado entre a reta A
(que liga o ponto mais extremo medial da cabeça do I metatarso com o ponto mais extremo
medial do calcâneo), com no eixo longitudinal. Medido em graus partindo de imagem 3D do
pé (NORDIN e FRANKEL, 2003).
PICO DE PRESSÃO PLANTAR: definida como o pico máximo de pressão obtido na região
específica da planta do pé durante o movimento de caminhada e corrida. Medido em kPa
através de sistema capacitivo para medição de distribuição de pressão plantar.
AREA DE CONTATO PLANTAR: cálculo da área do pé que entra em contato direto com o
solo. Medida em cm2 através de sistema capacitivo para medição de distribuição de pressão
plantar.
7
CARGA RELATIVA (RL): definida como integral da curva da força (F) em função do tempo
da Mascara escolhida dividida pela integral da curva da força total (FT) em função do tempo
total multiplicada por 100 RL =
∫ F ∗100
∫ FT
(HENNIG e MILANI, 2000).
1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo foi delimitado em descrever, discutir e comparar uma avaliação clínica que
constou de teste específico (queda de navicular), aferição ADM (Amplitude de movimento),
antropometria, e avaliação biomecânica (escanemanento 3D do pé, distribuição de pressão
plantar) em onze indivíduos com pés hiperpronadores e seis indivíduos sem característica de
hiperpronação, praticantes de atividade física não competitiva, sem acometimento de lesões
por pelo menos 6 meses. Foram excluídos do estudo indivíduos com pés varos, idade inferior
a 18 anos e superior a 29 anos e indivíduos do sexo feminino. As avaliações foram realizadas
no Laboratório de Biomecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC no
Centro de Educação Física Fisioterapia e Desporto - CEFID.
1.7 LIMITAÇÕES
Número de sujeitos: houve dificuldade de se encontrar sujeitos com as características
necessárias para o estudo.
Controle do movimento de joelho e tornozelo o qual possui grande influencia na
resposta de distribuição de pressão plantar não foram controlados através de avaliação
cinemática.
8
1.8 DEFINIÇÃO DE TERMOS
Pronação: movimento simultâneo de eversão do calcâneo, adução e flexão plantar da cabeça
do talus durante movimento dinâmico (KAPANDJI, 1990).
Hiperpronação: quando a altura do osso navicular, na posição com sustentação de peso é
inferior 2/3 da altura do osso sem sustentação de peso (STARKEYe RYAN, 2001).
Amplitude de Movimento (ADM): será descrita a partir do ângulo neutro de cada
articulação.
Pouca carga de peso: no início da avaliação os indivíduos passaram por uma adaptação para
verificar se conseguem transferir o máximo do peso para um único membro sem tirar o
membro contralateral do chão. Esta adaptação será da seguinte forma: serão colocadas duas
balanças de mesmo modelo lado a lado e o indivíduo será instruído a transferir o peso para um
único membro sem tirar o outro membro do chão, com apoio bilateral de membros superiores
para minimizar os desvios posturais e observar a massa marcada na balança sendo que esta
não deve ser superior a 10% da massa do indivíduo.
Com carga de peso: condição na qual foram realizadas algumas aferições e consistia no fato
de o individuo transferir 90% da massa corporal para um dos dois membros. Ou seja, o
membro que ficar com no mínimo 90% da massa do indivíduo.
Distribuição igual de peso entre os dois membros: quando os dois membros inferiores
suportam em média a mesma carga.
Material resiliente: são materiais que após sofrer deformação retornam ao seu estado prévio.
Quanto maior for a capacidade de retorno maior será a resiliência do material.
9
Material condutor elétrico: sistema capaz de efetuar transporte de carga elétrica sob forma
de corrente elétrica.
II REVISÃO DE LITERATURA
O texto da revisão de literatura busca referenciar alguns dos principais tópicos
relevantes ao assunto discutido. Para isso são apresentadas definições sobre: biomecânica
articular, pé hiperpronador, músculos envolvidos, técnicas de mensuração clínicas e
biomecânicas, alterações e patologias advindas.
2.1 ESTRUTURA ANATÔMICA
2.1.1 Estruturas ósseas
O esqueleto do pé subdivide-se em tarso, metatarso e dedos. O tarso se compõe de 7
ossos: tálus, calcâneo, navicular, cubóide e 3 cuneiformes, conforme observa-se na Figura 1
(SMITH e LEHMKUHL, 1987). É o tálus que transmite todo o peso do corpo para o pé.
Possui três fases articulares, onde se articula com o maléolo tibial e fibular (garfo maleolar),
inferiormente com o navicular e na continuação desta mesma se articula com o calcâneo. O
Calcâneo é o maior osso da base do pé, em sua parte posterior localiza-se a tuberosidade
calcânea, onde se insere o tendão calcâneo e local de muitas implicações clínicas, tais como
esporão fasciíte plantar, entre outras. O osso navicular articula-se com o tálus e com os 3
cuneiformes, é considerado o sustentáculo do arco longitudinal medial (PLATZER, 1995).
O osso cubóide é onde se localizam as áreas de articulação para o quarto e o quinto
metatarso. Medialmente a esta estrutura localiza-se a área de articulação com o cuneiforme
lateral e posteriormente está o processo do calcâneo. Os 3 cuneiformes diferem entre si pelo
tamanho e pela localização. O cuneiforme medial é o maior, o intermédio é o menor dos três
ossos. Proximalmente os três ossos tem articulação com o navicular e distalmente articulam-se
com os metatarsos, sendo que o cuneiforme medial articula-se com o primeiro metatarso e
11
com uma pequena parte do segundo metatarso, o osso cuneiforme lateral articula-se com o
terceiro metatarso e uma pequena parte do segundo metatarso, e algumas vezes, com parte do
quarto metatarso, o intermédio articula-se somente com o segundo metatarso (SMITH e
LEHMKUHL, 1987).
Figura 1: Ossos do pé (Fonte: Sobotta, 2000)
2.1.2 Biomecânica articular
O pé humano evoluiu de um órgão de preensão plantar flexível para um sistema de
sustentação de peso relativamente rígido, que adapta-se ao solo e permite a postura vertical e a
marcha. O pé é composto por 33 articulações: talocrural, subtalar, transversa do tarso,
tarsometatarsianas, metatarsofalangeanas, interfalangeanas; e 26 ossos: sete ossos do tarso
(tálus, calcâneo, navicular, cubóide, e os três cuneiformes), os cinco ossos do metatarso e as
catorze falanges três para cada um dos dedos, exceto para o hálux, que tem apenas duas
(PLATZER, 1995).
12
Os ossos são mantidos juntos pelos ligamentos e as meias-cúpulas são impedidas de se
aplainarem através dos ligamentos da aponeurose plantar (fáscia plantar), dos tendões, dos
músculos extrínsecos e dos músculos intrínsecos do pé. Estes trabalham em conjunto a fim de
propiciar ao pé cinco funções: uma base dinâmica de apoio, fazer do pé uma estrutura flexível
e adaptável, auxiliar o membro inferior a atenuar as forças de impacto, servir como estrutura
estável e rígida ao final da fase de apoio e permitir a rotação do membro inferior no plano
transverso no momento em que firma a base de apoio (MALONE et. al, 2000).
2.1.2.1 Articulação do tornozelo
A articulação do tornozelo, também chamada de talocrural, é do tipo troclear, onde
suas superfícies articulares são formadas pelos maléolos tibial e fibular (garfo maleolar) e a
tróclea do tálus. Esta tróclea possui uma face superior, uma face maleolar medial (tibial) e
uma face maleolar lateral (fibular). A fíbula localiza-se, com sua face articular, em posição
mais inferior que a da tíbia, propiciando um eixo atravessado entre os dois maléolos.
Formando este um eixo cerca de 820 em relação ao corte vertical da tíbia. Por estes motivos a
talocrural possui um eixo articular nos três planos ortogonais, porém os movimentos
predominantes são os de flexão dorsal e plantar que ocorrem no plano sagital (MALONE et.
al, 2000). A tíbia e a fíbula são articuladas pela sindesmose tibiofibular distal. O tálus
encaixa-se numa espécie de cavidade esculpida, dando uma estabilidade considerável à
articulação.
Os graus de liberdade são de 200 para a flexão dorsal e 500 para a flexão plantar, estes
graus podem variar bastante dentro de uma população. Sendo necessários para a marcha 100
de flexão dorsal e 200 de flexão plantar (MALONE et al., 2000). A falta destes graus de
mobilidade, na flexão dorsal pode levar a uma retirada precoce do calcanhar na fase de apoio
ou ainda um aumento da pronação, além da maior solicitação das partes moles.
No apoio unipodal, é a articulação do tornozelo que suporta a totalidade do peso do
corpo. Sendo categórica na transmissão de força do corpo e para o corpo durante a sustentação
de peso e outras cargas. A tíbia transmite o peso do corpo através da tróclea do tálus,
verticalmente. O maléolo medial da tíbia articula-se com a faceta maleolar medial do tálus. A
13
fíbula sustenta de 0% à 12% do peso total do corpo (Campbell apud Starkey e Ryan, 2001) e
desce junto à parte lateral do tálus, formando o maléolo lateral, que se articula com a faceta
maleolar lateral do tálus.
Através dos ligamentos talofibular anterior é feita à união entre o tálus e a fíbula. Este
ligamento fica tenso durante a flexão plantar e opondo-se ao movimento de inversão da
unidade talocalcanear, além de limitar a translação anterior do tálus em relação a tíbia. O
Ligamento calcaneofibular se faz por uma estrutura extracapsular, o qual fica tensionado na
faixa extrema da flexão dorsal sendo o principal elemento da retenção de inversão talar. O
Ligamento talofibular posterior é o mais forte dos três ligamentos sendo responsável pela
limitação do deslocamento posterior do tálus em relação à tíbia (Figura 2).
Figura 2:Ligamentos laterais do tornozelo (Fonte: Sobotta, 2000).
Medialmente o tálus está unido à tíbia por um grupo de ligamentos denominado
deltóide, que são: Ligamento tibiofibular anterior, ligamento tibiocalcaneo, ligamento
tibiotalar posterior, sendo estes três responsáveis pela limitação da eversão do calcâneo. Existe
um quarto ligamento que faz parte do ligamento deltóide o ligamento tibionavicular este
controla a translação lateral e rotação lateral da tíbia em relação ao pé. Os ligamentos
tibiotalar anterior e navicular ficam tensionados quando o pé se encontra em flexão plantar, e
14
os ligamentos tibiotalar posterior e tibiocalcaneo quando o pé esta em flexão dorsal
(STARKEY e RYAN, 2001).
2.1.2.2 Articulação subtalar
O tálus se articula por sua face inferior na face superior do calcâneo. Os dois ossos
entram em contato cada um em duas superfícies articulares, constituindo a articulação subtalar
(articulação inferior do tornozelo). O ângulo médio de inclinação da subtalar é de 420 em
relação ao plano transversal e de 160 em relação ao plano sagital. O eixo da articulação
subtalar se estende em direção oblíqua atravessado, de uma posição postero-lateral plantar a
uma posição anterior interna dorsal em relação ao calcâneo. Tal constituição permite a
articulação movimento em três planos, denominados movimentos de pronação e supinação
(STARKEY e RYAN, 2001).
A pronação em cadeia fechada é definida como o movimento simultâneo de eversão do
calcâneo, adução e flexão plantar da cabeça do talo. A supinação consiste em inversão do
calcâneo, acompanhada de abdução e flexão dorsal da cabeça do talo (MALONE et al., 2000).
Embora seja discutido como elemento isolado, não ocorre de forma separada e são
influenciados pela sustentação ou não de peso corporal (STARKEY e RYAN, 2001). A
amplitude de movimento varia bastante compreendendo uma amplitude total entre 200 – 620.
Sendo normalmente a pronação o dobro da supinação (MALONE et al., 2000).
A principal função da articulação consiste em permitir a rotação do membro inferior no
plano transversal durante a fase de apoio da marcha. Outra função da articulação é permitir
que a tíbia apresente rotação interna mais rápido que a coxa a fim de permitir que a articulação
do joelho seja desbloqueada no início da fase de apoio. Através da pronação, a subtalar ajuda
o músculo poplíteo a promover a rotação interna (STARKEY e RYAN, 2001).
Nenhum músculo se insere no tálus, logo a estabilidade da articulação é fornecida por
ligamentos e ossos. Cruzando obliquamente o tálus e o calcâneo, existe o canal tarsiano o qual
permite a inserção do forte ligamento talocalcâneo interósseo (Figura 3), que corre
transversalmente entre essas duas facetas e mantém os dois ossos firmemente unidos. Um
segundo ligamento intra articular é o cervicis que se situa lateralmente ao canal tarsiano. O
15
apoio colateral é conseguido pelos ligamentos laterais e mediais, o deslizamento posterior do
tálus sobre o calcâneo é parcialmente restringido pelo talocalcaneo posterior. A articulação
possui uma curta cápsula articular que é frouxa e fina, sendo reforçada pelos ligamentos
colaterais (STARKEY e RYAN, 2001).
Figura 3: Ligamentos mediais do tornozelo (Fonte: Sobotta, 2000).
2.1.2.3 Articulação transversa do tarso
A articulação transversa do tarso ou mediotarsal é formada pelas articulações
talocalcaneonavicular e calcâneocubóide. O movimento destas duas articulações cria dois
eixos, um oblíquo e outro longitudinal, podendo cada um deles deslocar-se de forma
independente, porém a localização destes dois eixos quando em cadeia fechada, depende da
posição da articulação subtalar. Ao lado das superfícies articulares do tálus, calcâneo e
navicular há uma outra superfície articular revestida de cartilagem fibrosa no ligamento
calcaneonavicular plantar. Este ligamento une o calcâneo na região da face articular média ao
osso navicular, formando assim uma cavidade articular para a cabeça do tálus. A cápsula na
articulação talocalcaneonavicular insere-se na borda da cartilagem articular ou alcança o
16
ligamento calcaneonavicular plantar. O tenso ligamento bifurcado reforça a cápsula e fixa
entre si os ossos calcâneo, navicular e cubóide. O ligamento talocalcâneo interósseo situado
no seio do tarso, separa as partes anterior e posterior da articulação talocalcaneonavicular. A
articulação calcâneo-cubóide é do tipo selar. Estes dois ossos são unidos pelo ligamento
calcâneo-cubóide dorsal e o ligamento calcâneo-cubóide plantar. O ligamento calcâneocubóide é um dos elementos essenciais de sustentação da abóbada plantar (PLATZER, 1995).
A articulação transversa do tarso permite movimentos da parte frontal do pé com
relação à parte posterior, denominados pronação quando o arco do pé torna-se achatado e
supinação quando o arco é elevado (NORKIN e LEVANGIE, 2001). O movimento nesta
articulação ocorre em combinação com movimentos das articulações subtalar e
tarsometatarsianas.
Os planos dos eixos descrevem a relação existente entre o movimento da subtalar e os
dois eixos da mediotarsal, traçando-se duas linhas: uma no eixo longitudinal e outra no eixo
oblíquo, possibilitando a conservação dos movimentos que os planos dos eixos realizam
durante a pronação e a supinação. Os planos dos eixos assumem uma posição mais paralela
durante pronação. A Figura 4 mostra a articulação subtalar de frente com o calcâneo em
inversão a cabeça do tálus em adução e flexão plantar, os planos dos eixos se dispõe
paralelamente. Os planos dos eixos tendem a convergir à medida que a articulação vai para a
posição neutra a mostra a convergência dos planos à medida que a articulação subtalar entra
em supinação (MALONE et al., 2000).
O resultado funcional é importante uma vez que os planos dos eixos se tornam
paralelos em decorrência da pronação, as articulações do pé tornam-se mais flexíveis e móveis
(MALONE et al., 2000).
17
Figura 4: Artrocinemática da subtalar. Posição ocupada pelos eixos da região metatarsiana (A) pronação,
(B) neutro, (C) supinação. (Fonte: Manole et. al, 2001).
2.1.2.4 Articulações cuneonavicular, cuneocubóidea e intercuneas
Estas três articulações são aproximadamente planas e permitem um movimento de
deslizamento. A articulação cuneonavicular é formada pelos três cuneiformes e pelo navicular.
A cuneocubóidea é a articulação do cubóide e dos três cuneiformes; o terceiro cuneiforme
repousa sobre o cubóide, cujo terço interno serve de apoio ao arco dos cuneiformes. As
intercúneas ocorrem entre os três cuneiformes, que permitem leves movimentos verticais que
modificam a curvatura transversal da abóbada plantar (SMITH e LEHMKUHL, 1987).
2.1.2.5 Articulações tarsometatarsianas
São constituídas de uma sucessão de articulações do tipo plana estreitamente ligadas.
A articulação tarsometatarsiana apresenta o tarso ligado aos três cuneiformes por dentro e o
cubóide por fora, e por outro lado, ligado a base dos cinco metatarsianos (SMITH e
LEHMKUHL, 1987).
18
O encaixe preciso do segundo metatarsiano com a cavidade formada pelos cuneiformes
e os metatarsos adjacentes permitem apenas pequenos movimentos de flexão e extensão. As
outras articulações metatarsianas permitem pequenos movimentos de rotação e podem ser
movidas em arcos ao redor do segundo metatarso, mais rígido (SMITH e LEHMKUHL,
1987).
Esta articulação é mantida pelos ligamentos tarsometatársico dorsais, estendido da face
externa do primeiro cuneiforme à face interna da base do segundo metatarsiano; e um sistema
ligamentar, que comporta fibras diretas entre o segundo cuneiforme e o segundo metatarsiano
e entre o terceiro cuneiforme e terceiro metatarsiano; e fibras cruzadas entre o terceiro
cuneiforme e o segundo metatarsiano e entre o segundo cuneiforme e o terceiro metatarsiano
(KAPANDJI, 1990).
Por outro lado, a solidez da articulação tarsometatarsiana está assegurada por
numerosos ligamentos estendidos da base de cada metatarsiano em direção ao osso do tarso
correspondente e em direção à base dos metatarsianos vizinhos. Existem particularmente
sobre a face dorsal, ligamentos que se irradiam da base do segundo metatarsiano a todos os
ossos vizinhos e sobre a face plantar, ligamentos estendidos do primeiro cuneiforme aos três
primeiros metatarsianos. Sobre o lado plantar da base do primeiro metatarsiano se fixa o
tendão do fibular lateral longo, que acaba de percorrer sua goteira plantar (KAPANDJI, 1990).
2.1.2.6 Articulações metatarsofalangeanas
Estas articulações são sinoviais elipsóides indivíduais, entre os metatársicos e as
falanges proximais. Cada articulação é envolvida por uma cápsula fortalecida por fortes
ligamentos colaterais arredondadas e, na face plantar, por uma estrutura fibrosa espessa, o
ligamento plantar, que se funde com a camada profunda da bainha do tendão flexor. A parte
dorsal da cápsula é muito delgada e fundida com o tendão extensor. O ligamento plantar da
primeira articulação metatarsofalangeana é substituído pelos ossos sesamóides nos dois
tendões do curto flexor do hálux. Entre as cabeças dos ossos metatarsianos encontram-se
quatro fortes faixas achatadas, os ligamentos metatarsianos transversos profundos, que são
19
fixados às margens dos ligamentos plantares das cápsulas; impedindo que as cabeças
metatarsianas se expandam (KAPANDJI,1990).
Elas formam a verdadeira mecânica do desenvolvimento da marcha. Estas articulações
têm hiperextensão de 90°, e a flexão é apenas 30° a 45°. Este fato está relacionado com a
função de sustentação de peso do pé. Além da flexão e extensão, possuem um certo grau de
abdução, realizada ativamente durante a extensão onde os dedos separam-se; adução, realizada
ativamente durante a flexão dos dedos; e mecânica ou passivamente, a circundunção
(KAPANDJI, 1990).
Os eixos de movimento passam através do centro da cabeça do osso metatársico o
movimento de flexão-extensão em direção transversa e o de adução-abdução em direção
dorsoplantar. A orientação para a abdução-adução é uma linha através do segundo artelho
(SMITH e LEHMKUHL, 1987).
2.1.2.7Articulações interfalangeanas
São articulações trocleares, em dobradiça, apresentando-se entre as falanges. Permitem
flexão e extensão dos artelhos. A flexão, partindo-se da linha média, atinge 80° para as
articulações interfalangeanas proximais e 45° para as articulações interfalangeanas distais. A
extensão não existe, partindo da linha média, dentro das articulações interfalangeanas distais
(ALAIN, 1985).
2.1.2.8 Articulação tibiofibular
O movimento de flexão dorsal e plantar ocasiona um afastamento dos maléolos
(KAPANDJI, 1990). A cúpula do talo é mais ampla na sua região anterior. Apesar disto os
maléolos mantém a congruência com o tálus em toda a amplitude de movimento (INMAN
apud SMITH e LEHMKUHL, 1987). Para tal ocorre um movimento na sidesmose tibiofibular
distal de rotação e de abdução e este se reflete na tibiofibular proximal e em toda a extensão
da membrana interóssea ocorrendo uma horizontalização das fibras, o qual retorna à
verticalidade quando os maléolos se aproximam novamente (KAPANDJI, 1990).
20
2.2 MÚSCULOS DO TORNOZELO E DO PÉ
Os músculos da perna são considerados longos e extrínsecos por possuírem origem
abaixo do joelho e inserção no pé; atuando em seus movimentos. Os músculos gastrocnêmio e
plantar, porém, são chamados biarticulares por possuírem origem femural. O grupo de
músculos anteriores da perna comporta os subgrupos dos músculos flexores dorsais e dos
músculos fibulares; já o grupo de músculos posteriores da perna é formado pelos subgrupos
superficial e profundo (STARKEY e RYAN, 2001).
Os músculos curtos do pé (ou intrínsecos) são representados pelos que se originam
abaixo da articulação do tornozelo e podem situar-se no dorso ou planta do pé. Os músculos
intrínsecos do pé são caracterizados em quatro camadas distintas: A camada superficial:
contém o abdutor do hálux, abdutor do dedo mínimo e flexor curto dos dedos. A camada
média: formada pelo quadrado plantar e pelos lumbricais, os tendões dos flexores longo dos
dedos e o longo do hálux também passa por esta camada. Camada profunda: composta pelo
flexor curto dos dedos, flexor curto e adutor do hálux bem como o flexor curto do dedo
mínimo. Camada interóssea: esta por baixo da camada profunda e contém os interósseos
plantares e dorsais (STARKEY e RYAN, 2001). Todos estes são cobertos pela aponeurose
plantar, originada da fáscia superficial, que consiste de feixes fibrosos longitudinais vindos da
tuberosidade do calcâneo e irradiando-se para os dedos; que são unidos por fibras transversais.
Essa aponeurose, juntamente com os septos plantares medial e lateral forma três câmaras de
tecido conjuntivo que contém tecido adiposo e os três grupos musculares.
2.3 ASPECTOS RELACIONADOS À PRONAÇÃO
O tornozelo é para onde converge o peso do corpo durante a deambulação. É uma
articulação muito fechada que sofre alterações importantes, pois em apoio unipodal suporta a
totalidade do peso do corpo, o qual encontra-se aumentado pela energia cinética quando o pé
entra em contato com o solo em uma certa velocidade da marcha, corrida ou salto
(KAPANDJI, 2000). Devido a esta concentração de esforços os pés são acometidos por
deformidades estáticas, dinâmicas além de estar sujeito a alta incidência de doenças sistêmicas
21
(STARKEY e RYAN, 2001). O mau alinhamento tarsal mais comum foi descrito
originalmente por Strauss em 1927, como sendo a deformidade do ante-pé em varo
representando um alinhamento dos ossos do pé onde o ante-pé é invertido em relação ao retropé (MICHAUD, 1997).
A lesão ao tornozelo é o traumatismo mais comum no atletismo. Durante a competição
atlética com freqüência o tornozelo é colocado em uma posição em que forças anormais
devem ser absorvidas e dissipadas por suas estruturas (STARKEY e RYAN, 2001).
A hiperpronação em algumas vezes é abordada com relação ao arco longitudinal
medial, porém recentes estudos comprovam que não existe relação entre hiperpronação e
queda do arco plantar (NIGG e WERNER, 1992, SOMMER e VALLENTYNE, 1995, NIGG,
2001). Contudo, são de relevante importância a definição e o controle desta variável.
O arco longitudinal é o mais evidente dos arcos, é formado por cinco ossos; calcâneo,
talo, navicular, primeiro cuneiforme e primeiro metatarsiano. O osso navicular funciona como
sustentador entre as áreas anterior e posterior, sendo que a disfunção neste osso ou ligamentos
e músculos inseridos nele leva à disfunção do arco como um todo. O apoio ligamentar é
conseguido através dos ligamentos calcâneo navicular plantar, plantar longo, calcâneo cubóide
plantar, deltóide e fáscia plantar. A fáscia é dividida em três tiras distintas as quais apóiam os
arcos longitudinais. A tira central originada no tubérculo calcâneo medial e inserida no
aspecto plantar de cada um dos cinco dedos, é a mais longa e espessa. Esta tira progride no pé
e da origem a mais duas tiras, uma desviando lateralmente outra medialmente. Da mesma
forma que a fáscia também é sustentada por músculos (STARKEY e RYAN, 2001).
Durante a postura estática em pé os músculos dão pouca sustentação ao arco medial.
Contudo, quando a pessoa anda ocorre um par de forças com o tibial anterior e o tibial
posterior que tracionam o arco para cima arrastando o arco proximalmente (STARKEY e
RYAN, 2001).
Estudo citado por Hamill (1991) realizado por Bates et al., (1991), sugere que um dos
mecanismos de lesão do joelho pode ser resultante da disfunção da cadeia cinética durante
eventos repetitivos. O mecanismo relatado foi o do tempo da articulação subtalar e do joelho.
Durante a fase de suporte, a articulação subtalar prona e o joelho flete. Acompanhando este
movimento, a tíbia roda internamente. Seqüencialmente durante a próxima fase a subtalar
22
supina e articulação do joelho estende. Conseqüentemente, a tíbia faz rotação externa. Se a
supinação da subtalar ocorre em um tempo diferente do que a iniciação da extensão do joelho,
uma relação antagônica pode estar sendo criada. Este cenário poderia resultar em um
excessivo stress da articulação do joelho e tornozelo, e através dos ciclos repetidos ocorridos
durante a corrida, poderiam resultar em lesão na articulação do joelho.
Da mesma forma o estresse pode causar outras lesões em membro inferiores, como
fratura por stress da tíbia, condromalácia, fascite plantar, tendinite do calcâneo, dor
sacroilíaca, dor lombar, metarsalgias, entre outras, as quais já foram apresentadas em estudos
como de NIGG e WERNER, 1992, SOMMER e VALLENTYNE, 1995; LAUF, 1996;
HRELJAC et al., 1999; HENNIG, 2003).
2.4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR
Esforços para se quantificar a distribuição de pressão plantar (DPP) começaram no
final do século XIX. Entretanto progressos significativos no desenvolvimento de sistemas de
medição comerciais somente foram alcançados entre 1980 e 1990 (NIGG, 1994).
São diversas as possibilidades de se quantificar a pressão aplicada durante o caminhar
ou a condição estática. Neste tópico serão apresentadas as formas mais comuns de mensuração
da distribuição de pressão plantar e suas características.
2.4.1 Princípio capacitivo
Plataformas de distribuição plantar ou palmilhas com base em elementos capacitivos
consistem de “n” barras de material condutor arranjada em série na superfície, “m” barras de
material condutor arranjadas em colunas, com posição inferior às supracitadas e um material
resiliente dielétrico entre as barras (NICOL e HENNIG, 1976).
23
O material dielétrico entre as barras condutoras consiste em um material elástico
conforme é comprimido diminui a distancia entre os condutores aumentando a distribuição de
pressão plantar (NICOL e HENNIG, 1976).
2.4.2 Princípio resistivo
Nos transdutores de força baseados no princípio da resistividade, fileiras e colunas de
material condutor são usadas na superfície e em uma camada sobreposta, assim como no
sistema capacitivo, entretanto o material utilizado entre as fileiras e colunas é um resistor.
Quando a força é aplicada ao sensor a resistência elétrica do material entre as fileiras e
colunas é alterada. Esta alteração corresponde à força aplicada (NIGG, 1994).
2.4.3 Pressure Sheet
Pressure sheet consiste em duas folhas, onde a primeira folha está em contato com a
força aplicada no objeto. Microcápsulas com produtos coloridos são fixadas à superfície
inferior da folha que entra em contato com a superfície da outra folha. Quando a força é
aplicada de forma localizada, cápsulas rompem-se e se depositam sobre a folha de baixo
material colorido. A intensidade é relacionada indiretamente a máxima força aplicada Nigg,
(1994), sendo portanto uma medição quantitativa baseada na intensidade das cores.
2.4.4 Princípio piezoelétrico
Hennig et. al, (1981) usaram 499 transdutores piezoelétricos em sua primeira tentativa
de desenvolver um método que pudesse quantificar a distribuição de pressão plantar (DPP)
entre o pé e o calçado. Os elementos eram envolvidos em 3mm a 4 mm de espessura
compostos de silicone
altamente resiliente. Tornando o material isolado eletricamente e
24
impermeável.sendo que cada sensor é conectado a unidade de coleta de dados. Esta tecnologia
não é muito utilizada pois cada transdutor piezoeletrico necessita de um cabo para conectar a
unidade de coleta de dados, limitando desta forma o número de sensores (NIGG, 1994).
2.4.5 Outros métodos
Além dos métodos já citados para a quantificação da DPP, vários outros métodos
foram desenvolvidos, entretanto estes não são freqüentemente utilizados nas pesquisas e testes
em biomecânica Nigg, 1994, por tal motivo serão somente citados. Sensores indutivos,
reflexivos ,critical light reflection, reflecting/polarizing sheet.
2.5 DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO PLANTAR
Segundo Cavanagh et al., (1997), historicamente muitas opiniões vem sendo expressas
no que diz respeito à relação estrutura e função do pé. Entre eles o autor cita a espessura dos
tecidos moles na planta do pé, o comprimento relativo dos metatarsos, configuração do arco
longitudinal medial, proeminências ósseas, dedos em garra ou martelo. É comum na prática
clínica dizer que pés cavus apresentam maior predisposição a lesões de “overuse”. Contudo
poucos estudos quantitativos foram realizados para examinar estas hipóteses. Sob este tópico
serão expressos alguns estudos que relacionam estrutura e função com as diferentes
caracterizações da distribuição de pressão plantar.
Em amplos estudos realizados por Cavanagh et al., (1997) os autores se utilizam de
vários meios para aferir fatores que influenciaram na distribuição de pressão plantar na região
do calcanhar e do primeiro metatarso, destacando a difração de raio x para a avaliação da
estrutura do pé. Através de regressão múltipla podem se apresentar resultados importantes
para o estudo do pé. Serão citadas algumas das observações realizadas. Os autores colocam
ainda que uma baixa altura do calcâneo está associada ao aumento da pressão plantar. Esta
característica se apresenta devido à diminuição da espessura de tecidos moles durante a
25
sustentação do peso. Em adição a este fator ainda está associada uma grande inclinação medial
do primeiro metatarso e uma pequena inclinação do quinto metatarso, contribuindo de forma
significativa para o aumento de pressão no calcâneo (CAVANAGH et al., 1997).
No mesmo estudo Cavanagh et al., (1997) concluem que através da análise de
regressão mesmo com um pequeno número de radiografias há possibilidade de alcançar dados
sobre as estruturas que podem explicar 35% da variação dos picos de pressão plantar embaixo
do calcâneo e do primeiro metatarso durante a marcha. Isto confirma que variações da
estrutura estática são significantes preditores da função dinâmica do pé durante a marcha.
Outro dado importante observado, porém não analisado neste estudo foi a relação entre altura
do navicular e inclinação do primeiro metatarso que apresenta um coeficiente de correlação de
0.8. No mesmo estudo os autores criaram um modelo esquemático para predizer os picos de
pressão (Figura 5).
26
Características
físicas
idade
osso
articulação
ligamento
altura
sexo
Musc.
extrínseco
Tecido
mole
Musc.
intrínseco
Ação muscular
Estrutura do pé
Força Reação Solo
Cinemática
Estilo da marcha
Distribuição de pressão plantar
Figura 5: Modelo adaptado utilizado para predizer pressão plantar (Fonte: Cavanagh et. al, 1997).
Em outra publicação, Cavanagh e Morag, (1999) citam a importância do controle da
velocidade durante a avaliação, pois esta é fator determinante dos picos de pressão,
ressaltando a importância do controle de velocidade absoluta. Outra observação importante
seria no que se refere ao comportamento do tecido subcalcaneal o qual não apresenta uma
característica não linear de deformação. Os autores ainda abordam que com o objetivo de
reduzir o número de variáveis independentes, uma análise inicial foi realizada para identificar
significantes preditores de pico de pressão sob as áreas de interesse de cada conjunto de dados
individuais. Com cada um dos oito conjuntos de dados (tecido moles, antropometria,
27
Amplitude
de
movimento,
mensurações
radiográficas,
aproximações
cinemáticas,
Eletromiografia, características físicas) significativos preditores de pico de pressão local
foram identificados por regressão múltipla. Como preditor soma com 23,4% da variação do
pico de pressão no médio pé. O modelo do médio pé prediz que uma eversão esta associada à
baixa pressão no médio pé, uma vez que permite o pé estar em posição mais pronada na fase
de médio apoio da marcha distribuindo a carga medialmente quando ocorre o pico de pressão
(Figura 6).
Confirmado por outros estudos Morag et. al, (1996), ressalta a importância do índice
de Morton e a altura do sesamóides como importantes preditores dos picos de pressão na
primeira articulação metatarsofalangeana.
.
Figura 6: Distribuição de para a classificação do tipo de pé: distribuição normal (esquerda),
pé cavo (centro) e pé plano (direita) (Fonte: Novel GmbH,2004).
Outros fatores importantes a serem considerados do estudo de Morag e Cavanagh,
(1998), são que o aumento do ângulo entre a horizontal e a primeira falange proximal está
associado a uma diminuição do pico de pressão (PP) em baixo da primeira articulação
metatarsofalangeana. Alem destes fatores estruturais são ainda apresentados resultados
referentes ao aumento de pressão e atividade muscular na eletromiografia (EMG). Tal estudo
28
sugere que o aumento da atividade de gastrocnêmio durante os 50 % finais da marcha esta
associado a um grande PP em baixo da primeira metatarsofalangeana, reforçando ainda que o
aumento da atividade gastrocnêmio não esta associada a aumento da velocidade.
III METODOLOGIA
Este estudo definiu-se em experimental descritivo exploratório, que segundo Rudio
(1986) consiste em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e
interpretá-los. Onde foram realizados escaneamento das dimensões e formas do pé,
distribuição plantar e aferição da amplitude de movimento articular, através de testes clínicos,
scanner e plataforma de pressão plantar.
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS SUJEITOS
Os sujeitos foram convidados a participarem do estudo e sendo que somente foram
analisados os que se enquadraram dentro dos critérios de inclusão, caracterizando uma
amostra não aleatória do tipo intencional.
A amostra foi composta por 17 indivíduos do sexo masculino com idade entre 20-29
anos, índice de massa corpórea entre 20-30kg/m2 , praticante de exercícios físicos, porém não
no nível de competição. Além desta caracterização física os indivíduos passaram por exame
clínico e anamnese para verificar qualquer acometimento osteomioarticular que pudesse
comprometer o movimento.
Para a caracterização de indivíduos hiperponadores os sujeitos passaram por avaliação
de amplitude de movimento através de goniômetro, paquímetro, fita métrica. Tanto para os
indivíduos com índice de pronação normal quanto hiperpronadores foi requerido uma
amplitude funcional, seguindo Hamill e Knutzen, (1999) de uma amplitude mínima de 100 de
dorsiflexão e 350 flexão plantar. Sendo estes, os critérios utilizados.
Para a determinação de hiperpronação o indivíduo teve de se enquadrar nos seguintes
critérios:
30
a) Queda do navicular superior a 4mm do aferido com carga e pouca carga de peso
corporal.
b) Inclinação do calcâneo medido na posição ortostática com carga de peso. Se a
inclinação foi maior ou igual a 2° no sentido valgo, o indivíduo era considerado
hiperpronador. Foi considerada uma amplitude normal para inclinação de calcâneo à
amplitude entre 880 e 920.
3.2 INSTRUMENTOS DE MEDIDA
Neste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos:
1- Ficha de avaliação clínica e antropométrica para obtenção das características e
exame físico do sujeito (anexo I).
2- Goniômetro de hastes flexíveis para aferição da amplitude de movimento (ADM).
3- Paquímetro.
4- Fita métrica.
5- Balança.
6- Estadiômetro.
7- Scanner 3D para medir características antropométricas dos pés.
8-Plataforma para medir distribuição de pressão plantar.
3.2.1 Ficha de avaliação
O formulário para a entrevista (anexo I), será realizado ao início da avaliação com o
objetivo de identificar e coletar informações referentes a dados pessoais, história atual e
pregressa e exame físico. O instrumento é composto por 3 partes:
1 Dados pessoais - composta por seis itens: nome, sexo, profissão, data de nascimento,
telefone e e-mail.
31
2 Dados clínicos - composta por quatro questões: dominância, integridade da
articulação, histórico de doenças pregressas, prática de atividade física.
3 Dados antropométricos – avaliados massa, estatura, amplitude de movimento do
tornozelo.
Como este instrumento tinha apenas o objetivo de registrar informações para
caracterização e associação e possível correlação com dados coletados o mesmo não foi
validado.
3.2.2 Goniômetro
O goniômetro da marca Pro-Fisiomed, a fim de mensurar a amplitude de movimento
das articulações dos membros inferiores. O aparelho apresenta uma precisão de 1mm e erro de
0,05mm, como tamanho da haste flexível de 20cm.
3.2.3 Paquímetro
O paquímetro utilizado foi da marca Mytutoyo, Absolute Digimatic, com uma
resolução de 0,1mm sendo o tamanho da haste de 20 cm. Teve como objetivo auxiliar na
mensuração da inclinação do calcâneo encontrando ponto médio no terço inferior da
panturrilha e tendão calcâneo.
3.2.4 Fita métrica
A fita métrica da marca Sanny, medical, com fundo amarelo e com resolução de 1mm,
sendo o tamanho da fita de 2000 mm. Teve como objetivo aferir a altura do navicular.
32
3.2.5 Balança
Para a mensuração da massa corporal do sujeito e treinamento de transferência do
peso, foi utilizada uma balança (Filizola) com resolução de 50g.
3.2.6 Estadiômetro
O estadiômetro utilizado é da marca SECA, com uma amplitude de medida de 0 a
2000 mm, tendo uma resolução de 1 mm.
3.2.7 Scaner 3D
O scaner 3D da marca Infoot Compact, que possui um sistema para realização de
scaneamento e reconstrução 3D do pé humano. Para isso possui um sistema de scanner a laser
óptico com oito câmeras que permitem realizar o escaneamento do pé de humanos e medições
antropométricas através do reconhecimento de marcas reflexivas colocadas em pontos
anatômicos do pé. Tem limite de peso de 200kg e limite de tamanho do pé de 350mm e
largura de 160mm. Possui um software que permite scanner, mensurar, observar a imagem do
pé.
33
Figura 7: Sistema de scaner 3D (Fonte: I ware.Inc., 2005).
3.2.8 Plataforma de pressão plantar
Para a análise de parâmetros da distribuição de pressão plantar descalço foi utilizada a
plataforma de distribuição de pressão, modelo EMED AT.50, da empresa Novel, GmbH,
München. A plataforma é do tipo capacitivo e permite avaliação da pressão plantar de modo
estático e dinâmico. O próprio sistema oferece um software para análise dos dados. A
resolução foi de 2 sensores por cm2, e permite avaliações com freqüências de 25/30/50Hz. A
plataforma tem uma dimensão de 0,4x0,24m possuindo 1377 sensores e podendo receber uma
força máxima de 67000 N. A freqüência de amostragem foi de 50Hz.
Figura 8: Plataforma Emed- AT de medir distribuição de pressão plantar (Novel GmbH, 2004).
34
3.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETAS DE DADOS
Após agendamento prévio de horário, os indivíduos foram encaminhados ao
Laboratório de Biomecânica, para esclarecimentos e aplicação da avaliação. Os
procedimentos para a coleta dos dados foram divididos conforme a finalidade e seguiram a
ordem disposta abaixo (Figura 19).
3.3.1 Termo de consentimento e entrevista
Foi apresentado a todos os avaliados um termo de consentimento (Anexo II), contendo
explicações sobre os objetivos e procedimentos da avaliação, onde o indivíduo o assinava
voluntariamente para uma efetiva participação na pesquisa e, após responderam a uma
entrevista.
3.3.2 Medidas antropométricas
Foram realizadas duas medições para cada variável antropométrica e, havendo
diferença entre os resultados, foi realizada uma terceira de onde se considerou a média.
Primeiramente, os indivíduos foram submetidos à medida de massa corporal e estatura em
posição ortostática. Logo após, foi medido a amplitude articular dos movimentos de flexão
plantar e dorsal e os movimento de eversão e inversão do indivíduo, os quais foram
determinados através da utilização de um goniômetro.
A aferição das amplitudes de movimento de flexão plantar e dorsal foram realizadas
com o paciente em decúbito ventral com a tíbia perpendicular ao solo e a face plantar do pé
contralateral de encontro à face medial do joelho, posição referenciada como posição “neutra”
para a articulação subtalar (Figura 9). O eixo do goniômetro foi posicionado na altura do
calcâneo, no lado lateral. Ficando as duas hastes fixas, uma na linha longitudinal da perna e
outra na linha longitudinal lateral do pé, tendo como referência a articulação do V metatarso.
Os movimentos da articulação foram mensurados com movimentos ativos do indivíduo.
35
Figura 9: Foto do posicionamento do indivíduo pra aferição da dorsiflexão e plantiflexão.
Anteriormente as avaliações os sujeitos passaram por uma adaptação para verificar se
realmente conseguiam transferir o peso para um único membro sem tirar o membro
contralateral do chão. Esta adaptação foi realizada da seguinte forma: foram colocadas duas
balanças de idênticas lado a lado (Figura 10) e o indivíduo foi instruído a transferir a massa
para um único membro sem tirar o outro membro do chão (Figura 11), observando a massa
marcada na balança, sendo que esta não deveria ser superior a 10% da massa do indivíduo
(Figura 12). Após esta verificação de massa, o sujeito realizava a transferência mais três vezes
com os lhos fechados para que conseguisse reproduzir a sensação nas aferições seguintes.
Figura 10: Posicionamento do indivíduo para
treinamento de transferência de peso.
Figura 11: Posicionamento das balanças.
36
Figura 12: Campo visual para o indivíduo treinar transferência de peso.
As medidas de eversão e inversão foram realizadas através de um goniômetro de
hastes flexiveis, mensuradas em posição ortostática numa plataforma de vidro. Para isso os
indivíduos adotaram a mesma posição em decúbito ventral com a tíbia paralela ao solo e a
face plantar do pé contralateral de encontro à face medial do joelho, adotada como posição
“neutra” para a subtalar (Figura 13). O indivíduo mantinha a parte distal da tíbia para fora da
maca onde com o auxílio de um paquímetro eram marcados os pontos médio do calcâneo e
médio do tendão calcâneo. Através destas marcas traçava-se uma reta, sendo ainda marcados
ponto médio na parte distal da tíbia e outro entre o terço distal e médio da tíbia formando uma
segunda reta (Figura 14).
Figura 13: Posição do indivíduo para mensuração.
Figura 14: Marcações realizadas para
aferição da relação tíbio-calcânea.
Realizadas estas marcações os indivíduos se dirigiam à plataforma de vidro (Figura
15), onde se mantinham em apoio bipodal, pés paralelos.
37
Figura 15: Plataforma de vidro onde o indivíduo se posicionava para as aferições.
Nesta posição foram realizadas três medidas, todas com apoio bilateral de membros
inferiores, porém uma com a carga no membro contralateral ao que está sendo mensurada a
inclinação ou seja pouca carga de peso (PCP), segunda medida sendo mensurada a inclinação
de calcâneo com carga no membro (CCP) que está sendo avaliado e terceira medida com o
indivíduo com distribuição regular da carga de peso (DRCP). Os pés estavam posicionados a
uma distância de aproximadamente 25 cm.
Figura 16: Foto ilustrativa da mensuração do ângulo tíbio-calcâneo (esquerda) e
da inclinação do calcâneo (direita) (Fonte: Donatelli, 1995).
A medida de queda do navicular foi realizada nas mesmas condições com uma fita
métrica, medindo-se a diferença entre altura da tuberosidade do navicular entre as posições
CCP e PCP. Ainda na mesma posição foi realizada aferição da relação entre tíbia e calcâneo,
como mostra a Figura 16.
38
3.3.3 Mensuração de Medidas Antropométricas do Pé
Foram realizadas três escaneanentos de cada pé dos indivíduos, sendo considerada a
média dos valores. Em todas as coletas os indivíduos permaneceram com apoio bipodal e
ainda com toque na barra de apoio do próprio aparelho a fim de melhorar o equilíbrio e
minimizar os desvios corporais (Figura 17).
Figura 17: Foto ilustrativa do apoio bilateral de membro superior.
As coletas foram aleatórias, sendo realizadas da seguinte forma: 1 – com carga de peso
(CCP), 2 – pouca carga de peso (PCP) e 3 – distribuição igual da carga de peso (DICP). Para a
mensuração foram marcados os seguintes pontos: maléolos lateral e medial, navicular, cabeça
de primeiro e quinto metatarso e ainda três pontos na parte posterior seguindo as marcações
realizadas para aferição de eversão e inversão (Figura 18).
39
Figura 18: Foto ilustrativa do apoio bilateral de membro superior (lateral, posterior e medial).
3.3.4 Mensuração da Distribuição de Pressão Plantar
A coleta de distribuição de pressão plantar foi realizada utilizando o sistema Emed AT50, nas condições caminhando e correndo. Para a situação de caminhada optou-se pelo método
do primeiro passo: o indivíduo permanecia em posição de passo a frente da plataforma e fazia
contato com a plataforma no primeiro passo. Este método não produz dados equivalentes aos
dados de marcha, porém produz dados válidos e reprodutíveis. Foram realizadas 8 coletas a
uma freqüência de 50Hz.
Para a situação de corrida os indivíduos eram orientadas a correr a uma velocidade de
10km/h. Assim os mesmos realizavam o percurso de 8m até que conseguisse percorrer uma
distância de 4m em um tempo de 1,4s a1,5s, o que representou uma velocidade entre 9,6
km/h-10,2 km/h. Em seguida os sujeitos passavam por um período de adaptação de sua
corrida sobre a passarela montada. Adaptados a velocidade eram realizadas 8 coletas para o pé
esquerdo e oito para o direito. Sendo utilizada uma freqüência de amostragem de 400Hz.
40
Termo de consentimento
QUESTIONÁRIO
ENTREVISTA
Antropometria-fase I
(dorsi e plantiflexão, massa e
estatura)
Treinamento de
transferência de peso na
balança
Antropometria fase II
- eversão, inversão
- rel tíbio calcâneo
- queda de navicular
Marcação dos pontos e
mensuração scanner
COLETA NA
PLATAFORMA
DE DPP
Familiarização técnica do
10 passo
Figura 19: Seqüência de coleta de dados.
41
3.4 CONTROLE DAS VARIÁVEIS
3.4.1 Obesidade
A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, sendo que em
muitos lugares os índices vêm aumentando e juntamente com eles problemas ortopédicos
como incidência de osteoartrite, pés dolorosos e além de outros sintomas nas articulações de
membros inferiores normalmente relatados por pessoas obesas. Hills, 2001 adotando um
critério de acordo com o índice de massa corpórea (IMC), avaliou 35 pessoas 17 homens e 18
mulheres com índice de massa corpórea a cima de 30 kg/m2 sendo que estes apresentaram
picos de pressão elevados na região dos 5 metatarsos e ainda no médio pé conforme mostra
Figura 20. Portanto, com objetivo de minimizar os erros foi realizado controle do índice de
massa corpórea (IMC) onde indivíduos com o índice superior a 30 kg/m2 seriam excluídos da
amostra (HENNIG, 2003).
Figura 20: Distribuição de pressão plantar em pessoas obesas (Fonte: Hennig, 2003).
3.4.2 Diferenças anatômicas relacionadas ao sexo
42
Existem diferenças relatadas na anatomia do pé quando se refere ao sexo masculino e
ao sexo feminino. Fatores como a diferença na largura da pelve entre homens e mulheres
alterando o eixo mecânico do membro inferior, o crescimento do pé que em mulheres atinge o
tamanho adulto por volta dos 14 anos e nos homens por volta dos 16 anos, à largura dos pés
mais finos em mulheres, comparado a homens, assim como a menor relação entre o calcâneo e
o ante-pé são condições que provocam diferenças entre os sexos (Hennig, 2003). Por este
motivo a amostra foi composta somente por indivíduos do sexo masculino.
3.4.3 Velocidade da marcha e pressão plantar
Alguns estudos, como os de Hennig e Milani (2000) e Schlee (2004) vêm mostrando
que o aumento da velocidade acarreta mudanças nas variáveis cinéticas da marcha sendo estas
mudanças mais pronunciadas na transição entre velocidades normais para velocidades mais
altas. Hennig e Milani, (2000) investigaram os efeitos da velocidade na pressão planta, na
força de reação do solo e na aceleração tibial. Os picos de pressão mostraram que com o
aumento da velocidade ocorriam grandes diferenças para picos no calcâneo e na região de
ante-pé. No entanto estes aumentos não se refletiram em aumento na carga relativa. De forma
que a variável velocidade foi controlada a fim de garantir a confiabilidade dos dados.
3.4.4 Amplitude de movimento
Segundo Nordin e Frankel, (2003) a amplitude necessária para a marcha seria
aproximadamente 100 de dorsiflexão e 350 de flexão plantar sendo este os valores adotados
como critérios de inclusão para os indivíduos participarem do estudo.
43
3.5 PROCESSAMENTO DOS DADOS
3.5.1 Dados antropométricos
Os dados antropométricos foram anotados em uma tabela conforme o (Anexo I) e após
este foram diretamente para o Excel para realização de estatística descritiva. A analise
inferencial foi realizada no Stat View 5.0.1 for Windons 1992-1998 (SAS Institute inc ).
3.5.2 Dados de distribuição de pressão plantar
1- Os dados de distribuição da pressão plantar foram armazenados no software da
Novell do próprio sistema de aquisição de dados. Primeiramente foram observadas as
trajetórias do centro de pressão (COP) de cada um dos indivíduos e ainda as áreas de contato
das aquisições estáticas, sendo que dados que não estivessem seguindo os padrões das
trajetórias de cada indivíduo eram descartados.
2- Estes dados foram agrupados de acordo com cada coleta e separado nos grupos HP
e PF de acordo com avaliação clínica. Posteriormente a esta separação os dados foram
classificados quanto ao tipo de tarefa: caminhando ou correndo para cada um dos grupos.
3- Depois de agrupados foi aplicada uma mascara (PRC) que dividiu o pé em dez
regiões, nas quais foram calculadas as variáveis pico de pressão, área de contato e carga
relativa. (M01; calcaneo medial; M02; calcâneo lateral; M03; médio pé medial; M04; médio
pé lateral; M05; 10 metatarso; M06; 20 metatarso; M07; 30 40 50 metatarsos; M08; hálux ;
M09; 20 dedo; M10; 30 40 50 dedos), conforme observa-se na Figura 21. Ainda nesta etapa
foram inclusas as massas corpóreas de cada individuo para a normalização dos dados.
44
Figura 21: Máscaras (PRC) dividindo o pé em 10 regiões (Fonte: Pedar System)
Estas máscaras utilizadas pelo programa foram desenvolvidas por um estudo realizado
por Cavanagh (1987) o qual dividiu o pé em dez partes conforme ilustra a Figura 22.
45
.
Figura 22: Divisão da planta do pé em 10 regiões (Fonte: Cavanagh, 1987).
Depois destes processamentos os dados foram organizados preparados para exportar
para o Microsoft Excel onde foram transformados em arquivos do tipo *.sta. Possibilitando
assim a exportação dos valores individuais para o Excel para formatação e futura analise no
Stat View 5.0.1 for Windons 1992-1998 (SAS Institute Inc. ).
3.5.3 Dados do Scaner 3D
Os dados do escaneamento do pé foram diretamente exportados para o Excel e
separados em grupos HP e PF. Posteriormente foram calculadas as médias das três coletas a
qual foi utilizada para a média geral e desvio padrão dos grupos.
46
3.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Para verificar a normalidade dos dados optou-se por teste de Kolrmogorov-Smirnov,
onde se constatou que nem todas as variáveis clínicas apresentavam normalidade. Portanto,
optou-se por testes não paramétricos no tratamento estatístico.
•
Para caracterização das variáveis clinicas, antropométricas e biomecânicas
utilizou-se da estatística descritiva através da média, desvio padrão, valores
máximo e mínimo.
•
Na comparação entre os dados optou-se pela estatística não paramétrica através
do teste U de Mann-Whitney para dados não pareados.
•
Para verificar a correlação entre as variáveis clinicas e biomecânicas foi
utilizado teste de correlação linear de Spearman.
Em todos os testes considerou-se nível de significância de 5%, com p ≤0,05.
47
IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
O capítulo a seguir tem como propósito apresentar os resultados e discutir os dados
obtidos através da avaliação clínica e biomecânica de indivíduos com aspectos normais
referentes à pronação e indivíduos hiperpronadores. A classificação foi realizada segundo
parâmetros clínicos. A apresentação dos dados respeitará a seguinte seqüência caracterização
dos sujeitos, estatística descritiva dos dados antropométricos e de amplitude de movimento, e
dados referentes à área de contato, pico de pressão área relativa e força máxima. Finalmente
será apresentada a estatística não paramétrica relacionando tanto dados referentes à área de
contato, pico de pressão área relativa e força máxima como dados antropométricos.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
Foram avaliados 20 sujeitos, dos quais 17 foram selecionados após uma avaliação
clinica de pé e tornozelo. Os sujeitos eram inclusos se possuíssem amplitude de movimento
normal da articulação do tornozelo e os dois pés fossem classificados da mesma forma quanto
a pronação. Os critérios de exclusão foram: diferença na classificação entre os dois membros,
diminuição quanto a amplitude de movimento sendo 100 para a dorsiflexão e 350 para a flexão
plantar e lesão no tornozelo a menos de seis meses. Os sujeitos foram classificados em dois
grupos: pronador funcional, (PF), hiperpronadores (HP). Eram considerados hiperpronadores
quando apresentassem inclinação do calcâneo superior a 2° no sentido valgo em posição
ortostática com sustentação de peso e diferença na altura do navicular entre as posições com
carga de peso (CCP) e pouca carga de peso (PCP) superior a 4mm. Por fim, os grupos foram
formados por 11 indivíduos hiperpronadores 6 indivíduos no grupo pronador funcional.
Os dados antropométricos para os dois grupos são apresentados na Tabela 1.
48
Tabela 1: Dados antropométricos para os grupos HP (Hiperpronador) e PF (Pronador funcional),
apresentado média, desvio padrão (dp) e valores máximo e mínimo.
Variável
ALTURA
(cm)
MASSA
(kg)
IMC
(kg/cm2)
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
HP
170,00
177,21
189,70
5,96
64,00
74,26
88,00
7,72
20,00
23,63
30,00
3,04
PF
158,50
173,55
197,50
14,03
60,00
73,47
96,00
14,50
21,00
24,18
30,00
3,37
De maneira geral amostra foi composta por 17 indivíduos, sendo todos do sexo
masculino, com média de idade de 24,23 anos ( ± 2,65). Sendo que destes (83,4%) 14 sujeitos
eram destros e 2 sujeitos mostraram-se destros para membros inferiores e (16.6%) 3 sujeitos
mostraram-se sinistros para membros inferiores. Para a massa corporal foi encontrado um
valor médio de 73,98 kg ( ± 10,15), média de estatura 175,91cm ( ± 9,32), e Índice de Massa
Corpórea (IMC) a média foi de 23,91 kg/m2 ( ± 2,97). Os dados diferenciados para cada grupo
encontram-se na Tabela 1.
Os valores encontrados para ambos os grupos são próximos aos valores do estudo de
Hills et. al, (2001) que investigaram a distribuição de pressão plantar em pessoas obesas IMC
igual ou maior a 30 kg/m2 e não obesas, com valores médios de 24,3 kg/m2 para não obesos e
38,8 kg/m2 para obesos e obtiveram um valor médio 24,3 kg/m2 . Destaca-se ainda que os
resultados de Hills et. al, (2001) indicaram diferença significativa nos valores de pressão
plantar entre pessoas obesas e normais nas regiões de médio pé, cabeça de I e IV metatarso e
hálux.
Da mesma forma que Rodriguez (1997) realizou estudo com o índice de arco plantar
de crianças em três populações obesos, crianças habituadas ao uso de calçado e não
habituados ao uso de calçado. Para este estudo as crianças obesas foram as que mostraram os
49
maiores índices de arco plantar denotando um arco baixo e tendência ao pé plano. Klavdianos,
et. al, (1997) também realizaram estudo com distribuição de pressão plantar em crianças e
também encontraram diferença estatisticamente significativa na região de médio pé.
Em estudo citado por Hennig, (2003) com crianças obesas e não obesas também foi
identificado diferenças quanto à altura de arco plantar e dinamicamente durante a caminhada
também foram encontradas diferenças significativas quanto à distribuição de pressão plantar
na região de ante pé (DOWLING et al., 2001).
4.2 CARACTERÍSTICAS DOS PARÂMETROS CLÍNICOS DE AVALIAÇÃO DE
PRONAÇÃO
Com o objetivo de caracterizar variáveis clinicas de pronação, na Tabela 2 são
apresentados valores médios para ambos os grupos.
50
TABELA 2: Dados clínicos de dorsiflexão, plantiflexão e relação tíbio calcânea para os grupos. Valores de
média, desvio padrão (dp) e extremos para os lados dominante (LD) e não dominante (LND).
HP
Variavel
DORSIFLEXAO
PLANTIFLEXAO
ALTURA NAVICULAR
QUEDA DO
NAVICULAR
INCLINAÇAO
DO CALCÂNEO
RELAÇÃO
TIBIO-CALCÂNEO
Grupo
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
LD
12,00
20,27
41,00
8,43
25,00
43,82
54,00
8,47
2,40
4,03
5,20
0,81
0,40
1,09
6,00
1,64
1,00
3,64
8,00
2,46
4,00
10,55
18,00
5,34
PF
LND
10,00
20,36
46,00
9,51
26,00
46,27
68,00
10,16
2,40
4,04
5,60
0,94
0,40
1,11
6,00
1,63
0,00
2,64
6,00
2,01
4,00
9,09
18,00
5,24
LD
12,00
16,50
24,00
4,37
49,00
55,83
62,00
5,00
3,20
4,30
5,40
0,75
-2,00
-0,22
0,30
0,88
-4,00
2,67
5,00
3,45
8,00
12,67
20,00
4,55
LND
15,00
17,50
20,00
2,17
52,00
54,83
58,00
2,71
3,40
4,32
5,00
0,63
0,00
0,17
0,40
0,15
2,00
3,50
8,00
2,35
3,00
8,17
15,00
4,88
A aferição da amplitude de movimento foi realizada em decúbito ventral com a
articulação subtalar na posição neutra e os valores são observados na Tabela 2. Sendo que o
valor médio para a dorsiflexão foi de 20,360 (LD) e 20,270 (LND) no grupo HP sendo que a
relação percentual mínima foi de 83,33% em relação ao membro dominante e a relação
máxima de 125% apresentando uma pequena variação entre as amplitudes nos membros
dominante e não dominante para o grupo HP.
Para o grupo PF a dorsiflexão foi de 17,50 (LD) e 16,500 (LND), sendo que as relações
percentuais ficaram entre 166,7% e 75%. As amplitudes de dorsiflexão para ambos os grupos
mostraram valores dentro do limite funcional descrito por diversos autores estando entre os
51
valores de 50 - 100 graus (HAMILL e KNUTZEN, 1999; NORKIN e LEVANGIE, 2001;
STARKEY e RYAN, 2001).
Para o grupo HP a amplitude de flexão plantar mostrou valores entre 46,270 ( ± 10,160
LND) e 43,820 ( ± 8,470 LD) com uma relação percentual variando entre 91,67% e 125,93%
apresentando da mesma forma uma pequena variação. O grupo PF teve os valores de flexão
plantar entre 54,830 ( ± 2,710 LND) e 55,830 ( ± 5,000 LD), sendo que as relações percentuais
ficaram entre 93,10% e 101,85%. Para NORKIN e LEVANGIE, 2001;
HAMILL e
KNUTZEN, 1999; STARKEY e RYAN, 2001 as amplitudes funcionais do movimento de
flexão plantar variam entre 200 - 250 graus, valores estes inferiores aos encontrados neste
estudo tanto para o grupo HP quanto PF.
A terceira variável observada foi a relação tíbio-calcânea, mensurada em situação
ortostática com carga de peso segundo os critérios de Donatelli, (1996). Os dados referentes
a relação tíbio calcânea indicaram para o grupo de HP apresentou valores entre 9,090
( ± 5,240) e 10,550 ( ± 5,340) para o membro não dominante e dominante respectivamente. O
percentual da relação de amplitude de movimento entre os membros variou entre 42,8% e
140,0%. Já o grupo PF apresentou valores de 8,170 ( ± 4,880) e 12,670 ( ± 4,550) para os
membros dominante e não dominante respectivamente. E o percentual da relação de
amplitude de movimento entre os membros variou entre 33,3% e 162,5%. Nigg (1987)
utilizou a relação tíbio calcânea para a determinação do grau de pronação durante a marcha
sendo que quanto maiores as relações maior o grau de pronação.
A variável altura do navicular foi mensurada nas condições PCP com unidade em
centímetros, enquanto a queda do navicular foi dada pela diferença entre a altura do navicular
na condição PCP e CCP. Já a inclinação de calcâneo foi realizada segundo critérios de
Donatelli, (1996), e medido em graus.
O valor médio para o membro dominante da altura do navicular foi de 4,04cm
( ± 0,94) e 4,03cm ( ± 0,81) para o grupo HP nos membros não dominante e dominante
(Tabela 2). Para o grupo PF as alturas encontradas foram 4,32cm ( ± 0,63) e 4,30cm ( ± 0,75)
para o membro não dominante e dominante respectivamente.
Cavanagh et al., (1997) realizaram estudo com técnica radiográfica onde foram
avaliadas 15 mulheres com valores médios de altura de navicular de 4,02cm ( ± 0,82), valores
52
estes bastante semelhantes aos encontrados neste estudo. Contudo os valores de Cavanagh et.
al, (1997) foram menores, fato possivelmente explicado pela diferença de técnica e também
pelas diferenças na constituição ligamentar entre homens e mulheres. Holmes et. al, (2002)
encontraram valores de altura de navicular em apoio bipodal de 4,29cm ( ± 0,91) apresentando
valores bastante semelhantes com os valores do presente estudo. Nachbauer e Nigg, (1992)
também realizaram estudo quantificando a altura do arco plantar, com um traçador de altura,
porém os autores utilizaram como ponto de referência o ponto mais alto do médio pé e
dividiram da seguinte arco baixo altura 1,8cm ( ± 0,23) arco normal 2,57cm ( ± 0,14) e arco
alto 3,27cm ( ± 0,16).
Já para a queda de navicular, conforme dados da Tabela 2, os valores médios foram
1,09 ( ± 1,64) e 1,11cm (1,67) para os membros dominante e não dominante respectivamente
para o grupo HP e -0,22cm ( ± 0,88) e 0,17cm ( ± 0,18) para o grupo PF. Holmes et al., (2002)
realizou estudo onde era mensurada a altura e navicular em indivíduos hiperpronadores na
posição ortostática bipodal e depois realizada correção quanto a posição neutra da subtalar
entre estas duas posições, encontrando uma diferença média de 0,55 cm ( ± 0,37).
Ainda na Tabela 2 temos os valores da inclinação de calcâneo sendo que as médias
foram 2,640 ( ± 2,010) e 3,640 ( ± 2,460) para o membro não dominante e dominante
respectivamente, para o grupo HP. Já para o grupo PF os valores ficaram entre 3,50 ( ± 2,350) e
2,670 ( ± 3,440) para os membros não dominante e dominante respectivamente, para o grupo
PF. Em estudo realizado por Ledoux & Hillstrom, (2002) estes consideram como critério para
pé plano indivíduos que obtivessem uma inclinação no sentido varo superior a 40 graus e ainda
um segundo critério quanto à inclinação do retro-pé em relação ao ante-pé. No presente estudo
foi considerado que esta inclinação 2 graus e ainda queda de navicular superior a 4 mm.
Seguindo o objetivo específico, são apresentados na Tabela 3 valores médios das
variáveis mensuradas através da imagem de escaneamento 3D do pé.
53
TABELA 3: Dados antropométricos do pé a partir do escaneamento 3D para os grupos HP e PF. Valores
médios, desvio padrão (dp) e extremos para os lados dominante (LD) e não-dominante (LND).
HP
Variavel
ÂNGULO I DEDO
ÂNGULO V DEDO
ALTURA NAVICULAR
ALTURA MALÉOLO
LATERAL
ALTURA MALÉOLO
MEDIAL
Grupo
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
Minimo
Media
Maximo
dp
LD
-2,60
5,11
12,50
4,55
6,80
13,32
19,00
3,40
25,00
42,91
54,70
8,21
64,40
72,77
81,90
5,45
43,70
77,89
96,10
17,52
PF
LND
1,30
6,64
16,90
4,31
4,30
11,84
18,90
4,18
27,80
42,81
54,30
7,62
35,30
69,89
81,50
9,08
62,30
84.69
96,70
7,32
LD
-2,60
3,88
12,50
4,41
7,50
15,92
23,60
5,09
36,40
49,80
60,80
7,38
65,50
74,04
89,70
6,78
24,70
76,91
99,40
26,47
LND
-15,50
2,48
8,90
7,05
9,10
16,11
23,50
4,60
40,40
51,03
58,00
6,43
62,60
75,75
80,70
5,64
41,00
100,80
85,31
17,99
A Tabela 3 traz os dados de altura de navicular para a condição com carga de peso
(CCP), altura de maléolo medial e ângulo do primeiro dedo mensurado no scanner para o
grupo HP e PF. Dados estes que serão explorados no capitulo seguinte na realização das
correlações entre variáveis antropométricas e correlações entre variáveis antropométricas e
biomecânicas.
Observou-se uma diferença média de 0,3cm a mais na variável altura do navicular
mensurada no scanner em relação a mensurada clinicamente. Entretanto esta diferença foi
constante entre o membro dominante e não dominante fato explicado devido a medida clinica
ser realizada no ponto inferior a tuberosidade do navicular e a medida do scanner ser realizada
na região exatamente em cima da tuberosidade do navicular.
54
4.3 RELAÇÃO ENTRE PARÂMETROS CLÍNICOS E ANTROPOMÉTRICOS
Com o objetivo de verificar a relação entre variáveis clínicas utilizadas como
parâmetro para avaliação de pronadores funcionais ou hiperpronadores, realizou-se correlação
linear de Spearman entre as variáveis, cujos resultados são apresentados a seguir.
Foram realizados teste de correlação entre as variáveis clínicas: dorsiflexão, altura do
navicular, queda do navicular e relação tíbio-calcânea. Não foram constatadas correlações
significativas para o grupo HP no que se referem as variáveis de dorsiflexão x altura do
navicular. Para o grupo PF os dados são apresentados na Tabela 4.
Tabela 4: Valores de correlação apresentada para as variáveis amplitude de dorsiflexão e altura do
navicular para o grupo PF, para os lados dominate (LD) e não-dominante (LND).
Altura Navicular Altura Navicular
LND
LD
Dorsiflexão
LND
Dorsiflexão
LD
-0,371
------------
-------------
-0,669
Para o grupo pronador funcional, conforme dados da Tabela 4, houve correlação
significativa, inversa e moderada entre a dorsiflexão e a altura do navicular tanto para o lado
dominante (r=-0,66), quanto para o lado não dominante (r=-0,37). Indicando que quanto maior
a amplitude de movimento de dorsiflexão, menor é a altura do osso navicular.
Não foi constatada correlação significativa entre as variáveis queda x altura de
navicular,para nenhum dos grupos. Assim como também não foi constatada correlação
significativa entre a dorsiflexão x relação tíbio calcânea para os grupos PF e HP.
55
Entre as variáveis queda do navicular x relação tíbio calcânea observou-se correlação
significativa apenas para o grupo Hiperpronador, cujos resultados estão dispostos na Tabela 5.
Não sendo constatada tal correlação para o grupo Pronador Funcional.
Tabela 5: Valores de correlação entre as variáveis queda de navicular e relação tíbiocalcânea para o
grupo HP, nos lados dominante (LD) e não dominante (LND).
Queda Navicular
LND
Queda Navicular
LD
Relação Tíbio Calcânea
LND
Relação Tíbio Calcânea
LD
0,37
----------------
----------------
0,57
Conforme Tabela 5 observa-se correlação positiva e moderada entre queda de
navicular e relação tíbio calcânea para o grupo Hp, tanto para o lado não dominante (r=0,37)
quanto lado dominante (r=0,57). Indicando que quanto maior a relação entre tíbia e calcâneo
maior a queda de navicular. Dados estes que coincidem com dados encontrados em estudos
dinâmicos de pés hiperpronadores.
Seguindo o objetivo específico foram realizados testes de correlações entre as variáveis
antropométricas (angulo do 1 dedo, altura de navicular, perímetro de metatarso e altura do
dorso) medidas através do escanemaento do pé.
No grupo HP não foi constatada correlação significativa entre o ângulo do I dedo e as
demais variáveis antropométricas. Para as outras variáveis as correlações estão dispostas na
Tabela 6.
56
Tabela 6: Valores de correlação linear entre as variáveis antropométricas para o grupo HP, nos lado
dominante (LD) e não dominante (LND).
Altura
Navicular
LD
Altura
Navicular
LND
Perímetro do
Metatarso
LD
Perímetro do
metatarso
LND
Altura do
Dorso
LD
--------
---------
---------
---------
---------
0,71
---------
---------
---------
---------
Perímetro do
Metatarso LD
-0,51*
-0,38
----------
---------
---------
Perímetro do
metatarso LND
-0,43
-0,59*
0,24
-----------
---------
Altura do Dorso
LD
0,92*
0,75
-0,65*
-0,27
----------
Altura do Dorso
LND
0,73*
0,85*
-0,49
-.0,17
0,87*
Variáveis
Altura Navicular
LD
Altura Navicular
LND
Seguindo os dados da Tabela 6 constata-se correlação linear inversa e moderada entre
altura do navicular x perímetro do metatarso tanto para o LD quanto LND, não sendo
superior a r= -0,6 e entre perímetro do metatarso x altura do dorso.
Entre as variáveis altura de navicular x altura do dorso foi constatada correlação
linear forte e positiva, sendo que para o LD a correlação foi de r=0,92 e para o LND foi de r=
0,85 (Tabela 6). Tal resultado era esperado uma vez que estas duas variáveis são comumente
utilizadas como parâmetros para avaliação de arco plantar.
A altura de navicular é investigada com freqüência quanto aos aspectos pronadores do
pé como nos estudos de Nachbauer e Nigg, 1992; Cavanagh et al., 1997; Morag e Cavanagh
et al., 1998; Holmes et. al, 2002; Boozer et al., 2002. Tais autores ainda relatam à influência
do perímetro dos metatarsos e o ângulo do I dedo, como variáveis que influenciam o
57
movimento de pronador. Segundo Nordin e Frankel (2003) quando o hálux gira em cima do
primeiro metatarso esta articulação é deprimida, causando um alargamento na superfície de
sustentação na região abaixo das cabeças de metatarso. Para os mesmos autores quando ocorre
um aumento na angulação do I metatarso há diminuição da capacidade de flexão dorsal
prejudicando a marcha. De tal maneira que a foi considerado um importante parâmetro clínico
e de fácil mensuração.
A correlação inversa encontrada para o grupo HP entre a altura do navicular e
perímetro do metatarso se apóia no modelo de Bragueiro (2000) para a descrição do arco
plantar. Segundo tal modelo a flexão dorsal leva a um aumento da tensão na fáscia plantar, o
que eleva a altura do arco plantar. Assim quanto maior for a tensão na fáscia maior será altura
do arco longitudinal medial (Sammarco e Hockenbury; in Nordin e Frankel, 2003; Norkin e
Levangie, 2001), dificultando o distribuição das cargas no arco transverso do pé.
Quando foi relacionada às variáveis, altura do dorso e perímetro de metatarso para o
grupo HP a correlação continuou sendo negativa, entretanto somente os valores no lado
dominante se mostraram moderadamente relacionados (Tabela 6). Denotando possivelmente
uma melhor relação entre altura de navicular e perímetro de metatarso do que propriamente
com a altura do dorso. Uma possível explicação seria o fato da alta reprodutibilidade da
medida da altura do arco plantar uma vez que estudos como os de Cavanagh e Morag, (1998)
mostram uma reprodutibilidade de 0,99 para estes dados.
Na Tabela 7 tem-se os resultados de correlação entre as variáveis: ângulo do I dedo,
altura do navicular, perímetro do metatarso e altura do dorso para o grupo PF.
58
Tabela 7: Valores de correlação linear entre as variáveis antropométricas para o grupo PF, nos lado
dominante (LD) e não dominante (LND).
Grupo PF
Ângulo I dedo
LD
Ângulo I dedo
LND
Ângulo I
dedo
LD
Ângulo I
dedo
LND
Altura
Navicular
LD
Altura
Navicular
LND
Perímetro
metatarsos
LD
Perímetro
metatarsos
LD
Altura
Dorso
LD
--------0,64
---------
Altura Navicular
LD
-0,62*
-0,90
--------
Altura Navicular
LND
-0,65
-0,82*
0,95
--------
Perímetro
metatarsos LD
0,54
0,60
-0,53*
-0,69
---------
Perímetro
metatarsos LD
0,02
-0,56
-0,67
-0,70*
-0,56
--------
-0,23
-0,72
0,83*
0,85
-0,65
-0,96
---------
-0,33
-0,72
0,79
0,87*
-0,82
-0,90
0,95
Altura Dorso LD
Altura Dorso
LND
Conforme dados expostos na Tabela 7, verifica-se que para o grupo PF houve
correlação linear entre o ângulo do I dedo e as demais variáveis, diferentemente do grupo HP.
A variável ângulo do I dedo apresentou uma correlação inversa de moderada a alta com a
variável altura de navicular sendo de r= -0,62 para o LD e de r=-0,82 para LND. Estes
resultados vão ao encontro de Ledoux e Hillstrom, (2002) que avaliaram 19 indivíduos sendo
11com pés normais e 8 com pés planos e concluíram que a altura do navicular exerceria uma
influência sobre a mobilidade do primeiro dedo assim como com hálux valgo. Da mesma
forma, estudo realizado por Dhanendran, (1979) mostrou diferenças significativas na força de
reação do solo de indivíduos com hálux valgo, sendo que os dados indicaram uma diminuição
da carga no hálux quando apresentava desvio valgo.
Também se identificou correlação moderada e inversa entre ângulo do I dedo x altura
do dorso para o LND (r=-0,72) e baixa no LD (r=-0,24).
59
Da mesma forma correlação entre altura de navicular x perímetro de metatarso se
mostrou moderada e inversa com os valores de r=-0,53 (LD) e r=-0,70 (LND) (Tabela 7).
Apresentando comportamento semelhante ao encontrado para o grupo HP, porém com uma
correlação um pouco mais elevada. Já para relação entre altura do dorso x perímetro de
metatarso ao contrário do grupo HP, esta foi alta e inversa sendo de r=-0,65 para o LD e de
r=-0,90 para o LND.
4.4 CARACTERÍSTICAS DAS VARIÁVEIS BIOMECÂNICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE
PRESSÃO PLANTAR (ÁREA DE CONTATO, PICO DE PRESSÃO E CARGA
RELATIVA) NOS GRUPOS PRONADOR FUNCIONAL E HIPERPRONADORES.
Com o objetivo específico de caracterizar variáveis de distribuição de pressão plantar
para os grupo pronador funcional e hiperpronador, são apresentados a seguir valores médios
de pico de pressão plantar, área de contato, força máxima e carga relativa. As tabelas contêm
os dados de área de contato total, área de contato da M03 (representa a parte medial da planta
do pé), força máxima total e os quatro maiores picos de pressão e as cinco maiores cargas
relativas. Os valores médios de pico de pressão plantar e carga relativa para todas as 10
máscaras de divisão do pé encontram-se no Anexo IV.
Na Tabela 8 são apresentados os valores médios para as variáveis de DPP na condição
correndo para o grupo HP.
60
Tabela 8: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força máxima total
(%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas relativas(%) para a condição correndo
grupo HP.
x
dp
Mínimo
Máximo
Dominante
160,13
8,13
136,5
171,5
Não dominante
159,91
10,13
133,5
173,50
Dominante
8,18
5,33
2
22
Não dominante
8,28
5,15
2
19,00
Dominante
246,66
16,3
217,4
282,2
Não dominante
248,09
15,67
219,58
279,2
Dominante
598,72
290,7
170
1,21
Não dominante
141,40
47,30
50
240
Dominante
521,09
218,43
245
935
Não dominante
531,57
217,08
190
1.055
Dominante
438,81
145,33
245
910
Não dominante
458,07
169,89
195
870
Dominante
548,36
244,56
140
995
Não dominante
460,95
189,13
245
1.055
Dominante
17,51
4,85
8,1
29,8
Não dominante
18,26
4,00
10,72
29,20
Dominante
16,14
3,26
9,2
24,2
Não dominante
17,11
3,81
10,43
23,52
Dominante
21,97
5,72
10,4
30,9
Não dominante
22,29
6,26
12,73
32,41
Dominante
7,06
3,12
0,8
14,5
Não dominante
8,42
1,51
5,36
11,73
Variáveis
LADO
Área de contato total
Área de contato M03
FMTotal
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
RL5
RL6
RL7
RL8
De acordo com os dados contidos na Tabela 8 constata-se que na condição correndo
lara o lado dominante e não dominante os maiores picos de pressão (PP) estavam nas
máscaras M05, M06, M07 e M08, e nas mesmas máscaras para a variável carga relativa. De
acordo com Ledoux e Hillstrom (2002) o tipo de pé exerceria influencia nas forcas de reação
do solo. Sammarco e Hockenbury apud Nordin e Frankel, (2003) alegam o fato de o hálux
valgo não ser efetivo no rebaixamento do cabeça do primeiro metatarso gerando pronação da
falange proximal e distribuição da carga lateralmente em direção a cabeça do segundo e
terceiro metatarsos.
61
Na Tabela 8 podemos observar que a mascara 6 (M06) a qual representa cabeça de 2
metatarso apresenta valores médios de 521,09 kPa para o lado dominante e de 531,57 kPa para
o lado não dominante na condição correndo para o grupo de Hiperpronadores.
Outra característica importante a ser observada é o pico de pressão na mascara 3
(PPM03) (Anexo IV), uma vez que é a principal característica de associação aos aspectos
hiperpronadores quando se fala em distribuição de pressão plantar. Para o grupo HP esta
região apresentou valores de 132,63 kPa e 141,40 kPa respectivamente para os lados
dominante e não dominante respectivamente, na condição correndo.
Seguindo os objetivos do estudo na Tabela 9 são apresentados os valores médios das
variáveis de DPP para a condição caminhando para o grupo HP.
62
Tabela 9: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força máxima total (%PC)
e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas relativas(%) para a condição caminhando para
o grupo HP.
Variáveis
LADO
Área de contato total
Dominante
Não dominante
Área de contato M03
FMTotal
PPM03
PPM01
PPM06
PPM07
RL3
RL1
RL6
RL7
x
dp
Mínimo
Máximo
143,17
13,34
118
168,50
142,47
13,34
118
168,50
Dominante
3,09
2,21
,50
8,50
Não dominante
4,95
5,38
,50
25,50
Dominante
108,55
3,99
101,97
118,89
Não dominante
107,44
4,35
98,52
116,31
Dominante
63,01
28,29
10
140
Não dominante
71,66
29,92
10
120
Dominante
326,70
134,81
140
785
Não dominante
345,83
147,60
155
825
Dominante
380,90
94,30
235
610
Não dominante
382,41
137,07
115
875
Dominante
373,58
133,23
205
960
Não dominante
356,64
118,57
115
795
Dominante
,504
,48
0,0
2,05
Não dominante
,913
1,12
0,0
4,59
Dominante
17,53
5,48
7,28
32,69
Não dominante
17,60
4,96
6,73
29,47
Dominante
15,148
4,337
8,456
28,130
Não dominante
15,118
3,467
5,150
24,317
Dominante
24,500
7,238
9,475
40,047
Não dominante
23,697
8,769
7,450
54,217
Conforme se observa na Tabela 9, ao contrário dos dados na condição correndo, na
condição caminhando os valores maiores de pico de pressão (PP) encontraram-se nas
máscaras M01, M06 e M07. Contudo na máscara 3 (M03), embora os valores de pico de
pressão tenham sido altos, os valores de carga relativa para esta máscara foram baixos de 0,5 e
0,9 para os lados dominante e não dominante respectivamente.
Na Tabela 10 encontram-se os valores médios para as variáveis de DPP na condição
correndo para o grupo de pronadores funcionais.
63
Tabela 10:Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força máxima total
(%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas relativas(%) para a condição correndo
grupo PF.
Variáveis
LADO
Área de contato total
Dominante
Não dominante
Área de contato M03
FMTotal
PPM03
PPM05
PPM06
PPM07
RL3
RL5
RL6
RL7
x
dp
Mínimo
Máximo
142,84
15,98
122,50
168,50
146,22
22,60
120,50
182
Dominante
3,97
2,516
,50
7,50
Não dominante
4,91
3,12
,50
8,50
Dominante
240,56
15,95
211,78
264,28
Não dominante
240,51
21,16
198,61
269,42
Dominante
25,21
9,47
10
55
Não dominante
111,25
62,92
15
230
Dominante
215,43
46,51
165
350
Não dominante
677,08
224,25
300
970
Dominante
262,17
41,77
185
335
Não dominante
435,83
44,12
370
530
Dominante
235,65
34,97
175
305
Não dominante
429,79
43,52
365
530
Dominante
,57
,41
,08
1,25
Não dominante
,76
,55
0,0
1,48
Dominante
19,06
2,04
15,52
22,49
Não dominante
22,00
4,86
11,91
30,17
Dominante
19,89
3,86
14,37
27,46
Não dominante
18,26
4,00
11,12
25,23
Dominante
24,05
3,68
18,31
33,61
Não dominante
23,16
3,14
18,64
31,57
Observa-se pela Tabela 10, ao contrario do apresentado pelo grupo HP durante a
corrida os picos de pressão ocorreram nas máscaras M03, M05, M06 e M07. Coincidindo os
maiores valores de carga relativa também nestas máscaras. Com exceção da M03 onde o
grupo PF obteve valores altos de pico de pressão, contudo a carga relativa foi mais baixa.
Tendo 25,21 kPa e 111,25 kPa para os lados dominante e não dominante respectivamente
onde fica bastante claro a diferença encontrada para os pico de pressão nas região da mascara
3 para a condição correndo
64
Para todas as máscaras (Tabela 10) verifica-se que os valores de pico apresentam-se
com freqüência menor no membro dominante, o que pode ser justificado devido a um melhor
ajuste muscular no membro dominante.
A carga relativa (RL) para os dois grupos na condição correndo apresentou
características bastante semelhantes estando os valores das mascaras M05, M06 e M07 sempre
entre os mais altos Hennig e Milani (2000) avaliaram a carga relativa com a utilização de
palmilhas sensorizadas para dois diferentes tipos de calçados e também encontram os maiores
valores de carga relativa (RL) para ambos os tipos de calçado na cabeça de primeiro
metatarso. Este estudo demonstrou que a RL na cabeça de I metatarso do modelo de calçado
nomeados por eles de M era consideravelmente mais elevada que a do modelo de calçado L
conforme mostra na Figura 23 abaixo. Justificando desta maneira que a simples troca de
calçado muitas vezes pode levar a dor nos pés ou até mesmo em membros inferiores.
Figura 23: Gráfico ilustrando a carga relativa em dois tipos de calçados representados pelas letras M e L
no estudo de Hennig e Millani, (2000). (Fonte: Hennig e Milani, 2000).
Somente pelos dados apresentados na Figura 23 não seria possível determinar o tipo do
pé livre de calçado para que se pudesse determinar a distribuição de carga profilática para
cada tipo de pé.
Os valores de picos de pressão apesar de não apresentarem tanta constância quanto a
RL variaram o ponto de maior pico tanto para o grupo PF quanto para o HP na condição
65
correndo entre as máscaras M05 e M06, representando a cabeça de I e II metatarsos. Hennig e
Milani, (2000) avaliaram distribuição de pressão plantar com palmilhas em 19 diferentes tipos
de calçados e encontraram picos mais elevados na região lateral de calcâneo com uma média
de 911kPa.
A região lateral do calcâneo no presente estudo, representada pela máscara M02 (ver
Anexo IV) apresentou valores elevados apenas para o grupo HP na condição correndo, onde
os valores de pico de pressão foram superiores aos picos na região da cabeça de I metatarso.
Hennig e Milani (2000) ainda mostraram como segundo valor mais alto os picos de pressão da
cabeça de primeiro metatarso 873 kPa. A divisão das regiões abordadas por eles não
contemplou a cabeça de 2 metatarso justificando possivelmente esta diferença.
Na Tabela 11 encontram-se os valores médios para as variáveis de DPP para a
condição caminhando no grupo de pronadores funcionais.
66
Tabela 11: Valores médios de área de contato total área de contato de M3 (cm2), força máxima total
(%PC) e os quatro maiores picos de pressão (kPa) e suas cargas relativas(%) para a condição
caminhando para o grupo PF.
Variáveis
LADO
Área de contato total
Dominante
Não dominante
Área de contato M03
FMTotal
PPM01
PPM06
PPM07
PPM08
RL1
RL6
RL7
RL8
dp
Mínimo
Máximo
124,04
20,24
91,50
158
129,66
18,88
103
160
Dominante
1,88
1,40
0,0
4,50
Não dominante
2,28
1,71
0,0
8
Dominante
109,17
4,21
101,45
118,28
Não dominante
112,03
4,86
104,72
123,68
Dominante
293,21
84,05
170
465
Não dominante
317,55
72,39
215
470
Dominante
302,50
49,37
180
380
Não dominante
294,44
34,50
205
375
Dominante
338,92
164,00
140
855
Não dominante
327,00
139,57
190
860
Dominante
308,57
144,98
125
680
Não dominante
315,33
236,60
100
1.001
Dominante
17,13
3,90
10,71
25,52
Não dominante
18,77
4,24
9,64
29,16
Dominante
15,07
3,64
8,87
21,64
Não dominante
14,09
3,47
8,67
21,53
Dominante
23,79
8,88
7,04
40,83
Não dominante
24,75
6,68
10,04
37,22
Dominante
7,76
5,44
2,69
23,00
Não dominante
5,84
2,68
1,93
13,01
x
Pelos dados apresentados na Tabela 11 observa-se que os valores de pico de pressão
são mais elevados nas máscaras M06, M08 e M07. Enquanto os maiores valores de carga
relativa estão nas máscaras M06, M01 e M07 e a carga relativa da mascara M08 representa
cerca de 50% do valor M06 para o lado dominante e aproximadamente 30% para o lado não
dominante. Com o mesmo comportamento da condição correndo para o grupo PF, os picos de
pressão altos coincidiram com as regiões onde as cargas relativas alcançaram valores mais
elevados.
67
As cargas relativas para a condição caminhando apresentaram valores similares entre
os grupos PF e HP para o lado dominante, onde as cargas apresentaram em ordem crescente as
seguintes mascaras M06, M01 e M07. Somente para o lado não dominante do grupo PF os
valores foram maiores nas máscaras M02, M01 e M07 indicando maiores cargas na região
lateral do calcâneo.
Os picos de pressão para a condição caminhando no grupo PF mostraram mais
elevados na região de cabeça de terceiro metatarso, porém também demonstraram picos
elevados na região de hálux o que não foi observado no grupo de HP. Já para o grupo HP na
condição caminhando os maiores picos de pressão foram observados nas mascaras M01, M07
e M06, que identificam as regiões medial do calcâneo, terceiro metatarso e segundo metatarso.
Os dados aqui apresentados sugerem uma tendência do grupo HP a apresentar picos de
pressão mais elevados nas regiões mais laterais do pé. Fato este que também foi observado por
estudos de Sammarco e Hockenbury apud Nordin e Frankel (2003) e Ledoux e Hillstrom
(2002). Acrescentando ainda o fato de que o grupo PF mostrou uma tendência a picos de
pressão na condição caminhando na região de hálux a qual segundo Sammarco e Hockenbury
apud Nordin e Frankel (2003) é uma característica de hálux, sem desvio em valgo.
Pelos dados caracterizados também se verifica valores maiores na condição correndo,
o que já era esperado. Corroborando com Rosenbaun et. al., (1994) que observaram o efeito
da velocidade nos padrões de pressão plantar e concluíram da importância do controle da
velocidade, uma vez que implica em significantes alterações nos dados de pressão plantar.
Os resultados aqui apresentados permitem ainda constatar que o aumento da
velocidade levou a um aumento da carga na região medial de ante-pé com um provável
aumento do movimento de pronação, sendo que este aumento não ocorreu de forma linear.
Nigg, (2001) em uma revisão de literatura bastante extensa sobre aspectos relacionados à
Hiperpronação e lesões sugere que há associação entre o nível de lesões e deficiência nos
ajustes musculares. O presente estudo não se ateve ao fato de lesões previas apenas como
fatores limitantes ou incapacitantes e lesões dos últimos 6 meses.
68
4.5 RELAÇÃO ENTRE OS DADOS CLÍNICOS E VARIÁVEIS BIOMECÂNICAS
A fim de verificar a relação entre variáveis clínicas de avaliação de pronadores e dados
biomecânicos da avaliação de pronação optou-se por correlacionar linearmente dados clínicos
(ângulo do I dedo, altura de navicular e queda de navicular) e biomecânicos (área de contato
de M03, pico de pressão e carga relativa), cujos resultados são apresentados a seguir.
Na Tabela 12 são apresentados os resultados de correlação entre variáveis clínicas e
biomecânicas para o grupo HP na condição correndo.
Tabela 12: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas para o grupo
HP na condição correndo para os lados: não dominante (LND) e dominante (LD).
Variáveis
PPM03
RL3
Queda
navicular
Altura
Navicular
Ângulo do I
dedo
Lado
Area de contato
M03
PPM03
Queda
navicular
RL3
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
0,6
------0,9
-------0,12
-------0,06
-------
------------0,69
-------0,5
------0,15
------0,46
-------------
-------------------------0,15
------0,04
-------
0,7
------0,39
------0,92
-------0,26
-------0,58
-------
0,59
-------------------------------0,08
-------0,36
-------
LD
-------
0,43
-------
-------
0,17
0,639
-0,136
0,211
0,22
LND
------------------------------------0,25
LD
-------------------------------------------
-------0,41
-------
Altura
Navicular
0,33
-------
LND
-------------------------------------------------0,15
LD
-------------------------------------------------------
0,56
-------
0,465
Conforme dados expostos na Tabela 12 constata-se correlação significativa moderada
e positiva entre as variáveis biomecânicas pico de pressão (PPM03) e área de contato na
máscara M03 para o lado não dominante de r=0,6 e para o lado dominante baixa correlação de
r=0,39. Enquanto entre pico de pressão x carga relativa em M3 a correlação foi alta de r= 0,69
para ambos os lados. Como era esperado houve uma correlação forte entre área de contato e
carga relativa em M03 de r=0,9 tanto para o lado dominante quanto não dominante.
Quando relacionando variáveis clínicas com biomecânicas constatou-se na condição
correndo para o lado não dominante (LND) que a variável clínica queda de navicular
apresentou uma correlação negativa moderada com o pico de pressão em M03 de r=-0,50,
enquanto a variável altura de navicular não apresentou nenhuma correlação significativa para
o lado não dominante.
69
Por sua vez verificou-se correlação entre altura do navicular x área de contato em
M03 no lado dominante de r= -0,58, mostrando uma correlação inversa moderada. Nachbauer
e Nigg, (1992) relatam não haver relação entre a medida da altura do arco na situação com
carga de peso e rebaixamento do arco durante a corrida. Contudo, os dados apresentados
indicam que uma menor altura do arco promove maior área de contato no lado medial do pé
durante a corrida.
Seguindo os resultados expostos na Tabela 12, O ângulo do I dedo apresentou
correlação moderada positiva com a área de contato na mascara M03 de r=0,70 (LND) e de
r=0,43 (LD) e com a carga relativa na mascara M03 de r=0,59 para o LND. Mostrando haver
correlação moderada na condição correndo para grupo HP em ambos os membros nesta
variável. Estes dados vêm a corroborar com Morag e Cavanagh, (1998) uma vez que segundo
os autores a inclinação do primeiro dedo esta correlacionada com rebaixamento do arco e
aumento na área de contato e picos de pressão no médio pé.
Uma vez que o maior contato em M03 é forte indicativo de flexibilidade no arco
longitudinal medial, os dados aqui apresentados também vão ao encontro de Sammarco e
Hockenbury apud Nordin e Frankel (2003) e Ledoux e Hillstrom (2002) os quais associam
uma maior flexibilidade do arco plantar e aumento da angulação do primeiro dedo.
Na Tabela 12 observa-se ainda que o ângulo do I dedo tem correlação moderada com a
queda de navicular, porém esta somente se mostrou no LD.
Os resultados das correlações entre as variáveis clínicas e biomecânicas para o grupo
HP na condição caminhando são apresentados na Tabela 13, a seguir.
70
Tabela 13: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas para o grupo
HP na condição caminhando para os lados: não dominante (LND) e dominante (LD).
Variáveis
PPM03
RL3
Queda navicular
Altura Navicular
Ângulo do I dedo
Lado
Area de contato
M03
PPM03
Queda
navicular
RL3
LND
LD
LND
LD
LND
LD
0,59
-----
------0,71
------0,88
-------0,20
-------
-----------
-0,52
-------
0,65
------0,32
------0,16
-----0,79
------------------0,83
-------0,21
-------0,23
-------
--------------------0,35
------0,28
-----0,14
---------------------0,17
-----0,43
-----
0,29
-------0,26
0,29
------
0,35
-----
0,24
------
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
0,96
------0,04
------0,29
-----0,97
LD
-----
LND
-------------------
LD
----------------
-------------
----------------
Altura
Navicular
0,31
------
LND
------------------------------------------------0,28
LD
----------------------------------------------
0,22
------
0,37
Conforme o dado exposto na Tabela 13 constata-se que para a condição correndo
assim como caminhando existe correlação significativa entre as variáveis pico de pressão
(PPM03) x área de contato M03 de r=0,59 (LND) e r =0,71 (LD) e entre PPM03 e carga
relativa com r=0,65 para LND e r=0,83 LD. Da mesma forma, como esperado foi constatada
correlação linear forte e positiva entre área de contato de M03 x carga relativa na máscara
M03 para ambos os lados.
Na correlação entre dados clínicos e biomecânicos na condição caminhando (Tabela
13) identificou-se que para o grupo HP o ângulo do I dedo não mostrou correlação
significativa com a carga relativa, sendo seus valores menos expressivos do que os
apresentados na condição correndo, tanto para LD (r=0,24) quanto LND (r=0,14). Já para os
valores de correlação entre o ângulo do I dedo x pico de pressão (PPM03) os valores foram de
correlação alta no LND (r=0,79), assim com para ângulo do I dedo x área de contato na M03
(r=0,97) também para o LND.
Os dados na Tabela 13 indicam para correlação inversa moderada de r=-0,52 entre
altura de navicular x área de contato para o LD. Segundo Morag e Cavangh, (1998) as
variáveis relacionadas ao arco longitudinal medial, ao contrário de estruturas como hálux e
calcanhar apresentam uma relação funcional muito maior que estrutural. Fato pelo qual se
poderiam especular possíveis respostas associadas ao controle motor e muscular no membro
dominante.
71
Seguindo o objetivo específico do estudo na Tabela 14 são apresentados os valores de
correlação entre as variáveis para o grupo PF na condição correndo.
Tabela 14: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas para o grupo
PF na condição correndo para os lados: não dominante (LND) e dominante (LD).
Variáveis
Lado
LND
PPM03
LD
LND
RL3
LD
LND
Queda navicular
LD
LND
Altura Navicular
LD
LND
Ângulo do I
dedo
LD
Area de contato
M03
PPM03
Queda navicular Altura Navicular
RL3
LND
LD
LND
LD
LND
LD
0,67
-------
------0,58
------0,97
------0,12
-------
-------------
------------------0,68
-------0,42
-------
-------------------------
------------------------------0,13
-------
0,97
-------0,93
-------0,94
------0,96
-------
-0,96
-------
0,79
-------0,77
-------0,46
------0,69
0,95
-------
-0,52
-------
-0,90
-------0,84
------0,90
0,54
-------
LND
-------------------------------------
-0,90
-------
0,89
-------0,98
0,90
-------
LD
-------------------------------------------0,03
-------
LND
-------------------------------------------------0,95
LD
-------------------------------------------------------
-0,01
-------
-0,99
Pelos resultados da Tabela 14 verifica-se que para o grupo PF na condição correndo
houve alta correlação entre todas as variáveis para o lado não dominante (LND). Para o lado
dominante (LD) as variáveis também apresentam valores de correlação bastante elevados,
com exceção da variável queda de navicular onde apresentou apenas correlação inversa
moderada com pico de pressão (PPM03).
Quando observada a correlação entre variáveis clínicas e biomecânicas constata-se que
a variável queda de navicular apresentou uma correlação inversa alta com a área de contato
em M03 de r=-0,93 para o LND, expressando que quanto maior a queda do osso navicular
menor a área de contato. Isto esta de acordo com os estudos de Morag e Cavangh, (1998);
Starkey e Ryan (2001) e Holmes et. al., (2002).
A altura do navicular da mesma forma apresentou uma correlação inversa alta com a
área de contato na M03 de r=-0,940 para o LND e de r=-0,96 LD, indicando que quanto
menor a altura do navicular, maior a carga imposta na região do médio pé medial. Da mesma
forma identifica-se uma correlação linear alta e negativa entre altura do navicular e carga
relativa na M03 (RL3) tanto para o LD quanto LND. Constatou-se também correlação alta e
positiva entre altura do navicular e queda do navicular (Tabela 14).
72
Seguindo os dados da Tabela 14 observa-se o ângulo do I dedo veio a comprovar a
homogeneidade do grupo, apresentando uma alta correlação positiva de r=0,96 com a área de
contato de M03 para ambos os lados e de r=0,9 para a carga relativa tanto para o LD quanto
LND. Identifica-se ainda uma correlação inversa alta tanto com a queda de navicular (r=-0,98
LND) quanto com a altura do navicular (r=-0,95 LND e r=-0,99 LD).
Na Tabela 15 são apresentados os valores de correlação entre variáveis clínicas e
biomecânicas para o grupo PF na condição caminhando.
Tabela 15: Valores de correlação linear de Sperman entre variáveis clínicas e biomecânicas para o grupo
PF na condição caminhando para os lados: não dominante (LND) e dominante (LD).
Variáveis
PPM03
RL3
Queda navicular
Altura Navicular
Ângulo do I dedo
Lado
Area de contato
M03
PPM03
RL3
Queda navicular Altura Navicular
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
0,70
------0,86
-------0,46
-------0,29
------0,08
------0,85
------0,89
-------0,28
-------0,57
-------
------------0,75
-------0,30
-------0,39
------0,37
------------------0,89
-------0,06
-------0,65
-------
-------------------------0,18
-------0,42
------0,00
-------------------------------0,04
-------0,66
-------
LD
-------
0,26
-------
0,42
-------
0,43
LND
-------------------------------------0,27
-------0,44
-------
LD
------------------------------------------0,00
------0,21
LND
-------------------------------------------------0,27
-------
LD
-------------------------------------------------------0,91
Conforme os resultados expostos na Tabela 15, constata-se que para o grupo PF assim
como ocorreu no grupo HP há correlação positiva e alta entre entre as variáveis pico de
pressão (PPM03) x área de contato M03 de r=0,70 (LND) e r =0,85 (LD) e entre PPM03
carga relativa com r=0,86 para LND e r=0,89 LD. Da mesma forma, assim como para o
grupo HP em ambas as condições (correndo e caminhando) foi constatada correlação linear
forte e positiva entre área de contato de M03 x carga relativa na máscara M03 para ambos os
lados.
Seguindo os dados da Tabela 15, na condição caminhando para o grupo PF a variável
queda de navicular apresentou uma correlação negativa fraca com área de contato M03, tanto
para LND quanto LD. Não apresentando correlação significativa com a variável carga relativa
e com o pico de pressão M03 (PPM03).
73
A altura de navicular apresentou correlação moderada negativa com a carga relativa
RL3 tanto para o LND (r=-0,42) quanto o LD (r=-0,66). E apenas para o LD com as variáveis
PPM03 (r=-0,65) e área de contato M03 (r=-0,57), enquanto para o LND as correlações não
foram significativas. De modo que os valores altos de correlação não se apresentaram na
condição caminhando. Ainda referente à Tabela 15 pode-se observar que a altura de navicular
apresentou uma correlação inversa e alta com a inclinação de primeiro dedo (r=-0,91 LD) fato
este também observado em todas as demais condições para o grupo PF, exceção feita a
condição caminhando para o LND que apesar de mostrar valores inversos obteve uma
correlação de r= -0,271.
Quanto a variável ângulo do I dedo (Tabela 15) identifica-se correlação moderada
positiva com pico de pressão (PPM03) tanto para o LD (r=0,42) quanto LND (r=0,37) e com a
carga relativa RL3 apenas para o LD (r=0,43). Com as demais variáveis não se identificou
correlação significativa
Ao longo das correlações pode-se observar que sempre ocorreu alta correlação entre a
área de contato e carga relativa onde estes valores foram mínimo de r=0,868 para o grupo PF
na condição caminhando e máximo de r=0,971 para o mesmo grupo na condição correndo. Já
a correlação entre pico de pressão e área de contato apresenta uma correlação mais variada
onde teremos os valores mínimos de r=0,390 para o grupo HP correndo e o valor máximo para
o grupo PF caminhando de r=0,85. Resultados que o que corroboram com as colocações de
Hennig e Milani (2000) que as pressões aumentam muito com a velocidade já as cargas
relativas mostram um parâmetro mais constante para observação das máscaras.
4.6 COMPARAÇÃO DOS VALORES DAS VARIÁVEIS DE DISTRIBUIÇÃO DE
PRESSÃO PLANTAR ENTRE OS GRUPOS PRONADOR FUNCIONAL E
HIPERPRONADOR NAS CONDIÇÕES CAMINHANDO E CORRENDO.
A fim de investigar as possíveis diferenças na distribuição de pressão plantar entre
indivíduos pronadores funcionais e hiperpronadores optou-se por comparar variáveis
biomecânicas entre os grupos HP e PF nas condições correndo e caminhando, cujos resultados
são apresentados a seguir. Em anexo (Anexo IV) encontram-se os valores de p para o teste U
74
de Mann-Whitney.
Primeiramente são apresentadas as comparações entre os grupos HP e PF na condição
caminhando para o lado dominante (LD), cujas comparações estão dispostas na Figura 24.
*
400,00
350,00
250,00
(kPa)
Pico Pressão
300,00
HP
PF
200,00
150,00
100,00
*
50,00
0,00
PPM01
PPM02
PPM03
PPM04
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
PPM09
PPM10
Figura 24: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição
caminhando lado dominante (*p<0,05).
Conforme se observa na Figura 24 houve diferença estatisticamente significativa entre
os grupos HP e PF para o lado dominante apenas nas máscaras M03 e M06. Sendo o pico de
pressão maior no grupo Hiperpronador. Enquanto para o lado não dominante os picos de
pressão no grupo HP foram significativamente maiores nas máscaras M03, M06, M07 e M08,
como se apresenta na Figura 25.
75
450,00
*
400,00
*
Pico de Pressão (kPa)
350,00
*
300,00
250,00
HP
PF
200,00
150,00
100,00
*
50,00
0,00
PPM01
PPM02 PPM03
PPM04
PPM05 PPM06
PPM07
PPM08 PPM09
PPM10
Figura 25: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF,
condição caminhando lado não-dominante (*p<0,05).
Tanto para o lado dominante quanto não dominante os valores de pico de pressão na
máscara M03 foram maiores no grupo HP, sendo que os valores encontrados foram 63,01 kPa
e 71,66 kPa para os membro D e ND. Já para o grupo PF os picos de pressão foram de 50,23
kPa e 56,66 kPa. Uma vez que a máscara M03 representa a região medial do médio pé estes
resultados sugerem que o grupo hiperpronador apresenta uma distribuição de pressão plantar
diferenciada na região do médio pé em relação a indivíduos pronadores funcionais.
Apesar das diferenças entre os grupos serem poucas na condição caminhando, para
todas as condições a área de contato para M03, um dos principais fatores associados a
hiperpronação, mostrou diferença estatisticamente significativa.
Quando comparado os dados de pico de pressão para a condição caminhando nos
grupos HP e PF na mascara M06, novamente obtivemos valores de média de pico pressão
diferenciados sendo de 380,91 kPa e 382,41 kPa para o LD e o LND no grupo HP
respectivamente. Já para o grupo PF os valores foram de 262,17 kPa e 435,83 kPa para os LD
e LND respectivamente Observa-se uma acentuada diferença entre os grupos corroborando
com os indícios de que o tipo de pé influencia na hálux valgo e conseqüentemente na
distribuição de pressão plantar.
76
Os valores que não se mostraram maiores no grupo PF, pois as características dos
hiperpronadores manifestaram-se de forma mais pronunciada em velocidades mais altas.
Nas figuras 26 e 27 são apresentadas as comparações entre os grupos HP e PF para a
variável carga relativa na condição caminhando.
30,00
25,00
Carga Relativa
20,00
HP
15,00
PF
10,00
*
5,00
0,00
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Figura 26:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,
na condição caminhando lado dominante (*p<0,05).
77
30,00
Carga Relativa
25,00
20,00
*
15,00
HP
PF
10,00
*
*
5,00
0,00
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Figura 27:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição caminhando
lado não dominante (*p<0,05).
Conforme se observa nas figuras 26 e 27 a carga relativa no grupo HP foi
significativamente maior tanto no lado dominante quanto não dominante para a M04. Sendo
também maior no grupo HP para a M08, enquanto na máscara M02 a carga relativa foi
significativamente maior para o grupo PF.
Os resultados para carga relativa são corroborados por Hennig e Milanni (2000) que
reforçam o conceito de que carga relativa é calculada como percentual de cada impulso para a
soma de todos os impulsos, de modo que a o aumento da carga relativa na região da mascara 4
é um indicativo de que os indivíduos do grupo HP utilizariam esta área de forma mais efetiva
na transferência de peso quando comparado ao grupo HP.
A seguir são apresentadas as comparações entre os grupos HP e PF para a condição
correndo. Na Figura 28 observa-se os valores de pico de pressão para o lado dominante e na
Figura 29 para o lado não dominante.
78
700
600
*
*
*
*
*
*
400
HP
(kPa)
Pico de Pressão
500
PF
300
200
*
*
*
*
100
0
PPM01 PPM02 PPM03 PPM04 PPM05 PPM06 PPM07 PPM08 PPM09 PPM10
Figura 28: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição correndo
lado dominante (*p<0,05).
Pelos dados apresentados na Figura 28 verifica-se que para o lado dominante houve
diferença significativa nos picos de pressão entre os grupos HP e PF para todas as máscaras do
pé. Para todas as máscaras os picos de pressão foram maiores no grupo hiperpronador.
79
800
*
700
*
500
(kPa)
Pico de Pressão
600
HP
PF
400
300
200
*
*
*
*
100
0
PPM01 PPM02 PPM03 PPM04 PPM05 PPM06 PPM07 PPM08 PPM09 PPM10
Figura 29: Gráfico de comparação entre os picos de pressão para os grupos HP e PF, condição correndo
lado não dominante (*p<0,05).
Para o lado não dominante (Figura 29) os picos de pressão foram significativamente
maiores no grupo HP para as máscaras M03, M04, M06, M09 e M10 e maior no M05 para o
grupo PF em relação ao grupo HP.
A variável pico de pressão nas mascaras M09 e M10 (PPM09 e PPM10) foi
estatisticamente diferente para ambos os lados: dominante e não dominante. Apesar dos
valores apresentarem esta diferença, o estudo de Walker (1998) que analisou a relação da
distribuição de pressão plantar na região anterior do pé para os diferentes tipos de pé, concluiu
que a diferença existente entre elas não seria forte o suficiente e provavelmente estaria sendo
influenciada por outros fatores.
Visto que a velocidade foi um a variável de controle para ambos os grupos, os maiores
picos de pressão encontrados para o grupo HP, sugerem maiores pressões para os
hiperpronadores em condição dinâmica.
80
Para o grupo PF os valores foram superiores apenas na máscara M05. Esta máscara
representa a distribuição de pressão na região da primeira cabeça de metatarso e segundo
Morag e Cavanagh (1998) é uma região bastante influenciada por fatores funcionais e
estruturais. Entre estes fatores os autores citam como de relevante importância a altura dos
ossos sesamoides, ângulos como o de Chopart e de Morton e média de atividade do músculo
gastrocnêmio, além do terceiro quarto da fase de apoio e amplitude de movimento dinâmica
da articulação talocrural. Fatos estes que podem influenciar o padrão de distribuição para
ambos os grupos.
Foi realizado um calculo percentual das variáveis de pico de pressão para comparação
entre estas variáveis nas condições caminhando e correndo. Quando feita relação percentual
entre a condição correndo e caminhando para os grupos, encontrou-se que o grupo PF
apresentou uma diferença percentual de 79,7% menor nos valores de pressão em relação ao
grupo HP para o lado dominante e de 79,06% , para o lado não-dominante.
Um dado percentual interessante foi observado no pico de pressão para a mascara 6
(PPM06), que representa a região do II metatarso, quando comparado o valor percentual
alcançado pelo grupo PF em relação ao grupo HP no lado dominante os valores chegaram a
apenas 20% do alcançado no grupo HP, já para o membro não dominante estes valores foram
78,87%.
Nas figuras 30 e 31 são apresentadas as comparações entre os grupos HP e PF na
condição correndo para a variável carga relativa.
81
30,00
Carga Relativa
25,00
* *
20,00
HP
15,00
PF
*
10,00
*
5,00
*
*
0,00
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Figura 30:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição correndo
lado dominante (*p<0,05).
Conforme se apresenta na Figura 30, para a condição correndo a carga relativa no lado
dominante foi significativamente maior para o grupo HP nas máscaras M03, M04 e M08 em
relação ao grupo PF. Enquanto que para as máscaras M05, M06 e M09 a carga relativa foi
significativamente maior no grupo PF.
82
25,00
*
Carga Relativa
20,00
15,00
HP
*
10,00
PF
*
*
5,00
*
*
0,00
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Figura 31:Gráfico de comparação para carga relativa entre os grupos HP e PF,na condição correndo
lado não dominante (*p<0,05).
Par ao lado não dominante (Figura 31) verificou-se que a carga relativa foi
significativamente maior no grupo HP para as máscaras M03, M04, M08 e M10, assim como
ocorreu para o lado dominante e significativamente maior no grupo PF para as máscaras M02
e M05.
Tanto para o lado dominante quanto par ao lado não dominante foi identificada
diferença significativa na máscara M03 (figuras 30 e 31), sempre maiores para o grupo HP.
Esta máscara representa a região média do médio pé um dos principais indicadores dos fatores
de classificação para pés hiperpronadores. Sugerindo então que os indivíduos hiperpronadores
apresentam maior distribuição de pressão na região medial do pé.
Ainda apresenta-se com diferença estatisticamente significativa as cargas relativas nas
máscaras M08 e M10. A máscara M08 também foi abordada no estudo de Morag e Cavanagh
(1998) que indicaram como fatores que promovem o aumento de pressão nesta região fatores
estruturais, estando entre estes tamanho do hálux, tecido abaixo dos sesamoides, aumento do
ângulo entre as falanges proximais e distais, pequena amplitude de movimento da primeira
83
metatarso falangiana e por fim altos picos de velocidade de dorsiflexão durante a fase ativa de
retirada do pé. Entretanto estas variáveis não foram controladas neste estudo. Cavanagh et al.,
(1997) relata que aumento da pressão na região de hálux esta relacionada tanto com inversão
quanto com a altura do arco plantar os quais foram fatores controlados para a separação dos
grupos.
Os valores de carga relativa foram menores na condição caminhando o que já era
esperado. Hennig e Milanni, (2000), associam um maior índice de traumas para corredores
principalmente quando a carga relativa RL for alta, pois sim representaria cada região do pé
proporcional a impulso gerado. Fato que justifica valores mais baixos durante caminhada uma
vez que temos índices de lesão muito mais baixos.
Na Figura 32 encontram-se as comparações entre os grupos HP e PF para a variável
área total de contato do pé e na Figura 33 para a variável área de contato na M03.
180,00
160,00
*
*
*
140,00
*
Area Total
120,00
100,00
HP
PF
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
LDR
LNDR
LDW
LNDW
Figura 32: Comparação entre os grupos HP e PF para a área de contato total do pé nas condições
correndo (R) e caminhando (W) para os lados dominante (LD) e não dominante (LND).
84
Conforme comparações apresentadas na Figura 32, contata-se que a variável área de
contato total do pé foi significativamente maior no grupo HP para todas as condições
avaliadas, ou seja, correndo e caminhando, tanto para o lado dominante (LDR, LDW) quanto
o lado não dominante (LNDR, LNDW).
9,00
8,00
*
*
7,00
Area M3
6,00
*
5,00
HP
PF
4,00
*
3,00
2,00
1,00
0,00
LDR
LNDR
LDW
LNDW
Figura 33:Comparação entre os grupos HP e PF para a área de contato na M03 pé nas condições
correndo (R) e caminhando (W) para os lados dominante (LD) e não dominante (LND).
No que se refere a área de contato na M03 os valores também foram significativamente
maiores (p=0,003) entre os grupos (Figura 33). Mais pronunciada que na área de contato total,
a área de contato na M03 foi maior para o grupo HP na condição correndo (R) tanto para o
lado dominante (LDR) quanto não dominante (LNDR). Os valores obtidos na situação
correndo foram de 8,19cm2 para o LDR e de 8,28 cm2 para o LNDR, enquanto para o grupo
PF os valores foram de 3,98 cm2 para o LDR e 4,92 cm2 para o LNDR. Na condição
caminhando (W) os valores médios foram de 3,10 cm2 (LDW) e 4,96 cm2 (LNDW) para o
grupo HP e de 1,88 cm2 (LDW), 2,29 cm2 (LNDW) para o grupo PF
85
Visto que a máscara M03 representa a região medial do médio pé estes resultados
sugerem que esta variável pode ser um indicativo da efetividade dos parâmetros clínicos para
a classificação dos pés quanto à hiperpronação e ao movimento de pronação funcional.
V CONCLUSÕES
Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar níveis de pronação na situação
descalço através de avaliação clínica e biomecânica e verificar a relação entre estes sistemas.
Através da análise dos dados, referencial teórico e discussão dos dados deste estudo foram
feitas as seguintes conclusões:
Os dados clínicos de inclinação de calcâneo, queda de navicular, altura de navicular,
inclinação de primeiro dedo e flexão dorsal e plantar não apresentaram correlação, exceto a
dorsiflexão e altura de navicular no grupo PF que apresentaram uma correlação linear inversa
e para os lados não dominante e dominante, e a queda de navicular e relação tíbio-calcânea
que apresentou correlação linear positiva e moderada para o grupo HP. Mostrando
comportamentos diferenciados quando considerados dados clínicos nos grupos HP e PF.
Os dados de correlação entre ângulo do I dedo e área de contato na região medial do
médio pé (M03) apresentaram valores bastante expressivos com alto índice de correlação
entre as variáveis sendo um parâmetro clínico importante para determinação do grau de
hiperpronação.
Quando comparados os dados biomecânicos, em razão da divisão clinica realizada
através de parâmetros de inversão de calcâneo e queda de navicular, foi possível observar
diferença estatisticamente significativa quanto à distribuição de pressão plantar principalmente
nas regiões do médio pé medial, tanto para os picos de pressão quanto para a área de contato,
de forma a concordar estudos referenciados na literatura. Sendo que as diferenças estatísticas
foram mais significativas na condição correndo. Fato já esperado, visto que uma vez
aumentando à velocidade as variáveis de analisadas de distribuição de pressão plantar
apresentam valores mais elevados.
Para a condição caminhando as variáveis que apresentaram diferença estatisticamente
significativa foram as de área de contato para a região medial de médio pé (M03), pico de
pressão na região de segundo metatarso (M06) e carga relativa na região medial de médio pé
87
(M03). Como abordado no texto como sendo regiões de referência para a determinação de pés
hiperpronadores.
Quando analisadas as avaliações antropométricas foi realizada uma relação percentual
entre o membro dominante e não dominante. Onde foi detectado que havia variações
percentuais de 33% a 162% fato este que foi determinante na analise separada dos membros.
Visto que alguns estudos consideram avaliação do pé sem a diferenciação entre dominante e
não dominante. Esta diferenciação se mostrou presente novamente nas comparações entre so
grupo onde as áreas de picos de pressão e cargas relativas mostraram diferenças quanto aos
membros dominantes e não dominantes.
O questionário de anamnese foi de extrema importância, pois dos três indivíduos
excluídos todos obtiveram características diferenciadas quanto ao questionário.
Um dos
indivíduos havia realizado cirurgia para correção do arco plantar apesar de ser a mais de seis
meses havia interferência principalmente nos dados referentes a corrida, o segundo indivíduo
apresentou diferenças acentuadas entre um membro e outro sendo detectado no questionário
que o mesmo havia lateralidade cruzada, o terceiro individuo que era praticante de ciclismo
não em nível competitivo, entretanto com freqüência e intensidade diferenciada dos demais
sendo que este também apresentou diferenciação acentuada entre os membros. Demonstrando
assim a importância da anamnese para a seleção da amostra, quando analisadas características
da pronação.
Sugere-se estudos com um número amostral maior, envolvendo características
antropométricas para que possam ser elucidadas relações mais fortes entre as variáveis
clinicas e biomecânicas.
Visto a escassez de literatura no que se refere aos aspectos dinâmicos de
hiperpronadores na condição descalços é notória a necessidade do controle desta condição
para a exclusão de fatores intrínsecos e não extrínsecos, sendo que estes últimos possuem
vasta exploração literária.
No presente estudo o pé foi subdividido em dez regiões de acordo com a divisão
realizada por Cavanagh, (1987) e adotada pela Novel (GmbH), sendo que na literatura foi
encontrado certa variação quanto ao numero e forma de realização desta divisão. Fato este que
vem a limitar a comparação de alguns dados. Ainda como fator limitante na comparação entre
88
os estudos, podem ser citadas as diferentes metodologias para realização das coletas quanto
velocidade da marcha para a aquisição de dados assim como controle desta variável.
Por fim podemos concluir que apesar do pequeno número amostral houve diferença
estatisticamente significativa para as principais variáveis biomecânicas abordadas na literatura
quando referenciados pés hiperpronadores. De modo que a caracterização clínica de
hiperpronadores com base em parâmetros de eversão do calcâneo e queda de navicular
mostrou-se efetiva. Fica claro que a exploração de parâmetros clínicos bem controlados e
determinados pode trazer informações importantes no tratamento de pacientes com disfunção
na pronação. Salienta-se a necessidade de estudos que abordem outros parâmetros clínicos a
fim de cercar o maior número de variáveis que interfiram nesta caracterização.
89
VI CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação deste estudo esta voltado a um caráter preventivo das lesões de membro
inferior. Uma vez ser muito extensa a bibliografia descrita a respeito de testes clínicos com o
objetivo de identificar os diferentes tipos de pronação, entretanto poucos destes estão
embasados em análise estatística a fim de garantir uma melhor confiabilidade na aplicação dos
testes. Desta maneira por melhores que sejam aplicadas as técnicas de tratamento e prevenção
sem um diagnóstico apurado serão difíceis a identificação e tratamento das potenciais lesões,
sendo ainda determinante na caracterização dos pés hiperpronadores uma avaliação
biomecânica capaz de predizer as alterações ocorridas tanto cinética quanto cinematicamente e
possibilitando assim nos casos mais complexos uma avaliação precisa para determinação de
um tratamento mais eficaz.
Fica claro que este é um estudo com caráter inicial e ainda há muito a ser explorado
nesta relação entre experiência clínica e comprovação científica, logo permanecendo ainda um
diagnóstico mais acurado em um grupo restrito uma vez que os aparelhos de aferição
biomecânica são de alto custo a acessível à pequena parte da população. Denotando a
importância dos estudos de caráter clínicos.
Sugere-se que pesquisas futuras relacionadas à avaliação da hiperpronação e
distribuição de pressão plantar obtenham ainda o controle do movimento de membro inferior
uma vez que este poderá influenciar de forma significativa na resposta da distribuição plantar.
90
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NOVEL. Emed sistem. Disponível em < www.novel.de> acesso em 08 de abril de 2005.
94
95
Anexo I
Este é o seu formulário de historia pessoal para a sua visita ao Laboratório de
Biomecânica. Todas as informações serão mantidas confidencialmente. Estas informações
serão utilizadas para auxiliar a avaliação da sua condição física. Por este motivo devera fazêlo da forma mais completa possível e precisa.
Nome:____________________________________________________________
Data da Avaliação ____/____/____ Data de nascimento ____/____/____
Endereço _________________________________________________________
Localidade e número
________________________/____________________/____________
Cidade
Estado
CEP
Telefone:________________________E- MAIL____________________________
Sexo: ( ) masculino ( ) Feminino
Profissão:______________________________
ANAMNESE
Dominância: destro ‫ ڤ‬canhoto ‫ڤ‬
Integridade da articulação do tornozelo
Lesões prévias
Assinale
qualquer
Sim ‫ڤ‬
Há quanto tempo?____________________
Não ‫ڤ‬
Mecanismo da lesão:__________________
problema
médico
que
considera
importante
que
saibamos:___________________________________________________________________
Pratica alguma atividade regular Sim ‫ ڤ‬Não ‫ڤ‬
Se
sim
há
quanto
tempo,
com
qual
freqüência
e
modalidade
______________________________________________________________________
96
Goniometria/perimetria
1med
dir
Plantiflexão
Dorsiflexão
Queda de navicular
Inclinação calcâneo bip
Inclinação de calç uni
+
Inclinação de calc uni Relação tíbio calc bi
Relação tíbio calc uni Relação tíbio calç uni
+
Massa
Altura
IMC
Numero de id do infoot:
a 2med
a 1med
a 1med
a 2med
a 3med
dir
dir
esq
esq
esq
a
97
Anexo II
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - CEFID
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Características de Parâmetros Determinantes da Hiperpronação Medidos Através de
Procedimentos Clínicos e Biomecânicos.
O(a) senhor(a) está sendo convidado a participar de um estudo fará uma avaliação dos
movimentos do seu pé e tornozelo. Serão previamente marcados a data e horário para
realização de medições de peso corporal, altura, amplitudes de movimento do tornozelo
utilizando uma balança digital, estadiômetro convencional e goniômetro respectivamete. Estas
medidas serão realizadas no CEFID/UDESC. Também será apresentado um questionário
sobre histórico de lesões e pratica de atividade física, alem de dados pessoais como nome
completo, data de nascimento, . Não é obrigatório responder a todas as perguntas.
Os riscos destes procedimentos serão mínimos por envolver somente medições nãoinvasivas.
A sua identidade será preservada pois cada indivíduo será identificado por um número
e somente serão manuseadas por pesquisadores do próprio laboratório.
Os benefícios e vantagens em participar deste estudo serão o auto-conhecimento sobre
seu pé e tornozelo, índice de massa corporal e, orientações sobre como manter ou atuar na
prevenção de possíveis incidentes ortopédicos relacionados a membros inferiores.
As pessoas que estarão te acompanhando serão dois fisioterapeutas Luiz Henrique
Jorge e Aline Faquin e um professor responsável Deyse Borges Machado.
O(a) senhor(a) poderá se retirar do estudo a qualquer momento.
Solicitamos a vossa autorização para o uso de seus dados para a produção de artigos
técnicos e científicos. A sua privacidade será mantida através da não-identificação do seu
nome.
Agradecemos a vossa participação e colaboração.
98
PESSOA PARA CONTATO
(Luiz Henrique Jorge – 244-9451 CEFID- UDESC)
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e
objetiva todas as explicações pertinentes ao projeto e, que todos os dados a meu respeito serão
sigilosos. Eu compreendo que neste estudo, as medições dos experimentos/procedimentos de
tratamento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso _________________________________________________________ .
Assinatura _____________________________________ Florianópolis, ____/____/____ .
99
Anexo III
Carta de aprovação do comitê de ética em pesquisas em seres humanos
100
Anexo IV
Valores antropométricos para todos os sujeitos.
SUJEITO
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
S8
S9
S10
S11
S12
S13
S14
S15
S16
S17
x
S
IDADE(anos)
25
25
20
26
27
20
25
27
26
26
25
21
21
23
26
28
21
24,23
2,65
DOMINÂNCIA
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
D
S
D
D
S
D
S
Destros-85%
Sinistros-15%
ESTATURA(cm)
177,4
174,3
183
181,5
170,6
175
189,7
170
179,5
171,5
176,8
172,3
161,5
172,0
158,5
179,5
197,5
175,91
9,32
MASSA(Kg)
79
66,3
69
87,5
87
71,6
74,3
69,5
75,2
73,9
63,6
63
61,3
77,7
60
96
82,8
IMC(Kg/cm2)
25,23
21,95
20,65
26,59
29,89
23,39
20,69
24,04
23,35
25,3
20,38
21,28
22,34
26,33
24,9
29,81
21,23
73,98
10,15
23,91
2,97
Dados referentes a dorsiflexão (0), plantiflexão(0), e relação tibiocalcânea(0) no grupo HP e PF
Grupo HP
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
S8
S9
S10
S11
x
S
dors
nd(0)
15
25
13
20
10
19
19
15
20
22
46
dors d(0)
18
28
13
16
12
18
18
15
18
26
41
20,36
9,51
20,27
8,43
%
83,33
89,29
100,00
125,00
83,33
105,56
105,56
100,00
111,11
84,62
112,20
Plan
nd(0)
48
44
52
50
50
68
44
45
44
38
26
Plan d(0)
46
48
50
50
48
54
35
38
48
40
25
46,27
10,16
43,82
8,47
%
104,35
91,67
104,00
100,00
104,17
125,93
125,71
118,42
91,67
95,00
104,00
Rel tc
nd(0)
6
4
9
7
5
4
6
18
18
14
9
rel tc d(0)
12
4
9
5
6
4
14
18
18
11
15
9,09
5,24
10,55
5,34
%
50,00
100,00
100,00
140,00
83,33
100,00
42,86
100,00
100,00
127,27
60,00
101
dors
%
plan
%
rel tc
%
nd(0)
Dors d(0)
plan nd(0) d(0)
rel tc nd(0) d(0)
20,00
12,00
166,67
58,00
62,00
93,55
8,00
15,00
53,33
18,00
24,00
75,00
58,00
60,00
96,67
3,00
9,00
33,33
15,00
14,00
107,14
54,00
58,00
93,10
4,00
10,00
40,00
16,00
16,00
100,00
52,00
49,00 106,12
15,00
20,00
75,00
20,00
19,00
105,26
52,00
52,00 100,00
6,00
14,00
42,86
16,00
14,00
114,29
55,00
54,00 101,85
13,00
8,00 162,50
grupo PF
S12
S13
S14
S15
S16
S17
17,50
2,17
x
S
16,50
4,37
54,83
2,71
55,83
5,00
8,17
4,88
12,67
4,55
Dados referentes a altura de navicular (cm), queda de navicular (cm) e inclinação de calcâneo
para ambos os grupos HP e PF
Grupo HP
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
S8
S9
S10
S11
x
S
alt nav nd
Alt nav d
(cm)
(cm)
5,6
3
4
3,7
3,5
4,3
4,6
3,9
5,4
4
2,4
4,04
0,94
5,2
3
3,8
3,6
4,3
4,2
4,9
4,3
4,6
4
2,4
Queda n d
Queda d
Incl cal nd incl cal d
(cm)
(cm)
(0 )
(0 )
0,6
0,4
1
0,4
0,4
1
0,8
0,7
0
0,7
0,8
2
0,5
0,5
4
0,8
0,8
2
0,6
0,8
1
0,6
0,5
5
0,6
0,7
2
0,6
0,6
5
0,6
0,4
6
4,03
0,81
0,62
0,12
0,60
0,17
2,64
2,01
4
4
2
4
2
1
1
4
8
8
2
3,64
2,46
Alt nav nd Alt nav d
Queda n d
Queda d
incl cal nd
(cm)
(cm)
(cm)
(cm)
(0 )
incl cal d (0)
5,00
5,40
0,20
0,20
3,00
4,00
3,80
4,00
0,40
0,20
2,00
2,00
4,90
4,80
0,20
0,30
8,00
4,00
4,60
4,20
0,00
-0,20
2,00
-4,00
3,40
3,20
0,20
0,00
2,00
5,00
4,20
4,20
0,00
0,00
4,00
5,00
grupo PF
S12
S13
S14
S15
S16
S17
x
S
4,32
0,63
4,30
0,75
0,17
0,15
0,08
0,18
3,50
2,35
2,67
3,44
102
Média e desvio padrão para altura de navicular, altura de maléolo medial e ângulo do primeiro
dedo mensurados no scanner para o grupo HP e PF.
Grupo HP
S1
S2
S3
S4
S5
S6
S7
S8
S9
S10
S11
x
S
grupo PF
S12
S13
S14
S15
S16
S17
x
S
ang 1 dedo d (0)
5,87
10,97
-1,15
-2,00
0,10
11,13
4,50
5,60
10,20
3,43
3,15
4,71
4,66
Ang 1 dedo n d (0)
6,83
2,67
2,30
1,50
6,15
16,67
4,73
8,27
9,50
4,47
9,15
alt nav d
(dm)
51,10
30,83
44,90
48,53
51,15
40,43
48,03
36,83
41,30
32,00
54,05
6,57
4,33
43,56
7,92
alt nav d
ang 1 dedo d (0) ang 1 dedo n d (0) (dm)
-9,13
0,57
56,83
4,30
8,30
42,00
5,07
1,10
55,40
5,83
6,93
51,50
8,75
12,20
41,60
1,03
-1,90
54,93
2,64
6,28
4,53
5,43
alt nav n d
(dm)
45,47
36,07
45,90
45,60
47,55
41,77
53,50
45,83
40,57
27,97
43,55
50,38
6,87
Alt mal med d
(dm)
87,13
57,77
65,15
87,57
91,15
84,23
95,77
82,93
89,47
49,93
59,85
43,07
6,65
alt nav n d
(dm)
58,20
42,00
56,33
51,33
36,75
50,60
49,20
8,31
alt mal med n d
(dm)
90,03
78,27
92,20
75,23
89,15
78,43
95,70
87,03
90,40
77,23
77,90
77,36
15,95
alt mal med d
(dm)
97,80
85,17
98,40
35,63
77,25
94,03
81,38
23,85
84,69
7,32
alt mal med n d
(dm)
81,47
84,30
94,57
61,23
59,00
95,80
79,39
15,96
103
Valores Descritivos e de comparação para os Dados de Distribuição de Pressão Plantar para
ambos os grupos
Caminhando
LADO
Variavel
Dominante
PPM01
140
785
326,70
134,82
170
465
293,21
84,06
0,475
Nao Dominante
PPM02
PPM03
PPM04
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
PPM09
PPM10
PPM01
PPM02
PPM03
PPM04
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
PPM09
PPM10
130
10
25
90
235
205
40
45
20
155
150
10
25
65
220
190
75
50
30,00
560
140
430
710
610
960
895
295
200
825
800
120
230
755
875
795
885
365
280,00
286,88
63,01
108,52
234,43
380,91
373,58
334,20
145,74
85,34
345,83
297,38
71,67
97,56
279,94
385,60
359,52
384,94
138,81
92,14
96,03
28,29
62,80
113,68
94,31
133,23
178,16
61,49
34,85
147,61
115,64
29,92
36,96
130,73
134,70
116,27
221,70
64,32
51,60
160
0
10
90
180
140
125
75
0
215
200
0
30
115
205
190
100
85
0
450
105
380
810
380
855
680
330
285
470
410
110
250
445
375
860
1010
270
230
277,86
50,24
106,31
261,07
302,50
338,93
308,57
136,07
78,69
317,56
295,89
56,67
95,89
262,89
294,44
327,00
315,33
135,33
94,33
78,07
30,42
97,80
133,08
49,38
164,01
144,99
62,52
52,48
72,39
63,01
30,06
48,66
82,75
34,50
139,58
236,61
52,13
56,53
0,844
0,048
0,052
0,197
0
0,101
0,423
0,164
0,251
0,744
0,216
0,014
0,252
0,994
0
0,013
0,011
0,845
0,583
Variavel
Minimo
Máximo
Media
dp
Minimo
Máximo
Media
dp
PPM01
PPM02
PPM03
PPM04
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
PPM09
PPM10
PPM01
PPM02
PPM03
PPM04
PPM05
PPM06
PPM07
PPM08
PPM09
PPM10
165
170
35
120
170
245
245
140
50
30
135
125
50
120
170
190
195
245
90
75
1035
1060
235
350
1210
935
910
995
385
405
1035
940
240
260
1195
1055
870
1055
425
365
548,64
525,55
132,64
204,64
598,73
521,09
438,82
548,36
216,18
177,91
539,82
483,33
141,4
185,09
551,84
531,58
458,07
460,96
233,95
167,37
246,36
232,07
49,96
59,57
290,71
218,43
145,34
244,56
93,12
84,03
287,92
238,38
47,31
32,04
242,51
217,10
169,84
189,16
73,65
61,59
60
60
10
20
165
185
175
75
30
30
290
285
15
60
300
370
365
145
95
45
185
190
55
75
350
335
305
240
160
195
885
875
230
300
970
530
530
810
305
210
115,87
110,65
25,22
43,91
215,43
262,17
235,65
147,61
98,26
70,65
506,46
505,21
111,25
158,54
677,08
435,83
429,79
411,88
161,04
118,75
36,98
36,03
9,47
12,43
46,51
41,77
34,98
44,13
42,74
34,88
159,25
164,00
62,92
67,35
224,26
44,13
43,53
151,84
59,07
42,97
corrida
LADO
Dominante
Nao Dominante
Minimo
Máximo
HP
Media
dp
Minimo
Máximo
HP
PF
Media
dp
p
PF
p
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,901
0,612
0,031
0,023
0,038
0,022
0,922
0,417
0,000
0,000
104
Valores Descritivos e de comparação para os Dados de Distribuição de Pressão Plantar para
ambos os grupos na variável carga relativa.
caminhada
LADO
Dominante
não dominante
corrida
LADO
Dominante
Nao Dominante
HP
variavel
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Minimo
variavel
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
RL1
RL2
RL3
RL4
RL5
RL6
RL7
RL8
RL9
RL10
Minimo
7,28
5,63
0,00
0,38
1,89
8,46
9,47
0,08
0,21
0,07
6,74
5,55
0,00
0,17
1,56
5,15
7,45
0,68
0,15
0,17
Máximo
PF
Media
32,70
21,77
2,06
22,32
24,32
28,13
40,05
14,70
3,69
3,07
29,47
20,28
4,59
16,53
28,39
24,32
54,22
17,81
2,36
5,29
17,53
14,05
0,50
7,28
11,57
15,15
24,50
7,06
1,28
1,07
17,60
13,76
0,91
6,43
12,85
15,12
23,70
7,53
1,03
1,06
dp
5,49
3,69
0,49
5,19
5,31
4,34
7,24
3,12
0,84
0,68
4,97
3,35
1,13
3,68
6,06
3,47
8,77
3,83
0,50
0,94
Minimo
10,71
10,31
0,00
0,00
2,68
8,88
7,04
2,69
0,40
0,00
9,64
7,34
0,00
0,25
4,51
7,74
10,04
1,94
0,41
0,00
Máximo
HP
4,50
2,99
0,05
5,24
8,18
9,28
10,43
2,18
0,25
0,20
2,01
1,45
0,11
4,69
10,73
10,43
12,73
5,36
0,92
0,80
Máximo
20,42
16,51
3,72
21,66
29,81
24,27
30,91
14,60
3,46
5,08
21,60
15,97
4,08
14,80
29,21
23,51
32,48
11,76
2,74
5,61
Media
25,52
25,08
1,42
19,78
29,47
21,64
40,83
23,01
4,17
3,72
29,16
21,81
1,53
16,41
31,28
21,53
37,22
13,01
2,10
2,83
17,13
15,05
0,38
5,26
13,30
15,07
23,79
7,76
1,38
0,87
18,77
15,46
0,40
4,63
14,05
14,09
24,75
5,84
1,11
0,89
dp
3,90
3,12
0,39
5,85
6,57
3,65
8,89
5,45
0,80
0,78
4,25
3,45
0,32
4,19
6,28
3,47
6,68
2,69
0,51
0,69
p
0,815
0,376
0,08
0,004
0,357
0,852
0,672
0,177
0,365
0,067
0,156
0,008
0,058
0,002
0,363
0,16
0,412
0,012
0,404
0,786
PF
Media
10,84
8,98
1,37
10,46
17,51
16,15
21,98
8,89
1,52
2,31
11,01
8,24
1,58
9,01
18,30
17,11
22,25
8,40
1,62
2,47
dp
4,38
3,64
0,98
4,77
4,86
3,26
5,72
2,81
0,86
1,35
4,87
3,65
1,26
2,21
4,00
3,82
6,27
1,51
0,48
1,13
Minimo
6,76
6,99
0,08
1,04
15,53
14,38
18,31
3,66
0,72
0,80
7,74
6,13
0,00
0,85
11,91
11,12
18,64
2,43
0,82
0,26
Máximo
16,66
15,02
1,25
7,88
22,49
27,46
33,61
9,91
3,80
7,60
16,73
14,19
1,49
8,52
30,17
25,24
31,58
8,06
2,55
4,45
Media
11,22
9,54
0,58
4,13
19,07
19,89
24,05
6,51
2,16
2,84
11,80
10,11
0,76
5,18
22,00
18,26
23,17
5,63
1,42
1,68
dp
3,08
2,20
0,42
2,60
2,05
3,87
3,69
2,07
0,93
1,85
2,64
2,60
0,56
2,76
4,86
4,01
3,15
1,21
0,49
1,01
p
0,521
0,248
0
0
0,04
0
0,493
0
0,008
0,226
0,683
0,033
0,012
0
0,003
0,264
0,331
0
0,054
0,002
105
Valores Descritivos e de comparação para os Dados de Distribuição de Pressão Plantar para
ambos os grupos na variável área de contato.
caminhada
Variavel
Area Total
Area contato M03
Area Total
Area contato M03
HP
Minimo
Máximo
dp
Media
114
162
141,44
0,5
8,5
3,10
118
169
142,48
0,5
25,5
4,96
corrida
Variavel
Area Total
Area contato M03
Area Total
Area contato M03
Minimo
137
2
134
2
Máximo
172
22
174
19
HP
Media
160,14
8,19
159,91
8,28
Minimo
10,47
2,21
13,35
5,39
dp
8,14
5,34
10,13
5,15
92
0
103
0
Minimo
123
0,5
121
0,5
PF
Máximo
dp
Media
158
124,05
4,5
1,88
160
129,67
8
2,29
Máximo
169
7,5
182
8,5
TESTES DE NORMALIDADE (Kolrmogorov-Smirnov)
PF
Media
142,85
3,98
146,23
4,92
p
20,24
1,40
18,88
1,71
dp
0
0,003
0
0,006
p
15,99
2,52
22,60
3,12
0
0,001
0,025
0,006
106
HP
Variavel
DORSIFLEXAO
PLANTIFLEXAO
ALTURA NAVICULAR
QUEDA DO
NAVICULAR
INCLINAÇAO
DO CALCÂNEO
RELAÇÃO
TIBIO-CALCÂNEO
PERIMETRO
METATARSO
ALTURA DORSO
ÂNGULO I DEDO
ÂNGULO V DEDO
ALTURA
NAVICULAR
ALTURA
MALEOLO LATERAL
ALTURA
MALEOLO MEDIAL
Lado
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
LD
LND
0,37
0,38
0,19
0,26
0,09
0,16
0,25
0,16
0,21
0,24
0,21
0,14
0,41
0,19
0,14
0,13
0,13
0,12
0,13
0,19
0,14
0,13
0,17
0,18
0,27
0,16
HP
Variavel
Area Total
Area contato M03
PPM03
FM03
RL03
PF
p
0,00
0,00
0,20
0,03
0,20
0,20
0,04
0,20
0,16
0,06
0,14
0,20
0,00
0,01
0,13
0,20
0,20
0,20
0,19
0,01
0,13
0,19
0,02
0,01
0,00
0,05
0,24
0,24
0,28
0,15
0,14
0,24
0,44
0,42
0,19
0,24
0,20
0,19
0,15
0,27
0,25
0,32
0,13
0,26
0,14
0,17
0,23
0,22
0,24
0,27
0,26
0,27
PF
p
1,54
1,49
1,46
3,00
3,15
p
0,02
0,02
0,03
0,00
0,00
1,49
1,65
1,25
1,48
1,52
0,02
0,01
0,09
0,02
0,02
p
0,17
0,19
0,07
0,20
0,20
0,20
0,00
0,00
0,20
0,20
0,20
0,20
0,20
0,00
0,01
0,00
0,20
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