Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Lato Sensu em Gestão Educacional
Trabalho de Conclusão de Curso
A LIDERANÇA DO GESTOR ESCOLAR E SUA IMPLICAÇÃO
NO TRABALHO COLETIVO DA ESCOLA
Autor: Márcia Regina Santiago Campos
Orientador: Prof. MSc. Juarez Moreira da Silva Junior
Brasília - DF
2015
Artigo de autoria de Márcia Regina Santiago Campos, intitulado “A
LIDERANÇA DO GESTOR ESCOLAR E SUA IMPLICAÇÃO NO TRABALHO
COLETIVO DA ESCOLA”, apresentado como requisito parcial para obtenção do
certificado de Especialista em Gestão Educacional da Universidade Católica de
Brasília, 29 de Junho de 2015, defendida e/ou aprovada pela banca examinadora
abaixo assinada:
____________________________________
Prof. MSc. Juarez Moreira da Silva Junior
Orientador
Lato Sensu em Gestão Educacional - UCB
____________________________________
Profa. Dra Paula Gomes
Examinador
Lato Sensu em Gestão Educacional - UCB
MÁRCIA REGINA SANTIAGO CAMPOS
A LIDERANÇA DO GESTOR ESCOLAR E SUA IMPLICAÇÃO NO
TRABALHO COLETIVO DA ESCOLA
Artigo apresentado ao Programa de PósGraduação Latu Sensu em Gestão
Educacional da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para
obtenção do certificado de Especialista
em Gestão Educacional.
Orientador: Prof.
Moreira da Silva Junior
Brasília - DF
2015
MSc.
Juarez
A LIDERANÇA DO GESTOR ESCOLAR E SUA IMPLICAÇÃO NO TRABALHO
COLETIVO DA ESCOLA.
MÁRCIA REGINA SANTIAGO CAMPOS
Resumo: Atualmente os conceitos de liderança deixaram de ser usados apenas em
ambientes corporativos, passando a abranger a maioria das instituições que utilizam
o trabalho coletivo em seu dia a dia, incluindo o ambiente escolar. Este artigo tem
como objetivo compreender como a liderança exercida pelo gestor escolar interfere
no trabalho coletivo da escola. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de
caráter explicativo, por meio do levantamento bibliográfico sobre o tema em livros,
periódicos e sites da internet. O referencial teórico foi organizado a partir de
análises de conteúdos relevantes para o estudo. Verificou-se que, o gestor,
desenvolvendo corretamente sua liderança, influencia de maneira positiva o trabalho
coletivo da escola. Por outro lado, aquela precisa ser exercida de forma a abranger
algumas habilidades especiais necessárias ao seu melhor desempenho. Conclui-se
que, apesar da dificuldade encontrada no ambiente escolar para o desenvolvimento
do trabalho coletivo, o gestor possui papel determinante nesse aspecto à medida
que desenvolve positivamente o seu papel de líder.
Palavras-chave: Liderança, trabalho coletivo, gestor escolar e líder.
THE LEADERSHIP OF THE SCHOOL MANEGER AND ITS IMPLICATION IN THE
COLLECTIVE WORK IN SCHOOL
MÁRCIA REGINA SANTIAGO CAMPOS
ABSTRACT: In contrast with the past, the leadership concepts are been used
beyond the corporate environment nowadays, reaching the majority of collective work
institutions in his daily activities, including the school environment. This essay has
the objective of understand how the leadership of a school manager can interfere in
the collective work of a school. The methodology applied was the explanatory
research, by the bibliographic review in books, periodicals and internet sites. The
referential theory has been organized by the analysis of relevant content for the
research. It was observed that the manager, in the correct development of his
leadership, has positive influence over the collective work in the school. However, it
needs to be exercised in a way to comprehend some special skills to his best
performance. In sum, despite of some difficulties in the development of collective
work in the school environment, the manager has a key role in this aspect, when he
positively develop himself as a leader.
Keywords: Leadership; Colletive work; School Manager; Leader
5
1
INTRODUÇÃO
É consenso que para gerar melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento
das comunidades e a consequente transformação do Brasil em nação desenvolvida,
será importantíssimo um salto de qualidade em nossa educação. Para que isso
ocorra, são necessárias várias ações que extrapolam mudanças meramente
curriculares, de modernização de equipamentos, de recursos didáticos ou de
metodologias de ensino. É de suma importância uma nova relação entre a
sociedade e as instituições educacionais, um novo significado para educação, para
escola e para a aprendizagem. É fundamental que haja uma união entre as forças
culturais presentes na escola e a comunidade para ser construído um projeto
educacional que contemple essas mudanças.
Nesse sentido, Luck (2011, p. 23) destaca que nenhuma ação setorial por si
só é adequada e suficiente para promover avanços consistentes, sustentáveis e
duradouros no ensino, e que dessa forma apenas consegue promover melhorias
localizadas de curto alcance e curta duração. Daí porque a importância da gestão
educacional na determinação desse novo destino, uma vez que, a partir de seu
enfoque de visão de conjunto e orientação estratégica de futuro, tendo por base a
mobilização de pessoas articuladas em equipe, permite articular as ações e
estabelecer a devida mobilização para maximizar resultados.
Assim, viu-se a necessidade de utilizar, atualmente, nas instituições
educacionais (até pouco tempo atrás impensado) os mecanismos, instrumentos e
conceitos gerenciais disponíveis nos setores produtivos como forma de promover o
desenvolvimento dos conhecimentos e a formação de profissionais entendidos em
gestão educacional (gestor escolar) capazes de promoverem as ações necessárias
ao desenvolvimento da educação brasileira. Assim, termos como a liderança,
passaram a fazer parte, não só de ambientes corporativos, mas também do
ambiente educacional.
Buscando oferecer uma contribuição ao debate, o tema escolhido para este
artigo foi “A liderança do gestor escolar e sua implicação no trabalho coletivo da
escola”. Levando em consideração que a liderança abrange os espaços em que o
trabalho em grupo precisa ser desenvolvido, este estudo tem por objetivo
compreender como a liderança exercida pelo gestor escolar interfere no trabalho
coletivo da escola. Assim, estabeleceu-se como problema da pesquisa a seguinte
reflexão: Como o gestor escolar desenvolvendo sua liderança pode interferir no
trabalho coletivo da escola?
A justificativa para o estudo do tema se revela, além do aspecto legal, em sua
relevância social na medida em que o trabalho coletivo na escola possa ser mais
desenvolvido a partir da postura assumida pelo gestor escolar de líder dentro da
instituição educacional, promovendo a melhora na qualidade de ensino. Assim,
espera-se que o artigo possa ser uma ferramenta para os gestores atuarem de
forma diferenciada, de maneira a contribuir para o debate acerca das dificuldades
enfrentadas e das possibilidades de soluções deste desafio, uma vez que se
identifica a dificuldade encontrada em ambientes educacionais pra desenvolver o
trabalho em grupo, de maneira que as soluções apresentadas possam mostrar-se
como alternativas válidas para outros gestores.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de caráter explicativo, por
intermédio do levantamento bibliográfico sobre o tema em livros, periódicos e sites
6
da internet. Com isso o referencial teórico foi organizado a partir de análises de
conteúdos relevantes para o estudo. Para tanto, fez-se a revisão teórica dos
conceitos associados ao tema. A pesquisa utiliza o método explicativo, por meio de
técnicas de coleta de dados bibliográficos e documentais.
O artigo apresenta-se dividido em três partes: Na primeira, apresenta-se o
referencial teórico que fundamenta a investigação, buscando a abordagem dos
principais autores sobre o tema liderança e trabalho coletivo. Na segunda, faz-se a
análise e discussão dos resultados obtidos, procurando extrair as informações mais
relevantes e instrutivas para a vivência prática do tema em estudo. Finalmente, na
terceira traz-se um estudo dos principais resultados e de suas consequências e
contribuições para aqueles que buscam aprimorar ou desenvolver o trabalho em
grupo influenciado pela liderança do gestor escolar. Conclui-se que, apesar da
dificuldade encontrada no ambiente escolar para o desenvolvimento do trabalho
coletivo, o gestor possui papel determinante nesse aspecto à medida que
desenvolve positivamente seu papel de líder.
2
2.1
REFERENCIAL TEÓRICO
GESTÃO E GESTOR ESCOLAR
A gestão educacional foi reconhecida como parte fundamental para o
desenvolvimento e melhoria da qualidade do ensino tão necessário ao crescimento e
desenvolvimento do país como nação desenvolvida. A partir da década de 1990, a
gestão educacional ganhou evidência na literatura e aceitação no contexto
educacional e vem constituindo-se um conceito comum no discurso de orientação
das ações de sistemas de ensino e das escolas.
Conforme destaca Luck (2011, p. 35):
Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do
sistema de ensino como um todo e de coordenação das escolas em
específico, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para
a implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das
escolas, compromissado com os princípios da democracia e com os
métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional
autônomo (soluções própria, no âmbito de suas competências) de
participação e compartilhamento (tomada conjunta de decisões e efetivação
de resultados), autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de
informações) e transparência (demonstração pública de seus processos e
resultados).
Essa realidade de gestão educacional supera a de administração educacional
(muito utilizada na década de 1970) e constrói-se mediante alguns avanços, que
delimitam bem as ações dos gestores escolares, refletindo essa tendência baseada
nos princípios, principalmente, de democracia. Essa transição de administração para
gestão fica bem definida, conforme Luck (2011), nos seguintes aspectos: a) da
óptica fragmentada para a óptica organizada pela visão de conjunto; b) da limitação
de responsabilidade para sua expansão; c) da centralização da autoridade para a
sua descentralização; d) da ação episódica por eventos para o processo dinâmico,
contínuo e global; e) da burocratização e hierarquização para a coordenação e
horizontalização; e f) da ação individual para a coletiva.
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A democratização dos processos de gestão da escola vem sendo amparados
em suas bases legais como na Constituição Nacional e na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (lei 9.394/96) que destaca:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes.
Com essa mudança de paradigma de administração para a gestão também
mudam a organização e as ações dos dirigentes escolares (os gestores escolares).
Sendo assim, Luck (2011, p. 105) destaca como ações dos gestores escolares:
direcionar o trabalho que consiste no processo intersubjetivo, exercido mediante
liderança, para a mobilização do talento humano coletivamente organizado, para
melhor emprego de sua energia e de organização de recursos, visando à realização
de objetivos sociais. Ao gestor compete também envolver-se nos processos sob sua
orientação, interagindo subjetivamente com os demais participantes, como condição
para coordenar e orientar seus processos e alcançar melhores resultados. O gestor
deve sempre promover a alteração contínua de ações e processos, para promover o
desenvolvimento contínuo. Compete também ao gestor exercer ação de orientação,
coordenação, mediação e acompanhamento, sendo sua maior responsabilidade a
liderança para a mobilização de processos sociais necessários à promoção de
resultados. As ações dos gestores escolares devem ser orientadas pelo princípio da
descentralização e da tomada de decisão compartilhada e participativa, sendo a
responsabilidade funcional definida a partir de objetivos e resultados esperados com
as ações.
Para isso, o processo de construção das aptidões cognitivas e atitudinais
necessárias ao gestor escolar, segundo Wittmann (2000, p.95), alicerçam-se em três
pilares ou eixo de formação: o conhecimento, a comunicação e a historicidade. O
conhecimento é o objeto específico do trabalho escolar. Portanto, a compreensão
profunda do processo de construção/reconstrução do conhecimento no ato
pedagógico é um determinante na formação do gestor escolar. O segundo eixo de
sua formação é a competência de interlocução. A competência linguística e a
comunicativa são indispensáveis no processo de coordenação, da elaboração,
execução e avaliação do projeto político-pedagógico. É fundamental a competência
para a obtenção e sistematização de contribuições para que, no processo educativo
escolar, a participação seja efetiva pela inclusão das contribuições dos envolvidos.
Um gestor escolar tem como um dos fundamentos de sua qualificação o
conhecimento do contexto histórico-institucional no qual e para o qual atua.
Uma vez adquiridas essas aptidões, segundo Luck (2009, p. 15), o gestor
escolar deverá desenvolver algumas competências a saber:
1. Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com
o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante
o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e
locais, em todas as suas ações e práticas educacionais.
2. Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de
trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes
educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem
e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos.
3. Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas
expectativas em relação aos seus resultados educacionais, como condição
para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos.
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4. Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas
educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com
as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do
país, do estado e do município.
5. Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência
entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na
realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais
voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos
alunos.
6. Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de
ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e
respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso
escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível.
7. Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações
educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e
desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na
realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e
integradora.
8. Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de
escola, num sistema de gestão escolar e uma orientação interativa,
mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade
escolar, na promoção de educação de qualidade.
O papel do gestor escolar não se resume meramente à administração do
estabelecimento de ensino. Cabe a ele também ser um agente responsável por
mudanças, para tanto é preciso incorporar esse gestor à modernização. Mudanças
rápidas e velozes ocorrem em todos os setores, algumas são mais visíveis, como no
caso da área tecnológica, e, precisam ser acompanhadas. É preciso entender que a
educação não é uma área inerte, as transformações ocorrem à medida que seu foco
- o aluno- interage com o mundo externo.
Desse modo, Oliveira (2013) ressalta que o gestor da atualidade deve
gerenciar com responsabilidade, motivação, preocupado com a formação continuada
de sua equipe, interagindo com a comunidade escolar, atualizando-se e
compartilhando conhecimentos. Gerenciar é tarefa de quem está à frente da
empresa. A escola é uma empresa, que precisa administrar recursos, possui um
grupo técnico (professores), um grupo administrativo e, cujo objetivo é atender e
fornecer serviços especializados a sua clientela (alunos). O gestor, como gerente do
processo educacional, precisa perceber o ambiente educacional e seus
componentes, como uma organização que tem uma missão, um objetivo a ser
alcançado e, recursos a serem administrados.
O papel do gestor escolar, atualmente mudou muito em relação ao papel
anterior de diretor escolar, cabendo-lhe várias atribuições, áreas e dimensões que
em conjunto tornam possível a realização dos objetivos educacionais. Ao ter em
mente uma visão de conjunto das dimensões de gestão escolar, cabe ao diretor, ao
colocá-las em prática de forma integrada e interativa, ter em mente, também em
conjunto, os fatores internacionalmente citados como responsáveis pelo sucesso
educativo das escolas, segundo Ferrão et al (2001, apud Luck 2009, p. 28), a saber:
i) liderança profissional;
ii) visão e metas compartilhadas pelos agentes educativos;
iii) ambiente de aprendizagem;
iv) concentração no processo ensino-aprendizagem;
v) ensino estruturado com propósitos claramente definidos;
vi) expectativas elevadas;
vii) reforço positivo de atitudes;
viii) monitoramento do progresso;
ix) direitos e deveres dos alunos;
x) parceria família-escola;
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xi) organização orientada à aprendizagem.
Assim, liderar e planejar com a participação dos envolvidos no cenário
escolar, organizando, dirigindo e controlando todo o processo administrativo, bem
como utilizando-se de concepções e ferramentas administrativas e também
pedagógicas, devem ser atribuições dos gestores escolares. Visar o alcance dos
objetivos e metas deve ser sempre os objetivos do gestor escolar. Nesse sentido,
Alonso (2002, p. 23) destaca que:
Nunca é demais advertir que o trabalho de gestão não comporta separação
das tarefas administrativas e pedagógicas nos moldes em que costuma
ocorrer. Mesmo porque, o trabalho administrativo somente ganha sentido a
partir das atividades pedagógicas que constituem as atividades-fim, ou
propósitos da organização escolar. Assim vista a questão, torna-se
inaceitável a divisão, muito frequente, de atribuições em que o diretor
responde pelo trabalho administrativo rotineiro, burocrático e de
representação, sem qualquer compromisso com o trabalho pedagógico,
visto como responsabilidade exclusiva dos professores e especialistas do
ensino.
Com isso, as responsabilidades do gestor escolar são as mais variadas, pois
é de sua responsabilidade as questões pedagógicas, financeiras e administrativas e
precisa controlar e coordenar todos os setores do ambiente escolar, compreendendo
sua atribuição como gestor, motivador e agente de transformação. Sendo assim, o
gestor, na sua figura de líder, deve despertar o potencial de cada componente da
instituição, transformando a escola num ambiente de trabalho contínuo, onde todos
cooperam, aprendem e ensinam ao mesmo tempo.
2.2
O TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA
Atualmente, trabalhar coletivamente não é tarefa fácil. Grandes empresas
utilizam a habilidade de trabalhar em grupo como parte significativa no processo
seletivo de seus funcionários. Na verdade, saber trabalhar em conjunto, é condição
necessária para a formação de um cidadão em uma sociedade democrática. No
ambiente escolar, o trabalho coletivo constitui preocupação mais recente e nem
sempre encontra aceitação por parte dos gestores ou mesmo dos professores que,
pelo costume de trabalharem isoladamente, o consideram uma tarefa suplementar.
Esta prática individualizada, e mais ainda a individualista e competitiva,
empregada em nome da defesa de áreas e territórios específicos, tornam-se
negativas para a realização dos objetivos organizacionais e sociais na educação,
comportamento esse ainda muito observado em escolas e nos diversos setores de
gestão dos sistemas de ensino. Nesse contexto Luck (2011, p. 93) destaca:
Na escola, verifica-se o isolamento que professores assumem, em nome de
sua autonomia didática, fechando-se em torno de sua turma ou de sua
matéria, sem se esforçar por integrar o seu trabalho com os dos demais
colegas e sem se esforçar em participar das questões abrangentes da
escola, desconsiderando que é necessário trabalho conjunto para que a
ação docente seja efetiva.
Esse isolamento assumido pelos professores também pode ser observado em
outras situações. Segundo Alonso (2003, p.100), a concepção do trabalho docente
como atividade isolada e a fragmentação do ensino, em disciplinas ou séries,
concorrem para fortalecer a separação, em vez da integração de ações que
permitam o desenvolvimento de uma proposta educacional com objetivos comuns.
Isso tudo é reforçado pelas características profissionais do professor assumidas no
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processo de formação e estimuladas pelo ambiente de trabalho e pelo clima
predominante na escola.
Progressivamente este tipo de comportamento individualista passa a ser
superado, uma vez que se desenvolve a compreensão das limitações e até mesmo
do caráter pernicioso e nocivo de tais posturas, mediante o entendimento de sua
inadequação e da necessidade de uma ação coletiva pela qual, no final, todos saem
ganhando, aprimorando-se no exercício da democracia ativa e da socialização como
forma de desenvolvimento ao mesmo tempo social e individual, de pessoas
individualmente e coletivamente, e das instituições de que fazem parte.
Essa transição é sustentada pela consciência do valor de alguns
pressupostos, a seguir apresentados por Luck (2011, p. 95):
a) o ser humano é um ser social e só se desenvolve plenamente, a partir de
sua interação produtiva com as demais pessoas; b) a educação é um
processo interativo-social orientado para a formação de pessoas como
seres sociais; c) a educação é um processo marcado pela complexidade,
por envolver inúmeras dimensões, demandando ação conjunta e articulada;
d) a complexidade educacional demanda organizações escolares bem
articuladas mediante ação conjunta e colaborativa; e) pessoas atuam de
maneira mais feliz e produtiva, e realizam seu potencial, quando o fazem de
maneira colaborativa, pela troca e compartilhamento; f) o acolhimento e
aproveitamento da pluralidade e diversidade são condições de
desenvolvimento pessoal e das organizações; g) uma sociedade
democrática se realiza a partir de responsabilidade e práticas de construção
conjunta; h) problemas globais e complexos demandam ação conjunta e
articulada de pessoas com pluralidade de perspectivas.
Além dos fatores destacados anteriormente por Luck (2011), outro fator
incentivador do trabalho coletivo na escola diz respeito à democratização dos
processos de gestão da escola, como já visto neste trabalho, que sustentam e
acentuam a necessidade da ação coletiva compartilhada. Essa descentralização dos
processos de organização e tomada de decisões em educação e a consequente
construção da autonomia da escola demandam o desenvolvimento de espírito de
equipe e noção de gestão compartilhada nas instituições de ensino, em todos os
níveis.
Por trabalho coletivo entende-se aquele realizado por um grupo de pessoas diretores, coordenadores, professores, funcionários, alunos, membros do Conselho
de Escola e demais representantes da comunidade - que têm um compromisso com
a causa da democratização da Educação Escolar no País, no Estado, no Município,
e que atuam com o objetivo de contribuir para assegurar o acesso do aluno à
Escola, sua permanência nela e a melhoria da qualidade de ensino. A esse respeito
Ruiz (2008, p.225) destaca:
Entende-se por trabalho coletivo e cooperativo na escola, aquele
concretizado por um grupo de pessoas diversas (comunidade, alunos,
professores, coordenadores, diretores) com um objetivo em comum. O
trabalho só é coletivo quando, além de possibilitar a participação da
coletividade na elaboração e na formulação de propostas, assim como na
sua execução, propicia também a possibilidade de participação na tomada
de decisão. É uma forma de trabalho que busca a democratização das
relações no interior da escola.
Esse trabalho é caracterizado pela articulação da equipe escolar em torno da
função social da Escola, sintetizada na tentativa de "democratizar os conhecimentos
acumulados historicamente pela humanidade e construir o novo conhecimento".
A realização do trabalho coletivo não supõe apenas a existência de
profissionais que atuem lado a lado numa mesma Escola, mas exige educadores
que tenham pontos de partida (princípios) e pontos de chegada (objetivos) comuns.
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Assim, é importante destacar que algumas recomendações são importantes
quando se pretende incentivar o trabalho coletivo no ambiente escolar. Essas
medidas, segundo Alonso (2003, p. 102) devem ser tomadas pelos gestores
escolares. A autora destaca a importância de um ambiente democrático onde as
pessoas não se sintam pressionadas ou ameaçadas ao exporem as suas ideias.
Outra recomendação é saber ouvir opiniões diferentes e aprender a lidar com a
adversidade, necessário ao gestor para o desenvolvimento de uma proposta de
trabalho coletivo. Outro ponto apontado foi o de que, os gestores escolares devem
favorecer a emergência de lideranças entre os próprios membros do grupo, de forma
que as pessoas não se sintam submetidas a alguma autoridade externa, mas, ao
contrário, sintam-se livres para pensar e tomar decisões sem nenhuma inibição.
A implementação do trabalho coletivo na escola acarreta inúmeras vantagens.
Alonso (2003, p. 102) aponta que essas vantagens:
Decorrem da utilização do trabalho coletivo como instrumento para os
professores; porém, talvez o ponto forte dessa estratégia esteja em permitir
que as pessoas aprendam a lidar com as diferenças existentes nos grupos
organizados. Conviver com aqueles que pensam e agem de modos
diferentes, respeitar suas opiniões e crenças e saber lidar com isso tudo em
proveito próprio e do grupo requer o desenvolvimento de competências
especiais fundamentais para viver num mundo globalizado repleto de
contradições. Na medida em que faz parte das preocupações do professor
formar pessoas para viver nessa sociedade, esse exercício poderá
proporcionar-lhe a oportunidade de refletir sobre o assunto e descobrir as
melhores formas de desenvolver tais competências em seus alunos. De
outra parte, ao mesmo tempo em que o professor se torna parceiro dos
colegas na busca de soluções para problemas comuns, ele amplia a sua
formação e avança em termos de profissionalização.
Dessa forma, cabe então ao gestor escolar e sua equipe diretiva desenvolver
o ambiente adequado incentivando o trabalho coletivo dentro da unidade escolar,
propiciando e usufruindo assim dos benefícios que essa coletividade desencadeia,
refletindo principalmente na melhoria da qualidade de ensino ofertado na instituição.
2.3
LIDERANÇA E LÍDER
A liderança, como era entendida em tempos passados, apresentava
características que não conduzem ao sucesso nos tempos atuais. Aquilo que antes
definia a liderança, não se aplica, portanto, ao momento social presente. Diversos
setores mudaram e evoluíram por meio de pesquisas e estudos, e o mesmo ocorreu
com a liderança. O mito do “líder nato” pertence ao passado e não resiste à moderna
pesquisa. Foi perpetuado por aqueles que detinham autoridade hereditária, devido à
frequência com que os filhos sucediam os pais, porém esses filhos eram treinados
como líderes desde o berço. Nos primórdios da nossa cultura a liderança era
necessariamente reservada a poucos.
Uma das interrogações mais comuns acerca do tema refere-se à que área
pertence o estudo sobre liderança? Segundo Mussak (2009, p.11) há várias: desde
a antropologia, a sociologia, a psicologia – enfim, o humanismo de modo geral –,
mesmo porque liderança não é cargo. Nas organizações existem cargos de gerente,
diretor, supervisor, superintendente, mas não de líder, embora algumas empresas
adotem essa denominação. Em princípio, liderança não é cargo, mas uma condição,
um comportamento humano.
12
O conceito de liderança é muito complexo e está intimamente ligado ao
conceito de líder e ao verbo liderar. Assim, Pigors (apud Beal, 1962 p. 29) comenta:
A liderança é um processo de estímulo mútuo, pelo qual, por meio de
ações recíprocas bem sucedidas, as diferenças individuais são controladas,
e a energia humana que delas deriva, encaminhada em benefício de uma
causa comum. Segundo a lógica dessa definição, o líder é a pessoa cujas
ideias auxiliam o grupo a orientar-se na direção de seus objetivos.
Nesse sentido, fica claro que a liderança deve orientar o grupo em favor de
uma causa em comum. Alonso (2003, p. 104) destaca que a liderança possui seus
efeitos de forma não tangíveis, que é um processo dinâmico e sempre se reverte em
benefícios para o grupo. Comenta ainda que é um trabalho que requer sacrifícios e
habilidades especiais, principalmente a capacidade de comunicação interpessoal e
de interpretação dos desejos e das aspirações dos membros do grupo. Supõe
também a capacidade de superação da diversidade grupal e a formulação de um
pensamento comum que engloba as diferenças de pensamentos e aspirações,
trazendo para o seu meio novas oportunidades.
O líder lidera e não há líderes sem liderados, caracterizando seu principio
básico de liderança que é seu caráter relacional. Diante da impossibilidade de
considerar a liderança apenas uma função do indivíduo, as atenções se concentram
no grupo, onde o líder se encontra em uma posição de proeminência e sobre o qual,
conforme visto, exerce influência. Nesse contexto, segundo Penteado (1986, p.8):
A descoberta do grupo como unidade de trabalho fez com que sua
importância superasse a do indivíduo. Sendo a liderança fenômeno social, e
tendo fracassadas as tentativas de caracterizá-la em termos apenas
individuais, nada mais natural que se fizessem tentativas de compreendê-la
não mais como função individual, e sim como função do grupo. Conceituouse, pois, a liderança mais como estrutura, pois fazia-se evidente que para a
maioria dos grupos as relações interindividuais dentro do grupo são
determinadas mais pela estrutura do grupo do que pela personalidade dos
indivíduos.
Compreendendo esse aspecto, a liderança é distribuída, não se concentra em
uma única pessoa, mas se desloca de uma pessoa para outra dependendo da
situação. A liderança assim compreendida é mais o ato, a estrutura, do que o
homem, o individuo. O grupo, em conjunto, exerce a função dinâmica de liderança.
Essa mudança na distribuição do poder, segundo Alonso (2003, p. 106) torna
expressivo o papel das equipes. Uma equipe no sentido exato do termo distingue-se
de um grupo de trabalho designado pelos superiores hierárquicos; ela é autônoma,
define seus próprios objetivos e a melhor forma de atingi-los.
Assim, fica claro que liderança é a função exercida pelo líder. Segundo Beal
(1962), muitos líderes do passado foram chefes militares. A organização em que
eles atuam é permanente e tão completamente preparada que os deveres e
responsabilidades de cada nível de chefia estão previamente definidos. Com isso,
até um indivíduo com poucas qualidades de líder pode trabalhar efetiva e
eficientemente. O Líder desse tipo de grupo chama-se líder institucional,
permanecendo também hoje em organizações governamentais.
Outros tipos de líderes também foram classificados por Beal (1962): o líder
chamado de líder passivo, por não despender nenhum esforço de sua parte para
liderar, encontrando-se nessa posição apenas por apresentar certas qualidades,
aptidões e características muito admiradas. Existe também o líder que se impõe
quase inteiramente pelo magnetismo pessoal, é o chamado líder carismático, todas
as grandes religiões foram fundadas por líderes desse teor e muitos políticos
possuem tal qualidade. E o líder democrático que surge naturalmente no grupo a
que pertence e não por atrair seguidores. É inevitável que sempre haja alguém cujas
13
ideias influenciem mais do que as dos outros. Nesse caso surge uma opinião
comum de que esses indivíduos estão mais capacitados para o desempenho de
certas funções. São líderes verdadeiramente democráticos.
Algumas características foram listadas como recorrentes nos líderes, tentando
desenhar uma personalidade-padrão pela psicologia. Inúmeros estudiosos
apresentaram essas características e serão citadas as fundamentais para o líder
moderno, descritas por Macarow (apud Penteado 1986, p. 30):
1) Inspira confiança nos subordinados; 2) Persistência e impulso em
direção aos objetivos; 3)Habilidade para comunicar-se sem ser mal
interpretado; 4) Disposição para ouvir com atenção: é outra habilidade da
comunicação humana; 5) Sincero interesse pelos outros: este interesse
deverá concretizar-se através do cuidado pelo bem-estar dos subalternos;
6) compreender as pessoas e as suas reações; 7) Objetividade: os
sentimentos próprios e dos outros não devem influenciar demais nas
decisões do líder; 8) retidão e sinceridade: Nunca minta a seu grupo.
Mais do que qualquer outra habilidade de liderança, um verdadeiro líder deve
ser um formador de equipes. Um líder de equipe deve ter uma missão que inspire o
grupo. É preciso que o líder seja um visionário (um grande pensador) com planos
que transmitam essa missão, o que significa que o líder deve ser um efetivo
comunicador. Deve ser uma pessoa que se arrisca e que crie um ambiente de
trabalho livre de críticas ásperas quando erros são cometidos. Ressaltando a
importância dessas qualidades nos líderes, Bethel (1995, p. 200) destaca:
O líder de equipe é sensível a todos os tipos de fatores, incluindo-se o sábio
uso do poder, as habilidades de tomada de decisão, a capacidade de
manusear e criar a mudança, e, é claro, precisa de um elevado senso ético
para estabelecer padrões e comportamento. Sua coragem e compromisso
em face das dificuldades podem ser as únicas coisas que mantém sua
equipe unida as vezes. Eis porque um líder de equipe é tão importante.
Abrange todas as qualidades de um líder. Quando você é um bom líder de
equipe, pode formar equipes que se diferenciam.
Nesse sentido, Moscovici (1999, p.17) concorda que a liderança de equipe é
melhor exercida por pessoas que acreditam que precisam dos outros, para o êxito
da missão comum e que contribuem integralmente com a sua parte no trabalho do
grupo. Nesse sentido, destaca que pessoas autosuficientes, por mais competentes
que sejam para a realização dos objetivos, dificilmente poderão exercer a liderança
efetiva de uma equipe. Cita ainda que dificuldades e problemas existem em todas as
equipes, porém se o líder encorajar o grupo e desfizer essa sensação de impotência,
será restaurado o espirito de sucesso e autoconfiança da equipe.
2.4
LIDERANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
Atualmente, os conceitos de liderança deixaram de ser usados apenas em
ambientes corporativos, passando a abranger a maioria das instituições que utilizam
o trabalho coletivo em seu dia a dia, incluindo dessa forma o ambiente escolar, que
possui seu gestor escolar exercendo essa figura de líder dentro da instituição de
ensino.
Há muito vem se discutindo questões sobre liderança e como ocorre todo
esse processo de liderar e ser liderado. Sempre que se estabelece um agrupamento
humano, formal ou informal, em qualquer área de atividade, alguém estará liderando
o processo em cada momento. A liderança pode ser compartilhada, pode ser
alternada, mas nos grupos humanos, mesmo naqueles constituídos de duas
14
pessoas, ela sempre está presente. Portanto, exercer liderança e ser liderado são
condições que caracterizam as relações humanas e portando esse processo não
pode ser ignorado dentro das instituições de ensino.
Nesse sentido, Luck (2014, p. 17) destaca que, todo o trabalho em educação
dada sua natureza formadora, implica ação de liderança, que constitui na
capacidade de influenciar positivamente pessoas, para que, em conjunto, aprendam,
construam conhecimento, desenvolvam competências, realizem projetos, promovam
melhoria em alguma condição, e até mesmo divirtam-se juntas de modo construtivo,
desenvolvendo as inteligências social e emocional.
Os conceitos de liderança e gestão são muito próximos e entendidos como
complementares por alguns autores. Segundo Luck (2014, p. 95) a liderança
corresponde à capacidade de influenciar pessoas individualmente ou em grupo, de
modo que ajam voltadas para a realização de uma tarefa, a efetivação de um
resultado, ou o cumprimento de objetivos determinados, de modo voluntário e
motivado, a partir do reconhecimento de que fazem parte de uma equipe e que
compartilham em comum responsabilidades sociais a que devem atender. Essa
influencia na escola é conseguida a partir da mobilização dos membros da
comunidade escolar socialmente organizada, em torno das responsabilidades
educacionais para garantirem a efetividade do trabalho educacional.
O conceito de gestão converge do entendimento proposto sobre liderança,
pois compartilham de muitas ideias em comum, uma vez que gestão é indicada
como um processo pelo qual se mobiliza e coordena o trabalho humano,
coletivamente organizado, de modo que as pessoas em equipe, possam promover
resultados desejados. Assim, segundo o programa de formação de gestores a
distancia do Cedhap (apud Luck 2014, p. 96), temos o seguinte conceito para gestão
escolar:
A gestão escolar consiste no processo de mobilização e orientação do
talento e esforços coletivos presente na escola, em associação com a
organização de recursos e processos para que esta instituição desempenhe
de forma efetiva seu papel social e realize seus objetivos educacionais de
formação de seus alunos e promoção de aprendizagens significativas.
Dessa forma, percebe-se que gestão e liderança apresentam vários
elementos importantes e básicos em comum, tornando-os complementares, uma vez
que gestão engloba outras atribuições (como, por exemplo, a gestão administrativa e
a gestão de resultados) e pressupõe liderança em sua prática. Visto que, destaca
Luck (2014, p. 17), todo o trabalho em educação dada sua natureza formadora,
implica ação de liderança, que constitui na capacidade de influenciar positivamente
pessoas, para que, em conjunto, aprendam, construam conhecimento, desenvolvam
competências, realizem projetos, promovam melhoria em alguma condição, e até
mesmo divirtam-se juntas de modo construtivo, desenvolvendo as inteligências
social e emocional.
Nesse sentido, pode-se considerar que a equipe de gestão da escola constitui
uma equipe de liderança, cuja atuação necessita ser focada em processos
específicos e resultados. LUCK (2014, p. 108) destaca que essa equipe de gestão
deve atuar no sentido de:
a) Promover e manter um elevado espirito de equipe, a partir de uma
visão clara dos objetivos educacionais, missão, visão e valores da escola.
b) Alargar os horizontes das pessoas que atuam na escola, a respeito
de seu papel e das oportunidades de melhoria e desenvolvimento.
c) Estabelecer uma orientação empreendedora e proativa na ação
conjunta para a realização dos objetivos educacionais.
15
d) Criar e manter cultura escolar favorável e propícia ao trabalho
educacional, à formação dos alunos e sua aprendizagem.
e) Motivar e inspirar as pessoas no seu envolvimento em processos
socioeducacionais cada vez mais efetivos, no interior da escola e na sua
realização com a comunidade.
f) Estabelecer e manter elevados nível de expectativas a respeito da
educação e da possibilidade de melhoria contínua de seu trabalho e dos
bons resultados na promoção da aprendizagem dos alunos e sua
formação.
g) Dinamizar um processo de comunicação e relacionamento
interpessoal aberto, dialógico e reflexivo.
h) Orientar, acompanhar e dar feedback ao trabalho dos professores na
sala de aula, tendo como foco a aprendizagem.
Assim, a equipe atuará no sentido de transformar-se além de equipe gestora,
em equipe de liderança de fato.
A formação da escola em uma organização de aprendizagem demanda
efetiva e clara liderança do diretor escolar em estreita coliderança com seus
colaboradores. Portanto, o diretor escolar é líder educacional que mobiliza e orienta
a todos os envolvidos da comunidade escolar na facilitação do desenvolvimento de
uma visão de conjunto sobre a educação, o papel da escola e de todos nela
participantes, na articulação de esforços, no compartilhamento de responsabilidades
conjuntas, na formação de uma cultura de aprendizagem, na integridade, na ética e
na justiça expressas por equipes de trabalho continuamente acompanhadas,
estimuladas e orientadas, segundo LUCK (apud Luck 2009, p. 84).
A liderança se expressa como um processo de influência realizado no âmbito
da gestão de pessoas e de processos sociais, no sentido de mobilização de talento
e esforços, orientados por uma visão clara e abrangente da organização em que se
situa e de objetivos que se devam realizar, com a perspectiva da melhoria contínua
da própria organização, de seus processos e das pessoas envolvidas. Como
destaques básicos do exercício da liderança na escola, LUCK (2009, p.85) aponta:
• Disponibilidade em aceitar e expressar no trabalho com pessoas os
desafios inerentes ao trabalho educacional, suas dificuldades e limitações,
com um olhar para as possibilidades de sua superação.
• Estimulação do melhor que existe nas pessoas ao seu redor, a partir de
uma perspectiva proativa a respeito das mesmas e de sua atuação.
• Clareza a respeito da missão, visão e valores educacionais, assim como
da participação das pessoas nessa compreensão e sua expressão em suas
ações.
• Orientação com perspectiva dinâmica, inovadora e norteada para a
melhoria contínua.
• Exercício contínuo do diálogo aberto e da capacidade de ouvir.
• Construção de oportunidades de participação e orientação para o
compartilhamento de responsabilidades.
• Cultivo de atitudes que acompanham a expressão de comportamentos de
liderança.
Duas importantes ramificações da liderança exercida no ambiente escolar
merecem destaque, pois legitimam ainda mais o papel de líder do gestor
aumentando a sua aceitação, são elas: A liderança compartilhada e a coliderança,
exercidas na escola. É importante destacar que será tanto mais efetiva quanto mais
disseminada for entre as pessoas que participam da comunidade escolar, pelo
exercício da liderança compartilhada (entre todos os membros da comunidade
escolar) e da coliderança (entre a equipe de gestão escolar).
A liderança compartilhada, segundo LUCK (2009, p. 78) corresponde à prática
de tomada de decisão e atuação colegiada por consenso (e não por votação) em
que todos os participantes têm espaço e o usam para influenciar os rumos e as
16
condições do desenvolvimento que se pretende promover. Já a coliderança
corresponde à atuação articulada de influência sobre os destinos da escola e seu
trabalho, de forma planejada e intercomplementar, pelos membros da equipe de
gestão da escola, como por exemplo, vice-diretor, coordenador pedagógico,
supervisor escolar, orientador educacional e secretário da escola. Sobre essas
modalidades de liderança, LUCK (2009, p. 78) orienta:
Cabe destacar que a liderança compartilhada e a coliderança, para serem
efetivas necessitam ser exercidas a partir do entendimento e orientação
baseada na visão e missão da escola, nos seus objetivos formadores e
valores orientadores de ação. Isto é, essa liderança se legitima a partir
dessa compreensão comum. “Em vista disso, tanto a liderança
compartilhada como a coliderança se expressam de forma articulada, a
partir dos propósitos comuns, num contínuo processo de diálogo e de
mediação”.
Dessa forma, para garantir essa articulação e os bons resultados da liderança
compartilhada e da coliderança, segundo Lück (apud Luck 2009, p. 78) cabe ao
diretor agir no sentido de que elas sejam:
i) desenvolvidas mediante a oportunidade do seu exercício, sem receio de
perder espaço ou poder; ii) coordenadas, pois a liderança exercida por
muitas pessoas sem coordenação pode resultar em uma desorientação,
dado o risco de se perder o eixo e o foco central das ações; e iii)
responsáveis, uma vez que todos e cada um que atuam na escola devem
prestar contas de seus atos, em relação à sua contribuição para o bom
funcionamento da escola voltado para a aprendizagem dos alunos.
Nesse sentido o gestor precisa ficar atento quanto à maneira correta de
delegar lideranças dentro da escola (coliderança), bem como em administrar
corretamente a liderança compartilhada, de modo que sejam coordenadas e atinjam
sempre os objetivos educacionais com o propósito de desenvolver a aprendizagem
dos alunos.
3
METODOLOGIA:
A metodologia cientifica utilizada nesta pesquisa bibliográfica de caráter
explicativo, que utiliza técnicas de coleta de dados bibliográficos, documental, em
sites e artigos científicos. A pesquisa foi realizada no período de Janeiro à Junho de
2015, na qual realizou-se consulta a livros na Biblioteca da Universidade Católica de
Brasília (UCB) _ Campus de Taguatinga DF, bibliografias de teóricos especializados
na área de estudo, na busca em sites de pesquisa em artigos e periódicos na
internet e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei 9.394/96).
Para o desenvolvimento desse trabalho foram utilizados 4 livros da série
Cadernos de Gestão da autora Heloísa Lück para a base da pesquisa, além de
outros livros da autora e outros autores também, conforme consta nos referenciais
bibliográficos.
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente trabalho buscou compreender como a liderança exercida pelo
gestor escolar pode influenciar no trabalho coletivo da escola. Para isso, foram
construídas quatro categorias para discutir os temas que compõe o artigo:
 Gestor e gestão escolar;
17



4.1
O trabalho coletivo na escola;
Liderança e líder e
Liderança no ambiente escolar.
GESTOR E GESTÃO ESCOLAR
Muito material foi encontrado, principalmente em bibliografias e artigos
acadêmicos. A gestão escolar, apoiada principalmente na institucionalização da
democracia, é caracterizada por um movimento a favor da descentralização e da
democratização da gestão das escolas públicas. Movimento esse baseado nas
reformas legislativas e que desenvolveu a gestão participativa nas escolas. Segundo
Luck et al (2011, p.16):
A abordagem participativa na gestão escolar demanda maior participação
de todos os interessados no processo decisório da escola, envolvendo-os
também na realização de múltiplas tarefas de gestão. Esta abordagem
também amplia a fonte de habilidades e de experiências que podem ser
aplicadas na gestão das escolas. Por não haver uma única maneira de se
implantar um sistema participativo de gestão escolar, identificamos alguns
princípios gerais da abordagem participativa. Nos mais bem sucedidos
exemplos de gestão escolar participativa, observou-se que os diretores
dedicam uma quantidade considerável de tempo à capacitação profissional
e ao desenvolvimento de um sistema de acompanhamento escolar e de
experiências pedagógicas caracterizadas pela reflexão ação.
Nesse sentido, entende-se que o trabalho educacional, por sua natureza,
demanda um trabalho compartilhado, realizado a partir da participação coletiva e
integrada de todos os membros das unidades de trabalho envolvidos. Portanto, tal
gestão consiste no envolvimento de todos os que fazem parte direta ou
indiretamente do processo educacional no estabelecimento de objetivos, na solução
de problemas, na tomada de decisões, na proposição de planos de ação, em sua
implementação, monitoramento e avaliação, visando os melhores resultados do
processo educacional.
Em relação ao gestor escolar, destaca-se que atualmente seu papel mudou
muito em relação ao papel anterior de diretor escolar, cabendo-lhe várias
atribuições, áreas e dimensões que em conjunto tornam possível a realização dos
objetivos educacionais. Ao ter em mente uma visão de conjunto das dimensões de
gestão escolar, cabe ao diretor, ao colocá-las em prática de forma integrada e
interativa, ter em mente, também em conjunto, os fatores internacionalmente citados
como responsáveis pelo sucesso educativo das escolas citado por Ferrão et al
(2001, apud Luck 2009, p. 28), a saber:
i) liderança profissional;
ii) visão e metas compartilhadas pelos agentes educativos;
iii) ambiente de aprendizagem;
iv) concentração no processo ensino-aprendizagem;
v) ensino estruturado com propósitos claramente definidos;
vi) expectativas elevadas;
vii) reforço positivo de atitudes;
viii) monitoramento do progresso;
ix) direitos e deveres dos alunos;
x) parceria família-escola;
xi) organização orientada à aprendizagem.
18
4.2
O TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA
Sabe-se que devido a diversos fatores, mas, principalmente à uma tendência
burocrática e centralizadora, a participação e o trabalho coletivo não constituem uma
prática comum nas escolas. Porém, a implantação de uma visão renovada de gestão
escolar, acarretará a criação desse ambiente participativo nas instituições
educacionais.
Nesse sentido, LUCK (2009, p.86) destaca que formação de equipe não é um
processo simples, que depende apenas da vontade e da intenção de promovê-la.
Ela demanda conhecimentos, habilidades e atitudes especiais, mas antes e acima
de tudo, o entendimento de que ela é responsabilidade do gestor escolar. Assim,
Luck (2011, p. 79) comenta:
O trabalho de articulação e desenvolvimento de habilidades e atitudes de
participação constitui-se em uma condição fundamental do papel do gestor.
Analisar a cultura escolar, seu modo de ser e de fazer, constitui-se em ação
constante de gestores para orientá-la adequadamente. Para essa analise,
deve-se examinar dentre outros aspectos: Como ocorre a participação dos
professores na determinação do currículo, na determinação dos destinos da
escola, na proposição e desenvolvimento do projeto pedagógico? Qual a
natureza de sua participação? Quem participa desse processo, como e por
quê? Qual a frequência dessa participação? Qual a estrutura e a dinâmica
do processo participativo? Quais seus aspectos positivos e suas limitações?
Como ocorrem as relações e as comunicações interpessoais? Que
motivações as orientam? Essas são apenas algumas questões que se pode
propor e cujas expressões devem ser analisadas em cada escola, como
forma de entender sua dinâmica e superar suas limitações.
Com isso, cabe ao diretor escolar ao focalizar desenvolvimentos individuais,
fazê-lo de tal modo que esse se torne um conjunto da coletividade e geradores de
transformações no grupo como um todo.
Para que todos os profissionais que atuam na escola se constituam em uma
equipe educacional, Luck (2009, p.87) cita diversas condições necessárias:
i) o cultivo do mesmo ideário educacional;
ii) o respeito pela legislação, normas e regulamentos educacionais;
iii) o entendimento dos objetivos educacionais a nortearem as ações
específicas de cada setor ou área de atuação;
iv) a adequação de interesses pessoais aos interesses sociais e
educacionais;
v) a existência de práticas de comunicação, diálogo e relacionamento
interpessoal abertos, frequentes e sistemáticas;
vi) formação de redes de interação;
iv) transformação de progressos individuais em progressos coletivos;
viii) dinâmica de grupo equilibrada e diligente;
ix) ação interativa com objetivos compartilhados, dentre outros aspectos;
x) transformação de desenvolvimentos individuais em desenvolvimento
coletivo.
Respeitando o desenvolvimento dessas condições, e com a consequente
formação de uma equipe educacional, o desenvolvimento do trabalho coletivo será
facilitado dentro do ambiente escolar.
19
4.3
LIDERANÇA E LÍDER
Os conceitos de liderança e líder são bem próximos e por vezes se
confundem, segundo LUCK (2009, p.35), liderança é:
O processo de influencia, realizado no âmbito da gestão de pessoas e de
processos sociais, no sentido de mobilização de seu talento e esforços,
orientado por uma visão clara e abrangente da organização em que se situa
e de objetivos que deva realizar, com a perspectiva da melhoria contínua da
própria organização, de seus processos e das pessoas envolvidas.
Conforme visto, a liderança tem como sua verdadeira essência a influência. O
homem que influencia os outros homens no grupo é o seu líder. Assim, Penteado
(1986, p. 2) ressalta que essa influência pode manifestar-se sob diversas formas,
desde o simples comando (o ato de mandar para que os outros obedeçam) até a
complexa inspiração (impulso que leva os homens a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa que, eles sabem, o líder gostaria que fizessem ou deixassem de fazer). Nesse
contexto, Bethel (1995, p. 22) destaca:
Liderança é isso: influenciar os outros. Para diferenciarmo-nos e sermos
líderes produtivos, precisamos influenciar os outros a pensar e agir, além de
seguir. Devemos dar um exemplo que os outros optarão por seguir. E o
segredo para conseguir essa escolha é a própria essência da liderança.
Nesse sentido, é necessário que haja um objetivo em comum, para o
desenvolvimento da liderança.
O líder, visto também como o agente da liderança, deve possuir alguns
princípios, segundo Montgomery (apud Penteado 1986, p. 28):
1) O líder precisa de uma grande, profunda e genuína sinceridade;
2) O líder deve dedicar-se absolutamente à causa que serve, sem nenhum
pensamento de recompensa pessoal ou grandeza;
3) O líder deve ter a habilidade de comandar os acontecimentos à sua
maneira – no compasso que ele quer;
4) A capacidade de comando do líder está muito ligada ao poder de tomar
decisões, o qual, por sua vez, precisa de um “bocadinho de sorte”;
5) O líder precisa alimentar interesse autentico pelas criaturas humanas,
que, no fim das contas, significam a sua matéria prima.
Essas características, aliadas à outras, determinam o sucesso do líder frente
a seus liderados.
4.4
LIDERANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
Um fator crucial para o desenvolvimento da qualidade da escola e da melhoria
da aprendizagem dos alunos é a liderança.
Como destaques básicos do exercício da liderança na escola, Luck (2009, p.
76) aponta:
• Disponibilidade em aceitar e expressar no trabalho com pessoas os
desafios inerentes ao trabalho educacional, suas dificuldades e limitações,
com um olhar para as possibilidades de sua superação.
20
• Estimulação do melhor que existe nas pessoas ao seu redor, a partir de
uma perspectiva proativa a respeito das mesmas e de sua atuação.
• Clareza a respeito da missão, visão e valores educacionais, assim como
da participação das pessoas nessa compreensão e sua expressão em suas
ações.
• Orientação com perspectiva dinâmica, inovadora e norteada para a
melhoria contínua.
• Exercício contínuo do diálogo aberto e da capacidade de ouvir.
• Construção de oportunidades de participação e orientação para o
compartilhamento de responsabilidades.
• Cultivo de atitudes que acompanham a expressão de comportamentos de
liderança.
Importante destacar que, segundo LUCK (2011, p. 124), como a liderança
resulta de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que devem ser
desenvolvidos, é possível e necessário aumentar o controle sobre sua
aprendizagem, mediante processos sistemáticos de observação-reflexão-prática, em
vez de deixar que essa aprendizagem ocorra ao acaso e espontaneamente.
5
CONCLUSÃO
Este artigo cujo título é “A liderança do gestor escolar e sua implicação no
trabalho coletivo da escola” teve como problema central compreender como o papel
de líder exercido pelo gestor escolar interfere no trabalho coletivo da escola? Para
solucionar este problema, lança-se mão do objetivo geral que consistiu em
compreender como a liderança exercida pelo gestor escolar interfere no trabalho
coletivo da escola.
Com base na pesquisa bibliográfica realizada, pode-se observar que os
processos de democratização da gestão escolar cada vez mais evidenciam e
destacam a participação de toda a comunidade escolar no processo de ensino e
aprendizagem dos alunos. Com essa descentralização do poder dentro da escola
cada vez mais orientado e necessário, todos os segmentos da comunidade escolar
precisam estar preparados e acima de tudo, precisam ser orientados pelo gestor
escolar para que trabalhem nesse sentido de equipe e grupo. Como a gestão
democrática pressupõe a mobilização e organização das pessoas para atuar
coletivamente na promoção de objetivos educacionais, o trabalho dos diretores
escolares se assenta sobre sua competência de liderança, que se expressa em sua
capacidade de influenciar a atuação de pessoas (professores, funcionários, alunos,
pais, outros) para a efetivação desses objetivos e o seu envolvimento na realização
das ações educacionais necessárias para sua realização.
O trabalho coletivo tão difícil e deficitário em nossas instituições educacionais
precisa ser cada vez mais incentivado e praticado pelos agentes gestores. Precisa
se tornar uma prática rotineira nas escolas, uma vez que todas as orientações atuais
convergem nesse sentido e as práticas centralizadoras já não possuem mais
espaços nos ambientes escolares. Ambientes esses promotores de cidadãos mais
comprometidos e formadores de opiniões que necessitam, bem como toda a
comunidade escolar, de participação efetiva em todas as decisões da escola.
Nesse sentido observa-se que atualmente o trabalho dos gestores escolares
deve-se basear em sua capacidade de liderança, ou seja, de influência na atuação
da comunidade escolar (professores, funcionários, alunos, pais), para a efetivação
dos objetivos educacionais propostos pela escola. Haja vista que a gestão se
21
constitui em um processo de mobilização e organização do talento humano para
atuar coletivamente na promoção dos objetivos educacionais.
Com isso, fica claro que para todos que atuam com educação cabe o
exercício de liderança pelos preceitos da liderança compartilhada e da coliderança
em seus contextos específicos de trabalho. Levando-se em consideração que a
educação é um processo social, qualquer trabalho na escola deve ser considerado
segundo essa dimensão, da qual a liderança é um processo imanente. Pode-se
dizer que o sucesso de todos e cada um está diretamente ligado a essa
competência de liderança dos participantes da comunidade escolar.
Contudo, pode-se afirmar que, a liderança constitui-se uma dimensão
fundamental da gestão escolar. Tendo em vista que, sem o seu exercício, as ações
do dirigente escolar se reduzem à dimensão administrativa do seu trabalho, de
efeitos limitados e sem orientação para o necessário desenvolvimento e
transformações pelas quais as escolas devem passar, para continuarem a
desempenhar seu papel educacional em uma sociedade que sofre mudanças
radicais continuamente e cuja dinâmica se acentua cada vez mais.
Assim, conclui-se que, o exercício da liderança é fundamental ao processo
educacional, de modo que possa superar sua tendência reprodutivista que limita
enormemente a qualidade do ensino. A mobilização das pessoas para aprenderem
em conjunto, vislumbrarem novos horizontes e novas práticas educacionais,
desenvolverem o espírito de realização e entusiasmo, como parte da alegria de
aprender e ensinar. Uma vez que o gestor escolar consegue estabelecer o incentivo
e essa prática de grupo dentro da instituição de ensino, naturalmente ele deve
desempenhar um papel de liderança, proporcionando assim o desenvolvimento do
trabalho coletivo de fato dentro da escola.
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22
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Márcia regina Santigo Campos - Universidade Católica de Brasília