Apresentação do Vale Sagrado e de Ollantaytambo
Eric Sémeillon
O povoamento do Vale Sagrado dos Incas vem da época da influência do planalto
“Tiahuanaco”, há centenas de anos, segundo as crônicas e os arquivos dos Indios.
Os povos Aymara do lago Titicaca, tendo sofrido com as chuvas fortes que os levaram a
perder suas casas e suas terras agrícolas, chegaram ao Vale Sagrado do Incas à procura de
melhores terras : elas eram férteis e a água abundante. O Vale Sagrado dos Incas foi fundado
pelos povos Pisac, Yanahuara, Chilca, Lares, Maras, Calca, Urubamba; eles se reuniram para
formar o Império dos Incas, 1200 anos AC
Segundo o que conta Guaman Poma Ayala , no século XVII, existe na colina de Pinkuylluna
em Ollantaytambo, uma escultura de um Wiracochan: Tunupa. Este personagem ensinou a
tecelagem, a agricultura e o fato dele usar um chapéu de quatro pontas simboliza a presença
de um Astrônomo que podia predizer as chuvas , conhecendo o tratamento e a estocagem dos
alimentos, bem como as épocas para plantar e colher.
Esta imagem é também representada num pote de barro do século XVI. O personagem com
chapéu de quatro pontas, mede 140 metros e altura, misturando-se com a paisagem, ele
representa a maior escultura do mundo. Todo dia 22 de dezembro, podemos observar que o os
raios solares incidem sobre sua cabeça, mostrando assim a sabedoria em Tunupa.
Este personagem carrega semeaduras alimentícias e ferramentas, símbolos da abundância:
uma semelhança impressionante com Kokopelli !
Em Ollantaytambo, existe igualmente a pirâmide Pakaritampu, conhecida pelo nome de
“Saywa”, de 34 metros de altura, cuja construção foi dirigida pela montanha Verônica. E tem
ainda o milho que é cultivado nos terraços, restam a descobrir os tesouros no interior....
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Os Incas tinham os cabelos curtos, de acordo com as ilustrações de Guamam Poma Ayala.
Sua intimidade com o sol impregna a arqueologia, as paisagens e a astronomia.
Nós estamos continuando um projeto do Império dos Incas, onde há o bem estar ,a nutrição,
a terra e as roupas.
Existem 33 dialetos Quechua e Aymara que vieram mais do centro do Peru que do
planalto.Os antigos Peruanos criaram sua própria língua criaram suas plantas e seus animais.
Eles trabalharam a terra, “Agricultura” sobre uma base de Ayni, reciprocidade, entre as
pessoas, a terra, os Apus (montanhas sagradas), o sol e a água.
O Ayni é a mais importante descoberta dos povos da Cordilheira dos Andes.
Há dez mil anos, o homem do Andes domina os diferentes terraços ecológicos. Ele não vivia
nos vales: ele cultivava e colhia antes de voltar para as alturas porque, nos vales, sofria mais
doenças.
Segundo os arqueólogos, os povos Andinos decidiram ficar nas montanhas apesar das difíceis
condições climáticas que aí prevaleciam; esta vontade faz a força da população Andina.
Ali, a oferenda para a Terra, para a “Pachamama “ possui uma grande importância
Pachamama significa Mãe de todos, aquela que dá vida a tudo.
A diversidade da flora e da fauna fica como “patrimônio natural” dos povos indígenas
Cuzco foi reconhecida como centro de origem da batata e seu território abriga a maior
diversidade de batatas antigas no mundo. Existem ali 2300 variedades de Solanum tuberosum
entre as 4000 disponíveis no mundo e existem igualmente 23 das 2700 espécies selvagens
que crescem no mundo.
Um outro exemplo é o Lupinus mutabilis “tarwi Chocho”, nativo da região, conhecido como
o grande prodígio da Cordilheira dos Andes, contendo lecitina, também encontrada como um
componente do cérebro, que participa da base do regime alimentar dos habitantes da
Cordilheira dos Andes.
De Ollantaytambo à Willoj passando por Ocobamba, nós distinguimos mais ou menos 2000
espécies de plantas; só na Comunidade de Willoj, nós podemos encontrar aí 500 espécies de
plantas , sejam medicinais , para tinturas, alimentares, ornamentais ou florestais.
A biodiversidade contribui diretamente ao bem-estar das populações humanas do mundo
inteiro e a perda dos conhecimentos da sabedoria dos anciões e da identidade cultural, levará
“Muchuy”, à penúria alimentar, ameaça latente para a segurança alimentar e à saúde das
populações.
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