A BATATA
A batata (Solanum tuberosum) é uma planta herbácea que pode atingir mais de cem
centímetros de altura e produz um tubérculo - a batata - rico em amido. Pertence à
família Solanaceae, e compartilha o género Solanum com pelo menos outras mil espécies,
como o tomate e a beringela. A Solanum tuberosum é dividida em duas subespécies
levemente diferentes: a andigena, que é adaptada às condições de dia curto e é cultivada
somente nos Andes (América do Sul), e a tuberosum, a batata que é cultivada por todo o
mundo, que se acredita ser descendente da introdução da subespécie andigena na Europa,
que se adaptou aos dias mais longos.
A batata era um tubérculo visto com desconfiança e hostilidade pelos europeus no século XVI,
em que chegou a ser acusado de provocar doenças como a lepra, o raquitismo e a tuberculose
e de dar às bruxas o poder de voar. Lentamente, a batata foi subindo, tímida mas
persistentemente, na hierarquia dos produtos gastronómicos, perdendo o estigma de alimento
que servia apenas para dar aos porcos e a prisioneiros, popularizando-se, nas mesas de todas
as classes sociais.
Originária da região do Lago Titicaca, na fronteira entre o Peru e a Bolívia, onde já era
plantada há oito mil anos, a batata foi introduzida na Europa pelos conquistadores espanhóis,
durante o século XVI. Os navegadores espanhóis, por volta de 1580, ao regressarem das
Américas trouxeram com eles a batata com que se tinham deparado no Peru. Daí, expandiu-se
para a Itália e Estados Pontifícios, França e Alemanha. Ao chegar a Portugal ficou conhecida
como «castanha da terra», uma vez que desempenhou um papel importante na substituição
desta nos nossos hábitos alimentares.
Mas seria apenas no século XVIII, graças ao farmacêutico do exército francês Antoine-Augustin
Parmentier, que se reconheceu finalmente as potencialidades da batata. Parmantier
descobriu as suas qualidades nutritivas durante o período em que esteve preso na Prússia
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(parte da atual Alemanha), onde a batata começou a ser largamente consumida. Ainda hoje,
um dos pratos mais tradicionais da Alemanha é a Salada de Batata. Quando regressou a casa,
Parmentier tratou de popularizar o seu consumo, devido à instabilidade política e
consequente penúria que se seguiram à Revolução Francesa, em 1789.
No entanto, seria a fome que grassou em vários países europeus que viria a contribuir em
definitivo para a popularidade da batata como alimento eficaz e barato. Em 1850, na Irlanda,
ocorreu «a grande fome da batata» onde o tubérculo era a base da alimentação da população
– uma praga dizimou os batatais do país, provocando um milhão de mortes e a emigração de
outro milhão para os E.U.A.
Hoje em dia, a batata representa o quarto alimento mais consumido em todo o mundo (mais
de mil milhões), só perdendo para o trigo, o arroz e o milho.
Segundo o Centro Internacional da Batata, no Peru, existem mais de quatro mil variedades,
encontradas sobretudo nos Andes, na América do Sul. São classificadas pela forma (compridas
ou redondas) e pela cor da casca, que pode ser branca, castanha-avermelhada ou vermelha.
As mais utilizadas em Portugal, com uma produção anual superior a 700 mil toneladas, são a
Desirée, a Kennebec, a Jaerla, a Spunta, a Monalisa, a Marine, a Asterix e a Stemser.
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As batatas são consumidas de várias maneiras.
Aqui ficam alguns exemplos:
Puré de Batata
Batata Recheada
Puré de Batata
Batata Assada
Batata Frita (chips)
Batata Salteada
Batata a Murro
Batata Frita (à francesa)
Salada de Batata
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CURIOSIDADES
Base original da vodka, que depois passou a ser feita também de cereais.
Tubérculo usado em comida para animais domésticos, em medicamentos e
cosméticos.
O amido de batata utilizado como espessante em sopas e molhos.
Na indústria têxtil, foi usada como adesivo e no fabrico de placas.
O Museu da Batata, fundado em 1975, em Bruxelas, é o primeiro museu dedicado à batata e
tem a maior coleção do mundo deste tubérculo.
Saiba mais em www.potatomuseum.com
Carmo Ribeiro
Profª de H.G.P.
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