hugo assunção e o ensemble português de trombones assinalaram estimulante regresso a cós e ao cistermúsica O quarto fim-de-semana do XVI Cistermúsica ficou assinalado pelo regresso do festival ao sempre nobre e acolhedor espaço do Mosteiro de Cós, bem como pelo regresso ao mesmo local e ao mesmo evento, de Hugo Assunção e do Ensemble Português de Trombones, que ali haviam também actuado na edição de 1999 do Festival de Música de Alcobaça. Cinco Séculos de Música Para Trombones foi o tema escolhido por Hugo Assunção neste seu motivador e muito bem recebido regresso ao festival, cuja direcção lhe concedeu carta branca, a exemplo do que (muito bem!) havia feito no ano anterior com outros relevantes instrumentistas alcobacenses. Perante uma sala muitíssimo bem composta em termos de público, o Ensemble Português de Trombones esteve em palco com um posicionamento artístico e interpretativo com tanto de emocionalmente (muito) feliz como de tecnicamente (muitíssimo) adequado, brilhando a bom brilhar durante praticamente toda a sua actuação. Temas tão notáveis como La Bavara de Giovanni Martino Cesare, três dos sete andamentos da Suite Para 4 Trombones de Kazimierz Serocki e o Estudo Sobre Bruckner de Enrique Crespo formalizaram-se como as mais tentadoras e melhor conseguidas interpretações da primeira parte do espectáculo, nomeadamente a última daquelas peças, agora (mesmo) muito melhor conseguida que no CD recentemente editado por aquele ensemble... A segunda parte do concerto foi toda ela um estimulante e bem preparado passeio pela música do século XX, desde a fogosa e convincente melhor música da Broadway (George Gershwin, Leonard Bernstein,Irving Berlin) até à sempre luminosa e embaladora Fly Me To The Moon de Bart Howard, uma das inesquecíveis canções que a voz do eterno Frank Sinatra fez subir aos céus (forever and ever!), passando pela sempre aliciante Washington Post de John Philip de Sousa, interpretada de um modo tão alegre e efervescente que logo se tornaria o óbvio encore com que Hugo Assunção e o seu Ensemble Português de Trombones concluiram esta sua excelentíssima actuação no Mosteiro de Cós e no XVI Cistermúsica. Um autêntico tiro no porta-aviões! JOSÉ ALBERTO VASCO