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Pró-Reitoria de Graduação
Pró-Reitoria
Curso
de Administraçãode Graduação
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de pedagogia
Trabalho de Conclusão de Curso
PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES
PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENZAGEM
SATISFAÇÃO
HOSPITALAR
NO
TRABALHO:
ESTUDO
EM
UMA
INSTITUIÇÃO
Autor: Lúcia Maria Vieira Mendes
Orientadora: MsC. Silvanete Pereira dos Santos
Autor: Silvanir da Silva de Andrade
TERMO DE APROVAÇÃO
Orientador: Professora Adrienne de Capdeville
Examinador: José Henrique L. C. D. Barreiros
S
Brasília - DF
2014
1
LÚCIA MARIA VIEIRA MENDES
PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Artigo apresentado ao curso de
graduação
em
Pedagogia
da
Universidade Católica de Brasília, como
requisito parcial para obtenção do Título
de (Bacharel/Licenciado) em Pedagogia.
Orientador: Prof.ª Msc. Silvanete P.
dos Santos.
BRASÍLIA
2014
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Artigo de autoria de Lúcia Maria Vieira Mendes, intitulado “Preconceito
Linguístico: implicações pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem”,
apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciada em
Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, em 27 de novembro de 2014
defendido e aprovado pela banca abaixo assinada:
BRASÍLIA
2014
3
Dedico a presente pesquisa primeira a
Deus e a minha família que sempre
esteve do meu lado me guiando e
apoiando, durante a minha trajetória
acadêmica, e aos meus amigos e aos
meus professores.
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PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM1
LÚCIA MARIA VIEIRA MENDES
Resumo
O preconceito linguístico consiste em considerar alguém ou algum grupo de pessoas
que se tornam inferior por causa da diversidade linguística que permeia o espaço
escolar. O absolutismo da norma padrão como legitimação da forma de
comunicação tem pesado sobre o português não padrão. Este faz parte de uma
triste coleção de inverdades e distorções que povoam o imaginário da maioria das
pessoas. A língua e a fala são peças fundamentais dentro do cenário social,
principalmente na escola, que auxilia na conquista do saber e que não se limita ao
mundo exterior. A linguagem é uma expressão elementar à condição humana, pois é
por meio dela que todas as pessoas podem se relacionar, compreender e
compartilhar o conhecimento no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este
artigo visa discutir e responder, por meio de investigação, quais são as implicações
pedagógicas que o preconceito linguístico pode causar dentro do ambiente escolar.
A pesquisa, classificada como qualitativa, foi realizada com 57 alunos e seis
professores de língua portuguesa em uma escola pública do Distrito Federal. As
ferramentas de investigação utilizadas para a coleta dos dados foram aplicados
questionários com perguntas de múltipla escolha e entrevista estruturada . Os
objetivos propostos pela pesquisa foram alcançados, ao passo que, ficou clara a
existência do preconceito linguístico e suas implicações, tanto por parte das
respostas dos professores como dos estudantes.
Palavras-chave: Ambiente escolar. Aprendizagem. Preconceito linguístico.
1
Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia no
segundo semestre de 2014 na Universidade Católica de Brasília.
5
INTRODUÇÃO
A influência que a língua exerce sobre a vida humana é muito evidente e
importante, pois falar diferente faz parte da diversidade do nosso país. O simples
fato de ironizar a forma de falar de uma pessoa pode fazer com que ela se entregue
ao medo, o que pode prejudicar o seu desempenho escolar.
A não tolerância ao modo de falar das pessoas pode se classificar como
preconceito linguístico que sempre vem à tona quando alguém sai da sua cidade
natal e vai residir em outra localidade.
Neste contexto, a variação linguística é considerada uma peça fundamental
no ambiente escolar, pois quando não respeitada, pode causar problemas aos
falantes que não dominam as normas cultas que são ensinadas na escola.
Geralmente, os falantes da norma culta consideram a linguagem distinta como um
erro. Eles avaliam e respeitam minuciosamente os padrões normativos da gramática,
menosprezando os que tendem a colocar na escrita os traços regionais da fala.
O preconceito linguístico é uma realidade na vida das pessoas, em especial
na vida da pesquisadora, que como muitos brasileiros que imigraram de diversas
regiões do país, saiu do Maranhão para Brasília e foi vítima do
preconceito
linguístico , no momento em que ingressou na carreira escolar.
A crítica vem não pela forma de falar diferente, não pelo repúdio a diversidade
da língua, onde a pessoa que fala diferente se sente inferiorizada. Por isso, deve se
valorizar a variação linguística que identifica as particularidades de cada região que
possui um caráter histórico, geográfico e sociocultural.
Essa valorização deve ser estimulada na escola, por intermédio do professor
que tem a obrigação de repreender todo o qualquer comportamento preconceituoso.
Essa pesquisa vem enriquecer a formação do profissional da educação para que ele
possa exercer a profissão docente com mais propriedade proporcionando uma
qualificação melhor para os seus métodos de ensino.
A partir desse fato, venho investigar fazendo o seguinte questionamento:
Quais as implicações pedagógicas causadas pelo preconceito linguístico no
processo de ensino e aprendizagem entre jovens que estudam em uma escola
pública do Distrito Federal?
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Para discutir o problema apresentado, utilizamos como base os seguintes
autores: Bagno (2006), Castro (2007), Junqueira (2012) Orsi (2011) e Leite (2008).
Bagno (2006) discute a questão do preconceito linguístico que permeia o
currículo escolar ao determinar a predominância da língua culta como única forma
válida de se comunicar; já Castro (2007), discorre sobre a importância da língua e o
seu valor dentro do contexto da variação linguística, preservando a sua essência e a
sua história; Junqueira (2012) relata a importância e a influência da linguagem no
convívio das pessoas e reconhece que existe preconceito linguístico para aqueles
que utilizam a norma coloquial em relação à norma culta; Orsi (2011) e Leite (2008)
conceituam sobre o termo expressando-o como uma mera opinião do pensador, sem
qualquer embasamento teórico.
A investigação pretende alcançar os educadores, estudantes e todos os que
fazem parte e colaboram no processo de ensino no ambiente escolar. A pesquisa
vem contribuir para o reconhecimento e valorização das variedades linguísticas do
povo brasileiro, para a formação do profissional da educação que tende a tornar o
processo de ensino aprendizagem mais eficiente e eficaz.
Sendo assim, esta pesquisa objetiva investigar as implicações pedagógicas
do preconceito linguístico dentro do ambiente escolar de modo a identificar a
interferência deste no processo de ensino e aprendizagem.
1. COMPREENSÃO DE LÍNGUA E LINGUAGEM
A fala e a escrita fazem parte do nosso dia a dia. Embora a língua escrita e a
língua falada apresentem diferenças. Enquanto a língua escrita é mais estática e
pouco varia, a falada vive mudando de acordo com cada geração de modo a receber
novas palavras utilizadas por diversos tipos de falantes.
As variações regionais precisam ser respeitadas, evitando questionamentos
infundados em cada comunidade, devem ter uma aceitação linguística regional, pois
elas têm suas características sociolinguísticas individuais, além de contribuir para a
construção da identidade de uma comunidade (BAGNO, 2006).
Essas críticas e julgamentos sobre a variedade da fala ainda persistem, não
sendo casos isolados, tornando-se algo relevante para discutir no meio social.
Análises sobre o assunto demonstraram que há uma transferência de valores em
que a sociedade considera a pessoa pelo seu falar; ou seja, se a pessoa é pobre, a
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sua língua é pobre; se a pessoa vive numa região atrasada, sua língua vai ser
atrasada (BAGNO, 1999).
A influência que a língua exerce sobre a sociedade é muito evidente, pois na
maioria das vezes, se entende que o falante é identificado pelo seu modo de falar, o
que define em que classe social ele está inserido e de onde ele vem. O simples fato
de ironizar a forma de falar de uma pessoa acaba fazendo com que ela se entregue
ao medo, o que pode prejudicar o seu desempenho escolar.
Bagno (2006) argumenta que o falar diferente não é falar errado e que se
deve encarar com uma visão diferenciada a linguagem não padrão da língua
portuguesa.
Esse falar diferente, considerado como errado, nada mais é que o preconceito
linguístico que distingue e separa as classes prestigiando os falantes da língua
padrão dos demais, ou seja, por causa da intolerância à determinadas variedades
linguísticas, os preconceituosos as definem como erros gramaticais considerando
que a língua falada deve ter a mesma concordância que a língua escrita.
A língua é um instrumento de comunicação formado por regras gramaticais
que possibilitam que um determinado grupo de falantes se comunique e
compreenda entre si, ou seja, é um conjunto organizado de elementos que faz com
que aconteça a comunicação (BAGNO, 1999).
A língua é um elemento de inserção e interação social. No entanto, na visão
de alguns educadores, ela acaba segregando, fazendo com que se torne mística,
inacessível, transformando um falante de idioma materno em aprendiz destinado ao
fracasso na sua própria língua (BAGNO, 1999).
Para Castro (2007), a língua é uma forma de linguagem baseada em
palavras, numa comunidade e num determinado grupo de indivíduos que utiliza uma
linguagem verbal, ou seja, a fala. Cada indivíduo pode optar por várias expressões
de línguas para expressar a fala, que pode ser culta ou popular.
Bagno (2009), afirma que a linguagem humana pode ser compreendida em
dois termos conhecidos como a linguagem culta e linguagem popular. A linguagem
culta é uma forma de linguagem na qual a pessoa se expressa seguindo as normas
gramaticais. Porém, a linguagem popular, como o próprio nome diz, é a linguagem
do povo, simples, que, em geral, não apresenta concordância gramatical e outros
atributos da norma culta, não identificados pelo ouvinte que faz parte da mesma
condição social.
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A linguagem influencia a convivência entre a humanidade. Algumas pessoas,
que falam segundo a linguagem normativa imposta pelas gramáticas e dicionários,
questionam aqueles que falam uma linguagem mais regional. Isso não implica
apenas em questões linguísticas, mas também questões sociais (JUNQUEIRA,
2012).
O autor também fala que é necessário reconhecer o preconceito e, para que
ele deixe de existir, será necessária uma transformação radical da sociedade. Para
desconstruir o preconceito, é fundamental conhecer a linguagem para evitar a
reprodução da norma culta e ensinar de forma crítica o conhecimento, esclarecendo
que há muito mais a respeito da língua, e mostrar que a ciência da linguagem evolui
continuamente.
2. O QUE É PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Para Bagno (1999), o preconceito linguístico é uma realidade que percorre até
os dias de hoje. É fundamental a busca a todo instante da comparação do Português
padrão com o Português não padrão para provar que existem mais semelhanças
que diferenças.
Os falantes tanto da norma culta, como os da norma coloquial aprendem
naturalmente a sua forma de falar, fruto do meio social em que estão inseridos. E
esse falar diferente, considerado como errado, nada mais é do que o preconceito
linguístico que distingue e separa as classes prestigiando os falantes da língua
portuguesa dos demais, ou seja, por causa de determinadas variações linguísticas.
De acordo com o mesmo autor citado acima, os modelos e projetos
pedagógicos estão cada vez mais se distanciando da realidade social. Pouco se
instrui as crianças nas escolas quanto aos os princípios de cidadania.
Isso serve como um alerta para que o professor se qualifique cada vez mais
na sua formação docente para aplicar seus conhecimentos no ambiente de trabalho
para que ele possa se posicionar politicamente como pessoa.
Uma implicação predominante que o preconceito traz é o de desconsiderar os
saberes regionais e o seu típico linguajar. O preconceito despreza a farta literatura
regional explicitada com naturalidade com seu expressionismo coloquial (BAGNO
2006).
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O preconceito linguístico manipula e está à frente do fracasso das pessoas
que não usam a norma padrão e perpetuam marcas convincentes, capaz de destruir
qualquer possibilidade de vínculo cultural que interaja com os povos menos
favorecidos numa sociedade já edificada pela síndrome do poder econômico
(VALÊNCIA, 2008).
O preconceito linguístico é muito sutil, difícil de ser identificado. É uma
questão que precisa ser mais discutida no meio acadêmico. Ao se desrespeitar a
variedade linguística da pessoa, desrespeitam-se também as construções coletivas
de determinadas comunidades.
As pessoas que sofrem com esse tipo de preconceito, em geral, são tímidas,
constrangidas, procuram não conversar com as outras pessoas, se sentem
envergonhadas evitando o contato com ambientes sociais (CARVALHO, 2010).
O preconceito, de forma geral, é uma ideia ou conceito pré-formado,
manifestado através de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou
tradições pejorativas de alguém ou grupo social generalizando de forma superficial,
difícil de fazer um questionamento fundamentado em argumentos ou raciocínio.
De acordo com Bagno (1999) o abrasileiramento da norma-padrão imposta
pela escola ao adotar um padrão de ensino gramatical chamado lusitano está cada
vez mais distante da realidade linguística.
Para Osri (2011) o preconceito linguístico é nada menos do que qualquer
opinião ou sentimento, quer favorável ou desfavorável, concebido sem um exame
crítico. Esse preconceito linguístico aparece como uma discriminação silenciosa
velada em relação à linguagem do outro por não gostar, achar feio, achar errado ou
diferente daquilo que se julga ser bonito e certo.
O preconceito é fruto da ignorância, do não gostar sem explicação
convincente e clara do fato rejeitado. É uma intolerância explícita manifestada por
um discurso entre o saber e o não saber (LEITE, 2008).
Castro (2007) destaca que o preconceito linguístico consiste em considerar
alguém ou algum grupo inferior em relação à diversidade de línguas que acaba
sendo introduzido dentro da escola, que muitos educadores por não considerarem o
problema relevante, desconsideram a questão, sem assim resolvê-la, gerando um
prejuízo no ambiente educacional.
O preconceito linguístico é uma opinião sem julgamento que discrimina sem
apresentar argumentos de verdade. A intolerância faz com que a pessoa não seja
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capaz de conviver com as diferenças e com as variedades não padrão (LEITE,
2008). Segundo os PCN’s:
A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala
utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou
seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. [...] A
questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às
circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem
é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido (BRASIL, 1997, p. 3132).
Cabe ressaltar que, quando se critica alguém por falar errado, o agente do
preconceito linguístico não critica apenas a pessoa, mas também a classe social à
qual ela pertence.
Os PCN’s publicados pelo Ministério da Educação reconhecem a existência
do preconceito linguístico e os prejuízos que acarretam na sala de aula:
O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação
às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola. [...] Para isso e também
para poder ensinar a Língua Portuguesa, a escola precisa se livrar de
alguns mitos: o de que existe apenas uma forma certa de falar; a que
parece com a escrita; e o de que a escrita é o espelho da fala. [...] Denota
desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde
inteiramente a nenhum desses dialetos, por mais prestigio que um deles
tenha em um dado momento histórico (BRASIL, 2000. p. 31)
Para analisar como se constrói o preconceito linguístico, Bagno (1999)
relaciona oito mitos que revelam um comportamento preconceituoso de certos
seguimentos letrados frentes às variantes no uso da língua, que oprimem as classes
sociais menos favorecidas, mediante a padronização imposta pela norma culta:
Mito nº 1: Bagno (1999, p. 15), “A língua portuguesa falada no Brasil
apresenta uma unidade surpreendente”. Esse mito é prejudicial à educação por não
reconhecer que o Português falado no Brasil é bem diversificado. A escola tenta
impor sua norma linguística como se ela fosse de fato comum a todos os brasileiros.
As diferenças socioeconômicas, formação escolar-acadêmica e outros fatores
explicam a existência de um abismo linguístico entre os falantes da norma culta e os
da forma popular.
Mito nº 2: Bagno (1999, p. 20), “Brasileiro não sabe Português. Só em
Portugal se fala bem português”. Essa afirmação, para o autor, demonstra noção de
inferioridade, sentimentos de dependência de um país mais antigo e civilizado. O
brasileiro sabe Português sim. O que acontece é que a língua falada no Brasil, do
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ponto de vista linguístico, está cada vez mais distante da gramática falada em
Portugal. Nenhum dos dois é mais certo ou mais errado, apenas diferentes e
atendendo as suas necessidades linguísticas.
Mito nº 3: Bagno (1999, p. 35), “Português é muito difícil”. Todo falante nativo
de uma língua conhece essa língua. As concordâncias e regências verbais e
nominais não levam em conta o uso brasileiro do Português. O Português falado
está relacionado ao nível social e é diferente do Português escrito da norma culta
baseado na gramática normativa.
Mito nº 4: Bagno (1999, p. 40), “As pessoas sem instrução falam tudo errado”.
Além do preconceito linguístico, existe o regional, que desmoraliza a região
considerando toda manifestação linguística como errada. O que está em jogo não é
a língua, mas a pessoa que fala essa língua embasada na crença de que existe uma
única língua portuguesa digna.
Mito nº 5: Bagno (1999, p. 46), “O lugar onde melhor se fala Português no
Brasil é o Maranhão”. Não existe nenhuma variedade nacional ou regional ou local
que seja intrinsecamente melhor, mais bonita, ou mais correta que outra. Toda
variedade linguística é resultado do seu processo histórico próprio e particular.
Mito nº 6: Bagno (1999, p. 52), “O certo é falar assim porque se escreve
assim.” Nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, por causa da
sua variação. É preciso ensinar e escrever segundo a ortografia oficial sem reprovar
as pronúncias que são um resultado natural dos idiomas, supervalorizando a língua
escrita, em contrapartida, sem desprezar a língua falada, reconhecendo a realidade
linguística.
Mito nº 7: Bagno (1999, p. 62), “É preciso saber gramática para falar e
escrever bem”. As gramáticas foram escritas para descrever as normas linguísticas
decorrente da língua. Com o passar do tempo, a gramática passou a ser
considerada por alguns como fonte que emana uma língua bonita, correta e pura.
Com isso, a língua passou a ser subordinada e dependente pela gramática
normativa.
Mito nº 8: Bagno (1999, p. 69), “O domínio da norma culta é um instrumento
de ascensão social”. Se essa afirmação fosse verdadeira, os professores de
português ocupariam o topo da pirâmide social, econômica e política do país. O
mero domínio da norma culta por parte dos educadores, não faz com que eles sejam
reconhecidos e recebem salários que não refletem o seu valor dentro da sociedade.
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Pode se perceber que os mitos geradores do preconceito linguístico
apresentados pelo autor são vistos e perpetuados na sociedade em intensidades
maiores ou menores, que percorre desde os livros didáticos e gramáticos normativos
até os programas de televisão. É preciso reconhecer os conflitos existentes na
língua causados pelo preconceito linguístico. É importante que aconteça uma
mudança de comportamento e se reflita sobre o ensino do Português ortodoxo.
3. A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
O aprendizado da língua acontece através da comunicação de uma pessoa
com a outra e ocorre em um ambiente linguístico, social e cultural. Podemos
considerar o aprendizado e o uso da língua falada pelas pessoas como algo muito
relevante.
Para Bagno (1999), a língua é também um sistema linguístico empregado na
comunicação entre seus membros. A língua é um fenômeno em evolução que
envolve recursos linguísticos e cognitivos comuns com funcionamentos e aspectos
distintos.
O primeiro desafio colocado ao sistema de processamento na compreensão
começa na própria natureza acústica do sinal de fala ou visual, no sistema de
escrita. Na audição ou na leitura, nunca há toda a informação necessária para um
reconhecimento imediato das unidades básicas de processamento.
Por exemplo, só há boa compreensão se for possível um reconhecimento da
palavra em tempo muito curto para que não haja sobrecarga da memória de trabalho
com custos cognitivos que vão prejudicar a sua compreensão.
O autor também complementa que a língua escrita isolou-se da língua falada,
o que em termos quantitativos, representa um grande equívoco. Milhões de pessoas
não sabem ler e escrever, mas falam perfeitamente sua língua materna, confirmando
assim que a gramática tradicional ignora a língua falada e coloca, como única opção
válida, a língua escrita, conforme a norma padrão.
O povo vivencia a língua falada que é contextualizada socialmente. Portanto,
reforça a necessidade de qualificar o estudo da oralidade de forma abrangente
observando a variação da língua, sua mudança, seu uso, e outros fatores de uso
dos fatores internos do sistema linguístico (MAZA, 2012).
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Para Melo (2009), a linguagem oral implica que haja altos níveis de acuidade
auditiva que permitam identificar sons que por questões de articulação individual, de
coarticulação ou de velocidade de fala, são extremamente variáveis.
Kleiman (1989) afirma que é necessário o reconhecimento das sílabas que
constituem as palavras e, ainda, que se consiga predizer toda a palavra antes de se
descodificarem todas as letras ou sons que a compõem.
Segundo Melo (2009), a língua jamais pode ser estudada como um produto
acabado, pois aprender é um processo constante e sem fim. Contudo, o domínio da
língua é fundamental para aqueles que querem ser instruídos e faz com que a língua
materna se torne, às vezes, instrumento de opressão, exclusão e preconceito.
A língua como atividade básica se envolve em todas as áreas escolares como
instrumento de educação e serve de apoio aos processos cognitivos na
transformação do homem e da sociedade. Ela tem ação pedagógica e educadora
incluída na dinâmica da aprendizagem e da produção do conhecimento
(CARNEIRO, 2001).
A língua, na sociedade, tem um papel primordial, auxiliando na conquista do
saber que não se limita ao mundo exterior e fazendo compreender o processo de
educar e que a busca é de todos, e por isso mesmo, é necessário compartilhar o
conhecimento.
4. O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESCRITA E
FALADA
O processo de ler e escrever são circunstância elementar à condição
humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita nos remete à
possibilidade de participação social; portanto, é uma questão de cidadania. Desse
modo, o domínio da língua oral e escrita amplia nossos horizontes, proporcionandonos, sobretudo, o acesso à informação e à produção do conhecimento.
Morais (2009) afirma que no processo de ensino e aprendizagem da língua
escrita, a escola desempenha um papel de fundamental importância, contribuindo
por excelência na produção do conhecimento, interagindo e estabelecendo normas e
padrões criteriosos que beneficiam a aprendizagem no contexto escolar.
A trajetória dos alunos no processo de aprendizagem da língua escrita não se
constitui como uma caminhada linear e previsível. Para Vygotsky (1998), as
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atividades desenvolvidas durante o período pré-escolar são treinamentos para a
atividade da escrita no seu primeiro estágio.
A escrita nada mais é do que uma representação simbólica da linguagem
falada, porém, a linguagem falada não consegue ser fiel à linguagem escrita, pois as
possibilidades do uso da linguagem falada são inúmeras. Daí a importância da
diversificação das práticas pedagógicas para atingir resultados satisfatórios que
permitam a aprendizagem da língua.
Para Kleiman (1989), o letramento resulta na prática que envolve um conjunto
de atividades com o objetivo de ensinar a ler e escrever utilizando estratégias para
melhor compreender e desenvolver a linguagem falada e escrita dentro do processo
de alfabetização.
Uma dessas atividades que contribuem para aprender a linguagem escrita é a
aplicação dos jogos e brincadeiras. Para Vygotsky (1998), as brincadeiras são umas
das maiores contribuintes para o desenvolvimento da linguagem escrita onde as
crianças mais novas são capazes de descobrir a função simbólica das palavras.
O ensino deve ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem
significativas para elas. Segundo Vigotsky (1998), o papel do professor como
mediador é primordial. O que propomos é “ensinar às crianças a linguagem escrita,
e não apenas a escrita das letras” (VIGOTSKY, 1998, p.157).
A aprendizagem através da leitura de cartas, histórias, poesias, e a aplicação
de atividades lúdicas como as brincadeiras, os jogos, na fase da alfabetização, são
formas de incentivar a leitura e a escrita descobrindo a amplitude do mundo letrado
e despertar cada vez mais a curiosidade para explorá-lo (MORAIS, 2009).
O ideal é que em cada projeto pedagógico o professor aborde a linguagem
falada e escrita como suporte para a alfabetização, envolvendo atividades lúdicas,
bem organizadas e esquematizadas, de forma que os alunos façam comparações e
questionamentos em relação à atividade aplicada na busca do conhecimento
(DORO, 2011).
Sendo assim, quanto mais o aluno ler diversas estruturas textuais, mais terá a
oportunidade de construir ideias e conceitos, dentro do texto. A alfabetização tem
sido um verdadeiro desafio; não se trata apenas de reconhecer as letras e copiá-las,
suas perspectivas vão muito mais, além disso. Dessa forma, não se pode restringir a
escrita a códigos para transcrever a fala.
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Para Kleiman os níveis de conhecimento abarcados durante a leitura são:
O conhecimento linguístico é aquele conhecimento implícito, não
verbalizado, nem verbalizável, na grande maioria das vezes, que faz com
que falemos português como falantes nativos. [...] O conhecimento textual
entendido como um conjunto de noções e conceitos sobre o texto. [...] O
conhecimento de mundo ou conhecimento enciclopédico consiste na
configuração de conceitos e relações subjacentes ao texto, organizados sob
a forma de esquemas; entretanto, essa construção estará associada à visão
pessoal e às crenças do leitor (KLEIMAN, 1989, p. 13-27).
No contexto da comunicação, a escola deverá proporcionar ao aluno a
possibilidade de conviver com a grande variedade de usos da língua e compreender
que ela não é homogênea, mas apresenta vários níveis de modalidade da língua
escrita e falada, língua formal e coloquial. Deve ter também a chance de
desenvolver seus conhecimentos discursivos e linguísticos, aprendendo a
expressar-se de acordo com a sua variedade linguística (VARGAS, 2009).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o próprio aluno poderá
entender que a questão não é falar certo ou errado e sim saber adequar o registro
das diferentes situações comunicativas dentro do contexto da comunicação. A
escola deve oferecer ao aluno a chance de aprender a coordenar o que falar
desenvolvendo adequadamente os processos discursivos de oralidade e escrita
necessários para continuar aprendendo e aplicando em práticas sociais envolvendo
seus conhecimentos (BRASIL, 1997).
Para Vargas (2009), os ciclos iniciais do Ensino Fundamental devem ser
contextualizados com atividades orais, consistindo na leitura do professor, diálogos,
conversas, dramatizações, jogos para a partir daí, cada texto vai ganhando sua
significação.
Dessa maneira, fica bem mais simples se os alunos operarem sobre a sua
própria linguagem na série inicial do Ensino Fundamental e deixarem a descrição
gramatical para as séries mais avançadas. O foco deve dirigir-se aos aspectos mais
importantes do aprendizado gramatical das expressões linguísticas na atividade, na
produção de texto oral e escrito.
No processo de ensino e aprendizagem, o professor deve considerar as
diferenças discursivas ou textuais e interpretar estratégias para desenvolver
atividades de produção oral e escrita nos textos para levar o aluno a adquirir
autonomia e controle do que ele fala e escreve.
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Ainda para Vargas (2009), o professor, na escola, precisa exercer o papel de
mediador eficaz no processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e
produção de textos, observando com cuidado as características dos textos orais
produzidos pelos alunos e avaliar a interatividade das atividades de oralidade e
escrita.
Assim, a escola aparecerá como um ambiente de rica interação onde os
alunos vivam suas múltiplas experiências e situações reais no uso da língua. As
atividades didáticas que envolvem a conversação, as dramatizações, os relatos e
histórias fazem com que aconteça a transformação e a reconstrução de textos.
A escola também favorece ao estudante o acesso aos mais variados gêneros
textuais, possibilizando aos alunos conscientizarem-se dos seus próprios limites,
assim natural e gradativamente poderão sanar as dificuldades com apoio do
docente.
5. COMO TRATAR O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO AMBIENTE ESCOLAR
O preconceito linguístico, de fato, é um dos problemas enfrentados pelo
sistema escolar. A escola sempre foi muito rigorosa no sentido de as pessoas terem
que aprender as normas gramaticais e esquecer a língua que aprenderam
inicialmente. Qualquer manifestação fora desse contexto educacional gera
repreensão e censura.
A imposição – quer pela escola, quer pela mídia – de um padrão linguístico
padrão pode gerar a evasão escolar, resultando altos índices de analfabetismo. Isso
provoca no professor a sensação de estar tentando ensinar alguma coisa a alguém
que nunca terá condições de aprender e, consequentemente, o aluno fica
desestimulado a aprender e o professor desmotivado a ensinar (FONSECA, 2010).
Logo, enfrentar o preconceito linguístico não é uma tarefa fácil para a
educação brasileira. O educador tem a obrigação de explicitar os mecanismos do
preconceito linguístico e suas formas praticadas na escola, explanando aos alunos o
reconhecimento da diversidade cultural brasileira que está presente na sala de aula.
Não se deve desprezar ou rejeitar as variedades linguísticas ou a gramática
padrão e sim considerar os diferentes modos de se comunicar que permeiam o
contexto brasileiro de modo que o estudante possa compreender a diferença entre
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língua escrita e falada, bem como aprender a respeitar as especificidades regionais
no contexto nacional.
O professor precisa de sensibilidade para identificar e repreender aqueles que
praticam o preconceito linguístico, já que ele se manifesta de forma sutil, porém
concreta. É preciso que as práticas pedagógicas com acesso ao letramento, de
modo que as variações linguísticas possam ser reconhecidas como uma prática da
cultura nacional sem ser ridicularizadas (MORAIS, 2009).
Segundo Bagno (1999), precisamos enfrentar o preconceito formando-nos e
informando-nos. Precisamos apelar para o bom senso e seguir com um
entendimento lógico de que a diversidade linguística na sala de aula não personifica
a identidade de cada aluno individualmente diante da sociedade.
De acordo ainda com o mesmo autor, deve-se também incentivar o ensino e
aprendizagem das classes sociais menos favorecidas para que, daí sejam formados
profissionais capacitados – principalmente professores da língua portuguesa – para
que, quando eles estiverem na sala de aula, não menosprezem as suas variedades
linguísticas que outrora eram antigamente estigmatizadas, provocando um
movimento de valorização da diversidade sociolinguística.
Dessa forma, a escola aos poucos vai proporcionar ao educando a
oportunidade de conhecer culturas e tradições diferenciadas, de maneira que vá
valorizar cada uma delas combatendo o preconceito existente contra as formas
populares.
A escola deve promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito crítico, o
diálogo e a compreensão entre as diversas culturas. A língua é constituída de
variações linguísticas e estas devem ser respeitadas.
A escola deve atentar para as principais mudanças que ocorreram no
processo de ensino aprendizagem nessas últimas décadas. Faz-se necessário
considerar que o professor deve respeitar os aspectos culturais e linguísticos do
aluno antes da escola, para assim desenvolver nele um sentimento de segurança e
autoestima.
Para Bagno (1999), os professores ainda não incorporaram nos seus
trabalhos acadêmicos discussões sobre o preconceito linguístico, pois os mesmos
prejudicam toda a nossa educação e a nossa formação enquanto cidadãos.
O professor deve procurar preservar os saberes sociolinguísticos dos alunos
bem como os valores culturais, permitindo, com isso, que eles possam ampliar o
18
grau de competência linguística e comunicativa, aprendendo a se comunicar em
outras variedades, a depender das circunstâncias (CARVALHO, 2010).
Portanto, o professor tem um papel fundamental no enfrentamento do
preconceito linguístico. Para isso, deverá estar preparado para que esse tipo de
preconceito seja pouco a pouco minimizado e até mesmo neutralizado de forma a
despertar no aluno interesse pela língua, consolidando o processo de ensino
aprendizagem. Não se pode substituir a linguagem e a cultura dos alunos pela
cultura da norma culta dominante.
A grande tarefa do professor é implantar uma educação linguística
contemporânea através de um letramento abrangente e eficaz. Não podemos
esquecer que o processo de construção da leitura e da escrita, também deve ser
ligado a uma reflexão sobre o uso social da língua e que, portanto, este deve ser
considerado no espaço escolar.
Nessa nova postura de reflexão, o fundamental é que o professor procure
está a par dos avanços das ciências da linguagem e da educação, lendo literatura
especializada, frequentando cursos, aderindo a projetos de pesquisa, participando
de congressos, levantando suas dúvidas e inquietações em debates e mesas
redondas (BAGNO, 1999).
Para Perini (1999), os professores devem assumir uma posição de cientista e
investigador, produzindo o seu próprio conhecimento linguístico teórico e prático
abandonando a sua velha atitude repetidora e reprodutora de doutrinas gramaticais
e compreender a gramática como uma disciplina viva, em constante revisão e
elaboração.
A norma culta não deve ser desvalorizada, entendendo o seu sentido e
existência, mas dando um foco no comportamento sociolinguístico dentro da jornada
educacional. O aprimoramento ético e moral da sociedade estão embasados na
educação desde o seio familiar até os bancos escolares, valorizando assim o ser
humano (VALENCIA, 2010).
Nesse sentido, o professor será sempre um sujeito significativo no
enfrentamento do preconceito linguístico, pois se ele não conhece os conceitos e as
formas de combatê-lo, não será capaz de compreender que o erro no momento da
fala nada mais é do que uma variedade linguística que é uma riqueza sociocultural.
19
É oportunizado ao estudante o conhecimento da língua padrão para que ele
construa a forma correta de usá-la no momento que se fizer necessária e para que
ele saiba que existem diferenças entre a língua falada e a língua escrita.
6. MÉTODO E DISCUSSÃO DOS DADOS
6.1 Abordagem da Pesquisa Qualitativa
Levando em conta que o preconceito linguístico está ligado, em boa medida
no curso da história, entre a língua e a gramática normativa, esta pesquisa visou
evidenciar quais são as implicações pedagógicas que o preconceito linguístico
causa dentro do ambiente escolar. Do Para realização da pesquisa utilizamos como
método a pesquisa qualitativa. Minayo (2007, p. 57), afirma que:
As abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações e
segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos
atores, de relações e para análise de discurso e de documentos. Esse tipo
de método que tem fundamento teórico, além de permitir desvelar
processos sociais ainda pouco conhecidos referentes a grupos particulares,
propicia a construção de novas abordagens, revisão e criação de novos
conceitos e categorias durante a investigação.
Como instrumentos de pesquisa utilizamos o questionário que segundo Gil
(2009, p. 121) o questionário “é uma técnica de investigação composta por um
conjunto de questões que são submetidas à pessoa com o propósito de obter
informações [...]”.
Outro instrumento utilizado foi a entrevista. Esta é uma “técnica em que o
investigar se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas , como objetivo
de obtenção dos dados que interessam à investigação” (GIL, 2009, p.108).
O questionário foi aplicados aos
estudantes e aos
professores. Este
obedeceu uma sequência lógica com uma série de perguntas ordenadas proposta
pela literatura estudada de acordo com Marconi e Lakatos (1996) que dão
importância da pergunta para a pesquisa e o conhecimento dos perguntados sobre o
tema.
20
O questionário dos estudantes é composto por 10 questões e foi aplicado a
57 alunos de uma escola pública do Distrito Federal. O questionário dos professores
é composto por 9 questões e foi aplicado a 6 professores de uma escola pública do
Distrito Federal.
6.2 Análise do questionário aplicados aos Professores
O questionário foi aplicado a um conjunto de professores de português de
uma escola pública do Distrito Federal; três eram do sexo masculino e três eram do
sexo feminino. Todos os professores têm mais de seis anos de experiência na área
e idade média de 45 anos.
A pesquisa constatou que todos os professores sabiam a definição do que é o
preconceito linguístico, ou seja, eles têm conhecimento sobre o assunto.
Apenas um professor afirmou não ter vivenciado nenhuma manifestação de
preconceito linguístico em sua sala de aula. Em contrapartida, os demais
professores certificaram a presença do preconceito linguístico no ambiente escolar.
Dando continuidade a pesquisa, foi perguntado aos professores se já
presenciaram algum caso real do preconceito linguístico na sala de aula. Constatouse que três professores responderam que sim, significando que 50% deles
vivenciaram, e os outros 50% não tiveram contato com o preconceito linguístico na
sala de aula.
Ao perguntar aos professores quanto à prática do preconceito linguístico no
ambiente escolar, todos os profissionais da educação reprovaram a prática do
preconceito linguístico na sala de aula.
Ao perguntar aos professores se o preconceito linguístico está relacionado
com a forma de falar das pessoas, cinco educadores concordaram com essa
afirmação e apenas um professor não deu opinião sobre o assunto.
Outra questão perguntada aos professores foi se o preconceito linguístico
afeta o rendimento escolar do aluno na sala de aula. Cinco educadores
responderam que concordam com essa prerrogativa e apenas um educador não
respondeu por não existir esse tipo de preconceito na sala de aula.
21
A seguir, a tabela 1 apresenta os dados da pergunta: qual a nota você
atribuiria para o combate ao preconceito linguístico pelo professor e pelas escolas
do Distrito Federal?
A menor nota foi um, dada pelo professor que afirma a não existência do
preconceito linguístico na escola. A maior nota foi nove dadas por dois dos seis
professores.
Tabela 1 – Nota atribuída pelos professores no enfrentamento do Preconceito Linguístico na escola
Nota atribuída ao enfrentamento do
Preconceito Linguístico na escola
1
6
7
9
Total
Quantidade
Percentual
1
2
1
2
6
16,7%
33,3%
16,7%
33,3%
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
Os dados a seguir da tabela 2 fornecem algumas propostas pedagógicas que
dentre as listadas, foram escolhidas seis opções pelos professores para enfrentar o
preconceito linguístico na escola.
Tabela 2 – Métodos pedagógicos escolhidos pelos professores no combate ao Preconceito Linguístico
Propostas Pedagógicas
Conscientizar da importância da língua falada,
tanto quanto que a língua escrita.
Combater a intolerância
Desmistificar os mitos linguísticos que
provocam o preconceito linguístico
Levar o conhecimento tanto da língua escrita
como da língua falada
Desapegar do padrão linguístico arcaico
Promover o respeito mútuo, a solidariedade, o
espírito crítico, o diálogo e a compreensão entre
as diversas culturas.
Total
Opções
Percentual
5
83,3%
5
83,3%
3
50%
5
83,3%
1
16,7%
6
100%
25
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
Dentre as propostas da tabela, pode se destacar a que mais contribui na
visão dos professores é a de promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito
22
crítico, o diálogo e a compreensão entre as diversas culturas e a que menos tem
relevância é a de desapegar do padrão linguístico arcaico.
Na última questão do questionário, foi pedido aos professores que listassem
algumas propostas para o enfrentamento do preconceito linguístico na escola. Os
respondentes abordaram que o educador deve apresentar vídeos mostrando e
trabalhando as diversidades regionais e culturais, bem como expor o preconceito
linguístico na sala de aula e evidenciar que ele é decorrente das diferentes
realidades e contextos da sociedade brasileira.
O professor deve mostrar aos alunos a riqueza da língua para educar e
conscientizar aqueles que desconsideram as culturas regionais, principalmente as
da região nordeste, que costuma ser ridicularizada em algumas regiões do Brasil.
Ele deve utilizar textos voltados às culturas locais, ensinando também a
linguagem coloquial juntamente com a linguagem padrão, diferenciando a língua
falada da escrita, de forma que venha integrar e interagir com os alunos.
6.3 Questionários dos Alunos
O questionário dos alunos foi dividido em duas partes: a primeira parte,
chamada de parte A, representa as características dos respondentes, tais como
sexo e idade. A segunda, chamada de parte B, apresenta as questões do tema da
pesquisa elaboradas de forma clara e de fácil entendimento, com o propósito de
alcançar os objetivos da pesquisa.
A pesquisa foi realizada em uma turma com cinquenta e sete estudantes de
uma escola pública do Distrito Federal. Dos alunos entrevistados na pesquisa, 22
eram do sexo masculino e 35 do sexo feminino. Em percentuais, isso significa que
39% eram homens e 61% eram mulheres.
23
Tabela 3 – Idade dos Alunos
Idade
12 – 14
14 – 16
16 – 17
Total
Quantidade
Percentual
2
3%
14
25%
41
72%
57
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
A tabela acima ressalta os dados sobre a idade dos estudantes. Dois têm
idade entre doze a quatorze anos, representando 3%. Quatorze alunos, cerca de
25%, têm idade entre quatorze e dezesseis anos e a grande maioria dos alunos,
com margem de 72%, ou seja, quarenta e um alunos, têm idade entre dezesseis e
dezessete anos
O questionário também informa a quantidade e o percentual dos pais dos
alunos que nasceram e não nasceram em Brasília. Dos pais dos alunos que
estudam nessa turma, vinte e oito nasceram em Brasília, representando 49% do
total, e vinte e seis não nasceram em Brasília, cerca de 46%. Três alunos não
souberam responder onde seus pais nasceram, significando 5% do total dos
respondentes.
A tabela quatro vem discriminar a quantidade de pais não nascidos em
Brasília. Dos vinte e seis pais que nasceram nas demais regiões brasileiras, dois são
da região norte, com apenas 7%; doze são da região nordeste, com 48%; quatro são
da região centro oeste, com 15%; três da região sudeste, com 11%; e cinco da
região sul, com 19%. Os dados mostram que há participação de todas as regiões do
país, principalmente a região nordeste, e suas respectivas diversidades de culturas
na escola pesquisada.
Tabela 4 – Naturalidade dos Pais dos Alunos não nascidos em Brasília
Pais não nascidos em Brasília
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
Total
Fonte: (MENDES, 2014)
Quantidade
Percentual
2
7%
12
48%
4
15%
3
11%
5
19%
26
100%
24
Foi perguntado aos cinquenta e sete alunos se eles já criticaram ou foram
criticados pela sua forma de falar diferenciada. Para que essa pergunta fosse
respondida por região, pode observar a tabela cinco que os alunos foram divididos
em três grupos: vinte e oito alunos cujos pais nasceram em Brasília, vinte e seis
alunos cujos pais nasceram nas demais regiões brasileiras e os três alunos que não
souberam a naturalidade dos pais.
Dentre os estudantes cujos pais nasceram em Brasília, 46% do total – ou
seja, treze deles – já criticaram ou foram criticados pelo seu modo de falar por algum
colega durante o seu período escolar e os outros 54% não criticaram e nem foram
criticados.
Dentre os estudantes cujos pais nasceram nas demais regiões do Brasil,
pode-se perceber que 73% dos estudantes já sofreram ou sofrem críticas pelo seu
modo de falar diferenciado e apenas 27% dos demais não criticaram ou não
sofreram críticas na sua vida escolar. Os três alunos que não souberam responder a
naturalidade dos pais, significando 5% da amostra, não entraram na pesquisa.
Outra análise importante é a que 48% dos pais dos alunos são da região
nordeste e que os 73% dos alunos cujos pais não nasceram em Brasília afirmam
que sofrem ou já sofreram algum tipo de crítica pelo seu falar diferente, ou seja, as
pessoas que nascem nesta região do Brasil são os que mais criticam ou são
criticados pela sua diversidade linguística.
Tabela 5 – Crítica pela forma de falar entre os Alunos
Pais nasceram em Brasília
Sofreram Crítica
Quantidade
13
Sim
15
Não
Total
28
Pais não nasceram em Brasília
Sofreram Crítica
Quantidade
19
Sim
7
Não
Total
26
3
Não participaram da pesquisa
Total Geral
57
Fonte: (MENDES, 2014)
Percentual
46%
54%
49%
Percentual
73%
27%
46%
5%
100
25
Os estudantes também, na sua maioria, de acordo com a pesquisa aprovam
concordando ou concordando totalmente com a existência da diversificação
linguística regional; cerca de 74% deles, ou seja, 42 estudantes, confirmam que a
pessoa, por nascer em outra região do Brasil, possui uma forma de falar
diferenciada das pessoas nascidas em Brasília. Dos demais estudantes, 10 deles,
cerca de 17%, nem concordam nem discordam e apenas cinco, cerca de 9%,
discordam da questão.
Ao perguntar aos alunos somente aos alunos que concordam se a
diversidade linguística traz constrangimento ao falante perante os colegas, a tabela
seis informa que 30 deles – ou seja, 52,50% - concordam que essa afirmativa
constrange o falante em relação aos colegas de sala. Dos demais, 17,5% ficam
indecisos, 4% discordam dessa prerrogativa e os outros 26% não responderam a
questão.
Tabela 6 – A diversidade linguística traz constrangimento ao falante perante colegas e amigos
Diversidade Linguística
Concordo Totalmente
Concordo
Nem Concordo, Nem Discordo.
Discordo
Não responderam
Total
Quantidade
Percentual
10
17,5%
20
35%
10
17,5%
2
4%
15
26%
57
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
A pesquisa também nos mostra a crítica mediante a diversidade linguística
sem dividir por regiões, ou seja, de forma geral. Dessa vez, fez parte os três que não
responderam na primeira etapa por não pertencer a nenhuma região.
Dos 57 alunos da amostra total, 32 estudantes, representando 57%, já
criticaram ou foram criticados por algum colega de classe pelo seu modo de falar. O
restante dos alunos, cerca de 43%, não criticou ou foi criticado na escola.
A tabela sete é de fundamental importância, pois ela mostra apenas as
respostas da pergunta feita aos alunos se o preconceito linguístico influencia no
rendimento do ambiente escolar.
Dos 57 estudantes perguntados, somente 32 alunos responderam. Foi
desconsiderado os 25 alunos que na questão anterior responderam que não criticou
ou não foi criticado pelo seu colega de classe. Dos alunos que criticaram ou foram
26
criticados 16% ficarão indecisos, 6% discordam e 78% concordam que o preconceito
linguístico influencia no rendimento no ambiente escolar.
Tabela 7 – O preconceito linguístico influencia no rendimento do ambiente escolar
Influência do Preconceito Linguístico
Concordo Totalmente
Concordo
Nem Concordo, Nem Discordo.
Discordo
Discordo Totalmente
Total
Quantidade
Percentual
12
37%
13
41%
5
16%
1
3%
1
3%
32
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
Foi também perguntado aos estudantes se eles sabem ou não o que é o
preconceito linguístico na escola. Dos 57 alunos investigados, 38 estudantes sabem
o que é preconceito linguístico, significando 67% do total. Os demais 19 alunos não
sabem o que é preconceito linguístico.
A tabela oito informa a questão da existência do preconceito linguístico no
ambiente escolar. De acordo com as respostas dos estudantes, 25 alunos, cerca de
44%, afirmam a presença do preconceito linguístico na escola; 8 alunos, cerca de
14%, são indecisos; 5 alunos, cerca de 9%, discordam e 19 alunos, cerca de 33%,
não responderam a questão por que ela estava direcionada apenas aos que sabiam
a resposta da questão anterior.
Tabela 8 – Existe o preconceito linguístico no ambiente escolar
Influência do Preconceito Linguístico
Concordo Totalmente
Concordo
Nem Concordo, Nem Discordo.
Discordo
Discordo Totalmente
Não responderam
Total
Quantidade
Percentual
11
19%
14
25%
8
14%
4
7%
1
2%
19
33%
57
100%
Fonte: (MENDES, 2014)
A pesquisa menciona que os alunos responderam que os professores já
mencionaram algum tema sobre o preconceito linguístico. De acordo com as
respostas dos alunos, pode se verificar que existe participação do professor na sala
27
de aula, onde 26% cerca de 15 alunos afirmam que os professores deram algum
conteúdo do assunto e dos demais, 23% cerca de 13 nunca estudaram sobre o
assunto e 51% sendo 29 do total não souberam responder.
Para finalizar o questionário foi perguntado aos alunos se o preconceito
linguístico está relacionado com a diversidade regional. De acordo com os alunos
40% cerca de 23 estudantes aprovam a afirmação, 25% cerca de 14 são indecisos,
2% ou seja 1 aluno discorda e 33%, ou seja, 19 colegas não responderam a
questão, porque ela estava direcionada apenas aos alunos que afirmaram existir o
preconceito linguístico na escola.
6 CONCLUSÃO
De acordo com a literatura apresentada por Bagno (1999), Castro (2007),
Junqueira (2012) e demais autores, onde afirma que o preconceito linguístico está
presente na escola e consiste em considerar os estudantes que sofrem esse tipo de
preconceito inferiorizados devido a não aceitação à diversidade linguística e que
essa
circunstância
implica
pedagogicamente
no
processo
de
ensino
e
aprendizagem, interferindo no seu rendimento escolar.
Esse fato também veio à tona na vida da pesquisadora quando veio da região
nordeste e quando pronunciou a língua portuguesa, foi hostilizada pelos colegas de
sala e isso trouxe um grande constrangimento. Os professores e os alunos
evidenciaram por meio dos questionários e entrevistas a mesma questão e pode se
ver na pesquisa por meio de suas respostas.
Portanto, pode se perceber que o preconceito linguístico avança gerações,
pois ele está ligado à diversidade da língua, logo, enquanto existir a variação
linguística ocorrerá o preconceito linguístico.
O professor tem papel fundamental no combate ao preconceito linguístico,
onde ele orienta, conscientiza e repreende os estudantes no momento em que
acontece o preconceito na sala de aula. Como métodos pedagógicos de ensino e
aprendizagem o educador utiliza a aplicação de leitura de textos voltados a culturas
locais, o estudo da origem da escrita e da fala, diferenciando a língua falada da
escrita, bem como a variação linguística das regiões do Brasil.
28
O fato é que o preconceito linguístico em sala de aula é decorrente da
intolerância e desrespeito à variedade linguística das culturas regionais. Para isso os
estudantes devem aprender na escola a riqueza da Língua Portuguesa e abordar
mais informações culturais, e respeitar o outro da forma que ele é, pois somos
pessoas diferentes. É preciso um trabalho planejado, envolvendo todas as esferas
da sociedade, para enfrentar o problema de frente, olhando para um futuro melhor.
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31
APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS
O questionário abaixo é composto de duas partes, sendo, a parte A com as
características do respondente e a parte B com 2 (duas) questões. Uma série de
afirmações é listada para que o senhor (a) possa apresentar opinião sobre o tema
abaixo.
Questionário
Parte A – Características do Respondente
Sexo:
M
F
Aluno(a)
Idade:
10 anos
12-14anos
14-16 anos
mais de16 anos
Parte B – Questões
1. Seus pais nasceram em Brasília?
S
NÃO SEI
RESPONDER
IM
N
ÃO
2. Caso saiba a resposta, marque a região que um dos seus pais nasceram.
(
(
(
(
(
) Norte
) Nordeste
) Centro-Oeste
) Sul
) Sudeste
3. De acordo com a resposta anterior, julgue a seguinte questão: a pessoa que
nasce em qualquer das regiões acima possui uma forma de falar diferenciado
das pessoas que tiveram seus pais nascidos em Brasília.
Concordo totalmente
5(
)
Concordo
4( )
Nem concordo
Nem discordo
3( )
Discordo
2( )
Discordo
totalmente
1( )
4. Se a sua resposta for a opção 4 ou a opção 5 julgue. A forma de se comunicar
por meio das palavras diferentes faz com que essa pessoa muitas vezes fique
constrangida perante os meus colegas e amigos.
32
Concordo
totalmente
5(
)
Conc
ordo
4( )
Nem
concordo
Nem
discordo
3( )
Discordo
Discordo
totalmente
2( )
1( )
5. Você já foi criticado ou criticou alguém ou fez alguma brincadeira de mau gosto
com algum colega seu que veio de uma cidade do interior e estudou com você
na escola?
SI
NÃ
M
O
6. Se a sua resposta for afirmativa, julgue: Ao criticar ou criticado, discriminado, ou
desprezar a forma de falar diferente de alguém, faz com que influencie no
rendimento escolar dessa pessoa na sala.
Concordo
totalmente
5(
)
Conc
ordo
4( )
Nem
concordo
Nem
discordo
3( )
Discordo
Discordo
totalmente
2( )
1( )
7. Você sabe o que é preconceito linguístico?
S
NÃ
IM
O
8. Se a sua resposta for afirmativa, julgue: O preconceito lingüístico está dentro da
sala de aula.
Concordo
totalmente
5(
)
Conc
ordo
4( )
Nem
concordo
Nem
discordo
3( )
Discordo
Discordo
totalmente
2( )
1( )
9. Algum professor já fez algum comentário sobre preconceito linguístico?
S
NÃO SEI
RESPONDER
IM
N
ÃO
10. Julgue a seguinte afirmação: O preconceito linguístico está diretamente ligado
com a forma de falar das pessoas.
Concordo totalmente
5(
)
Concordo
4( )
Nem concordo
Nem discordo
3( )
Discordo
2( )
Discordo
totalmente
1( )
33
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES
O questionário abaixo é composto de duas partes, sendo, a parte A com as
características do respondente e a parte B com 2 (duas) questões. Uma série de
afirmações é listada para que o senhor (a) possa apresentar opinião sobre o tema
abaixo.
Parte A – Características do Respondente
Centro de Ensino Médio 06 UF: DF
Sexo:
M
F
Professor:
Formação (Curso): Pedagogia
Tempo de Formação:
2
anos
24anos
4
-6 anos
ma
is de 6
Idade: _____________
Parte B – Questões
1.
Você sabe o que é o preconceito linguístico?
SIM
2.
NÃO
Você acha que existe preconceito linguístico entre os colegas na sua sala de
aula.
SIM
NÃO
34
3.
Você já teve conhecimento ou presenciou algum caso de preconceito
linguístico entre os colegas na escola.
SIM
4.
NÃO
Se a sua resposta for afirmativa, julgue: O preconceito linguístico afeta o
comportamento do aluno no processo de ensino e aprendizagem.
Concordo
Concordo
Totalmente
5(
5.
Nem concordo
Discordo
Nem discordo
)
4( )
3( )
Discordo
totalmente
2( )
1( )
Julgue a seguinte frase: O preconceito linguístico está diretamente ligado a
diversidade cultural no modo de falar as palavras que são considerados pelos
eruditos como erro perante a norma culta.
Concordo totalmente
Concordo
Nem concordo
Discordo
Nem discordo
5(
6.
)
4( )
3( )
Discordo
totalmente
2( )
1( )
Se a resposta anterior for positiva, em sua opinião o que o preconceito
linguístico tem influenciado no processo de ensino e aprendizagem.
7.
[
] Evasão escolar;
[
] Baixo rendimento escolar;
[
] Desânimo;
[
] Exclusão dos colegas;
[
] Solidão.
[
] Outros ______________________________________________.
[
] Todas as alternativas;
Ao confirmar a presença do preconceito na ambiente escolar, quais as
práticas pedagógicas que são utilizadas pela escola e pelo professor para combater
o preconceito linguístico:
[
] Conscientização da importância da língua falada, tanto quanto a escrita;
[
] Combater a intolerância;
[
] Conscientizar dos mitos linguísticos que provocam um comportamento
preconceituoso;
35
[
] levar o conhecimento tanto da língua escrita como da língua falada;
[
] desapego do padrão linguístico arcaico.
[
] Ensinar a língua portuguesa de forma autoritária afirmando que a falar fora
dos padrões da norma culta é errado.
[....] Promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito crítico, o diálogo e a
compreensão entre as diversas culturas
8.
(
) Todas as alternativas
(
) Outros __________________________________________
Qual a nota que você atribuiria para o combate ao preconceito linguísticos
promovidos pelos professores e pelas escolas do Distrito Federal.
9.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
Listar propostas para combater, minimizar ou reduzir o preconceito linguístico
nas escolas do Distrito Federal.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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Lúcia Maria Vieira Mendes - Universidade Católica de Brasília