Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
CURSO DE BACHARELADO EM
ENFERMAGEM
JOSEVÂNIA MARIA GOMES
THALYTA LINS BORBA
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE
UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE
2011
JOSEVÂNIA MARIA GOMES
THALYTA LINS BORBA
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE
SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Josevânia
Maria Gomes e Thalyta Lins Borba, ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário Osvaldo Cruz e do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco
como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem.
ORIENTADORA
Prof.ª Renata de Miranda
RECIFE
2011
JOSEVÂNIA MARIA GOMES
THALYTA LINS BORBA
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE
SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE
Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito __ em __/__/____.
Banca Examinadora
___________________________________________________
Profª Renata de Miranda, mestranda.
Presidente
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Josevânia Maria Gomes
A todas as pessoas que estiveram ao meu lado ao longo desta jornada, me apoiando incondicionalmente para a conclusão deste trabalho
acadêmico.
Em especial, a orientadora Renata de Miranda e a amiga Josevânia
Gomes pelo apoio, paciência, credibilidade e compreensão que me
proporcionaram.
Thalyta Lins Borba
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos meus pais e demais familiares, amigos e mestres
que, pela presença, pela palavra, pelo sorriso, deram coragem e determinação para traçar um caminho em busca de um ideal.
A todas as pessoas que não foram mencionadas mais que contribuíram
de forma direta e indireta para realização deste sonho.
Josevânia Maria Gomes
Primeiramente, agradeço a DEUS, pelo dom da vida, por estar sempre
comigo e ter me dado à chance de concluir mais uma etapa da minha
vida.
Aminha família, pela educação que me concederam na formação do
meu caráter e, ainda me ajudando de todas as formas que podiam.
A minha amiga Josevânia Maria Gomes que compartilhou comigo seus
conhecimentos durante a execução deste trabalho.
A Faculdade São Miguel que prestou a base para a construção da minha
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
Dedico este trabalho a todas as pessoas que me apoiaram entre eles
professores, familiares e amigos, pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas.
Em especial, a professora Renata de Miranda e a minha amiga Thalyta
Lins por sua confiança e credibilidade em minha pessoa e pelo mútuo
aprendizado de vida, durante nossa convivência.
em uti de um hospital público do Recife
DEDICATÓRIA
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
formação, juntamente com seus professores e funcionários.
A professora Renata de Miranda, minha orientadora, que prontamente
aceitou esteencargo, auxiliando-me com toda dedicação na construção
deste trabalho.
Aos voluntários que foram fundamentais para a realização da pesquisa.
E finalmente, agradeço a todos que fizeram parte da minha vida durante esta caminhada e que, de uma forma ou de outra, colaboraram
para a realização destesonho.
Thalyta Lins Borba
RESUMO
Trata-se de um estudo observacional, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, realizado na UTI de um hospital público, referência
em cardiologia na cidade do Recife-PE, com o objetivo de investigar
a importância da higienização das mãos por profissionais de saúde.
Foram incluídos no estudo funcionários da área de saúde, como enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos e fisioterapeutas no período
de setembro a outubro de 2011. A coleta de dados foi realizada através
de entrevista com a utilização de um questionário contendo perguntas fechadas com 38 pessoas equivalentes a 50% dos funcionários da
referida unidade. Dos participantes entrevistados 58% são técnicos de
enfermagem e 53% possuem curso superior completo. Os resultados
indicam que 41% lavam as mãos ao realizar procedimento com o paciente e o produto de maior aceitação foi o sabão. Concluímos que a
maioria da equipe de saúde não adere ao procedimento conforme as
recomendações básicas de higienização das mãos, mesmo com materiais de higiene disponível, necessitando da atuação da educação continuada periodicamente e a conscientização dos profissionais.
Palavras-Chave: Lavagem das mãos; Infecção hospitalar; Profissionais de saúde.
ABSTRACT
This is an observational, descriptive, cross-sectional quantitative study
in the ICU of a public hospital, reference centers in Recife-PE, in order
to investigate the importance of hand washing by health professionals. The study included employees in the health area, such as nurses,
nursing technicians, doctors and physiotherapists in the period from
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SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................390
2 Objetivos..........................................................................392
2.1Geral.....................................................................392
2.2 Específico..............................................................392
3 Revisão da literatura..........................................................392
4 Metodologia......................................................................399
4.1 Tipo de estudo.......................................................399
4.2Descrição da área....................................................400
4.3População e amostra................................................400
4.4 Critérios de inclusão/exclusão...................................400
4.5 Instrumento para coleta de dados.............................400
4.6Apresentação e análise dos resultados........................401
4.7 Aspectos éticos e legais...........................................401
4.7.1 Riscos e benefícios.......................................401
5 Resultados/Discussão.........................................................401
6 Recomendações................................................................408
7 Considerações finais..........................................................409
Referências.........................................................................410
APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dados
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXO A – Protocolo de Pesquisa
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
Keywords: Handwashing; Infection Control; Health professionals.
em uti de um hospital público do Recife
September to October 2011. Data collection was conducted through
interviews using a questionnaire containing 38 closed questions with
people equivalent to 50% of employees in the unit. 58% of survey
participants are nursing technicians and 53% have a college degree.
The results indicate that 41% wash their hands when performing the
procedure with the patient and the product was greater acceptance of
the soap. We conclude that most of the health team does not adhere
to the procedure as the basic recommendations for hand hygiene, even
with hygiene materials available, requiring the performance of regular
continuing education and awareness of professionals.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
1 INTRODUÇÃO
O conceito de infecção segundo Potter e Perry (2009) é a invasão e
multiplicação de micro-organismo patogênico em um hospedeiro,
resultando numa resposta inflamatória.
A ocorrência de infecções nosocomiais decorre da longa continuidade
ou procedimentos invasivos, ausência de técnicas assépticas durante
a internação, ou até mesmo após a sua alta do hospital. A Infecção
comunitária esta presente ou em incubação no ato da admissão do
paciente na unidade, proveniente da comunidade. No entanto revelase um grande desafio para a saúde pública, além dos gastos destinados
ao tratamento, permanência do cliente afetando o processo no cuidado
em saúde e a distância do mesmo do seu trabalho e família (ALVES et.
al., 2007).
Antigamente a prática da higiene das mãos era um ritual onde ficaria
livre de impurezas, ligado mais com exterior e não uma questão
de saúde, porém um dos grandes contribuintes para controle das
infecções foi Semmelweis, pois tomou conhecimento do ato de lavar as
mãos com água e solução clorada entre atendimentos prestados aos
pacientes. A percussora da enfermagem Nightingale trouxe a questão
do ambiente limpo na contribuição do tratamento das infecções (ALVES
et. al., 2007).
Historicamente em nosso país a relevância a cerca do conhecimento
da infecção hospitalar teve destaque na publicação da Portaria do
Ministério da Saúde 196, de 24 de Junho de 1983, pondo em prática as
Comissões de infecções hospitalares, onde todas as instituições de saúde
devem promover proteção, melhoria dos serviços de saúde, através
de normas técnicas que devem ser executadas pelos profissionais de
saúde (SANTOS, 2000).
A definição para lavagem das mãos segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária é a medida mais simples e menos dispendiosa para
prevenir a propagação de infecções. Sendo este, um procedimento
indispensável para retirar sujeira e micro-organismo (ANVISA, 2007).
A importância da higienização das mãos é justificada pela existência
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de dois tipos de flora microbiana na pele das mãos. A flora transitória
fica na camada superficial da pele e é composta por micro-organismo
presente em qualquer ambiente trazendo a contaminação por contato.
A flora residente encontra-se normalmente na epiderme e sua função
é prevenir a colonização da flora transitória, não é comum ocasionar
doenças, mas na presença de lesão tecidual pode vir a ocorrer algum
processo infeccioso (POTTER; PERRY, 2009).
Durante a permanência do cliente no hospital cabe não somente
a equipe profissional, mas também a enfermagem, a qual esta
diretamente ligada ao cuidado, em incluir medidas que visem prevenir
e controlar a disseminação da infecção utilizando medidas assépticas.
Uma das medidas simples e econômica é a higiene das mãos, pois
baseado em estudos científicos comprovam a sua importância no
controle das infecções, por parte dos trabalhadores de saúde, os quais
são as principais fontes de disseminação de micro-organismos dentro
do ambiente hospitalar (SANTOS, 2002).
Pesquisas comprovam que a adoção desta medida minimiza a
presença de um agente infeccioso atrelada ao uso de equipamentos
de proteção, técnicas assépticas, comprometimento, responsabilidade
e conhecimento a cerca do assunto. Diante dessa problemática,
analisamos a Enfermagem como um membro que detém habilidades,
competência, conhecimento científico, que pode promover educação
permanente junto a sua equipe, desta forma prover medidas de
prevenção com aplicação de técnicas corretas na assistência, durante
a internação visando o mínimo de risco de infecção para o cliente
(GOBATTO; LONGHI, 2006).
A higienização das mãos é um poderoso antídoto para o controle
das infecções hospitalares, entretanto mesmo com a divulgação da
prevenção do problema através de cartazes informativos em diversos
lugares, a adesão a esta técnica ainda é precária por parte dos
profissionais de saúde (NEVES et. al., 2009).
Partindo desta realidade, diante do tema as autoras têm como problema
de pesquisa qual a frequência da higienização das mãos por profissionais
de saúde de uma UTI da rede pública da cidade do Recife? Assim como
o objetivo de investigar a importância da higienização das mãos por
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profissionais de saúde para contribuir na prevenção de infecção, que
pode ser evitada com um simples gesto, a higienização das mãos.
O tema proposto foi escolhido tomando por base as constantes infecções
existentes na unidade de terapia intensiva de um hospital público, onde
uma das autoras do estudo trabalha.
Espera-se que este estudo contribua como alerta para o controle e
prevenção da infecção hospitalar, bem como para a construção do
conhecimento na área.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral:
Investigar a importância da higienização das mãos por profissionais
de saúde em UTI de um hospital público do Recife.
2.2 Específicos:
Caracterizar a amostra;
Observar o número de vezes que os profissionais de saúde higienizam
as mãos na UTI;
Apontar as causas que favorecem a propagação da infecção hospitalar;
Descrever os tipos de infecções hospitalares mais comuns na UTI.
3 REVISÃO DA LITERATURA
A higienização das mãos consiste na principal medida de prevenção da
transmissão das infecções hospitalares, sua importância é fundamentada
na capacidade das mãos de albergar micro-organismos e de transferílos de uma superfície para outra, seja por contato direto, pele com
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pele, ou indireto, por meio de objetos (SANTOS, 2000).
As mãos dos profissionais de saúde são as que carreiam a maior
quantidade de micro-organismos de um paciente para outro, para
equipamentos ou até mesmo para alimentos, tornando condições
oportunas à infecção nosocomial e, consequentemente responsáveis
pela maioria das infecções cruzadas (OPPERMANN et. al., 1994).
As mãos possuem dois tipos distintos de populações microbianas
formadas pelas microbiotas residente e transitória (POTTER; PERRY,
2009).
A microbiota residente encontra-se normalmente na epiderme e sua
função é prevenir a colonização da flora transitória, não é comum
ocasionar doenças, mas na presença de lesão tecidual pode vir a ocorrer
algum processo infeccioso (POTTER; PERRY, 2009).
Já a microbiota transitória é aquela que fica na camada superficial da
pele e é composta por micro-organismo presente em qualquer ambiente
trazendo a contaminação por contato. Ao contrário da residente, sua
remoção se torna mais fácil através da higienização com água e sabão
(POTTER; PERRY, 2009).
A higienização das mãos consiste na simples lavagem das mãos
utilizando água e sabão ou por meio da fricção com álcool a 70%. A
aplicação de água e sabão é aconselhada quando as mãos estiverem
notoriamente sujas, nos casos em que houver contato com microorganismos formadores de esporos, após utilizar o banheiro, sendo a
aplicação de soluções alcóolicas recomendada para os casos em que
elas não apresentem sujidade visível (WORLD HEALTH ORGANIZATION;
2009).
De acordo com os autores Andrade e Ferrareze (2006), o uso do sabão
tem sua importância na rotina hospitalar, por ser um meio primordial
que reduz riscos de contaminação, evita a multiplicação de microorganismos e remove os contaminantes orgânicos e inorgânicos.
Para os autores Couto, Pedrosa e Nogueira (1999), a higienização das
mãos deve ser a ação de rotina entre as equipes de saúde. Vale lembrar
que essa recomendação é datada de muito antes da era bacteriológica,
tendo como marco a atuação de Semmelweis.
Para os mesmos autores citados acima, em 1847, Semmelweis,
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um médico Húngaro, evidenciou a importância deste ato na prevenção
da infecção hospitalar, mostrando a redução dos casos de febre
puerperal, quando se incorporava o procedimento de lavagem das
mãos. Seus estudos demonstraram “a primeira evidência científica
que a higienização das mãos poderia prevenir a transmissão da febre
puerperal” como afirma o autor Santos (2009).
Entretanto, foi Semmelweis que introduziu o sabão, escovas e ácido
clorídrico na rotina hospitalar. Ele trouxe medidas indispensáveis de
controle em sua unidade (higienização das mãos, isolamento dos casos
e esterilização de materiais) e o índice de mortalidade das parturientes
reduziu para 3% nos meses seguintes após a adesão desses cuidados
básicos (FERNANDES AT, 2009).
No âmbito da enfermagem, Florence Nightingale caracteriza-se como
facilitadora deste processo. Era preconizado que ao se estabelecerem,
as doenças provocavam a ruptura da derme e, por conseguinte tornavase porta de entrada para a bactéria. Por ser missão da enfermeira
a restauração da saúde, era própria a esta, ações de higiene com a
finalidade de se garantir a segurança do cliente e o desenvolvimento
de um ambiente terapêutico e seguro (LOBO ML, 2000).
Deste modo, verificando os escritos de Semmelweis e Nigthingale como
sendo vertentes de execução no campo de prevenção/contágio ressaltase a necessidade de profissionais empenhados no processo saúde/
doença e na promoção de estratégias de fiscalização das infecções
nosocomiais (CARRARO TE, 2004).
Em 1989, o Ministério da Saúde divulgou o manual “Lavar as mãos”
com a finalidade de normatizar um comportamento comum e pouco
apreciado no âmbito das unidades de saúde brasileiras, favorecendo
aos profissionais de saúde subsídios técnicos relacionados às normas
e aos procedimentos para lavar as mãos, tendo em vista a prevenção
das infecções hospitalares (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1989).
Este manual relata passo a passo a técnica correta de lavagem das
mãos voltando a ser salientado em 2007 no manual de higienização das
mãos divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA,
2007).
A importância dessa prática continua sendo reconhecida pelo Ministério
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da Saúde que incluiu recomendação para este hábito no anexo IV da
Portaria n° 2616 de 12 de Maio de 1998, a cerca do Programa de
Controle das Infecções Hospitalares nas instituições de assistência à
saúde do país (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).
O mais novo manual mostra as indicações para a execução desta prática
de higienização, diferenciando-as de acordo com o uso de água e sabão
(nos casos em que não apresentem sujidade visível ou contaminadas
com sangue ou quaisquer outros fluídos corporais; ao começar e
finalizar o turno de trabalho; antes e após o uso do banheiro; preparar
refeições; manusear medicamentos e entrar em contato com paciente
contaminado) e uso de preparações alcoólicas (ao começar e finalizar
contato com o paciente e retirada de luvas, antes de executar condutas
assistenciais e manejar dispositivos invasivos; antes de calçar luvas
para inserir algum dispositivo invasivo quando este não exigir preparo
cirúrgico; após risco de proximidade com fluidos corporais; quando
houver troca de um sítio corporal contaminado, para outro, limpo,
durante o cuidado ao paciente e depois do contato com materiais
inanimados e áreas adjacentes ao paciente (ANVISA, 2008).
O mesmo manual editado em 1989 sugeri as seguintes etapas de
desenvolvimento da prática de higienização simples das mãos: retirar
jóias, pulseiras e relógios, abrir a torneira e molhar as mãos, evitando
tocar na pia; evitar o uso de água excessivamente quente ou fria, com
a finalidade de evitar o ressecamento da pele; adicionar em quantidade
suficiente sabão líquido na palma da mão. Realizar a fricção em todo o
segmento da mão abrangendo palmas, dorso, interdigitais, dorso dos
dedos, polegares, polpas digitais e punhos; enxaguá-las removendo os
resíduos de sabão, no sentido dos dedos para os punhos, protegendo
para que as mãos ensaboadas não toquem a torneira. Para concluir,
prosseguir a secagem das mesmas com papel toalha descartável,
começando pelas mãos e procedendo em direção aos punhos; em
seguida desprezar o papel toalha na lixeira apropriada a lixo comum.
A duração da conduta é de mais ou menos 40 a 60 segundos (ANVISA,
2008).
Segundo Correa et. al., (2001), na maioria das vezes, essa técnica
se torna ineficaz, devido ao esquecimento de algumas etapas desse
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procedimento, pelo excesso de serviço, havendo preocupação com a
quantidade e não com a qualidade dos serviços prestados, desenvolvendo
assim as infecções hospitalares.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), Infecção Hospitalar (IH)
é a infecção adquirida, institucional ou nosocomial, após a admissão
do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta,
quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos
hospitalares (ANVISA, 2000). Segundo David (1998) é designada pelo
surgimento, após 48 horas de internação hospitalar, dizendo-se precoce
as infecções que aparecem nas primeiras noventa e seis horas e tardias
quando a mesma se encontrar em desenvolvimento de colonização
microbiana por patógenos hospitalares.
Desde a publicação da Lei do Ministério da Saúde N° 9.431, DE 06 de
Janeiro de 1997, é de responsabilidade de todos os hospitais brasileiros
constituírem uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),
com o objetivo de elaborar o Programa de Controle de Infecções (PCI),
definido como um conjunto de ações desenvolvidas e deliberadas
sistematicamente. Esse programa tem como finalidade minimizar o
máximo possível à ocorrência e gravidade das infecções hospitalares,
beneficiando o hospital na qualidade dos serviços prestados (ANVISA,
2000).
A legislação brasileira, através da RDC 50/2002, determina as ações
mínimas a serem desenvolvidas visando à redução da ocorrência das
infecções relacionadas à assistência a saúde e as normas e projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Essas
normas
reforçam a finalidade da lavagem das mãos como o ato de maior
relevância na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Aliança Mundial
para a Segurança do Paciente, também tem se esforçado no preparo
de diretrizes e estratégias de introdução de medidas, tendo em vista a
adesão deste hábito de lavagem das mãos (BRASIL, 2007).
As infecções hospitalares são as complicações que mais ocorrem em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os índices dessas infecções nessas
unidades mostram porcentagens de 25% a 30% confrontado com 5%
a 10% dos pacientes de demais áreas de internação (HUDAK et. al.,
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1997).
Segundo Machado (1998), a ocorrência de infecção apresentou estar
diretamente relacionada à duração da própria assistência médica, a
manipulação da equipe de enfermagem e a duração do paciente na
unidade de terapia intensiva.
De acordo com Sarria (1994), diversos fatores aumentam o número
de casos de infecção nosocomial numa unidade de terapia intensiva.
Há aqueles relativos ao paciente, como por exemplo, os transplantes,
imunodepressões, queimaduras, choque, terapia com esteróides, etc.
e aqueles relativos aos procedimentos aos quais os pacientes dessa
unidade estão expostos.
Além dos fatores clínicos, (feridas abertas, queimaduras, traumas
e outros), técnicas terapêuticas (cateterismo vesical, cirúrgias,
traqueostomias, ventilação mecânica, entre outros), as mãos dos
profissionais de saúde se não forem corretamente higienizadas, podem
contribuir no aumento do risco dessas infecções (SANTOS, 2008).
Com relação à utilização de métodos invasivos de diagnóstico e
tratamento os fatores de risco estão relacionados ao uso de cateteres,
ventilação invasiva, nutrição parenteral e uso indiscriminado de
antibiótico, histamina e betabloqueadores (DAVID, 1998; SALOOJEE;
STTENHOFF, 2000).
Estudos mostram que os tipos de infecções hospitalares mais comuns
em unidades de terapia intensiva são: a sepse relacionada ao cateter
vascular, sendo esta, a causa mais importante de bacteremia nosocomial
correspondendo a 40% das bacteremias que ocorrem em uma UTI.
Sucedendo a sepse ao cateter vascular, as infecções do trato urinário
representam a segunda maior causa de infecção hospitalar, atingindo
uma média de 35-45% do total das infecções, relacionadas à sondagem
vesical de demora e por fim a pneumonia nosocomial, atingindo uma
média de 24% das infecções em UTI, sendo parte dela relacionada à
ventilação mecânica, e (PEDROSA, T.M.G, 1999).
De acordo com Souza et. al., (2008), essas infecções não compõem
apenas um problema de saúde pública, mas também um problema de
ordem social.
Para Giunta e Lacerda (2006), estão ligadas com o desenvolvimento
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social e sua forma de compreensão do processo saúde/doença.
Os prejuízos dessas infecções trazem um encarecimento do
atendimento, ao passo que aumenta a demanda terapêutica (gastos
com antibióticos), do tempo em que o paciente fica internado no
hospital e a morbimortalidade. De acordo com o Ministério da Saúde,
esses custos são classificados em: custos diretos aqueles ligados aos
gastos dos pacientes com infecção hospitalar; indiretos, resultantes da
morbidade, como afastamento do trabalho e da vida social, sequela
deixada por alguma doença ou mesmo morte e os custos intangíveis,
aqueles que não podem ser avaliados economicamente, pois incluem
os transtornos provocados pela dor, isolamento social, pesar e pelo
sofrimento experimentado pelo paciente dentro do hospital (SILVA,
2000; CAVALCANTI; HINRICHSEN, 2004).
Porém não se trata apenas de reduzir custos, mas sim, reduzir agravos
aos pacientes já que uma infecção hospitalar pode ser extremamente
traumática ou até mesmo fatal (FREITAS MR et. al.,1997).
Na prática diária de um profissional de saúde há muitos procedimentos
passíveis de contaminação das mãos necessitando o hábito da lavagem
antes e após a sua realização (PITTET D et. al., 1999).
Porém o que leva muitas vezes a não adesão deste simples ato de
eficácia comprovada, segundo pesquisas recentes, são a ausência de
motivação, carência ou inadequação de pias ou dispositivos de álcool
junto aos leitos, ausência de materiais como sabão e álcool além
de toalhas de papel e lixeiras, reações cutâneas devido à aplicação
rotineira dos produtos recomendados, falta de tempo devido ao grande
número de tarefas a serem realizadas, irresponsabilidade e falta de
conhecimento a cerca da grande importância das mãos como principal
veículo de transmissão de micro-organismos (NEVES ZCP et. al.,2006;
OLIVEIRA AC, 2007).
Com isso, diversos órgãos normatizadores mostram recomendações
em relação a produtos, técnicas e frequência da higienização das
mãos para serem seguidas pelos profissionais de saúde, mostrando
a relação entre a adesão a esta prática e a diminuição da infecção.
Porém, a adesão a esta prática continua sendo baixa, provando que
essas informações não estão alcançando o seu maior objetivo, que é a
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4.1 Tipos de estudo
Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de caráter quantitativo
com delineamento transversal.
Para Polit, Beck e Hungler (2004, p.164), “em um estudo quantitativo o
delineamento de pesquisa apresenta as estratégias que o pesquisador
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4 METODOLOGIA
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mudança de comportamento (TIPPLE, et. al., 2007; ANVISA, 2008;).
Acredita-se que para a educação acontecer de modo constante é
indispensável o aperfeiçoamento permanente para que o progresso
e desenvolvimento do indivíduo sejam completos, visto que a ação
educativa é um método dinâmico. Assim o indivíduo terá como
determinar os seus pensamentos e suas necessidades de forma
inovadora (PACHECO HA, 1999).
Estudos apresentaram a maior eficácia de algumas estratégias de
educação para se conseguir a desejada mudança de comportamento
(SANTOS, et.al., 2008).
Programas de educação continuada, tais como campanhas periódicas de
estímulo a prática de higienização das mãos, estimulam os profissionais
de saúde a higienizar as mãos reduzindo assim os índices de infecção.
Porém, a manutenção da adesão desta prática apresenta um desafio,
visto que após algum tempo, os índices regressam aos patamares
anteriores (SETO WH, 1995; SANTOS IBC, et. al., 1998; FÁZIO JJ, et.
al., 2000).
O sucesso das medidas preventivas e de controle depende da interação,
da compreensão e aplicação das mesmas por toda a equipe de saúde,
no exercício de suas atividades (PEREIRA MS; MORYIA TM, 1995).
Porém, sabe-se que quanto maior for à aprendizagem, mais duradoura
ela será tornando-se um ato de transformação na prática diária. O
aprendizado deve estar em harmonia com a realidade para que haja
modificação de nossos valores, conceitos e comportamentos (BERBEL,
1998).
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planeja adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis”.
Ainda de acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva
tem como finalidade observar, descrever e documentar os aspectos da
situação, e os estudos transversais envolvem coleta de dados em um
ponto do tempo, onde sua principal vantagem é que são econômicos e
fáceis de controlar.
4.2 Descrição da área
O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Pronto Socorro
Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE) situado no bairro de ­­­­­­­­­­Santo
Amaro na cidade do Recife, do estado de Pernambuco, sendo esta uma
instituição pública. O hospital dispõe de 174 leitos, caracterizando-se
como hospital de grande porte e alta complexidade, apresenta uma
estrutura física formada por unidades de internações especializadas
em cardiologia clínica e cirúrgica pelo SUS, atendendo a população da
região metropolitana do Recife, do interior do Estado de Pernambuco,
bem como regiões que não dispõe desses serviços.
A UTI localiza-se no sétimo andar do hospital e dispõe de 13 leitos
destinados ao atendimento de pacientes adultos.
Esta unidade possui uma equipe multidisciplinar que trabalha em
busca da recuperação e bem estar dos pacientes sendo compostos
por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, e demais
membros da equipe de enfermagem.
4.3 População e Amostra
A população deste estudo foi composta por 76 sujeitos, sendo médicos,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas. A
amostra foi do tipo intencional com 50% dos sujeitos.
4.4 Critérios de inclusão/exclusão
Foram considerados elegíveis todos os profissionais de saúde que
estiveram de plantão e excluídos os profissionais da saúde que estavam
em período de férias, licença e atestado.
4.5 Instrumentos para a coleta de dados
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De início, a tabulação foi feita manualmente, os dados processados
em micro computador, no programa Microsoft Word 2010, apresentados
quantitativamente, através de gráficos e tabelas, analisados com
estatística descritiva.
4.7 Aspectos éticos e legais
No primeiro momento, o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Osvaldo Cruz (HUOC) e do
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco havendo aprovação através
do protocolo n° 061/11, sendo precedido do Protocolo de Pesquisa
autorizando a realização da pesquisa na instituição (ANEXO A). Para
a coleta dos dados os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (APÊNDICE-B).
4.7.1 Riscos e benefícios
De acordo com a resolução 196/96 o estudo proposto incorreu
em risco mínimo, visto que não foi realizado nenhum procedimento
envolvendo pacientes, entretanto, trouxe inúmeros benefícios, como
os de aumentar os conhecimentos científicos para a área da saúde em
especial a da enfermagem.
5 RESULTADOS/DISCUSSÃO
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
4.6 Apresentação e análise dos resultados
em uti de um hospital público do Recife
Os dados foram coletados por um questionário fechado construído
pelas autoras do estudo contendo perguntas referentes à higienização
das mãos (APÊNDICE-A) e através da observação durante a rotina de
trabalho dos profissionais de saúde que higienizaram as mãos.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Participaram do estudo 38 profissionais da área de saúde,
correspondendo a 50% dos funcionários da UTI, dos quais a maioria
é da equipe de enfermagem e do sexo feminino. Na tabela 1 estão os
resultados referentes à escolaridade e a profissão.
Tabela 1. Distribuição da caracterização do nível de escolaridade e
profissão. Recife-PE, ago. e set., 2011.
Características
N =38
Nível de instrução
Ensino Médio Completo
Curso Superior Incompleto
Curso Superior Completo
Profissão
Enfermeiro
Técnico em Enfermagem
Médico
Fisioterapeuta
%
12
06
20
31%
16%
53%
10
22
01
05
26%
58%
3%
13%
Observa-se que o maior número de participantes foi de técnicos
de enfermagem com 58%, seguido por enfermeiros com 26%.
Dos entrevistados 53% têm curso superior completo e 16% curso
superior incompleto o que demonstra uma população com ensino de
3° grau. Porém há necessidade de acrescentar o assunto em questão
nas Universidades e Escolas técnicas de saúde e promover curso de
atualização nas unidades de saúde, sendo essas, sugestões que podem
aumentar à adesão a higienização das mãos. (MENDONÇA et. al., 2003).
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Analisando o gráfico 1, observa-se que 41% dos entrevistado
responderam que higienizam as mãos ao realizar procedimentos com
o paciente, porém a maioria esquece de lavar as mãos ao assumir o
plantão, ao término do plantão e ao administrar medicações. Estes
achados divergem com o estudo realizado por Mendonça, quando afirma
que 66% dos enfermeiros lavaram as mãos ao entrar na unidade e que
os técnicos de enfermagem, enfermeiros e fisioterapeutas realizaram
o procedimento de higienizar as mãos em 100% (MENDONÇA et. al.,
2007).
Segundo Correa et. al., (2001), a falta de higienização das
mãos muitas vezes é negligenciada pela preocupação em dar conta do
serviço a todo custo, realizando procedimentos sem qualidade e assim
prejudicando muitas vezes a recuperação esperada do paciente. O
Manual do Ministério da Saúde (1989) tem orientações para prevenir a
infecção hospitalar, mesmo assim os profissionais mantêm uma atitude
passiva em relação ao assunto.
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
em uti de um hospital público do Recife
Gráfico 1. Distribuição em porcentagem dos sujeitos da pesquisa, em relação
as situações que higienizam as mãos. Recife-PE, ago. e set., 2011.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Gráfico 2. Distribuição em porcentagem dos profissionais da equipe de saúde,
em relação à higienização das mãos pela técnica básica. Recife-PE, ago. e
set., 2011.
No gráfico 2, a maioria dos profissionais de saúde cerca de 66%
responderam que higienizam as mãos pela técnica básica, havendo
divergência entre a prática e a coleta de dados. Concluímos que não
há rotina de lavar as mãos sempre que necessário. A técnica correta
refere-se aos cuidados que se deve ter para remover ou reduzir
micro-organismos patogênicos existentes nas mãos e evitar a sua
recontaminação. Deve-se fazer uso de sabonete líquido, ensaboar as
mãos por aproximadamente 40 segundos e friccionar todas as faces,
espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos,
enxugar as mãos e fechar a torneira com papel toalha. Pesquisas
apresentam fatos de que quanto maior a necessidade para higienizar as
mãos menos se higieniza, principalmente quando se trata de pacientes
debilitados (PESSOA-SILVA, et. al., 2005).
Estudo realizado por Mendonça sobre a adesão dos profissionais
de saúde em 2001, Goiânia (GO), acharam que os auxiliares de
enfermagem, enfermeiros e médicos em sua maioria lavam as
mãos corretamente, porém fonoaudiólogo, fisioterapeuta, técnico de
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No gráfico 3, em relação à retirada de objetos pessoais, como, anéis,
aliança, relógio e pulseira, 63% afirmaram que retiram estes objetos
durante a técnica de lavagem das mãos, porém o que foi observado
não justifica as respostas dos funcionários, pois ao lavar as mãos não
retiraram em nenhum momento. Porém foi observado que a unha
curta prevalece e é uma aliada na prevenção de acúmulo de sujidades.
Para lavar as mãos na técnica se faz necessário à retirada de adornos
e a manutenção de unhas curtas, atitudes que elimina o risco de
contaminação. O estudo realizado por Scheidt e Carvalho (2006),
84% da amostra estudada não retirou adornos durante o plantão, com
isso facilitou a proliferação de micro-organismo e aumentou o número
de infecção hospitalar, faltando assim conscientização por parte dos
profissionais de saúde.
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
Gráfico 3. Distribuição dos profissionais, quanto a retirada de jóias, relógio e
unhas curtas ao higienizar as mãos. Recife-PE, ago. e set., 2011.
em uti de um hospital público do Recife
laboratório e técnico de RX não lavam corretamente, e que no plantão
noturno prevalece a realização incorreta da técnica de lavagem da das
mãos.(MENDONÇA, et. al.,2003).
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Ao perguntar sobre o tempo gasto na execução da higienização das mãos
aos participantes da entrevista, todos responderam aleatoriamente
desconhecendo o assunto. O Manual Lavar as mãos do Ministério da
Saúde, (1989) informa que o tempo médio necessário para lavar as
mãos é de 40 a 60 segundos e a fricção de cada região da mão é o
suficiente para remover a microbiota transitória.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2007), a
higienização deve ocorrer antes e após qualquer contato com o cliente,
seja na realização procedimentos invasivos ou não, antes de calçar
a luva e após sua retirada. Pela observação realizada na unidade,
os trabalhadores não estão aptos para lavar as mãos na frequência
recomendada, necessitando assim, da atuação dos enfermeiros como
educadores e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)
para melhor instruir e orientar principalmente os técnicos de laboratório,
de RX e do banco de sangue que na maioria das vezes esquece de lavar
as mãos ao realizar procedimentos com o paciente.
Gráfico 4. Distribuição em porcentagem dos produtos de maior aceitação
pela equipe de saúde para higienizar as mãos. Recife-PE, ago. e set. 2011.
Observa-se no gráfico 4, que o produto de maior aceitação na unidade
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em uti de um hospital público do Recife
pesquisada foi o sabão com 55% dos resultados, seguido de clorexidina
a 4% e de acordo com o guia do Centers for Disease Control and
Prevention (CDC,2002) a recomendação é usar o sabão neutro e água
e na ausência de pias o álcool a 70%. Nos estudos realizados por
Neves, há relato de baixa adesão da higienização das mãos, mesmo
na presença dos principais materiais como água e sabão (NEVES, et.
al., 2006). A higienização das mãos consiste na simples lavagem das
mãos utilizando água e sabão ou por meio da fricção com álcool a
70%. A aplicação de água e sabão é aconselhada quando as mãos
estiverem notoriamente sujas, nos casos em que houver contato com
micro-organismos formadores de esporos, após utilizar o banheiro,
sendo a aplicação de soluções alcoólicas recomendado para os casos
em que as mãos não apresentem sujidade visível (WORLD HEALTH
ORGANIZATION; 2009).
No entanto Semmelweis introduziu o sabão, escovas e ácido clorídrico
na rotina hospitalar, ele trouxe medidas indispensáveis de controle em
sua unidade como a higienização das mãos, isolamento dos casos e
esterilização de materiais com estas medidas o índice de mortalidade
das parturientes reduziu para 3% nos meses seguintes após a adesão
desses cuidados básicos (FERNANDES AT, 2009).
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Gráfico 5. Fatores relacionados à baixa adesão da higienização das mãos.
Recife-PE, ago. e set., 2011.
De acordo com o gráfico 5, o que leva a baixa adesão da higienização
das mãos é o esquecimento com 43%, comprovando a falta de
conscientização dos profissionais da saúde. A literatura aponta que
as dificuldades encontradas para se prevenir a infecção hospitalar
é causada pela carga excessiva de trabalho e falhas na medida de
precaução como também o uso de luvas que transmite uma falsa
segurança e a falta de higienização das mãos ao desprezar as luvas
(GIROU E, et. al., 2004).
6 RECOMENDAÇÕES
•
Reforço das instituições de ensino sobre a importância da prática
de higienização das mãos durante a formação dos profissionais da área
de saúde;
•
Educação continuada dos profissionais de saúde para que haja
mudança da prática profissional e esta realidade seja revertida;
•
Reduzir os índices de infecção hospitalar através do estabelecimento
de normas e rotinas que favoreçam a lavagem das mãos durante as
atividades laborais;
•
Uso de cartazes estilizados fixados em locais estratégicos, como
forma de alerta e incentivo à higienização das mãos;
•
Publicação dos dados obtidos neste estudo em palestras e
congressos, com a finalidade de alertar sobre o alto índice de infecção
nosocomial devido à baixa adesão de higienização das mãos;
•
Distribuição do número de pias ao longo dos setores a fim de
facilitar o acesso á higienização das mãos garantindo assim uma maior
adesão a esta prática.
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divulgação dos resultados dos trabalhos científicos e a sensibilização
da equipe multidisciplinar, visando a co-responsabilização de todos
pela qualidade da assistência prestada.
E assim, espera-se com este estudo, cooperar para a produção de um
conhecimento que possibilite o desenvolvimento de práticas reflexivas
e capazes de subsidiar uma maior compreensão e adesão ao processo
de higienização das mãos, além de construir um conhecimento
compartilhado.
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
Este estudo verificou objetivar a frequência da higienização das mãos
e analisar a técnica utilizada pelos profissionais de saúde da UTI de um
hospital público do Recife, mostrou baixa adesão à higienização das
mãos, tanto prévia como posteriormente aos procedimentos de rotina
realizados pela equipe, tais como: ao assumir o plantão, ao término do
plantão e ao administrar medicamentos.
Apesar de ser um ato tão simples e de grande importância, a higienização
das mãos é e, continuará sendo um desafio para os controladores de
infecção, pois a resistência dos profissionais em realizá-la permanece.
Todos esses fatos remetem à reflexão sobre o compromisso, a
responsabilidade e a ética desses profissionais para com o paciente e
sua profissão.
Embora tenham ciência dos danos que pode causar a não realização,
ou não cumprimento da técnica recomendada para a higienização das
mãos, tais profissionais negligenciam o direito do paciente de receber
uma assistência livre de danos.
Na UTI, o paciente por se encontrar debilitado, está mais exposto a
agentes infecciosos e, dependentes de profissionais que garantam a
sua segurança e bem-estar. Por isto é necessário incentivar as ações
que possam contribuir e promover a capacitação dos profissionais, com
em uti de um hospital público do Recife
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
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APÊNDICE-A:
Instrumento para coleta de dados
Questionário sobre a Higienização das Mãos
Observação: Pode escolher mais de uma alternativa
Conceito A
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3.
(
(
(
4.
(
(
Em que situações você higieniza as mãos?
( ) Ao assumir o plantão.
) Ao término do plantão.
) Ao administrar medicações.
) Ao realizar algum procedimento com o paciente.
Você realiza a higienização das mãos pela técnica básica?
(
(
(
) Não
Qual o tempo gasto na execução da Higienização das mãos?
) De 00 a 10 segundos
( ) De 20 a 30 segundos
7.
) Não
Ao higienizar as mãos você retira jóias, pulseiras, relógio possui unhas curtas?
) Sim
6.
)
)
)
)
)
)
Profissão: __________________________________
) Sim
5.
(
(
(
(
(
(
(
) De 10 a 20 segundos
( ) De 40 a 60 segundos
Os profissionais de saúde estão aptos para lavar as mãos na frequência recomendada?
( ) Sim
( ) Não
8.
Qual produto possui maior aceitação para higienizar as mãos?
( ) Clorexidina a 4%
( ) Álcool a 70%
Conceito A
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415
A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
2.
Nível de instrução:
1° grau incompleto
1° grau completo
2° grau incompleto
2° grau completo
Nível superior incompleto
Nível superior completo
em uti de um hospital público do Recife
1.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
( ) Sabão
( ) Triclosan a 1%
9.
O que leva a baixa adesão da higienização das mãos?
(
(
(
) Esquecimento.
10.
(
(
(
(
) Falta de materiais.
(
) Falta de tempo.
) Nenhuma das alternativas.
O que favorece a propagação da infecção hospitalar?
) Falta de medicação.
) Higienização das mãos inadequadas.
) Administração irregular de antibiótico.
) Todas alternativas.
APÊNDICE B:
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do projeto: A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde em
UTI de um hospital público do Recife.
Orientadora: Renata de Miranda
Instituição a que pertence os pesquisadores: Faculdade São Miguel
Telefone para contato: (81) 2128-2580
O objetivo do estudo proposto é investigar a importância da higienização das mãos por
profissionais de saúde em UTI de um hospital público do Recife. Os dados serão coletados
de maneira observacional, utilizando-se um questionário contendo perguntas fechadas.
Os dados aqui coletados serão utilizados apenas para fins acadêmicos como a elaboração
do Trabalho da Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem, artigos científicos e
apresentações em congressos.
Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento você poderá recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua
recusa não implicará em prejuízo em sua relação com o pesquisador, ou com a instituição
que forneceu os seus dados.
Suas respostas serão tratadas de forma sigilosa, isto é, em nenhum momento será divulgado
Conceito A
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Recife
n. 2
p.386-417
2011
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Entrevistado
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Entrevistador
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Entrevistador
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Orientadora
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Testemunha
_________________________
Testemunha
Endereços:
CEP: Rua Arnóbio Marques 310, Santo Amaro F: 31841460
Josevânia Maria Gomes
F: (81) 88609322E-mail: [email protected]
Thalyta Lins Borba
F: (81) 88645823E-mail: [email protected]
Aloizio Soares Cardoso Filho
F: (81) 91137569E-mail: [email protected]
Renata de Miranda Correia
F: (81) 92386646E-mail: [email protected]
Conceito A
Recife
n. 2
p.386-417
2011
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A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde
em uti de um hospital público do Recife
o seu nome em qualquer fase do estudo. As informações coletadas serão utilizadas apenas
nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos ou publicações científicas, porém
preservando a identidade de seus participantes.
Sua participação não incorrerá em nenhum custo ou quaisquer compensações
financeiras.
O estudo se constitui em risco mínimo para a amostra como preconiza a Resolução 196/96,
porém os resultados trarão inúmeros benefícios como os de aumentar os conhecimentos
científicos para a área da saúde.
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento.
Recife, ____ de____________ de 2011.
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A importância da higienização