Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com
ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás
ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma
contigo mais uma ou duas pessoas, para
que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele
não lhes der ouvidos, comunica o caso à
Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja,
considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que
desligardes na terra será desligado no Céu.
Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na
terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhesá concedida por meu Pai que está nos Céus.
Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».
Mt 18, 15-20
O texto do Evangelho, tirado do capítulo 18 de
Mateus, dedicado à vida da comunidade cristã,
diz-nos que o amor fraterno exige também um
sentido de responsabilidade recíproca, pelo que,
se o meu irmão comete uma falta contra mim,
devo usar de caridade para com ele e, antes de
tudo, falar-lhe pessoalmente, recordando-lhe
que quanto disse ou fez não é bom. Este modo
de agir chama-se correcção fraterna: ela não é
uma reacção à ofensa de que se foi vítima, mas é
movida pelo amor ao irmão. Santo Agostinho
comenta: «Aquele que te ofendeu, ao ofender-te,
causou em si mesmo uma ferida grave, e não te
preocupas tu pela ferida de um teu irmão? ... Deves esquecer a ofensa que recebeste, mas não a
ferida de um teu irmão» (Discursos 82, 7).
E se o irmão não me ouve? No evangelho
de hoje Jesus indica uma gradualidade: primeiro,
voltar a falar-lhe com outras duas ou três pessoas, para o ajudar a dar-se conta do que fez; se,
mesmo assim, ele não aceita a observação, é
preciso dizê-lo à comunidade; e se não ouve
nem sequer a comunidade, é necessário fazerlhe sentir o afastamento que ele mesmo causou,
separando-se da comunhão da Igreja. Tudo isto
indica que há uma co-responsabilidade no caminho da vida cristã: cada um, consciente dos próprios limites e defeitos, está chamado a aceitar a
correcção fraterna e a ajudar os outros com este
serviço especial.
Outro fruto da caridade na comunidade é a
oração concorde. Jesus diz: «Se dois de entre vós
se unirem, na terra, para pedir qualquer coisa,
obtê-la-ão de Meu Pai que está nos céus. Pois
onde estiverem reunidos, em Meu nome, dois
ou três, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 19-20).
Certamente a oração pessoal é importante, aliás,
indispensável, mas o Senhor garante a sua presença à comunidade que — mesmo se for muito
pequena — está unida e é unânime, porque reflecte a própria realidade de Deus Uno e Trino,
comunhão perfeita de amor. Orígenes dizia que
«nos
devemos
exercitar
nesta
sinfonia» (Comentário ao Evangelho de Mateus 14, 1),
ou seja, nesta concórdia no âmbito da comunidade cristã. Devemos exercitar-nos quer na correcção fraterna, que exige muita humildade e
simplicidade de coração, quer na oração, para
que se eleve a Deus de uma comunidade deveras unida em Cristo. Peçamos tudo isto por intercessão de Maria Santíssima, Mãe da Igreja, e de
São Gregório Magno, Papa e Doutor, que ontem
recordamos na liturgia. PAPA BENTO XVI – Angelus,
04 de Setembro de 2011.
Domingo XXIII do Tempo Comum –
07 de Setembro
Ontem, 30 de Maio deste ano de 1627, festa da Santíssima Trindade, saíram de uma grande nau muitos negros trazidos das margens dos rios de África. Fomos ter com eles, levando dois cestos de laranjas, limões, bolachas e outras coisas, e dirigimo-nos para as suas barracas. Parecia que entrávamos noutra Guiné.
Tivemos de atravessar por entre grande multidão até
chegar aos doentes, que eram muito numerosos e estavam
deitados no chão húmido e lamacento. Alguém se lembrou
de o entulhar com fragmentos de telhas e tijolos para diminuir a humidade. Tal era a cama destes infelizes, que além
disso estavam nus, sem qualquer roupa que os protegesse.
Tirámos as nossas capas e fomos buscar tábuas para
fazer um estrado. Depois, forçando o caminho por entre os
guardas, para ali transportámos os doentes. Em seguida distribuímo-los em dois grupos: de um grupo encarregou se o
meu companheiro com um intérprete; do outro encarreguei
me eu.
Entre eles havia dois quase a morrer: estavam frios e
mal se lhes sentia o pulso. Levámos brasas numa telha para
junto dos moribundos, deitámos perfumes nas brasas, até
esvaziar duas sacas que tínhamos trazido. Depois, cobrindo
os com as nossas capas – pois eles nada tinham com que se
cobrir e não podíamos perder tempo a pedir roupas aos seus
senhores – conseguimos que fizessem uma inalação daqueles vapores e recuperassem o calor e a respiração. Era de ver
a alegria com que nos olhavam!
Assim lhes falámos, não com palavras mas com obras; e
na verdade, estando eles persuadidos de que tinham sido
trazidos para ali a fim de serem comidos, de nada teriam servido outros discursos. Sentámo-nos depois, ou ajoelhámonos junto deles, lavámos-lhes os rostos e os corpos com vinho, procurando alegrá-los com carinho e fazer lhes o que
naturalmente se faz para levantar o moral dos doentes.
Depois tratámos de os preparar para o Baptismo. Explicámos
lhes os admiráveis efeitos deste sacramento para o corpo e
para a alma. E quando, respondendo às nossas perguntas,
deram mostras de terem compreendido, passámos a um ensino mais completo sobre um só Deus que premeia ou castiga segundo os merecimentos de cada um, etc. Exortámo-los
a fazer o acto de contrição e a manifestar o arrependimento
dos pecados que tivessem cometido, etc.
Finalmente, quando já pareciam suficientemente
preparados, falámos dos mistérios da Santíssima Trindade,
da Encarnação e da Paixão; e, mostrando-lhes num quadro a
imagem de Cristo crucificado sobre uma pia baptismal, para
a qual correm os rios de sangue provenientes das chagas de
Cristo, rezámos com eles, na sua língua, o acto de contrição.
Das Cartas de São Pedro Claver, presbítero
11h30, Missa com a Irmandade do
Santíssimo, na Igreja de São
Nicolau.
18h30, Vésperas cantadas em São
Nicolau.
19h15 e 22h, Missas com o pedido
de benção para os Seminaristas de São Nicolau,
no início
de novo ano formativo dos
Seminários.
Peditório para apoio às famílias
acompanhadas pela Conferência São Vicente de Paulo e Recolha de alimentos na comunidade cristã, na 1ª semana do
mês.
Segunda-feira, 08 de Setembro
13h10, Missa de Festa na Natividade da Virgem Santa Maria,
na Igreja de Nossa Senhora da
Oliveira.
21h, Distribuição "refeição quente" a pessoas em situação de
sem abrigo, Largo das Cebolas.
Sexta-feira, 12 de Setembro
20h, Encontro com as pessoas “em
situação de sem abrigo” na
Igreja da Conceição Velha e
distribuição de refeição quente
no Largo das Cebolas.
Sábado, 13 de Setembro
10h-12h30, Itinerários de fé, visita cultural às Igrejas do Chiado.
17h e 22h Distribuição do guião
de leitura do primeiro capítulo
da Exortação Apostólica "A Alegria do Evangelho", do Papa
Francisco.
Proposta de leitura pessoal do 1º
capítulo da "Alegria do Evangelho" e do respectivo guião de
leitura que prepara a 1ª etapa
do Sínodo Lisboa 201
Início da recitação da oração oficial pelo Sínodo, Lisboa 2016.
Proposta do livro do mês: Exortação Apostólica "A Alegria do
Evangelho", do Papa Francisco.
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7 de Setembro de 2014