A FERROVIA COMO CONTINUIDADE DA APOSTA NO MAR Luís Manuel dos Santos Batista Associação – Barreiro Património Memória e Futuro Tema que será desenvolvido terá por base a sequência abaixo indicada: 1. A realidade actual do País face à concorrência ibérica O Ministério do Fomento espanhol apresentou um plano de investimento no transporte ferroviário de mercadorias no valor de 7 mil milhões de euros. Este investimento terá como objectivo potenciar o tráfego ferroviário de mercadorias, interligá‐lo e complementá‐lo com outros meios de transporte, com centros logísticos e com os seus portos. O governo espanhol pretende assim apresentar Espanha “como a porta de entrada e saída da Europa, para a América e para a Ásia”. Numa altura em que Portugal se encontra num impasse quanto ao futuro da Alta Velocidade e se encontra em vias de se querer reposicionar no aproveitamento do Mar e dos seus infinitos recursos, o que pensa fazer a classe política e o ministério competente perante tais desafios? 2. Alargamento do Canal do Panamá – Os novos paradigmas de Portugal como Plataforma Logística de referência. O novo canal do Panamá irá permitir a passagem de navios de 13.000 TEUs, o que significa dizer que para a maioria dos ULCS (Ultra Large Container Chips) se abre um novo mundo de oportunidades. Portugal está referenciado no circuito marítimo internacional através do seu porto de Sines e irá gozar de relevantes oportunidades uma vez que a lógica destes serviços marítimos assenta no aproveitamento dos portos mistos e das suas redes de transporte terrestre rodo‐ferroviárias. Inserem‐se nesta categoria de portos mistos, o porto de Barcelona, Valência e SINES que à sua função de HUB juntam a função de Gateway, competindo entre eles pelo mercado ibérico. Como já se percebeu, a Espanha já está a dar um passo em frente para concorrer a esta nova realidade. No entanto, se Barcelona e Valência usufruem da proximidade ao Suez, a abertura do Panamá poderá equilibrar a posição de SINES que goza de inegáveis vantagens de tempo e trânsito. Para Sines reforçar a sua localização estratégica e para Portugal assumir‐se como plataforma logística de referência, é tido como fundamental a futura LIGAÇÃO FERROVIÁRIA Lisboa‐Madrid bem como a construção da Terceira Travessia. 3. Os Gateways ferroviários e o Mar com factores diferenciadores e de valorização. É da maior importância a excelente localização geográfica dos nossos portos, sendo que no caso de SINES, os navios que operam na rota Ásia‐Europa.Ásia passam na frente do seu porto, não obrigando por isso a desvios. Por outro lado, a localização de SINES no cruzamento das rotas Norte‐Sul e Este‐Oeste fazem dele um porto excepcionalmente bem localizado para servir os mercados do Atlântico Sul. Dentro deste contexto, mais do que nunca é de capital importância a interligação entre o Mar e os Gateways ferroviários, uma oportunidade que poderá fazer a diferença entre o nosso mas rico recurso, o Mar, e uma ferrovia que gozando da sua ligação à RNE‐ RAIL NET EUROPE poderá sair mais rica e dinamizada que nunca. 
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Luís Manuel dos Santos Batista