Barreiro | Artesfera - Núcleo de Artes Plásticas
Encontro “Arte e Local”
“Arte no interesse público”
Daniel Figueiredo
Esta apresentação é uma colagem de textos de diversos autores:
Fernandes Dias / Gabriela Vaz Pinheiro / Miwon Kwon / Grant Kester / Claire Doherty / Arlene Raven
Nicolas Bourriaud / Hal Foster / Nina Felshin / Boaventura Sousa Santos / Paloma Branco / Douglas Crimp
Lucy Lippard / Jesus Carrilho / Marcelo Expósito / Suzanne Lacy / Martha Rosler / Suely Rolnik
-Contextualização no interior da “Arte Pública”
-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção
artística
-A modernidade em questão
-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da “Arte Pública”
Introdução a três paradigmas da “Arte Pública”
1-Arte em Espaço Público
2-Arte como Espaço Público
3-Arte no Interesse Público
Esta sequência constitui uma genealogia da “Arte Pública”
-dependente da espacialidade (num 1º momento)
-para uma progressiva contextualização das acções
-tornando-se complexa e multidimensional
Estes três paradigmas competem entre si
-e por vezes entrecruzam-se
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
1-Arte em Espaço Público
As obras são frequentemente réplicas ampliadas das obras que
estão nos museus ou nos estúdios dos artistas
-são Arte Privada em Espaços Públicos
-objectos autónomos e auto-suficientes: buscam
as relações internas em detrimento do lugar em que se inserem
-Motivações
-Obra
-Local
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
1-Arte em Espaço Público
Motivações:
-elevação estética para um público mais vasto
-embelezamento e humanização do ambiente urbano
-regeneração urbana
-servindo muitas vezes, no entanto, mais para:
-a promoção dos artistas e das instituições
-o interesse privado de empresas locais
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
1-Arte em Espaço Público
Motivações:
Ou seja, as áreas urbanas são vistas como um novo espaço de
exibição:
-há o desejo de expandir o mercado da arte
-patrocinado por empresas
-que pretendem revitalizar as cidades (em
colapso com os crescentes problemas sociais)
-não fomentando a participação democrática
-nem promovendo o público
-mas os interesses privados
-levar a arte para junto do público
-mas uma arte que se referencia apenas
a si própria
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
1-Arte em Espaço Público
Obra:
-não envolve o público, para o qual a obra é quase sempre
inacessível
-na maioria, é indicativa da maneira de trabalhar pessoal do autor
-centrando o debate no estilo artístico e menos nos
valores públicos
-quando se trata de uma temática comum,
-surge a glorificação de uma versão da História que
exclui longos segmentos da população local
-tem muitas vezes um efeito decorativo, ou um efeito de
estranheza
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da “Arte Pública”
1-Arte em Espaço Público
Local:
-um cenário (ou um pedestal) para elevar a obra
-um suplemento visual
-um elemento estranho à obra
-há a separação entre a arte e o local
-relação por vezes estéril e gratuita
-uma extensão do museu
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
2-Arte como Espaço Público
Há uma deslocação do objecto auto-contido para
-o contexto do objecto com o espaço
-é a denominada arte de sítio-específico
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
2-Arte como Espaço Público
Procura tornar visível o espaço com objectos específicos para o
espaço
-os objectos devem ser apropriados para o sítio e as
suas especificidades devem influenciar, senão, caracterizar o
objecto
-isto, através dos aspectos fenomenológicos do sítio em
que se desenvolve a obra
Ir para além do objecto com pedestal adaptável a qualquer
localização
-a arte de sítio-específico é projectada para um espaço
particular
-tem em conta as suas qualidades físicas e visuais
-mas não abandona o formalismo
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da “Arte Pública”
2-Arte como Espaço Público
A obra acontece no design do local
-existe a crença da utilidade da arte pública sob uma
forma de funcionalismo falacioso (aproximando a arte do design
e da arquitectura comum)
-procura-se criar uma harmonia, uma continuidade suave
e amável
-independentemente de um contexto de agenda
pública inclusivo e participado
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
3-Arte no Interesse Público
Como último género da genealogia
-a obra procura dar conta e incluir os espectadores e as
suas aspirações
-passa-se do lugar geométrico para o contexto
da comunidade, para a especificidade do grupo
-num determinado local,
-ou numa determinada situação
-as propostas têm de assegurar
-a arte junto da população
-o envolvimento da comunidade
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
3-Arte no Interesse Público
Combina-se ideias de
-teoria social e política; -urbanismo; -design urbano; teoria da cidade; -estudos culturais; -sociologia; antropologia; activismo; -etc...
-com o objectivo de dar “voz”/ reconhecimento às
populações do lugar.
A especificidade social e política são constitutivas da obra
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da ‘Arte Pública’
3-Arte no Interesse Público
Na “Arte como Espaço Público”, tanto o observador como o
espaço são constituídos à imagem da obra (são entidades
abstractas);
-nesta nova situação é a imagem da obra que é
constituída à imagem do lugar/contexto e do observador
-o espaço enquanto dimensão espacial socialmente
produzida, para além do sítio geométrico
-o sujeito tido como múltiplo e não mera generalização
fenomenológica)
Arte no Interesse Público
Contextualização no interior da “Arte Pública”
3-Arte no Interesse Público
À atenção aos detalhes topográficos do terreno em que a obra
assenta, e ao seu contexto estético, acrescenta-se uma dimensão
social que se refere à história humana e à memória, ao uso, e às
agendas políticas relevantes para um lugar específico.
O que leva a dar prioridade, nas suas estratégias de trabalho, à
relação com o seu público, podendo essa relação, às vezes,
tornar-se ela própria a obra de arte.
-são exploradas as fronteiras sociais e políticas do real, e
os trunfos estéticos são re-volvidos no que acaba por ser uma
espécie de laboratório de sociabilidades, de estética do
quotidiano;
-contemplando e investigando os modos como essas
fronteiras são construídas, ou criando novos modelos de
interacção e de organização social.
Arte no Interesse Público
-Contextualização no interior da “Arte Pública”
-Contextualização numa perspectiva mais geral da
produção artística
-A modernidade em questão
-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Existem duas orientações estruturantes para as diversas práticas
artísticas em conflito na contemporaneidade
-um Eixo Vertical
-um Eixo Horizontal
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Vertical
O modernismo formal situa-se num eixo vertical que é temporal e
diacrónico (a dimensão histórica da arte)
-a História da arte progride segundo constantes
Regressos históricos (próprios dos movimentos dialécticos)
-proporcionando uma Narrativa Histórica denominada
como História da Arte Ocidental
-para este efeito, a Renascença foi fundamental: uma
circunstância em que
-procurou-se compreender as diversas culturas numa
única Narrativa
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Vertical
O modernismo continua com a noção dialéctica (não quebra com
o passado)
-preservou o lado histórico (como Hegel)
-enfatizou o lado categórico da arte visual (como Kant)
-A arte procurou defender a sua área de
competência
-sobrevivendo no tempo
-mantendo os exemplos por excelência
do passado
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Vertical
São estabelecidos critérios disciplinares de qualidade
-julgados em relação com os padrões artísticos do passado
-baseados no pressuposto da existência de formas intrínsecas da
arte (elaborações de especificidade do médium)
O resultado é uma História que se desenvolve
-como se fosse neutra e independente da vontade do Homem
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Horizontal
O modernismo da vanguarda (no início do século XX) está situado
num eixo horizontal que é espacial e sincrónico
-procurou quebrar com o passado
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Horizontal
Uma nova-vanguarda (a partir do anos 60) procurou manter estes eixos numa
coordenação crítica:
-procurou que a dimensão histórica da arte fosse aberta às
possibilidades do presente:
-desenvolvendo o eixo horizontal ou a dimensão social da arte
-inserindo no trabalho criativo
-a abertura para outros eixos verticais e outras
dimensões históricas
-com base:
-num valor de interesse, provocado pelo testar dos
limites culturais do presente
-em problemas discursivos à volta da arte
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Horizontal
O eixo horizontal é disposto no espaço
-e move-se de debate em debate, tantos quantos os locais para a obra
A expansão horizontal promove
-os locais e as audiências no interior da arte e da teoria
-O que implica:
Arte no Interesse Público
Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
Eixo Horizontal
-falar de arte e cultura num campo expandido da sociedade
-deixando para trás as distinções intransponíveis de alta e
baixa tanto para a arte como para a cultura
-afirmar que o valor dos cânones não é um a priori
-afirmar que o especialismo não deve ser afastado (sob o rótulo de
elitismo)
-colocar em igual responsabilidade o artista e o observador
-de projecto para projecto cada um deverá aprender em
profundidade o discurso e as representações
Arte no Interesse Público
-Contextualização no interior da “Arte Pública”
-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística
-A modernidade em questão
-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
Arte no Interesse Público
A modernidade em questão
No projecto da modernidade, podemos distinguir duas formas de
conhecimento:
-o conhecimento-regulação,
-cujo ponto de ignorância se designa por caos
-e cujo ponto de saber se designa por ordem,
-e o conhecimento-emancipação,
-cujo ponto de ignorância se designa por colonialismo
-e cujo ponto de saber se designa por solidariedade.
Arte no Interesse Público
A modernidade em questão
Apesar de estas duas formas de conhecimento
-estarem ambas inscritas na matriz da modernidade eurocêntrica,
-o conhecimento-regulação veio a dominar totalmente o
conhecimento-emancipação.
Isto deveu-se ao modo como a ciência moderna
-se converteu em conhecimento hegemónico
-e se institucionalizou como tal.
Arte no Interesse Público
A modernidade em questão
Nesta forma de conhecimento-emancipação,
-a ignorância é o colonialismo
-e o colonialismo é a concepção do outro como objecto,
-e, consequentemente, o não reconhecimento do outro
como sujeito.
-o conhecer é reconhecer, é progredir
-no sentido de elevar o outro
-da condição de objecto à condição de sujeito.
Arte no Interesse Público
A modernidade em questão
Estamos tão habituados a conceber o conhecimento
-como um princípio de ordem
-sobre as coisas
-e sobre os outros
-que é difícil imaginar uma forma de
conhecimento que funcione como princípio de solidariedade.
Arte no Interesse Público
-Contextualização no interior da “Arte Pública”
-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção
artística
-A modernidade em questão
-A “Arte no Interesse Público” assenta no
compromisso social
-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Activismo Sócio-Cultural
-O Artista está ao lado do Outro Comunitário
-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Activismo Sócio-Cultural
-O Artista está ao lado do Outro Comunitário
-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
Activismo Sócio-Cultural
É uma forma de trabalhar que se assemelha à actividade social e política
-distinguindo-se pela sensibilidade estética
-não é apenas sobre o tema / o local para a arte
-mas sobre a expressão estética de um sistema de
valores activado
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
Activismo Sócio-Cultural
A “Arte no Interesse Público”
-é uma História alternativa à “Arte Pública”, feita no
desaguar dos desenvolvimentos de vários grupos de vanguarda
-feministas / étnicos / marxistas / artistas dos
media / outros activistas
-cujos interesses comuns são
-políticas de esquerda
-activismo sócio-cultural
-públicos redefinidos
-relevância das comunidades
-metodologia colaborativa
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Activismo Sócio-Cultural
-O Artista está ao lado do Outro Comunitário
-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
Arte no Interesse Público
A ‘Arte no Interesse Público’ assenta no compromisso social
O Artista está ao lado do Outro Comunitário
A comunidade/público são constitutivos do lugar
-portanto, o artista é sensível aos assuntos, necessidades e
interesses comunitários
-o artista está ao lado do Outro Comunitário (numa
relação de reciprocidade)
-e não funcionando como patrono ideológico
Interessa a reflexão sobre as consequências e os efeitos reais das obras
-no contexto comunitário
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
O Artista está ao lado do Outro Comunitário
O que o artista faz é procurar elaborar dispositivos estéticos para
-canalizar vontades
-proporcionar encontros
-intervindo no devir comunitário
-transformando as interacções humanas num
espaço de acção contextualizado
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Activismo Sócio-Cultural
-O Artista está ao lado do Outro Comunitário
-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
As obras:
-servem como protótipos de relações entre
-trabalho artístico
-ampla variedade de problemáticas culturais,
sociais e políticas
-desenvolvem processos de colaboração e diálogo
-socialmente comprometido
-conscientemente reflexivo
-proporcionam uma experiência transformativa
-transformam o trabalho
-e transformam os participantes
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
As relações de poder (implícitas na obra) são expostas no
processo de criar
-pretende-se encontrar formas
-não para educar audiências para a arte
-mas para construir estruturas de partilha de
poder no fazer da arte e da cultura
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
O conteúdo da obra define os seus agrupamentos ao mesmo
tempo que é definido por estes
-Os agrupamentos proporcionam
-influências recíprocas
-opções de encontro
-produzindo uma abordagem fluida e
de processo-orientado
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
O Problema é conseguir um modo de relação dialógico,
-uma negociação entre os diferentes participantes da
situação
Arte no Interesse Público
A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva
Esta arte de compromisso social projecta uma forma de sociedade
-um projecto partilhado com outros que não são artistas,
trabalhando de diferentes maneiras e em diferentes contextos
A obra de arte é acedida em parte pelo seu relacionamento com
as proposições sociais colectivas que subscreve
-a arte torna-se uma declaração de valores tal como uma
reflexão sobre os modos de ver
Arte no Interesse Público
-Contextualização no interior da “Arte Pública”
-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção
artística
-A modernidade em questão
-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social
-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”
1-“Mera Vista Point”, em São Paulo, no ano de 2002, por Maurício
Dias e Walter Riedweg
2-“Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público”,
em Nuremberga, no ano de 2000, pelo colectivo WochenKlausur
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
Largo da Concórdia do Bairro Brás de São Paulo, 2002
-uma das maiores concentrações de Vendedores de Rua do Brasil.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
Trinta e três vídeos de um minuto de duração sobre e com os trinta e
três vendedores de rua do Largo da Concórdia do Bairro Brás.
Os vendedores falam sobre os produtos que vendem
-miniaturas diversas, imitações, objectos kitsh: coisas baratas,
a maioria das quais custavam um real
-essas coisas reflectiam a percepção da população proletária
muito condicionada pelos meios de comunicação de massas.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
São coisas pequenas, baratas e coloridas, e também bastante feias e
inúteis,
-mas que imitam ou aludem aos produtos originais divulgados
pelos meios.
As classes mais baixas de uma sociedade, diante da propaganda,
recriam imitações desses produtos e consomem-nos, convertendo-os
em uma espécie de moda de massas, um culto do kitsh
-Ferraris vermelhos de plástico como o que tem o Ronaldinho,
ou toalhas de praia com a Tiazinha.
Esses vídeos de um minuto formavam parte de uma instalação no
interior da praça ao longo de dois meses.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
No interior das tendas elevou-se uma torre de seis metros que era uma
outra espécie de tenda que serviu de bar (vendia cafés, cerveja, bolos,
pratos preparados e cartões de telefone)
-funcionava também como um vídeo-bar
Formava o ponto central do projecto
-ao meio-dia serviam-se almoços e aos fins de semana
celebravam-se animados bailes de forró até altas horas da noite
-dele se podia ver toda a praça,
-com os pés aproximadamente à altura das lonas
das tendas.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
Sobre a rede de lonas de diversas cores que cobre todas as barracas da
praça,
-foram colocadas trinta e três lonas impressas com os retratos
a preto e branco dos trinta e três vendedores que participaram no
projecto.
Colocaram-se monitores no interior de cada tenda dos vendedores
participantes
-cada monitor exibia o vídeo feito no local de cada vendedor
-os vendedores puderam ficar no final com o televisor e o
vídeo utilizados uma vez finalizada a exposição.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Mera Vista Point
Fez-se cópias dos vídeos e estas foram distribuídas pelas tendas
-não estavam à venda, mas serviam de incentivo para
aumentar as vendas e não como um produto artístico
-quem gastar mais de trinta reais em produtos do
vendedor, recebia um vídeo.
O vídeo introduziu-se como um incentivo no mercado local, não só como
um produto artístico.
Desta maneira, a intervenção abarcou também um contexto económico
no seu processo. As vendas incrementaram-se consideravelmente
durante esse período.
Arte no Interesse Público
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público
O grupo WochenKlausur lida com o tópico da mediação no que
respeita a conflitos abertos em Nuremberga.
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
Arte no Interesse Público
Engenhosas discussões foram criadas em situações
-onde as negociações não eram possíveis
-ou onde as disputas se tornaram emocionalmente
carregadas.
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
Arte no Interesse Público
Partidos e organizações de uma ampla diversidade de campos
reuniram-se para discutir em três pavilhões construídos em
localizações centrais de três cidades de Nuremberga
-A duração dos encontros era limitada num tempo
aproximado de duas horas
-fez-se um total de trinta e dois encontros
-condicionados na maior parte das vezes a dois
participantes e um mediador
-muitos dos participantes encontraram-se pela
primeira vez
-os encontros foram sempre fechados ao público
-o qual, no entanto, foi colocado ocorrente.
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
O dono de uma agência de viagens turca, por exemplo, discutiu
políticas regionais em relação aos estrangeiros e as declarações
dúbias prestadas pelos políticos da União Social-Cristã com um
seu jovem representante.
Membros da sociedade de estudantes de ultra-direita falaram com
jovens punks.
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
Arte no Interesse Público
O responsável da cidade de Nuremberg pelos Assuntos Legais
reuniu com o Director de uma organização que assiste as pessoas
que procuram asilo para discutir o assunto da decisão
discricionária da “prática de deportação”.
Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’
Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
Qu i c k T i m e ™ a n d a
T I F F (U n c o m p re s s e d ) d e c o m p re s s o r
a re n e e d e d to s e e t h i s p i c t u re .
Arte no Interesse Público
As séries de iniciativas continuadas, a discussão dos participantes
e a sua resposta positiva
-levou o WochenKlausur a desenvolver uma estrutura
para a continuação das discussões.
-Factores essenciais podem ser identificados
-a remoção dos conflitos prévios partidários do
seu contexto usual
-a noção de espaço de conflito
-a presença dos media.
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APRESENTAÇÃO/TEXTO “Arte no interesse público”