João Vieira
A GAZETA
Rondonópolis terá
fórum Agro é Negócio
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Cuiabá, Segunda-feira, 9 de dezembro de 2013 - 1
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Divulgação
rurais investem, cada vez mais, em novos equipamentos para reduzir
tecnologia no campo Produtores
o tempo de produção, aumentar a produtividade e produzir com mais eficiência
Mecanização é
uma necessidade
Rita Comini
Editora de Suplementos
M
ais que uma realidade, a mecanização e o uso de
alta tecnologia no campo é uma necessidade, uma
questão de sobrevivência, especialmente porque é
vital aumentar a produção sem a abertura de novas áreas. O
produtor rural e pecuarista Ademir Ortiz de Goes, 45 anos,
sabe disso e investe em maquinário pesado em suas fazendas
em Primavera do Leste e São Félix do Araguaia, em Mato
Grosso. Nos 40 mil hectares (60 mil contando safra e safrinha), ele planta soja, milho, feijão e algodão, além de criar
gado de corte -tem 2 mil matrizes.
Cliente da Massey Ferguson desde 2001 - tem 70 tratores
e 8 colheitadeiras da marca -, ele se diz satisfeito com o uso
e desempenho do equipamento. Começou com os tratores e
hoje usa também linhas de equipamentos grandes, modernos,
com piloto automático, GPS e alta performance. “A ‘janela’
de produção é curta. Temos pouco tempo para plantar e colher e precisamos de máquinas maiores e mais modernas”,
destaca. Recentemente, comprou um MF 8690 com 370 cavalos (cv), que, segundo ele, faz bastante área em pouco tempo.
O modelo integra a série MF 8600 composta por máquinas
grandes, modernas e robustas, e que tem ainda o modelo MF
8670 (320cv). Eles são capazes de tracionar os maiores implementos do mercado com economia de combustível, baixa
Rita Comini
Benoit Luprs no centro de ordenha do Instituto
Politécnico LaSalle, em Beauvais, na França
emissão de poluentes e conforto da transmissão de variação
contínua CVT. Utilizando o motor AGCO Power de seis cilindros, é uma máquina de alta potência e desempenho operacional, com suspensão no eixo dianteiro e na cabine, o que gera
mais conforto ao operador.
Segundo Alfredo Jobke, diretor de marketing da Massey
Fergusson para a América do Sul, que atua na unidade de Canoas (RS), os tratores mais vendidos no Brasil são os da série
MF 4.200 com 130cv. “Há dois anos, estamos ofertando em
Mato Grosso a série MF 8600 voltada para grandes propriedades rurais que necessitam de equipamentos para trabalhar
em grandes áreas com baixo custo de operação, máximo desempenho e tecnologia”. De janeiro a outubro, foram vendidos 37 tratores da série nas inúmeras concessionárias do Estado em municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop,
Alta Floresta, Tangará da Serra, Juara, Juína, Sapezal, entre
outras.
Ele destaca que 2013 foi um ano de recordes. Foram vendidos 66 mil tratores, 8 mil colheitadeiras, 1.300 máquinas
para manejo de cana-de-açúcar. E atribui o bom resultado a
um conjunto de fatores, tais como preços das commodities
em alta, em parte por causa dos problemas na safra dos Estados Unidos, que deixaram os estoques mundiais em baixa e os
preços altos. Além disso, o Programa BNDES de Sustentação
do Investimento (PSI) de financiamento a máquinas e equipamentos nacionais, lançado em agosto de 2012 com taxas de
2,5% ao ano, tendo passado para 3% em junho e finalizando
agora neste mês de dezembro em 3,5% ao ano.
Para Jobke, a renda do produtor brasileiro nesse ano foi
muito boa, uma vez que o custo de produção foi baixo, permitindo investimentos em equipamentos.
No entanto, as perspectivas para 2014 não são tão animadoras, embora a Massey Fergusson tenha lançamentos
de novos produtos programados e esteja com um plano bem
agressivo para renovar seus equipamentos, especialmente
a linha colheitadeiras e tratores. O objetivo é manter a liderança em produção e vendas de tratores e alcançar um
crescimento de 2% no segmento de colheitadeiras. Outro
setor em que a empresa está atuando fortemente e vislumbra crescimento é na produção de cana-de-açúcar. O potencial de crescimento para 2014 é chegar a 7% da fatia do
mercado, sobretudo por causa da “Lei da Queima da palha”,
em São Paulo, que irá tornar a colheita 100% mecanizada,
hoje a mecanização no setor é da ordem de 50%.
“A tecnologia está evoluindo e o produtor precisa dela
para avançar. Estamos testando novas tecnologias que proporcionem mais rendimento, eficiência, economia no consumo e conforto para os operadores”, disse durante visita à
matriz da empresa, em Beauvais, na França, a 87 km ao
norte de Paris, na região da Picardia. Inaugurada em 1960,
é a maior fábrica de tratores da França e a maior empresa
na Europa da AGCO, uma das líderes mundiais na concepção, fabricação e distribuição de máquinas agrícolas, cujos
produtos são vendidos por meio de cinco marcas - Massey
Fergusson, Valtra, Challeger, Fendit e GSI - em mais de 140
países.
Instalada em uma de 25 hectares, a fábrica de Beauvais
conta com 2.300 funcionários e produz 80 tratores por dia,
sendo que 85% são para exportação. E nela que são fabricados os tratores da série MF 8600. No dia 19/11, uma nova
unidade foi inaugurada na cidade, destinada exclusivamente à
montagem de cabines, um investimento de US$ 20 milhões.
Alfredo Jobke, diretor de marketing da
Massey Fergusson para a América do Sul
Não muito longe da fábrica, o Instituto Politécnico LaSalle
utiliza tratores Massey Fergusson a partir de uma parceira com
o fabricante. Bancado pela fundação católica Jean-Batist Gagne, a instituição de ensino e pesquisa tem 1.700 alunos de
agronomia, geologia e alimentação e saúde, de vários países do
mundo, inclusive Brasil - são dois brasileiros sendo um de Mato
Grosso. Na propriedade são plantados trigo, milho, cevada, colza, ervilhas, além de pecuária leiteira. Segundo o professor Benoit Luprs, o centro busca não só a produtividade, mas uma
maior qualidade dos produtos, levando em consideração o meio
ambiente. “Não usamos sementes transgênicas, somente herbicidas e adotamos a técnica de plantio direto”, destaca, mostrando o sistema de ordenha mecanizada da fazenda. São 35
vacas da fazenda, mas 35 que ficam na segunda propriedade da
instituição. Em média são feitas 2 ordenhas e meia por vaca a
cada dia e a produção anual de leite é de 9 mil litros por vaca.
Na esteira da sustentabilidade, a AGCO, com a marca Valtra, produz também implementos para aproveitamento de palha para a geração de energia. “O mercado está amadurecendo e caminhando para
uma operação mais limpa e otimizada”, destaca Jobke, acrescentando
que no milho, 3 usinas de Mato Grosso estão usando palha para a geração de energia.
Finaliza destacando as novas tecnologias como telemetria, que
permite o monitoramento de todas as informaçõe em tempo real
para facilitar o gerenciamento. (A jornalista viajou a Beuavais a
convite da Massey Fergusson)
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tecnologia no campo