Caso Fifa: José Maria Marin deve aceitar extradição aos EUA
José Maria Marin, o ex-presidente da CBF preso em Zurique desde maio, poderá aceitar a sua
extradição aos Estados Unidos. Nesta semana, a Justiça da Suíça anunciará a decisão e, caso
a orientação do FBI seja acatada, a defesa do dirigente brasileiro deverá abrir mão do recurso,
que prorrogaria o caso até o fim do ano.
Marin e outros seis cartolas foram detidos no dia 27 de maio na cidade suíça e a pedido da
Justiça americana. Um dos dirigentes, Jeffrey Webb, aceitou de forma voluntária ser
extraditado aos Estados Unidos. Mas os demais, entre eles Marin, optaram por questionar o
processo. Os advogados do brasileiro apresentaram uma defesa baseada no fato de que não
existia base legal para a extradição e que as provas eram "frágeis".
Segundo o inquérito do FBI, Marin teria pedido que parte da propina relativa à Copa do Brasil
fosse direcionado a ele, em uma conversa gravada com o empresário J. Hawilla, dono da
Traffic e um dos delatores do processo. Marin também é citado quando uma das empresas que
comprou os direitos para a Copa América indica a distribuição de propinas para dirigentes
sul-americanos.
Caso os suíços optem por extraditar o brasileiro para os Estados Unidos, Marin poderá ainda
recorrer, o que arrastaria o processo até o final do ano. Inicialmente, seus advogados
indicaram que essa seria a estratégia. Mas, agora, montaram pelo menos dois cenários
diferentes. Se sentirem que a sentença é "frágil", a defesa pedirá o recurso de fato e
recomendará a Marin, de 83 anos, que "aguente firme" na prisão por mais alguns meses. Mas
se os suíços sinalizem que não estão dispostos a reconsiderar o caso, os advogados acreditam
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que apresentar um recurso seria apenas "perda de tempo".
O brasileiro tem um apartamento em Nova York e, pela lei, poderia negociar uma fiança
milionária com os Estados Unidos que o permitisse ficar em prisão domiciliar enquanto o
julgamento ocorre. Uma fonte que esteve recentemente com o brasileiro contou que o cartola
está "ansioso" pela decisão, que pode ocorrer a partir desta terça-feira, e quer "mudar de
ambiente". Sem falar inglês ou alemão, Marin se comunica pouco na prisão.
O dirigente passou os seus mais de três meses apenas lendo e realizando alguns trabalhos.
Para garantir que o preso de 84 anos não se sentisse isolado, seus advogados organizaram
uma agenda de três visitas semanais, apenas para manter ocupada a semana do cartola.
Quem esteve com Marin conta que ele já não fala mais de futebol, não pergunta nem da
seleção brasileira nem do São Paulo, seu time. Ri pouco, anda sério e de cabeça baixa e
apenas abraça quem o visita. Os visitantes ainda tentam animar o cartola com histórias e
dizem que o foco no Brasil já mudou para a CPI do Futebol e a situação de Marco Polo Del
Nero.
(com Estadão Conteúdo)
Fonte: Veja
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