UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
JEAN CARLOS BUSTAMANTE SÁ
JOÃO FERNANDES LELIS
ESTUDOS PRELIMINARES DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO
DE EFLUENTES DA ESTAÇÃO DO CAMPUS I DA ESCOLA DE ENGENHARIA
DE LORENA – EEL/ USP
LORENA
2013
JEAN CARLOS BUSTAMANTE SÁ
JOÃO FERNANDES LELIS
Estudos preliminares da eficiência do tratamento de efluentes
da estação do Campus I da Escola de Engenharia de Lorena –
EEL/ USP
Monografia apresentada à Escola de
Engenharia de Lorena - da Universidade
de São Paulo como requisito para
obtenção de título de Engenheiro Industrial
Químico.
ORIENTADORA: Profa. Dra. Elisângela de
Jesus Cândido Moraes.
LORENA
2013
Dedicamos esse trabalho a todas as pessoas que se envolveram, direta e
indiretamente, na realização do mesmo, seja através de conhecimentos
disponibilizados, seja através de ajuda em análises.
Agradecemos à profa. Elisângela, ao funcionário da EEL Marco Ramos e à
Faculdade de Roseira - FARO, pois sem a ajuda deles, esse trabalho não teria sido
possível.
“Incompletos desejos, aos pedaços lhes faço existir. Um dia aqui, outro ali. E
com fome de tudo”
Jorge Du Peixe
RESUMO
Bustamante Sá, J. C.; Lelis, J. F. Estudos preliminares da eficiência do
tratamento de efluentes da estação do Campus I da Escola de Engenharia de
Lorena - EEL/ USP. 2013. 54 f. Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia
Industrial Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo,
Lorena, 2013.
O trabalho apresenta análises físico-químicas, tais como demanda bioquímica
de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), condutividade elétrica,
turbidez, cor, materiais sedimentáveis e dureza para que a partir desses parâmetros
sejam realizados cálculos preliminares indicando a eficiência da Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE) do Campus I da Faculdade de Engenhara de Lorena
EEL-USP. Foram utilizados métodos analíticos validados e foi possível concluir que,
com relação aos parâmetros analisados, a estação consegue tratar adequadamente
o esgoto do campus, uma vez que nenhum dos parâmetros medidos ficou acima do
máximo permitido pela legislação vigente. Sendo assim, a partir dessas análises, o
trabalho tem como objetivo propor sugestões para trabalhos futuros no que diz
respeito a algumas medidas que podem colaborar com melhorias na estação de
tratamento de efluentes para que uma quantidade de esgoto possa ser tratada
diariamente tendo em vista o aumento a cada ano do número de alunos na EEL.
Palavras-chaves: ETE. Eficiência. Tratamento.
ABSTRACT
Bustamante Sá, J. C.; Lelis, J. F. Preliminary studies of the efficiency of effluent
treatment station (Sewage treatment) from the Campus I of the Engineering
School of Lorena - EEL/ USP. 2013. 54 f. Monograph (Trabalho de Graduação em
Engenharia Industrial Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de
São Paulo, Lorena, 2013.
The study presents physicochemical analysis, such as biochemical oxygen
demand (BOD), chemical oxygen demand (COD), electrical conductivity, turbidity,
color settleable materials and hardness to that from these parameters calculations
are performed indicating the efficiency of the effluent treatment station from the
Campus I of the Engineering School of Lorena - EEL/ USP. Validated analytical
methods were used and it was concluded that, with respect to the parameters
analyzed, the station can adequately treat the swage of the campus, since no one of
the parameters measured was above the maximum allowed by law. Therefore, from
these analysis, the study aims to propose suggestions for future work with regard to
some measures which can contribute to improvements in effluent treatment for an
amount of sewage to be treated daily in view of the increase in the number of
students every year in the EEL.
Keywords: ETS. Efficiency. Treatment.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Caixa de Grade, entrada de todo o esgoto da EEL-USP e saída para
o Tanque Pulmão ..................................................................................... 20
Figura 2 – Saída do primeiro tanque de aeração ....................................................... 21
Figura 3 – Saída do segundo tanque de aeração ....................................................... 21
Figura 4 – Fluxograma da ETE do Campus 1 – EEL/USP ......................................... 24
Figura 5 – Primeiro tanque de aeração (reator) da ETE – EEL/USP .......................... 25
Figura 6 – Primeiro tanque de aeração (reator) da ETE – EEL/USP (Visão de
cima)......................................................................................................... 25
Figura 7 – Segundo tanque de aeração (decantador) da ETE – EEL/USP ................ 26
Figura 8 – Segundo tanque de aeração (decantador) da ETE – EEL/USP (visão
de cima) .................................................................................................... 26
Figura 9 – Tanque pulmão da ETE – EEL/USP .......................................................... 27
Figura 10 – Válvula automática do segundo tanque de aeração (decantador) da
ETE – EEL/USP ....................................................................................... 27
Figura 11 – Tanque de Equalização da ETE – EEL/USP ......................................... 28
Figura 12 – Descarte do efluente da ETE – EEL/USP no Ribeirão da Limeira ........... 29
Figura 13 – Ribeirão da Limeira antes do descarte (a); Ribeirão da Limeira após
o ponto de descarte e desaguando no Rio Paraíba do Sul (b) ................. 29
Figura 14 – Filtro Russo da ETE – EEL/USP ............................................................. 42
Figura 15 – Fluxograma da ETE do Campus I com o filtro Russo – EEL/USP ........... 43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resultados das análises físico química da Estação de Tratamento
de Efluentes (ETE) do Campus I da EEL – USP .................................... 30
Tabela 2 – Eficiência de remoção de turbidez nos diferentes pontos da ETE da
EEL – USP. ............................................................................................ 47
Tabela 3 – Eficiência de remoção da cor nos diferentes pontos da ETE da EEL
– USP. .................................................................................................... 47
Tabela 4 – Eficiência de Diminuição de dureza nos diferentes pontos da ETE
da EEL – USP. ....................................................................................... 47
Tabela 5 – Eficiência da Remoção de Condutividade. .............................................. 48
Tabela 6 – Eficiência de remoção de DQO nos diferentes pontos da ETE da
EEL – USP. ............................................................................................ 48
Tabela 7 – Eficiência de remoção de DBO nos diferentes pontos da ETE da
EEL-USP. ............................................................................................... 48
Tabela 8 – Resultados de pH.................................................................................... 48
Tabela 9 – Eficiência de remoção de materiais sedimentáveis nos diferentes
pontos da ETE da EEL – USP................................................................ 49
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Resultado da turbidez (em FAU) no sistema da ETE-EEL/USP. ........... 31
Gráfico 2 – Eficiência de remoção de turbidez ......................................................... 31
Gráfico 3 – Resultado da Cor (em Pt-Co) no sistema da ETE-EEL/USP ................. 32
Gráfico 4 – Eficiência de Remoção de Cor .............................................................. 33
Gráfico 5 – Resultado de Dureza no sistema da ETE-EEL/USP .............................. 34
Gráfico 6 – Eficiência da diminuição da dureza........................................................ 34
Gráfico 7 – Resultado de Condutividade (em µS/cm) no sistema da ETEEEL/USP .............................................................................................. 35
Gráfico 8 – Eficiência da Diminuição de Condutividade. .......................................... 36
Gráfico 9 – Resultado de DQO (em mg/L) no sistema da ETE-EEL/USP ............... 37
Gráfico 10 – Eficiência de Remoção de DQO .......................................................... 37
Gráfico 11 – Resultado de DBO (em mg/L) no sistema da ETE-EEL/USP .............. 38
Gráfico 12 – Eficiência da Diminuição de DBO ........................................................ 39
Gráfico 13 – Resultado de pH no sistema da ETE-EEL/USP ................................... 39
Gráfico 14 – Resultado de Remoção de materiais sedimentáveis (em mg/L) no
sistema da ETE-EEL/USP.................................................................... 40
Gráfico 15 – Eficiência da remoção de materiais sedimentáveis ............................. 40
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
DBO
Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO
Demanda Química de Oxigênio
EEL
Escola de Engenharia de Lorena
ETE
Estação de Tratamento de Efluentes
FARO
Faculdade de Roseira
MS
Materiais Sedimentáveis
OD
Oxigênio dissolvido
PAC
Policloreto de Alumínio
pH
Potencial hidrogeniônico
UASB
Upflow Anaerobic Sludge Blanket
USP
Universidade de São Paulo
LISTA DE SÍMBOLOS
m3
Metro cubico
mL
Mililitros
mL/L
Mililitros por Litro
mg/L
Miligramas por Litro
h
Horas
µS/cm
Microsiemens por centímetro
Pt-Co
Escala platina-cobalto (Escala APHA-Hazen)
FAU
Formazin Attenuation Units (Unidades de Atenuação de Formazina)
NTU
Nephelometric Turbity Unit (Unidades Nefelométricas de Turbidez)
ºC
Graus Celsius
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2
OBJETIVOS ....................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 14
2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 14
3
REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 15
3.1 Análises Físico-Químicas.................................................................................... 16
3.2 Diferentes Tipos de Estações de Tratamento de Efluentes ................................ 18
3.3 A Estação de Tratamento de Efluentes .............................................................. 19
3.4 Parâmetros de Qualidade da Água ..................................................................... 19
4
METODOLOGIA EXPERIMENTAL .................................................................... 20
4.1 Metodologia das Análises Físico-Químicas ........................................................ 22
4.2 Análises pela eficiência ....................................................................................... 23
4.3 A ETE do Campus I da EEL – USP .................................................................... 24
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30
6
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45
ANEXOS ................................................................................................................... 47
13
1 INTRODUÇÃO
Na Escola de Engenharia de Lorena (EEL), da Universidade de São Paulo
(USP), havia até o ano de 2011 a entrada de 240 alunos para o preenchimento do
número de vagas referente aos cursos oferecidos, porém com o aumento dos
cursos de engenharia no campus houve um aumento do número de vagas e a
entrada passou a ser de 360 alunos por ano, o que representa um acréscimo 50%
desse número de alunos. Além disso, houve a instalação do restaurante
universitário no Campus I da EEL-USP, sendo servidas refeições para alunos,
técnicas administrativas e docentes da escola. Com essas modificações a
Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) já existente no campus passou a tratar
uma quantidade maior de efluentes, sendo que em algumas ocasiões a ETE fez
sua operação no limite de sua capacidade.
Uma estação de tratamento de efluentes tem por objetivo reduzir a carga
contaminante ou poluente de esgotos, a um nível compatível com o corpo
receptor, ou seja, de modo que o efluente final tratado possa ser absorvido sem
provocar a degradação do corpo d´água receptor e riscos à saúde do homem.
Dessa forma, o trabalho objetiva uma avaliação preliminar da eficiência da
ETE, com o intuito de verificar se o tipo de tratamento está sendo adequado com
o que a legislação ambiental vigente preconiza sobre o descarte de efluentes no
corpo receptor.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo do trabalho é fazer estudos preliminares da eficiência da ETE
do campus I da EEL – USP e verificar se os parâmetros medidos atendem as
especificações da Resolução CONAMA 357/2005 e do Decreto Estadual
8.468/1976 (Artigo 18), bem como propor sugestões para trabalhos futuros tendo
em vista o aumento do número de alunos no campus.
2.2 Objetivos específicos

Realizar as medições de DQO, DBO, pH, Condutividade Elétrica,
Turbidez, Cor, Materiais Sedimentáveis e Dureza;

Avaliar a necessidade de etapas de tratamento físico-químicas;

Estimar a vazão futura de efluentes, tendo em vista o aumento de alunos
e prédios na faculdade;

Avaliar a necessidade de ampliação da estação, tendo em vista
estimativas futuras de aumento de efluentes.
15
3 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo Santos (2006), após ser considerada como um recurso
inesgotável pela humanidade, a água passa agora por um balanço desfavorável
de oferta versus demanda, mesmo em regiões que dispõem de recursos hídricos
significantes. Ainda de acordo com o mesmo autor, esse panorama tem se
intensificado devido, em parte, ao baixo nível de cobertura dos serviços de
tratamento de águas residuárias. O tratamento adequado dos efluentes passa a
ser importante por razões não apenas ambientais, mas também por razões
econômicas. Sendo então a água um bem finito, seu reuso passa a ser uma
necessidade.
Lavrador
Filho
(1987),
citado
por
Santos
(2006),
sugere
essa
nomenclatura para os diversos modos de reuso da água:

Reuso indireto não planejado: quando não existe um tratamento dos
efluentes e estes, uma vez diluídos no ambiente, são reutilizados de
maneira não intencional.

Reuso indireto planejado: quando os efluentes são tratados, e apenas
após isso são despejados de maneira planejada nos cursos d’água,
sendo então reutilizados de maneira intencional.

Reuso direto planejado: quando os efluentes, após devidamente tratados,
são enviados diretamente para o local de reuso.
Segundo Sant’Anna Jr. (2010) umas das etapas mais importantes de uma
ETE é o tratamento biológico de efluentes, que consiste na remoção e
biodegradação dos poluentes orgânicos presentes na fase aquosa. Ainda
segundo o mesmo autor, o tratamento biológico também é útil na remoção de
outros poluentes, tais como nitrogênio amoniacal, nitratos, nitritos e fósforo.
A remoção dos poluentes orgânicos é necessária, pois a degradação dos
mesmos utiliza o oxigênio dissolvido na água, diminuindo consideravelmente a
concentração do gás dissolvido, e essa diminuição pode causar a morte da fauna
e da flora subaquática, como diz Nuvolari (2011). Esses poluentes orgânicos
16
podem ser mensurados através da análise da Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO) e/ ou da Demanda Química de Oxigênio (DQO).
De acordo com Valenzuela (2008), entre os sistemas de tratamento de
efluentes mais utilizados destacam-se dois, o tratamento de fluxo não contínuo e
o tratamento contínuo, sendo que o tratamento de fluxo não contínuo consiste em
reter os efluentes em um conjunto de dois reatores e o contínuo em tratar os
efluentes, à vazão constante, em um conjunto de tanques e reatores.
Uma ETE deve funcionar de maneira correta para não acarretar
problemas tanto do ponto de vista social, quanto do ponto de vista ambiental. De
acordo com Mierzwa (2005) as substâncias presentes no esgoto exercem ação
deletéria nos corpos de água.
3.1 Análises Físico-Químicas
 pH: A medida do pH é utilizada por dois motivos principais, para proteção
da estrutura da ETE, uma vez que pH baixo (ácido) pode corroer as tubulações e
tanques e o pH alto (básico) tende a formar incrustações nas instalações, e
também porque valores de pH afastados da neutralidade podem afetar de
maneira maléfica a vida aquática e os próprios micro-organismos utilizados no
tratamento os efluentes (Von Sperling, 2005).
 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): Sant’Anna Jr. (2010) define
DBO como sendo “a quantidade de oxigênio requerida por micro-organismos
(predominantemente bactérias) para oxidar os compostos presentes na amostra.”
A análise de DBO serve então como parâmetro de medida da quantidade de
matéria orgânica que está presente em um efluente e é um dos principais
indicadores de matéria orgânica utilizados em ETEs. São necessários cerca de 20
dias para uma análise completa. Em função disso costuma-se utilizar outra
medida, a DBO5, que é a leitura da quantidade de oxigênio utilizado para oxidar
os compostos presentes na amostra em 5 dias, ao invés de utilizar a quantidade
total.
17
 Demanda Química de Oxigênio (DQO): A definição utilizada por
Sant’Anna Jr. (2010) para DQO é: “a quantidade de oxigênio necessária à
oxidação química dos poluentes presentes na amostra nas condições de ensaio.”
Ou seja, a análise de DQO vai mensurar a quantidade de oxigênio necessária não
apenas para a oxidação de matéria orgânica, mas sim a quantidade de oxigênio
necessária
para
oxidar
matéria
orgânica
e
possíveis
materiais
não
biodegradáveis. Sendo assim, via de regra, a DQO costuma apresentar valores
superiores aos da DBO, de maneira que se pode utilizar apenas os valores de
DQO, caso os mesmos apresentem valores mais baixos que o máximo valor
permitido para descarte de efluentes, como indicativo de que a ETE é eficiente no
tratamento dos poluentes oxidáveis. Valores de DQO mais altos que o esperado
devem ser seguidos de análises de DBO, para o estudo de relação entre eles,
pois, como diz Sant’Anna (2010), caso a relação entre as duas medidas seja
superior a 5 o efluente tende a possuir presença maciça de poluentes nãobiodegradáveis, enquanto que valores entre 1,5 e 2,5 tendem a mostrar uma
maior biodegradabilidade do efluente. Portanto, caso os valores de DQO sejam
altos, e perceba-se uma predominância de poluentes não-biodegradáveis, pode
existir a necessidade da adição de etapas de tratamento físico-químico.
 Dureza: Também causada pela presença de sólidos dissolvidos, a dureza
se relaciona com mais frequência à presença de cátions bivalentes como íon
Cálcio (Ca2+) e íon Magnésio (Mg2+) (Von Sperling, 2005). A medida da dureza é
mais importante para a estação em si do que para a liberação de efluentes, uma
vez que líquidos com alta taxa de dureza tendem a causar incrustações em
tubulações, podendo ser prejudicial à vida útil da estação.
 Cor: A coloração acentuada em um efluente é causada pela alta
concentração de sólidos dissolvidos, conforme Von Sperling (2005). Porém,
mesmo um efluente de alta coloração não apresenta, necessariamente, risco. A
medida entra como um parâmetro extra que pode ajudar a entender o
comportamento dos efluentes.
18
 Turbidez: Von Sperling (2005) define turbidez como sendo “o grau de
interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência
turva à mesma.” Ainda segundo o mesmo autor, um dos principais problemas que
a água turva pode apresentar, sendo essa turbidez proveniente de sólidos em
suspensão, é o fato desses sólidos em suspensão poderem servir de abrigo para
micro-organismos patogênicos. Ainda, ao serem lançados em corpos d’água,
efluentes turvos podem acabar por reduzir a penetração da luz nesses corpos,
prejudicando desse modo a fotossíntese.
 Condutividade: Lombardi (2009) coloca a alta condutividade como um
empecilho para o desenvolvimento dos micro-organismos presentes no lodo. Essa
condutividade pode advir de uma alta concentração de sais, metais e/ou
quaisquer outros tipos de íons presentes no efluente.
 Materiais Sedimentáveis: Medida da quantidade de materiais em
suspensão nos efluentes, essa análise se faz necessária para verificar se o
efluente tratado está apto a ser lançado.
3.2 Diferentes Tipos de Estações de Tratamento de Efluentes
Vários tipos de estações são empregados no Brasil e no mundo. Entre as
principais ETEs presentes no Brasil destacam-se, segundo Santos (2006), as
seguintes:
 Lagoas de estabilização: os efluentes fluem continuamente para lagoas
construídas para o tratamento de águas. Esse tratamento pode ser aeróbico ou
anaeróbico, dependendo do tipo de lagoa (aerada ou facultativa). Normalmente
possuem um tempo maior de tratamento, podendo o efluente ser deixado em
tratamento por até mesmo vários dias.
 Disposição no solo: Os efluentes são dispostos no solo onde parte é
infiltrada, parte é evaporada e a maior parte é absorvida pelas plantas.
19
 Sistemas anaeróbios: Utiliza reatores Upflow Anaerobic Sludge Blanket
(UASB), onde os efluentes são tratados anaerobiamente por bactérias dispersas
no reator.
 Lodos ativados: o tratamento é realizado em duas partes, tendo início
em um reator biológico (tanque de aeração) e final em um decantador secundário.
A concentração de biomassa no reator é elevada e existe um sistema de aeração
para o tratamento aeróbio do efluente.
3.3 A Estação de Tratamento de Efluentes
Von Sperling (2005) explica que processo de tratamento de esgoto com
fluxo intermitente é o processo em que todas as etapas do tratamento de esgoto
acontecem em único tanque, ou mais de um, funcionando em paralelo, onde são
realizadas as operações de enchimento, reação, sedimentação, retirada do
sobrenadante e repouso. No caso da estação estudada são utilizados dois
tanques, sendo o primeiro tanque o responsável pela reação e o segundo tanque
por parte da reação e pela sedimentação, caracterizando uma estação do tipo
Lodos Ativados.
3.4 Parâmetros de Qualidade da Água
Os parâmetros para análise de qualidade da água de descarte foram
baseados Decreto Estadual 8.468/1976 (Artigo 18). Esses parâmetros são:

DBO5: máximo de 60 mg/L;

pH: entre 5,0 e 9,0;

Materiais sedimentáveis (MS): até 1,0 mL/L (teste de 1h em cone Imhoff).
A eficiência de uma estação é a porcentagem removida de um
determinado atributo do efluente. Sendo assim, Von Sperling (2005) não faz
qualquer distinção entre os termos “porcentagem de remoção” ou “eficiência”.
20
4 METODOLOGIA EXPERIMENTAL
O método utilizado foi o experimental, sendo analisados os seguintes
parâmetros físico-químicos: DQO, DBO, pH, Condutividade Elétrica, Turbidez,
Cor, Materiais Sedimentáveis e Dureza.
As amostras para a realização das análises foram coletadas em pontos
estratégicos que permitiram traçar um plano de ação baseado na eficiência de
cada uma das etapas do tratamento.
Os pontos de coleta das amostras foram:
 Entrada do tanque pulmão (Figura 1);
 Saída do primeiro tanque de aeração (Figura 2);
 Saída do segundo tanque de aeração (figura 3).
As análises iniciaram em setembro de 2013 e foram realizadas
semanalmente até outubro de 2013, tendo em vista a necessidade de
estabilização da ETE quanto a seus recursos e montagem.
Todas as análises, com exceção da análise de materiais sedimentáveis,
realizada no laboratório da ETE, foram realizadas na Faculdade de Roseira
(FARO)
Figura 1 – Caixa de Grade, entrada de todo o esgoto da
EEL-USP e saída para o Tanque Pulmão
FONTE: Do autor
21
Figura 2 – Saída do primeiro tanque de aeração
FONTE: Do autor
Figura 3 – Saída do segundo tanque de aeração
FONTE: Do autor
22
4.1 Metodologia das Análises Físico-Químicas
 DQO: Por conta de suas propriedades químicas exclusivas, o íon
dicromato (Cr2O7-2) é o oxidante especificado em alguns métodos de análise. Ele
é reduzido ao íon crômico (Cr+3) nestes testes. Ambos componentes orgânicos e
inorgânicos de uma amostra são sujeitos à oxidação. A extensão da oxidação de
uma amostra pode ser afetada pelo tempo de digestão, força do reagente e pela
concentração de DQO. A medição de DQO foi realizada em reator HACH DR
2010 (Standard Methods, 1998).
 Turbidez: O método indireto foi utilizado para estimar a turbidez do
efluente. Os resultados dos testes nefolométricos são reportados como unidade
nefolométrica de turbidez (NTU). A medição da turbidez foi realizada em reator
HACH DR 2010 (Standard Methods, 1998).
 Cor: Para se determinar a cor, a turbidez foi removida por pré-filtração,
antes da análise. O método utilizado foi o espectrofotométrico que permite o
cálculo de um valor de uma simples cor representando diferenças uniformes de
cromaticidade, mesmo quando a amostra exibe uma cor significativamente
diferente daquela dos padrões de platina cobalto. A medição de cor foi realizada
em reator HACH DR 2010 (Standard Methods, 1998).
 Condutividade: Utilizando um condutivímetro da marca Tecnopon,
modelo MCA 150, a amostra colocada em um béquer teve a condutividade
determinada em µS/cm.
 Dureza: Foi utilizado o método de titulação com ácido etileno diamino
tetra-acético (ETDA) que mede os íons de cálcio e magnésio e pode ser aplicado
com apropriada modificação a qualquer tipo de água.
23
 pH: Utilizando um pHmetro de bancada da marca Orion modelo 720 a
amostra colocada em um béquer teve o potencial hidrogeniônico medido.
 DBO: O método consistiu em encher com uma amostra, até o
transbordamento, um recipiente hermético, de 500 mL e incubá-lo a uma
temperatura de 20
+
10C, por 5 dias. O oxigênio dissolvido foi medido antes e
depois da incubação, e a DBO é computada da diferença entre a demanda de
oxigênio (DO) inicial e final. Porque a DO inicial é medida logo após a diluição,
todo o oxigênio tomado após esta medição foi incluído na medição do DBO. As
amostras para a análise de DBO podem se degradar, significativamente, durante
a estocagem entre a coleta e a análise, resultando em baixos valores de DBO.
Para evitar tal fato, deve-se minimizar a redução do DBO, analisando a amostra
prontamente ou resfriando a amostra até próximo a temperatura de congelamento
(4oC) durante a estocagem. Entretanto, mesmo com baixa temperatura, deve-se
manter o tempo de espera ao mínimo. Aquecendo a amostra gelada a 20
+
10C,
antes da análise.
 Materiais Sedimentáveis: Foi utilizado o método gravimétrico, em que a
um cone de Imhoff são adicionados 1000 mL do efluente que fica em repouso por
45 minutos. Posteriormente, com a ajuda de um bastão de vidro, o material preso
às bordas do cone é solto e então o material é colocado em repouso por mais 15
minutos para então a quantidade de matéria sedimentada existente no fundo do
cone ser medida.
4.2 Análises pela eficiência
Os resultados de eficiência foram calculados de acordo com a seguinte
fórmula:
ficiência ( )
do Sistema
ntrada do Sistema Saída do Sistema
x 100
ntrada do Sistema
24
4.3 A ETE do Campus I da EEL – USP
A Figura 4 ilustra a ETE do campus I da EEL – USP, demonstrando a
captação e os tanques de tratamento do processo.
Figura 4 – Fluxograma da ETE do Campus 1 – EEL/USP
FONTE: Elaborada pelo autor
A estação de tratamento de efluentes (ETE) da EEL-USP funciona
utilizando dois tanques de aeração (Figuras 5 e 6) em conjunto, sendo a entrada
do efluente acontece no primeiro tanque que vem do tanque pulmão (Figura 9) e
no segundo entra o efluente vindo do primeiro tanque.
25
Figura 5 – Primeiro tanque de aeração (reator) da
ETE – EEL/USP
FONTE: Do autor
Figura 6 – Primeiro tanque de aeração (reator) da ETE –
EEL/USP (Visão de cima).
FONTE: Do autor
26
Figura 7 – Segundo tanque de aeração (decantador) da ETE –
EEL/USP
FONTE: Do autor
Figura 8 – Segundo tanque de aeração (decantador) da ETE –
EEL/USP (visão de cima)
FONTE: Do autor
27
Figura 9 – Tanque pulmão da ETE – EEL/USP
FONTE: Do autor
.
Figura 10 – Válvula automática do segundo tanque de aeração
(decantador) da ETE – EEL/USP
FONTE: Do autor
.
28
O segundo tanque, após receber o efluente vindo do primeiro tanque,
funciona também como um reator biológico, uma vez que possui também um
sistema de aeração. Após o tempo de aeração completo, o segundo tanque tem
seu aerador desligado e passa então a funcionar como um decantador. Finalizado
o tempo de decantação, uma válvula automática (Figura 10) é acionada e o
sobrenadante do tanque é enviado para um tanque equalizador (Figura 11) e
então descartado diretamente no Ribeirão da Limeira (Figura 12), a cerca de 100
metros de seu desemboque no Rio Paraíba (Figura 13).
O processo trabalha no sistema batelada, e tem um volume máximo de
tratamento de aproximadamente 70 m³ de efluente por dia, quantidade
insuficiente para tratar todo o efluente do campus.
Figura 11 – Tanque de Equalização da ETE
EEL/USP
FONTE: Do autor
–
29
Figura 12 – Descarte do efluente da ETE –
EEL/USP no Ribeirão da Limeira
FONTE: Do autor
(a)
Figura 13
(b)
– Ribeirão da Limeira antes do descarte (a); Ribeirão da Limeira após
o ponto de descarte e desaguando no Rio Paraíba do Sul (b)
FONTE: Do autor
30
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta os resultados dos parâmetros físico-químicos
analisados a partir da coleta de amostras nos pontos estabelecidos na ETE da
EEL – USP
Tabela 1 – Resultados das análises físico química da Estação de Tratamento de
Efluentes (ETE) do Campus I da EEL – USP
AMOSTRA COLETA
pH
Condutividade
Cor
Turbidez
DQO
(µS/cm)
(Pt-Co)
(FAU)
(mg/L)
Dureza
1ª
Esgoto
Bruto
7,00
734,5
481
108
269
11/09/13
Reator
7,00
588,9
291
60
49
(De 16:00 h
às 16:30 h)
Efluente
Tratado
5,77
551,0
62
17
13
2ª
Esgoto
Bruto
6,78
585,2
261
83
912
1,77
25/09/13
Reator
6,94
552,6
253
67
236
2,48
(De 9:50 h
às 10:15 h)
Efluente
Tratado
7,05
377,2
95
17
10
1,23
3ª
Esgoto
Bruto
7,93
817,5
750
230
3560
2,60
10/10/13
Reator
7,33
700,6
192
25
23
2,12
(De 14:15 h
às15:05 h)
Efluente
Tratado
7,03
712,1
95
21
36
0,84
(*) – Não obteve resultado da Dureza, na 1ª amostra, devido a um problema com o aparelho.
*
*
*
31
O Gráfico 1 apresenta os resultados quanto à remoção de turbidez do
efluente da ETE – EEL/USP.
250
230
200
150
Esgoto Bruto (FAU)
108
Reator (FAU)
100
Efluente Tratado (FAU)
83
67
60
50
17
17
25
21
0
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Gráfico 1 – Resultado da turbidez (em FAU) no sistema da ETE-EEL/USP.
89,13%
3ª
Amostra
16,00%
90,87%
19,28%
2ª
Amostra
% Remoção (E/R)
74,63%
% Remoção (R/S)
79,52%
% Remoção (E/S)
44,44%
1ª
Amostra
71,67%
84,26%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Gráfico 2 – Eficiência de remoção de turbidez
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
32
Como é possível observar pela análise dos gráficos 1 e 2, a ETE foi capaz
de promover uma diminuição considerável no grau de turbidez dos efluentes, com
uma remoção média de 84,88%. Tendo em vista que a turbidez tem como causa
principal a presença de sólidos em suspensão, sólidos esses que podem facilitar
a aglutinação de bactérias patogênicas. O resultado é relevante. Outro fator de
aumento da turbidez pode ser a grande presença de lodo nas amostras finais.
Para uma maior retirada desses sólidos em suspenção, a utilização de filtros ao
final do processo poderia ser considerada. Também pode-se utilizar agentes
floculantes, como sulfato de alumínio, cloreto férrico e policloreto de alumínio
(PAC), para uma menor perda do lodo durante o processo.
O Gráfico 3 apresenta os resultados quanto à remoção de cor do efluente
da ETE – EEL/USP.
800
750
700
600
500
481
Esgoto Bruto (Pt-Co)
400
Reator (Pt-Co)
291
300
261 253
Efluente Tratado (Pt-Co)
192
200
100
62
95
95
2ª Amostra
3ª Amostra
0
1ª Amostra
Gráfico 3 – Resultado da Cor (em Pt-Co) no sistema da ETE-EEL/USP
33
74,40%
3ª
Amostra
50,52%
87,33%
3,07%
2ª
Amostra
% Remoção (E/R)
62,45%
% Remoção (R/S)
63,60%
% Remoção (E/S)
39,50%
1ª
Amostra
78,69%
87,11%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Gráfico 4 – Eficiência de Remoção de Cor
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
É possível perceber que a remoção de cor do efluente foi bastante acentuada
em pelo menos duas das amostragens. A análise de cor, uma vez que essa cor provem
de sólidos dissolvidos na amostra, mostra a variação na concentração desses sólidos,
mostrando que a estação é eficiente na remoção de possíveis metais dissolvidos nos
efluentes. Foge ao escopo desse trabalho, porém, a análise qualitativa desses metais.
O Gráfico 5 apresenta os resultados quanto à remoção de dureza do
efluente da ETE – EEL/USP.
34
3
2,6
2,48
2,5
2,12
2
1,77
Esgoto Bruto
1,5
1,23
Reator
1
0,84
Efluente Tratado
0,5
0 0 0
0
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Gráfico 5 – Resultado de Dureza no sistema da ETE-EEL/USP
18,46%
3ª Amostra
60,38%
67,69%
-40,11%
50,40%
2ª Amostra
30,51%
% Remoção (E/R)
% Remoção (R/S)
% Remoção (E/S)
0,00%
1ª Amostra
0,00%
0,00%
-60,00% -40,00% -20,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%
Gráfico 6 – Eficiência da diminuição da dureza
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
35
A variação apresentada pela dureza do efluente, sendo essa dureza
relacionada principalmente à quantidade de íons Mg+ e Ca+ presentes no efluente,
pode ser explicada pelo efluente proveniente dos laboratórios analíticos da
faculdade, sendo íons como esses alguns dos poucos jogados diretamente nas
pias. Porém, como a dureza máxima aceita para que a água seja considerada
potável, segundo Richter (2009), é de 100 mg/L, a dureza presente no efluente,
antes e após tratamento, é completamente aceitável.
O Gráfico 7 apresenta os resultados quanto à remoção de condutividade
do efluente da ETE – EEL/USP.
900
817,5
800
712,1
700,6
734,5
700
600
585,2
588,9
551
552,6
500
Esgoto Bruto (µS/cm)
377,2
400
Reator (µS/cm)
Efluente Tratado (µS/cm)
300
200
100
0
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Gráfico 7 – Resultado de Condutividade (em µS/cm) no sistema da ETE-EEL/USP
36
14,30%
-1,64%
3ª Amostra
12,89%
5,57%
2ª Amostra
31,74%
35,54%
% Remoção (E/R)
% Remoção (R/S)
% Remoção (E/S)
19,82%
1ª Amostra
6,44%
24,98%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
Gráfico 8 – Eficiência da Diminuição de Condutividade.
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
A condutividade é uma medida dos íons presentes na amostra, sendo
eles os responsáveis pela condução da eletricidade nos efluentes. Como foge ao
escopo desse trabalho analisar quantitativamente e qualitativamente a presença
desses íons, optou-se por, ao menos, mostrar a variação da concentração do
somatório deles durante o processo de tratamento. Como visto que mesmo os
íons mais esperados, como Ca+, estão presentes em quantidades irrisórias, é de
se esperar que o mesmo aconteça com íons mais problemáticos que, mesmo
presentes nas aulas de laboratório e nos departamentos de pesquisa, não são
descartados diretamente na rede de esgoto, sendo os mesmos coletados em
barricas para futura destinação.
O Gráfico 9 apresenta os resultados quanto à remoção de DQO do
efluente da ETE – EEL/USP.
37
4000
3560
3500
3000
2500
Esgoto Bruto (mg/L)
2000
Reator (mg/L)
1500
Efluente Tratado (mg/L)
912
1000
500
269
0
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Gráfico 9 – Resultado de DQO (em mg/L) no sistema da ETE-EEL/USP
-56,52%
99,35%
3ª Amostra
98,99%
74,12%
2ª Amostra
% Remoção (E/R)
95,76%
98,90%
% Remoção (R/S)
% Remoção (E/S)
81,78%
1ª Amostra
-100,00%
-50,00%
0,00%
73,47%
95,17%
50,00%
100,00%
150,00%
Gráfico 10 – Eficiência de Remoção de DQO
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
38
Como pode ser observado, a ETE conseguiu, em todas as análises, obter
uma eficiência de diminuição de DQO bastante elevada, conseguindo em todas
as situações deixar a DQO abaixo até mesmo dos padrões de lançamento
exigidos pela legislação vigente para a DBO5. É possível perceber uma anomalia
na terceira medição, que nos mostra um aumento da DQO entre um ponto e
outro, ao invés do contrário, porém, quando analisa-se os valores absolutos
(aumento de 23 mg/L para 36 mg/L), nota-se que essa anomalia pode ser
explicada por variações nas análises ou até mesmo devido ao tempo entre uma
amostragem e outra.
O gráfico 11 apresenta os resultados quanto à remoção de DBO do
efluente da ETE – EEL/USP.
600
562
500
400
Esgoto Bruto (mg/L)
300
Reator (mg/L)
Efluente Tratado (mg/L)
200
100
12
11,2
0
3ª Amostra
Gráfico 11 – Resultado de DBO (em mg/L) no sistema da ETE-EEL/USP
39
97,86%
3ª Amostra
% Remoção (E/R)
6,67%
% Remoção (R/S)
98,01%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
% Remoção (E/S)
120,00%
Gráfico 12 – Eficiência da Diminuição de DBO
(E/R: Entrada/Reator; R/S: Reator/Saída; E/S: Entrada/Saída)
A única medida de DBO5 realizada nesse trabalho corrobora os resultados
obtidos de DQO, mostrando uma grande eficiência na redução da DBO 5. Essa
quantidade está dentro dos limites, menor que 60 mg/L, estabelecidos pela
legislação estadual, Decreto Estadual 8.468/1976 (Artigo 18), mostrando que a
estação é eficiente no tratamento dos efluentes, com relação à DBO 5.
Gráfico 13 apresenta os resultados de pH do efluente da ETE – EEL/USP.
9
7,93
8
7
7
6,78 6,94
7
6
7,05
7,52
7,33
5,77
5
Esgoto Bruto
4
Reator
3
Efluente Tratado
2
1
0
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Gráfico 13 – Resultado de pH no sistema da ETE-EEL/USP
40
Os valores de pH, tanto de saída quanto de entrada possuem uma
variação inconstante durante as variadas etapas do tratamento, variando entre o
valor mínimo de 5,77 até o valor máximo de 7,5. Essa variação, entretanto, está
dentro da faixa de aceitação da legislação estadual, Decreto Estadual 8.468/1976
(Artigo 18), que está entre 5,00 e 9,00.
O Gráfico 14 apresenta os resultados de remoção de materiais
sedimentáveis do efluente da ETE – EEL/USP.
12,00
11,2
10,00
8,00
6,00
Esgoto Bruto (mL/L)
Efluente Tratado (mL/L)
4,00
1,90
2,00
0,00
3ª Amostra
Gráfico 14 – Resultado de Remoção de materiais sedimentáveis (em mg/L) no sistema da ETEEEL/USP
3ª
Amostra
94,74%
% Remoção (E/S)
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Gráfico 15 – Eficiência da remoção de materiais sedimentáveis
(E/S: Entrada/Saída)
100,00%
41
As análises mostram que o efluente final está praticamente livre de
materiais sedimentáveis, mostrando que o tratamento foi eficaz no tocante à essa
remoção.
Percebe-se que, com relação aos parâmetros exigidos pela legislação
estadual, como DBO, pH e MS, a estação está funcionando como esperado, mas
ainda assim perdura o fato de a estação não conseguir tratar todo o efluente do
campus, fazendo com que em algum momento o transbordo de seu tanque
pulmão envie esgoto não tratado diretamente para o Ribeirão da Limeira.
Sendo assim, o trabalho propõe abaixo algumas sugestões para trabalhos
futuros com o intuito de novos estudos de eficiência e adequação da ETE para um
volume maior de efluentes:
 Diminuição do tempo de reação/decantação: Com isso seria esperada
uma; diminuição da eficiência do tratamento, mas caso consiga-se manter o
efluente tratado nos níveis exigidos pela legislação, essa seria uma saída viável,
pois a diminuição do tempo de reação/decantação faria com que a estação
pudesse trabalhar com mais bateladas por dia, aumentando assim diretamente a
quantidade de esgoto tratado;
 Diminuição do tempo de decantação seguida da utilização de estrutura já
instalada para a filtração do efluente final.
A utilização de um filtro russo (Figura 14) para a filtração do efluente que
vem do segundo tanque poderia reduzir consideravelmente o tempo de
decantação, uma vez que o efluente vindo do decantador teria seu excesso de
lodo retido no filtro, que possui um sistema de recuperação do lodo, mandando-o
de volta ao primeiro tanque. Esse sistema poderia também ajudar em outros
parâmetros medidos como, por exemplo, a turbidez.
42
Figura 14 – Filtro Russo da ETE – EEL/USP
FONTE: Do autor
Tal sistema, que foi utilizado anteriormente quando a válvula automática
que controla a saída do segundo tanque deixou de funcionar, poderia aumentar
não apenas a quantidade de efluente tratada, mas também aumentar a eficiência
da estação como um todo, melhorando parâmetros como DQO, DBO e turbidez.
Para tanto, novas análises se fazem necessárias, utilizando esse sistema.
A seguir, um fluxograma que explica como seria o funcionamento da
estação com a utilização desse filtro:
43
Figura 15 – Fluxograma da ETE do Campus I com o filtro Russo – EEL/USP
FONTE: Elaborada pelo autor
44
6 CONCLUSÃO
Conclui-se que a estação, apesar de estar trabalhando no máximo de sua
capacidade, consegue seguir a legislação estadual vigente, pelo Decreto Estadual
8.468/1976 (Artigo 18), no que toca aos padrões de emissão do efluente tratado,
ao menos nos quesitos de DBO, MS e pH, e, uma vez que a eficiência é até mais
alta do que a requerida, chegando a enviar efluentes com até mesmo um décimo
do requerido, como com relação à MS, ou cerca de um sexto do requerido, com
relação à DBO, pode-se pensar em meios de aumentar a quantidade de esgoto
tratado sem a necessidade de grandes aumentos em infraestrutura, utilizando
para tanto mudanças no funcionamento da estação ou o uso de estrutura
existente, como é o caso do filtro russo. Outras maneiras também poderiam ser
utilizadas, como, por exemplo, a utilização dos tanques de equalização como
alívio para o tanque pulmão, ou a instalação de um novo tanque para ser usado
como tanque de decantação/reação, para o tratamento de mais efluente, evitando
assim o envio de esgoto in natura ao corpo receptor. Porém, caso qualquer
alteração seja realizada novas análises tornam-se necessárias para mensurar a
eficácia dessa nova configuração.
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA). Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Disponível
em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>.
Acesso em: 01 de Maio de 2013.
MIERZWA, José Carlos; HESPANHOL, Ivanildo. Água na indústria: Uso
racional e reuso. São Paulo: Oficina de Texto, 2005. 143 p.
NUVOLARI, Ariovaldo; MARTINELLI, Alexandre. Esgoto Sanitário: Coleta,
transporte, tratamento e reuso agrícola. 2. ed. São Paulo: Edgar Blücher, 2011.
565 p.
LOMBARDI, Joselaine Broetto. Efeito da condutividade no tratamento
biológico de um efluente industrial. APLYSIA Tecnologia para o Meio Ambiente,
2009. Disponível em: http://aplysia.com.br/blog/11-12-2009/estudo-o-efeito-dacondutividade-no-tratamento-biologico-de-um-efluente-industrial/>. Acesso em: 15
de Setembro de 2013.
RICHTER, Carlos A. Água: Métodos e Tecnologias de Tratamento. 1.
reimpressão. São Paulo: Editora Edigard Blucher LTDA, 2009. 340 p.
SANT'ANNA JUNIOR, Geraldo Lippel. Tratamento biológico de efluente:
Fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Interciência, 2010. 398 p.
46
SANTOS, Maria de Lourdes Florencio; BASTOS, Rafael Kopschitz Xavier;
AISSE, Miguel Mansur (Coord). Tratamento e utilização de esgotos sanitários. 1.
ed. Rio de Janeiro: ABES, 2006. 427 p.
SÃO PAULO (Estado). Decreto Estadual nº 8.468/1976 (Artigo 18), de 08
de setembro de 1976. Dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do
Meio Ambiente.
Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Servicos/licenciamento/postos/
legislacao/Decreto
stadual
VALENZUELA,
Julio.
.pdf>. Acesso em: 03 de Maio de 2013.
Tratamento
de
efluentes
em
indústrias
galvanotécnicas. 2. ed. São Paulo: Paginas & Letras Editora e Gráfica, 2008.
126 p.
VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao
tratamento de esgoto. 3. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia
Sanitária e Ambiental - Universidade de Minas Gerais (DESA/UFMG), 2005.
452 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuais; v. 1).
47
ANEXOS
Anexo A – Tabelas dos Resultados e discussão
Tabela 2 – Eficiência de remoção de turbidez nos diferentes pontos da ETE da EEL –
USP.
Coletas
Esgoto Bruto
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
108,00
83,00
230,00
Turbidez (FAU)
Efluente no
Efluente
Reator
Tratado
60,00
17,00
67,00
17,00
25,00
21,00
% de Remoção
84,26%
79,52%
90,87%
Tabela 3 – Eficiência de remoção da cor nos diferentes pontos da ETE da EEL – USP.
Coletas
Esgoto
Bruto
481,00
261,00
750,00
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Cor (Pt-Co)
Efluente no
Efluente
Reator
Tratado
291,00
62,00
253,00
95,00
192,00
95,00
% de Remoção
87,11%
63,60%
87,33%
Tabela 4 – Eficiência de Diminuição de dureza nos diferentes pontos da ETE da EEL –
USP.
Coletas
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Dureza
Efluente no
Efluente
Esgoto Bruto
Reator
Tratado
1,77
2,48
1,23
2,60
2,12
0,84
% de Remoção
30,51%
67,69%
48
Tabela 5 – Eficiência da Remoção de Condutividade.
Coletas
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Esgoto Bruto
734,50
585,20
817,50
Condutividade (µS/cm)
Efluente no
Efluente
Reator
Tratado
588,90
551,00
552,60
377,20
700,60
712,10
% de Remoção
24,98%
35,54%
12,89%
Tabela 6 – Eficiência de remoção de DQO nos diferentes pontos da ETE da EEL – USP.
Coletas
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
DQO (mg/L)
Efluente no
Efluente
Esgoto Bruto
Reator
Tratado
269,00
49,00
13,00
912,00
236,00
10,00
3560,00
23,00
36,00
% de Remoção
95,17%
98,90%
98,99%
Tabela 7 – Eficiência de remoção de DBO nos diferentes pontos da ETE da EEL-USP.
Coletas
3ª Amostra
DBO (mg/L O2)
Efluente no
Efluente
Esgoto Bruto
Reator
Tratado
562,00
12,00
11,20
% de Remoção
98,01%
Tabela 8 – Resultados de pH.
pH
Coletas
1ª Amostra
2ª Amostra
3ª Amostra
Esgoto Bruto
7,00
6,78
7,93
Efluente no Reator Efluente Tratado
7,00
6,94
7,52
5,77
7,05
7,33
49
Tabela 9 – Eficiência de remoção de materiais sedimentáveis nos diferentes pontos da
ETE da EEL – USP.
MS (mL/L)
Coletas
Amostra
Esgoto Bruto
Efluente Tratado
% de Remoção
1,90
0,10
94,74%
50
Anexo B - Decreto Estadual nº 8.468/1976 (Dos Padrões de Emissão - Artigo 18),
de 08 de setembro de 1976. Dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição
do Meio Ambiente.
DECRETO N. 8.468, DE 8 DE SETEMBRO DE 1976
Aprova o Regulamento da Lei n. 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a
Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente
Paulo Egydio Martins, Governador do Estado de São Paulo, no uso de
suas atribuições legais, decreta:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento, anexo ao presente Decreto, da Lei
n. 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e controle da
poluição do meio ambiente.
Art. 2° - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Paulo Egydio Martins - Governador do Estado.
(D.O.E. Executivo, de 09.09.76)
ANEXO A QUE SE REFERE O DECRETO N. 8.468, DE 8 DE SETEMBRO DE
1976
REGULAMENTO DA LEI N. 997, DE 31 DE MAIO DE 1976, QUE DISPÕE
SOBRE A PREVENÇÃO E O CONTROLE DA POLUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE
SEÇÃO II
Dos Padrões de Emissão
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Art. 17 - Os efluentes de qualquer natureza somente poderão ser
lançados nas águas interiores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas, situadas
no território do Estado, desde que não sejam considerados poluentes, na forma
estabelecida no artigo 3º deste Regulamento.
Parágrafo Único - A presente disposição aplica-se aos lançamentos feitos,
diretamente, ou indiretamente, por fontes de poluição através de canalizações
pública ou privada, bem como de outro dispositivo de transporte, próprio ou de
terceiros.
Art. 18 - Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nas coleções de água, desde que obedeçam às
seguintes condições:
(Ver: Resolução SMA n. 3, de 22.02.00)
I - pH entre 5,0 (cinco inteiros), e 9,0 (nove inteiros);
II - temperatura inferior a 40ºC (quarenta graus Celsius);
III - materiais sedimentáveis até 1,0 ml/l (um milímetro por litro) em teste
de uma hora em "cone imhoff";
IV - Substâncias solúveis em hexana até 100 mg/l (cem miligramas por
litro);
V - DBO 5 dias, 20ºC no máximo de 60 mg/l (sessenta miligrama por litro).
Este limite somente poderá ser ultrapassado no caso de efluentes de sistema de
tratamento de águas residuárias que reduza a carga poluidora em termos de DBO
5 dias, 20ºC do despejo em no mínimo 80% (oitenta por cento);
VI - concentrações máximas dos seguintes parâmetros:
a) Arsênico - 0,2 mg/l (dois décimos de miligrama por litro);
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b) Bário -5,0 mg/l (cinco miligramas por litro);
c) Boro -5,0 mg/l (cinco miligramas por litro);
d) Cádmio - 0,2 mg/l (dois décimos de miligrama por litro);
e) Chumbo - 0,5 mg/l (cinco décimos de miligrama por litro);
f) Cianeto - 0,2 mg/l (dois décimos de miligrama por litro);
g) Cobre -1,0 mg/l (um miligrama por litro);
h) Cromo hexavalente - 0,1 mg/l (um décimo de miligrama por litro);
i) Cromo total - 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro);
j) Estanho - 4,0 mg/l (quatro miligramas por litro);
k) Fenol - 0,5 mg/l (cinco décimos de miligrama por litro);
l) Ferro solúvel (Fe2 +) -15,0 mg/l (quinze miligramas por litro);
m) Fluoretos -10,0 mg/l (dez miligramas por litro);
n) Manganês solúvel (Mn2 +) -1,0 mg/l (um miligrama por litro);
o) Mercúrio - 0,01 mg/l ( um centésimo de miligrama por litro );
p) Níquel - 2,0 mg/l (dois miligramas por litro);
q) Prata - 0,02 mg/l (dois centésimos de miligrama por litro);
r) Selênio - 0,02 mg/l (dois centésimos de miligrama por litro);
s) Zinco -5,0 mg/l (cinco miligramas por litro).
VII - outras substâncias, potencialmente prejudiciais, em concentrações
máximas a serem fixadas, para cada caso, a critério da CETESB;
VIII - regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 (um vírgula
cinco) vezes a vazão média diária.
(Com redação dada pelo Decreto n. 15.425, de 23.07.80)
§ 1º - Além de obedecerem aos limites deste artigo, os efluentes não
poderão conferir ao corpo receptor características em desacordo com o
enquadramento do mesmo, na Classificação das Águas.
§ 2º - Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos
ou emissões individualizados, os limites constantes desta regulamentação aplicarse-ão a cada um destes, ou ao conjunto após a mistura, a critério da CETESB.
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§ 3º - Em caso de efluente com mais de uma substância potencialmente
prejudicial, a CETESB poderá reduzir os respectivos limites individuais, na
proporção do número de substâncias presentes.
§ 4º - Resguardados os padrões de qualidade do corpo receptor, a
CETESB poderá autorizar o lançamento com base em estudos de impacto
ambiental, realizado pela entidade responsável pela emissão, fixando o tipo de
tratamento e as condições desse lançamento.
(Incluído pelo Decreto n. 15.425, de 23.07.80).
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