Arcádia
Arcádia
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DEZEMBRO de 2010
Colégio de Lamego Ano 31 - N.º 114 - 15 Dezembro 2010 - Trimestral - Preço 0,75
Feliz Natal 2010
Chefe de Redacção: Pe. Abel • Director: D. Avelino Martins OSB
Dr.ª Maria de Lourdes Laranjo
1925 - 2010
Um eterno sorriso
Natal! A esta palavra está ligada todo um
universo de símbolos: a vela, as estrelas, as
bolas resplendentes, o pinheirinho (natural
ou plástico), o presépio, o boi, os pastores,
o bom José e a Virgem, o Menino repousando sobre palhas. Eles constituem o maior evento histórico: a encarnação de Deus.
“O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo
ao mundo, ilumina todo o homem…”
Só Jesus no revela o princípio das coisas,
e o sentido definitivo de tudo. Neste dia de
Natal, onde, tantas pessoas que normalmente não tomam o caminho da Igreja, entram
hoje, diz-nos S. João, que a união iluminadora do Verbo se estende a todos os homens sem excepção. Sim, Deus fala ao coração de todos os homens de um modo
que desconhecemos.
É verdade. O Natal fala ao coração de todos. Uma vaga de bondade cai sobre o
mundo dos nossos dias. Cada um sente, no
fundo de si mesmo, um apelo a amar. Deus
deixa cair não muito longe de cada um de
nós, aquela pequena luz que seguidamente
iluminará nossos caminhos obscuros.
Boas-festas para todos: alunos, professores, pais, auxiliares da educação, antigos
alunos.
Á Direcção da AACL, liderada pelo Dr.
Paulo Dolores, que cessou funções, o meu
sincero obrigado pelo trabalho realizado. Ao
Dr Paulo Dolores obrigado, pela sua disponibilidade, pela sua lealdade, pela sintonia
que sempre manteve com a Direcção do
Colégio.
Á nova Direcção que inicia funções, liderada pelo Dr José Alberto Marques, votos
de trabalho profícuo e a certeza de toda a
colaboração e disponibilidade total e leal da
Direcção do Colégio.
A todos desejo um Santo Natal, que o Deus
Menino a todos cobra da sua bênção.
Boas-festas e um feliz ano de 2011.
Pe. Avelino Martins, Director do Colégio
O tempo correu o reposteiro… Não há nada que lhe resista… D. Maria de Lourdes, como qualquer mortal, chegou ao
fim, lucidamente fiel ao seu destino de Mãe – Professora!
Rouca do canto da vida, dum dever religiosamente cumprido,
na claridade astral dum poema perfeito, ia sepultar aos 85
anos de idade, submissa, sem qualquer lamento nem queixume, como serva vigilante à espera do Senhor!
O cenário era de um sol melancólico e sem altura, a cair ao
longe, sobre as torres do Santuário de Nª Senhora dos Remédios, a converter-se em mar, numa cósmica sinfonia sobrenatural, antecâmara do divino! O seu ataúde, em marcha triunfal, ao som compassado dos passos de tão compacta multidão, à laia de oração de vésperas, a caminho da última morada, o cemitério paroquial de Almacave, Cruz Alta, era ladeado
pelo colorido invulgar dum vinhedo em festival de multicores
outonais. As videiras, solidárias com a morte de tão ilustre
Senhora, em contorções de seus braços desesperados, símbolo da verdadeira síntese vida-morte, faziam cordão ao lento cortejo. Também como ela lutaram, na Primavera, tempo de
sangue sagrado nas veias, ânsia de vida, e, agora, no crepúsculo, tons amarelos, vermelhos, roxos, silêncios castanhos,
densos nevoeiros, doce melancolia sonâmbula, recomeço de
uma nova vida do eterno descanso que, pela sua caridade,
dedicação e humildade, já se adivinha.
Dr. José Alberto Marques
É novo presidente da A.A.A. do Colégio
Nasceu no Peso da Régua, a 13 do 4 de 1956. Nos fins dos
anos 60, sobe até Lamego onde frequenta o velhinho Colégio
da Ortigosa até 1976. Aqui, estudou nos salões, rezou na
capela, cresceu nos recreios, fez-se homem e em 1973 foi campeão nacional de juvenis de voleibol pelo seu Colégio. Depois estudou medicina em Coimbra, sua profissão actual.
Médico, Pai, escritor, com um estilo elegante e sublime, em
Ode ao Colégio de Lamego, escreveu um dia: “… Vivi em ti
como que foras a minha própria Casa… Viste-me corar nos
primeiros arroubos de adolescência… pelos teus cantos e
recantos, sombras e penumbras, cresci com os meus iguais,
com eles vivendo, sob serena e paternal vigilância, o valor
matricial do denodo e do trabalho, de tenacidade e perseverança, da amizade e companheirismo, do rigor, da reflexão e da
oração, da cumplicidade”. É este “Homem”, totalmente realizado, o quarto Presidente dos Antigos Alunos, com um elenco de alto gabarito: Presidente da Assembleia Geral Eng.º
Manuel José Pinto de Sousa, brilhante segundo Presidente
da Associação,
como Vices Drª. Isabel Correia Dinis
Rebelo e Dr. Manuel Pedro Martha,
seu companheiro de
carteira e capitão da
mesma equipa de
campeão nacional
de voleibol. Na Presidência do Conselho Fiscal, o já tão
conhecido, a nível
nacional, Dr. Dória
Vilar.
Com esta lista, orgulho para a Direcção do Colégio, a A.
Antigos Alunos está bem representada e terá, certamente, um
futuro empreendedor com arte e engenho.
Dr. Paulo de Oliveira Dolores
Cumpriu seu dever
O Colégio de Lamego é uma grande instituição a nível nacional, tendo passado por cá gerações e gerações de ouro,
“património inesgotável, desde a santidade, passando pela
cultura, pelo conhecimento, direito, medicina, arquitectura,
engenharia, ensino e outras profissões não menos prestigiadas, consubstanciadas na imensa juventude que tão bem
sobe educar e ensinar. Actuais e antigos alunos orgulham-se
na sua maioria, deste Colégio que os formou”. (Eng.º Pinto
de Sousa, ex-aluno, 2º director da Associação A. A. C. L.)
Foi a esta plêiade de valores humanos que o Dr. Paulo
Dolores, durante três mandatos, 2002 – 2010, presidiu com
aprovação unânime de excelente. A sua medalha de ouro,
ponto de referência, que
pode ostentar com orgulho, foi a brilhante organização com a Direcção
do Colégio da festa dos
150 anos do seu Colégio a formar e a educar.
Parabéns Dr. Paulo Dolores e o nosso muito
obrigado.
O Colégio reabriu o 1.º Ciclo. Inscreve o teu filho e seu amigo
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DEZEMBRO de 2010
Maria Helena Costa
brilha entre as escolas de Lamego
Ainda o prémio Dr. Fernando Amaral
No ano lectivo de 2009/2010, a Câmara Municipal
de Lamego, tomou a iniciativa de organizar um concurso sobre o poder local e, ainda, acerca do destacado
papel que, em prol desse poder, desenvolveu o seu ilustre
conterrâneo, o Dr. Fernando Amaral.
A iniciativa em apreço teve como destinatários e potenciais concorrentes, consoante constava do respectivo programa, os alunos dos diversos níveis de ensino
do concelho de Lamego, com relevância para os discentes do ensino secundário.
Apresentados os trabalhos a concurso, foram,
eles, apreciados por um júri qualificado, o qual deliberou atribuir o inerente prémio à aluna Maria Helena
Carvalho Costa, então frequentadora do décimo primeiro ano do nosso colégio. Ainda outro aluno, do
mesmo ano e instituição de ensino, foi contemplado,
nesse trabalho, com uma Menção Honrosa.
Aqui chegados, convém salientar que, embora
esta distinção premeie as qualidades dos autores do
referido trabalho, não pode, também, deixar de parte,
nesse mérito, o estabelecimento de ensino que eles frequentavam e ainda frequentam.
Com efeito, não é por acaso que o Colégio de
Lamego, o nosso colégio, aparece associado ao êxito
do trabalho e de quem os fez.
Na verdade, como instituição de ensino de excelência que é, já nos habituou a que, da massa dos
seus alunos, com frequência sobressaiam casos de sucesso individual e colectivo, não raro com projecção
nacional.
Tal sucede, não só no quadro das actividades
curriculares, mas também no âmbito desportivo, social
e cultural, sendo certo que, muitos dos seus alunos,
antigos e actuais, têm logrado atingir posições de relevância académica, social, desportiva e moral, numa situação que ombreia com outras as instituições do maior renome.
Em suma, e para concluir, cumpre salientar, mais
uma vez, que, o prémio em causa é como que o verso
e o anverso da mesma realidade, pois, se de um lado
reflecte os atributos dos autores do trabalho, por outro
lado espelha, também, a competência e consistência
institucional do Colégio de Lamego, do qual, eles, são
discentes.
Finalmente, cumpre esclarecer que os trabalhos premiados e atrás evidenciados, foram sugeridos
e desencadeados no âmbito da disciplina de Filosofia
do nosso colégio.
Tiago Vítor Ermida Cravo, 12º ano.
O Presente e o Futuro da Democracia Local
(Extractos do trabalho)
(…) Neste ano em que se comemora os cem
anos da Implantação da Republica, escusado será
dizer que uma das orientações do ministério da
Educação vai ao encontro de alertar os jovens para
esta temática numa parceria com o poder local. É
pois fundamental proceder a uma auto-análise no
sentido de verificar se os detentores do poder político local actuam de forma a desenvolverem a sua
região sem protagonismos nem interesses pessoais. É evidente que para o poder local será muito
mais vantajoso se as divergências político-partidárias forem ultrapassadas no sentido de ter como
principal preocupação o bem-estar da população.
Só desta forma é que os interesses alheios e superficiais serão ultrapassados, estabelecendo-se
como a priori a função de governar com um objectivo comum (…)
(…) Verifica-se, porém, que as gerações futuras
tendem a afastar-se da vida política. Os jovens da
actualidade não denotam qualquer interesse em
participar de forma consciente e responsável nos
assuntos colectivos, sendo por vezes esta nobre
actividade desprezada. Tendo em conta esta perspectiva é urgente cativar os jovens e alertá-los para
os problemas comuns que lhes dizem respeito, bem
como educá-los para num futuro próximo, serem
eles mesmos a exercerem estes cargos. Retomando à génesis, podemos considerar que a origem
destes comportamentos está no facto de estes indivíduos se enquadrarem numa sociedade de transição, onde uma revolução de valores se extremou.
Não podemos propriamente mencionar uma crise
de valores, mas sim uma readaptação destes aos
modelos ecológicos de desenvolvimento (…)
(…) Neste contexto a juventude Lamecense demonstra maturidade, emancipação e cultura democrática juntam-se num peditório pelas vítimas do
sismo no Haiti.
“Estão unidas, a Juventude Socialista e a
Juventude Social-Democrata de Lamego. Decidiram juntar-se num peditório a favor das vítimas do
Haiti que decorrerá durante dez dias. Estas duas
forças politicas esqueceram as divergências que
os separam e os dois partidos rivais uniram – se
num peditório conjuntamente com a Cruz Vermelha e Caritas de Lamego. Sem bandeiras identificadoras das ditas forças politicas os jovens muniram-se de caixas para um peditório e em nome da
solidariedade percorreram as ruas da cidade de
Lamego angariando dinheiro e outros bens de primeira necessidade também para as pessoas mais
carências do concelho” 09/02/2010 1
Este comportamento da juventude Lamecense demonstra uma certa evolução social mas também
uma inter-relação de múltiplos factores endógenos/
exógenos na formação multifacetada do desenvolvimento humano. Todo o ser humano apresenta uma
estrutura, um potencial, que lhe permite captar e
reagir às condições sociais e desenvolver relações
interpessoais. O ser individual, é o resultado de uma
série de transformações. As pessoas quando interagem mutuamente produzem mudanças fundamentais, em si mesmas e nos outros com quem interagem (…)
(…) O poder local é o que mais conhece os anseios da população, cabendo-lhe a missão de criar
uma sociedade inclusiva. Desta forma e pensando
o futuro, o poder local deve ser um agente activo
de desenvolvimento social, fomentando iniciativas
empresariais investindo na educação e na melhoria das qualificações das pessoas. Em tempos de
crise e de desemprego, as autarquias têm um papel fundamental a desempenhar”, pois é através
do poder local que se assiste cada vez mais, a “uma
aposta viva e articulada na qualidade ambiental,
na captação de investimento, na criação de emprego, no apoio às empresas, no turismo, na reabilitação urbana e na preservação do património”(…)
(…) Pode inferir-se que os melhores governos
a que o país tem assistido têm-se exercido em autarquias. Gerir uma autarquia implica hoje competências exigentes e uma grande atenção à sobreposição de várias escalas: internacional, comunitária, nacional, regional. As autarquias também já
não são o que eram há 30 anos e, cada vez mais,
uma autarquia tem de governar para os seus residentes e para todos os outros que lhe atravessam
o território num mundo em circulação, ou seja,
numa multiplicidade de valores éticos, estéticos e
religiosos (…)
(…) Na verdade, o critério mais adequado para
a classificação dos regimes políticos não parece
ser o do número de sujeitos que exercem a soberania, como pensaram os clássicos, mas sim o da
finalidade objectiva com que esta é exercida. De
acordo com este critério, a verdadeira essência da
democracia consiste na justiça pública, devendo os
políticos empenharem-se para tal concretização
(…)
Maria Helena Carvalho Costa, 12.ºano
(Footnotes)
Notícia RTP
Visite o Site Oficial do Colégio de Lamego: www.colegiodelamego.edu.pt
Arcádia
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DEZEMBRO de 2010
Com a Doutora Maria dos Anjos o Colégio
brilhou em Matemática no Ranking das Escolas
Drª. Maria dos Anjos radiografada
Professora de Matemática do Colégio, há vinte e um anos,
décima nona classificada no Ranking nacional em 1303
escolas, 9.ºano de escolaridade, alta, bem pesadinha, simpática, simples, respeitada, palradeira, sorridente, casada,
sem filhos, adopta seus alunos, verdadeira segunda Mãe,
exigente, ao primeiro toque entra na sala de aulas, tem voz
de professora de Matemática, aguda e estridente, preocupa-se muito com as notas dos seus ex-alunos, ama-os verdadeiramente, vai pelas salas, pergunta-lhes as notas dos pontos e se não são boas dá-lhes uma forte reprimenda, não me
lembro de falhar às aulas, perdoa sempre as irreverências
destes adolescentes. Vejamos agora o que os seus ex-alunos, hoje a frequentar o 10.ºano, dizem dela:
À Senhora Doutora Maria dos Anjos
Confesso que não contava ter de escrever hoje estas breves e simples
palavras, mas o olhar para o passado pode ser uma boa forma de reflectir
sobre a vida que vai desabrochando em mim, e que é fruto de todas as minhas
vivências, não apenas daquelas que advêm do crescimento da minha própria
pessoa mas também daquelas que emanam das pessoas que mais de perto
têm contribuído para o crescimento da minha própria formação adentro da
sociedade em que vivo.
Hoje quero apenas destacar a Doutora Maria dos Anjos pelo facto de ter sido
minha professora durante os 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos aqui neste nosso Colégio de
Lamego.
Falar de alguém não é fácil, mas falar de alguém que nos toca profundamente
pelo muito que lhe queremos é extremamente difícil.
A Doutora Maria dos Anjos conseguiu, desde o início, ocupar um lugar muito
especial no meu coração. E fê-lo não apenas pela transmissão dos seus conhecimentos mas também pela sua postura como amiga, atenta e paciente no desenvolvimento magistral da sua tão nobre missão de ensinar.
E, na verdade quando um aluno vê no seu professor, um mestre, um amigo e um
sério e rigoroso transmissor de ciência e paralelamente um verdadeiro instrumento
de formação social, jamais poderá esquecê-lo, e para sempre o há-de considerar
um complemento da sua família.
É preciso que um professor seja muito nobre para conquistar dos seus alunos
uma tão grande admiração e respeito. É precisamente isto que eu sinto pela Doutora
Maria dos Anjos, pois nunca esquecerei que foi ela que, a partir do 5º ano, com o
seu abnegado trabalho, dedicação, paciência, e ajuda amiga, me levou a descobrir
o entusiasmo na aprendizagem como o mais concreto suporte para a minha vida
futura. Tenho a certeza que este sentimento é comum a todos os alunos que lhe têm
passado pelas mãos e que certamente não a esquecerão também. Gostamos da
matemática …, eu gosto da matemática.
Sempre nos transmitiu o seu saber com esmero, dedicação, entusiasmo, preocupação e amizade, o que me deixa profundamente agradecido.
A Doutora Maria dos Anjos foi minha professora de matemática durante 5 anos
consecutivos. Foi tempo suficiente para conhecer bem o seu saber e a nobreza do
seu carácter.
E com estas simples palavras apenas quero render-lhe a minha homenagem
sincera por ter sido, no nosso Colégio, a obreira de uma Escola de alunos que hoje
são amantes da matemática e continuam a trabalhar com o gosto de descobrir todos
os seus segredos.
Obrigado por tudo o que nos deu, sempre desinteressadamente, com rigor e com
amizade, como quem planta uma árvore no canteiro desta nossa vida terrena. É um
privilégio encontrar assim pessoas na nossa vida. Uma verdadeira dádiva de
Deus.
Juntamente com outros meus colegas e que já foram seus alunos também
constituímos uma pequena floresta que vai crescendo, talvez silenciosamente, mas
capaz de dar frutos e esses frutos ser-lhe-ão sempre enviados num cestinho da
nossa mais pura saudade, de gratidão e amizade.
Permita-me, Doutora Maria dos Anjos que deponha na sua respeitosa face um
terno e sincero beijo recheado de muita amizade, carinho, reconhecimento, consideração e admiração. Um beijo que só os Anjos merecem.
Diogo Pimenta, 10º Ano - ex-aluno
Herança Matemática
É com saudade que recordo a minha ilustre Mestre Matemática, Sr.
ª Professora Maria dos Anjos. Uma nostalgia que sinto quando pego
num lápis e resolvo problemas matemáticos, um sentimento que é
originado devido à gratidão e ao respeito que tenho por esta professora quase nossa “mãe”.
Todos nós consideramos a professora Maria dos Anjos como uma
mãe, porque pegou em nós como delicadas e tenras flores e cuidou
de todos nós até atingirmos a maturidade.
Tudo começou há cerca de seis anos atrás, onde um grupo de
meninos chega ao Colégio de Lamego, com o desejo de seus pais
para formar “ grandes” homens e mulheres para ter um bom e agradável futuro. Nesse grupo de amigos, ao qual eu estava inserido, teve
a sorte de poder ser guiado por esta maravilhosa senhora, que não
só nos educou matematicamente como civicamente (revelando que foi
professora de Formação Cívica durante vários anos).
Mas foi em relação à matemática que mais a recordamos, pois foi
com a sua transmissão de conhecimentos que todos nós atingimos as
maravilhosas notas nos Exames Nacionais da Disciplina, que colocou
o Colégio de Lamego no 19º lugar no Ranking das Escolas com
melhores resultados a nível nacional, foi graças a todo o seu esforço e
dedicação desde a nossa tenra idade que o nome desta nobre instituição foi elevado.
Depois de tudo o que fez por nós como a poderíamos esquecer, depois
de todas as “ dores de cabeça” que lhe demos enquanto nossa directora
de turma, todas as brincadeiras, normais na puberdade, todas as preocupações e atenção que revelou para com os seus “gatos”, nome que nos
atribuía amigavelmente devido às nossas travessuras, depois de tudo isto
e muito mais não poderia deixar passar em claro toda a admiração que
sinto pela professora, pois não é tarefa fácil conduzir um grupo de jovens,
com o simples facto de estarem juntos devido à mesma idade e por escolha
de seus pais, torná-los homens e mulheres responsáveis.
Uma “ mãe “ que se preocupa profundamente com os seus “gatos”, pois
apesar de já não ser nossa professora, ainda nos saúda e quer saber
notícias sobre nós, quando passa no corredor do secundário, pergunta
como estamos a evoluir na Disciplina de Matemática, uma evolução que
acontece somente devido à sua enorme dedicação.
É com muito orgulho que posso dizer que tive a melhor professora de
todo o mundo, que me fez crescer em mentalidade e responsabilidade e só
tenho uma simples expressão para descrever o que sinto, pois nem todas
as palavras da língua de Camões seriam suficiente para descrever os
meus sentimentos.
Por tudo o que fez por nós e pelo colégio de Lamego um muitíssimo
OBRIGADO!
Felizes sermões e “ralhetes”...
alunos a percebessem. Fazia-nos sentir que com empenho e trabalho todos nós
conseguiríamos ter sucesso.
Gostava dos pequenos presentes que a Sr.ª professora nos dava quando
conseguíamos excelentes resultados nos testes. Ainda hoje guardo, com carinho,
alguns lápis e canetas que recebi.
No 8º e 9º ano foi directora de turma… e muito trabalho lhe demos! Muitos
sermões e ralhetes ouvimos…
No final do 9º ano, esperava-nos o exame nacional. Apreensivos, mas com a
certeza de termos sido bem preparados pela nossa professora, fizemos o exame e
quando as classificações foram conhecidas, os resultados ficaram à vista!
A prestigiante classificação em 19º lugar no Ranking Nacional só demonstra a
Foi com muito entusiasmo e expectativa que no primeiro dia de aulas do
meu 5º ano conheci a Sr.ª Prof. Maria dos Anjos que veio a ser minha
professora de matemática durante cinco anos consecutivos.
Logo no primeiro dia me apercebi que o grau de exigência era grande, que
tinha que trabalhar muito para conseguir bons resultados. Mas a Sr.ª Professora soube cativar-me e cada vez me entusiasmei mais com a disciplina que
passou a ser uma das minhas preferidas.
Professora dedicada e sempre atenta às dificuldades dos alunos. Não se
importava de repetir a explicação da matéria, pois o que importava era que os
Samuel Bastos nº 18 10º - ex-aluno
A Minha
Professora
de Matemática
Desde o 5.º ano que foi a minha Professora
de matemática. Simpática, entrou na sala de
aula cheia de vontade de nos fazer trabalhar
e, principalmente, gostar de matemática.
Éramos uma turma constituída na sua esmagadora maioria por rapazes … irrequietos, curiosos, faladores, ávidos de saber e, é justo
dizer, estudiosos e trabalhadores. Com estas
características, é fácil de ver que não era uma
turma fácil, mas a Professora de matemática
gostava de nós embora às vezes o tentasse esconder!
Era difícil manter-nos quietos e calados mas
a verdade é que acabávamos por nos concentrar, ouvir, perceber e fazer os exercícios,
sendo certo que às vezes dava jeito conversar
com o colega do lado para tirar dúvidas … Os
resultados iam sendo bons e a Professora lá
nos desculpava algumas falhas (poucas) no comportamento.
Os anos lectivos foram correndo, a matemática foi “entrando” e acho que todos fomos aumentando o gosto e interesse pela disciplina.
Claro que nem tudo eram rosas … Trabalhos de
casa? Aos montes! E não podíamos saltar um
exercício que fosse …
- “Stôra, desculpe lá, tivemos jogo e não houve tempo para fazer tudo …!” As desculpas sucediam-se mas nenhuma pegava. Já sabíamos
que os pais iam ficar a saber da nossa “pequena” falha na próxima reunião, se não fosse
antes!
Foi a minha Professora que levou alguns de
nós para o Clube de Matemática. Uma vez por
semana lá íamos nós “brincar” um bocado com
os números. Fazíamos jogos engraçados, preparávamo-nos para as “Olimpíadas de Matemática”, treinávamos o “Jogo do 24”, sempre com
o apoio e acompanhamento da minha Professora. Acredito que tudo isto nos tenha ajudado a
ser bons alunos a matemática.
Hoje, no 10.º ano, creio que já todos percebemos a importância de termos tido a Sra. Prof.
Maria dos Anjos como nossa professora de matemática. Uma disciplina em que, no ano lectivo anterior, quase metade dos alunos (cerca
de 49%) tiveram negativa no exame nacional
de 9.º ano e em que nós, alunos da Sra. Prof.
Maria dos Anjos, obtivemos uma média de 4,17
que colocou o Colégio de Lamego em 19.º lugar
num universo de 13.003 escolas!
Obrigado, Professora Maria dos Anjos.
Obrigado, por todas as vezes que nos obrigou a fazer “500” exercícios;
… pelos “montes” de trabalhos de casa;
… pelas “queixinhas” aos nossos pais;
Enfim … por tudo o que fez por nós!
Será sempre a MINHA PROFESSORA DE MATEMÁTICA.
Ricardo Monteiro Marinho
10.º Ano – ex-aluno
competência, excelência e o gosto pela Matemática incutido pela professora Maria dos Anjos aos seus alunos. Com certeza que esta classificação vai ser durante longos anos um motivo de orgulho não só para este
estabelecimento de ensino e para os seus docentes, como também para
nós alunos.
Resta-me agradecer, de forma sentida, o espantoso trabalho desta
nossa professora, que nos ensinou não só Matemática, mas também a
crescermos em valores e sabedoria.
Pedro Mendes Santos - 10º ano - ex-aluno
O Colégio reabriu o 1.º Ciclo. Inscreve o teu filho e seu amigo
Arcádia
4
DEZEMBRO de 2010
Orgulho para o Colégio
Entraram nas Faculdades
Jéssica Neves
U. Coimbra - Ciências Farmacêuticas
Ana Carolina Alves Martins
António Miguel Cunha
Beira Interior - Ciências Biomédicas
U. Porto - Bioquímica
Ana Helena Bezerra
Bárbara Monteiro Marinho
UTAD - Psicologia
U. Porto - Medicina
Ana Lúcia da Costa Pereira
Carolina Neves
Politécnico Coimbra - Audiologia
U. Coimbra - Medicina Dentária
Ana Lúcia Malaia Pinto
Catarina Vale Janeiro
U. Coimbra - Ciências Bioanalíticas
U. Aveiro - Eng.ª Física
Ana Lúcia Morgado
Cristina Andreia dos Santos
U. Porto - Eng.ª Química
U. Porto - Medicina
Ana Rita D. Correia
Elisa Tiago Baptista
U. do Minho - Eng.ª Civil
U. Porto - Bioengenharia
André Gonçalves Mendes
Ernesto da Costa Ferreira
U. Porto - Medicina Veterinária
Beira Interior - Eng.ª Civil
André Maurício Fonseca
Politécnico Bragança - Eng.ª Informática
André Santiago Pereira
U. Porto - Bioengenharia
Andreia Camila Oliveira
UTAD - Genética e Biotecnologia
Andreia Vanessa Martins
Politécnico Porto - Farmácia
António Dias Carneiro
U. Coimbra - Medicina Dentária
António Jorge Teixeira
U. Minho - Eng.ª Têxtil
Na eterna medicina
Na morte do Artur Pimentel
“A memória é a sentinela do
O Artur frequentava esse espaço assiduamente
e era uma figura relevante nas
espírito”
Shakespeare
Conheci o Artur no Colégio de Lamego em fugazes e rápidos momentos sempre eivados de profunda amizade aquando nos encontrávamos.
Em Lamego, quando me desloco à cidade afonsina, tenho por hábito saborear um belíssimo e celestial arroz de salpicão na “Adega Matos” onde o Sr. Sebastião e sua esposa, D. Emília, o confeccionam de maneira soberba e superior saibo.
Gosto do aconchego simples e
singular daquela casa onde espreito os
rostos vários das pessoas que demandam o restaurante: são simples as almas , ternas e saborosas as conversas
de gente eminentemente simples que
trazem compaginadas com elas as alegrias, os júbilos, as tristezas, as labutas árduas e anónimas dos campos
apresentadas nas suas mãos calosas
ou, mais remediadamente , as que vivem nas urbes citadinas onde se não
suja o calçado quando a chuva vem.
Chuva que chove nos campos e cidades
pelas manhãs, tardes e noites, uma chuva oblíqua cinzenta como uma cortina
oscilante de contas de cristal.
mesas, cativante no seu sorriso tímido, nos
seus dizeres, nas suas interpelações, nas
suas ambições inequívocas de se tornar
médico depois dos estudos que fazia afincadamente no Colégio de Lamego.
Neste ano, a 31 de Março, tenho conhecimento da sua morte em Lloret de Mar
na Catalunha, na costa mediterrânica de
Espanha, que Barcelona domina no seu
esplendor da sua pujança e exuberância
da sua vida cosmopolita e se revê na arquitectura imortal de António Gaudi, esse
génio que eleva para o Céu, como preces,
as torres famosas da Basílica da Sagrada
Família.
O Artur num acidente fortuito, de todos
conhecido, encontrou a “Dama de lábios
húmidos”, a Morte, longe do seu pátrio rincão, da sua família , do seu Colégio amado de Lamego.
Sofrimento infindo, lágrimas exasperadas e impotentes para o trazerem de novo
à vida, para junto dos Pais, dos Colegas,
dos Amigos do Colégio de Lamego.
O inevitável consumou-se, o horror instalou-se e, as pedras graníticas do Casarão da Ortigosa choraram, de mansinho,
lágrimas de pesar, de sinfonias tristes, de
cantos infindáveis…
Não há palavras suficientes e sobretudo
suficientemente fortes para descrever a
Joana do Amaral
Escola S. Porto - Enfermagem
Joana Raquel Fernandes
UTAD - Eng.ª Zootécnica
João Pina de Lemos
U. Porto - Eng.ª Electro. e Computa.
João Pedro Dias
Politécnico Porto - Fisioterapia
Jorge Filipe Lima
U. Porto - Eng.ª Infor. e Computação.
José Francisco da Fonseca
U. Porto - Ciências Farmacêuticas
Lino Falcão
Politécnico de Bragança - Eng.ª de Energias
Manuel Laranjo Barbosa
Mariana Governo de Carvalho
República Checa - Medicina
U. Porto - Bioengenharia
Marcelo Pinto Arcanjo
Nuno Mendes de Almeida
U. Porto - Eng.ª Informa. e Computa.
Politécnico da Guarda - Relações Públicas
Maria Francisca Monteiro
Raquel Martins Borges
U. Porto - Eng.ª Civil
U. Porto - Medicina
Maria do Rosário de Carvalho
Sofia de Almeida Ribeiro
U. Coimbra - Ciências Farmacêuticas
Beira Interior - Medicina
Maria T. Saavedra Rodrigues
Tiago Direito Nunes
U. Lisboa - Medicina
Eslovénia - Medicina
Mariana Lopes dos Santos
Yvan Rodrigues Cruz
U. Porto - Medicina Dentária
Politécnico Viseu - Enfermagem
tragédia do Artur, o desabar de uma vida,
o buraco negro e roto de um futuro francamente promissor. Um horror simplesmente. Muitos de nós, alto ou lá no intimo gritaram: Onde estava Deus, onde está Deus
naquele momento fatídico em Lloret de
Mar? A pergunta constantemente repetida
ao longo da História: Onde está Deus no
momento da crucificação do Seu Filho,
nos terramotos devastadores, no morticínio de milhões dos Seus Filhos, onde estava naquele momento indizível da morte
do nosso Artur?
Este clamor acompanha a história da
Filosofia, desde que Epicuro e de Pierre
Bayle no iluminismo atenazam o pensamento neste domínio.
Deus deve ser omnipotente e infinitamente bom. Assim como explicar o mal? Ou
Deus pôde evitá-la e não quis: então não
é infinitamente bom. Ou quis, mas não
pôde: então não é omnipotente. Ou nem
pôde nem quis: então não é Deus. Ou pôde
e quis: então, porque o mal? As tentativas
de resposta sucederam-se. Leibniz inventou, inclusivamente a palavra teodiceia, que
significa precisamente “justificação de
Deus”, no “Essai de Théodicée”.
Aí argumentava que este mundo não é
óptimo nem perfeito, mas, sendo Deus infinitamente bom, omnipotente e omnisciente, é o melhor dos mundos possível.
Como pode, de facto, a razão humana
finita justificar Deus perante o mal? Aliás,
constituiria crueldade cínica avançar para
junto de quem sofre os horrores do mal
com explicações teóricas. De qualquer
modo, frente ao mal, o crente percebe que
Deus não é omnipotente nem infinitamente bom ao modo do pensar humano e que
afinal a fé é mais um combate do que uma
consolação e que esse combate tem a
prova na praxis solidária com quem sofre. Deus defende os pobres e oprimidos
e abençoa os que trabalham pela justiça e pela paz.
Onde estava Deus Artur? Perguntarás:
porquê bebi este cálix amargo? Porquê?
Creio que estava com certeza contigo e
te levou para Ele, num daqueles inexplicáveis que o finito do conhecimento humano não consegue resolver e, muito
menos explicar.
Agora, Artur, diante e na presença pungentíssima da tua morte, fazemos a experiência do mistério pura e simplesmente. A morte é o absoluto, sem relação.
O absoluto tem uma dupla face: a
morte e Deus.
Artur, depois da morte é a eternidade
de Deus. Mas não se tratará de dupla
face da mesma eternidade, como diriam, no limite, os místicos. Não será a
pergunta-para onde foram os mortos?,
onde estão os mortos? – que é mal formulada? Porque os mortos não foram
nem estão: a pessoa dos mortos é.
Desculpa Artur e peço a tua compreensão para estas considerações provenientes da minha interioridade e introspecção, respaldadas no nosso Colégio
onde procuramos esteio para as vitórias
da Vida.
Podes crer que ouvirei frequentemente, em tua memória, o Requiem de
Brahms e também o Requiem de Mozart, hinos inolvidáveis à pessoa do Homem.
A música diz-nos o indizível o que é
existir simultaneamente no tempo e fora
dele.
Até sempre Artur.
J. Augusto Rocha.
Visite o Site Oficial do Colégio de Lamego: www.colegiodelamego.edu.pt
Arcádia
5
DEZEMBRO de 2010
Pelo Colégio
Novo ano lectivo
Tudo tem principio e tudo tem fim, excepto a esfera divina
que alterna os tempos com os tempos. Assim o novo ano escolar. Começou no dia 9 de Setembro, no declinar da festa da
Nossa Senhora dos Remédios. Nos primeiros dias, apresentações e conhecimentos do terreno para aqueles que vinham
pela primeira vez. Na Segunda-Feira, dia 13, era o contingente
geral que regressava à sua casa tão conhecida, Colégio de
Lamego. Todos, professores e alunos, vinham com cara de
caso, pois terminava o que era bom, as férias grandes!
Alunos e alunas sem
matrícula?
Eram bastantes! Vinham agradecer. Senhor Padre, entrei em
Medicina, em Dentária, em Farmácia, em Engenharia, em Enfermagem! Parabéns turmas do 12.ºano 2009/2010. Sem matrícula? Não. A sua matrícula constará para sempre nos livros de
honra do Colégio que os viu crescer como homens e mulheres!
Recreios, salas, dormitórios, refeitórios, uma saudade eterna!
Dom Abade de Singeverga
veio abrir o livro de ponto
Foi bonito ver o nosso Dom Abade, Luís Aranha, no dia do
começo das aulas do Colégio. Nota-se que ele como ex- aluno
interno do Colégio Jesuíta das Caldinhas, se sinta bem nestas
confusões do começar. Falou à comunidade, falou com alunos, rezou e fez as refeições connosco, dando-nos forças para
o novo ano que se afigura difícil dadas muitas restrições económicas impostas pelo governo com os aumentos de tudo.
Muito obrigado, Dom Abade!
O Moisés não regressou
Foi notada a falta do Moisés. Natural da capital do móvel,
Paços de Ferreira, em três anos que foi interno no Colégio,
tornou-se a pessoa mais popular pelas suas excentricidades.
No entanto, o Jornal Arcádia, deixa aqui um aceno de simpatia
a tão ilustre colega, pois também tinha muitas qualidades de
amizades feitas e simpatias ganhas. Boa sorte!
Saltaram para o lagar
È uma tradição. Não sei há quanto tempo. Mas é muito antiga.
Há cerca de quarenta anos que recordo os mais velhos, alunos
finalistas, fazerem a pisa da quinta do Colégio, que rende muitas
pipas de vinho. Que alegria a destes jovens que vão dizendo
adeus ao Colégio, ao som de música, triturando as uvas do
rico mosto, eles que nem o bebem!
O dia Mundial
da Alimentação
Começa a ser uma preocupação em Portugal a Alimentação
das crianças e adolescentes. A obesidade dos Estados Unidos
preocupa, pois avança para os países da Europa. Este dia, no
Colégio de Lamego, foi assinalado por uma rica conferência da
Doutora Clara Matos a alertar todos estes perigos. É pena que
estes sábios conselhos não cheguem ao conhecimento de todos os pais. Muitos alunos chegam ao colégio com maus hábitos alimentares. Dizem que não querem peixe, nem sopa, nem
grelhados, etc. Preferem as batatas fritas!
Em dia de São Martinho
Cumpriu-se a tradição. A invernia pegada que vinha fustigando o Colégio há vários dias acabou com o Sol de Verão de
São Martinho. Então, foi festa no Colégio. Com tolerância de
ponto da parte de tarde ou confraternização entre professores
e alunos, com castanhas, futebol, etc. Os finalistas apresentaram a sua equipa de futebol de onze, equipados a rigor.
O dia do Halloween
Desde 1997 que o dia de Halloween no Colégio, celebrado
na última Sexta-Feira de Outubro, é um sucesso! Doutora Alexandra Azevedo Pimenta, nossa querida professora de Inglês,
em boa hora, introduziu este costume com os seus alunos. A
princípio, apenas uma pequena alusão ao dia, encenada pelos
alunos de Inglês. Hoje uma festa extensiva a todo o Colégio.
Pelos corredores há enfeites das mais difíceis interpretações,
a significar o incrível, o terror, o medonho! Turmas inteiras
assistem às aulas ricamente mascarados, principalmente os
mais novos, vestidos com roupas e máscaras idealizadas pelas suas mamãs. Há concursos, há prémios para os melhores.
É bom, pois trata-se de um dia diferente de todos os outros
dias. Poderemos dizer, uma manifestação de cultura. Parabéns,
Senhora Doutora!
A bola voltou a saltar no
campo de Futebol de onze
Muito contestado por actuais e antigos alunos, professores, pais e direcção, o campo de Futebol foi abandonado durante anos. Um grupo muito reduzido de alunos jogava no
pavilhão, deixando os outros à mercê da aragem pela cidade.
Até que o bom senso imperou e voltou-se ao velho campo de
onze onde se educaram muitas gerações que se orgulham de
ali terem jogado à chuva, ao vento, à neve, ao calor, crescendo
como homens. É belo voltar a ver a bola a saltar em tardes de
sons outonais com os vinhedos revestidos do robe multicolor mais belo, que pintor algum ainda não conseguiu passar à
tela.
Doutora Maria de Lourdes
abandonou esta habitação
terrestre
Por entre brumas de saudade, correu célere a notícia:
“Morreu a nossa querida professora de Inglês/Alemão”, 1952/
1997. Era Domingo, 14 de Novembro, um dia outonal, sob ameaça de precipitação atmosférica lá para o cume das Meadas,
por entre todo o tipo de nuvens, cúmulos, cirros, estratos e
nimbos, sobreposições, fugas, separações, enlaces, figurações,
num desenvolvimento simbólico irrepetível a contrastar com o
brilhantismo da vida, desta distintíssima Senhora. Um mar de
gente no dia do funeral, Terça-Feira, dia 16. Muitos antigos
alunos presentes, todos, se, de antemão, soubessem do triste
desenlace desta doença prolongada. Muitos deles, urna embalada como um berço, já calvos, deixavam escapar, sub-repticiamente, uma lágrima traiçoeira, rosto abaixo, já tão macerado
pela idade avançada e agruras da vida.
Muito Obrigado, Senhora Doutora, pelo dom da sua
vida!
Corta-Mato
Um dia diferente de todos os outros. Era 25 de Novembro e
ainda o verão de S. Martinho espreitava radioso pelos copados das árvores do Colégio. Lá fora, espaços desportivos,
recintos, acessos à quinta, tudo estava transformado em pistas e barreiras, com símbolos e motivos de atletismo. Rapazes
e raparigas, de todas as idades não se poupavam a esforços
para obterem a melhor classificação na fase de Corta-Mato de
Escola. As medalhas do primeiro dos diferentes escalões foram assim distribuídas:
Inf. A Feminino- Maria Pinto; Inf. A Masculino- José Miguel
Rijo; Inf. B Feminino- Alice Pimenta; Inf. B Masculino- José
Eira; Iniciados Feminino- Mafalda Parente; Iniciados Masculino- Rafael Pereira; Juvenil Feminino- Catarina Botelho; Juvenil Masculino- Gonçalo Sousa; Júnior Masculino- Daniel Teixeira.
O Colégio reabriu o 1.º Ciclo. Inscreve o teu filho e seu amigo
Arcádia
6
DEZEMBRO de 2010
1.º CICLO
O 3.º ano foi ao Laboratório
A turma do 3.º ano foi ao laboratório do Colégio observar o coração do corpo humano.
Através dele exploraram as aurículas, os ventrículos, as veias e as artérias. De seguida, prepararam o material para uma pequena experiência. Os alunos foram então buscar o microscópio, uma lâmina, uma lamela, um alfinete, algodão e álcool. Depois de uma breve explicação sobre a constituição do microscópio, a
professora fez a preparação que um a um observou. Passaram à visualização de outras
amostras onde viram especificamente os glóbulos vermelhos e onde distinguiram a espessura das paredes das veias e artérias. Esta aula
teve como objectivo explorar de forma mais
aprofundada o sistema circulatório mas num
contexto motivador.
A visita ao Teatro Ribeiro Conceição
Ontem à tarde, fomos ao Teatro Ribeiro Conceição numa carrinha. O Teatro é muito bonito, entrámos pela porta principal e deram-nos
bilhetes para ver um teatro de fantoches às
14h30m. Ficámos sentados no palco nuns tapetes muito fofinhos.
Conheci primeiro o senhor Coroas e a senhora Revoltas e vi também oito marionetas
em que uma delas se chamava Roberto.
A Revoltas disse que a República é melhor
que a Monarquia pois havia muitos pobrezinhos e meninos que não iam à escola, mas
graças à Republica isso melhorou. Fiquei a
saber que a Monarquia tem um rei e a República tem um presidente eleito pelo povo.
Cantámos o Hino de Portugal que se chama
“A Portuguesa”.
Depois fomos a uma sala ver uma exposição
sobre Aquilino Ribeiro que foi um grande escritor e um antigo aluno do Colégio de Lamego. No final, assinei o livro do teatro da nossa
visita de estudo, por todos os alunos do Colégio. Eu gostei muito desta visita.
Bernardo Pinto, 4º Ano
Conferência: “Alimentação em Idade Escolar”
No dia 16 de Outubro, decorreu no salão
de festas do Colégio, uma palestra sobre
“Alimentação em Idade Escolar”
Oradora:
Dr. Clara Matos
Nutricionista licenciada pela
F.C.N. A.U.P.
Directora da Unidade do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes
e Alto Douro
Secretária Geral da A.P.N.
O principal objectivo assentou
na consciencialização, de toda a
comunidade escolar, para continuarmos a
fazer dos nossos alunos umas crianças
saudáveis e torná-los adultos responsáveis
no que concerne à alimentação.
A Dr.ª Clara fez uma pequena introdução e
passou à apresentação de um powerpoint
que alertava para a Obesidade como a doença do século XXI. Este continha dados,
alguns deles negativos relativamente ao
excesso de peso registado em Portugal nos
últimos anos e o que fazer para torná-los
positivos.
No final, o Colégio de
Lamego agradeceu à orientadora com um bouquet de rosas e um livro
sobre a nossa marcante
história na educação de
crianças e jovens, que foi
entregue pela sua filha
Rita, estudante do 4.º ano
de escolaridade.
Foi uma manhã muito
bem passada, onde foram debatidas novas
ideias para em conjunto continuarmos o
bom trabalho com os nossos alunos, filhos
e educandos.
À Dr.Clara Matos o nosso agradecimento
pela sua disponibilidade e por contribuir de
uma forma tão instrutiva com nosso Colégio, sendo também uma mãe e Encarregada de Educação presente e prestável em
todas as actividades escolares.
A alimentação vista pelo 1º ano
Nós, os alunos do 1º ano, visualizamos um
power point, sobre a alimentação. De seguida
explicámos aos nossos colegas os benefícios
de uma alimentação saudável, e por fim
construimos a roda dos alimentos.
Visitas de Estudo
No dia 7 de Outubro de 2010, os alunos do 1º
Ciclo foram visitar o Castelo de Lamego porque
nesse dia comemora-se o Dia Nacional dos Castelos.
Saímos do Colégio e fomos a pé até ao Castelo.
Quando chegámos, já estavam à nossa espera
e fomos muito bem recebidos pelo Chefe de grupo
dos Escuteiros Nuno Vieira.
Fizemos uma roda, escutámos com muita atenção o que o Chefe Nuno tinha para nos dizer. Aprendemos que o nosso Castelo é de meados do Século XII, e que quem cuida dele são os escoteiros do
Grupo 49.
Dentro do Castelo havia móveis, quadros e objectos muito antigos. Todos os alunos do 1º Ciclo do
nosso Colégio, subiram ao cimo do Castelo e foi
muito divertido.
Gostámos muito dos doces que nos ofereceram e
de mais esta visita.
Agradecemos ao Chefe Nuno Vieira, que é pai
do Gustavo do 1º ano, pela disponibilidade, atenção
e carinho que nos dispensou nesta visita ao Castelo.
Em 2010, o Castelo de Lamego completa 100
anos de classificação como Monumento Nacional.
Por esse motivo, em nome do Colégio de Lamego,
os nossos sinceros parabéns!
Composição colectiva do 4.º ano
PRODUTOS E PRODUTORES DA REGIÃO
No dia 4 de Novembro de
2010 fomos ver como se fazia
queijo.
Saímos do colégio às 10 horas em direcção aos Lacticínios Paiva em Cambres.
Primeiro entrou meu grupo
e tivemos de pôr umas toucas
e soquetes de plástico por causa da higiene. Logo de seguida começamos a ver muita
água no chão também por causa da higiene mas continuamos
a ouvir o que a senhora engenheira Marlene e o engenheiro Miguel nos
tinham para dizer como por exemplo como se
faz queijo fresco, queijo barra, queijo flamengo e outros tipos de queijo, assim como ele é
fatiado. O queijo fresco é deitado nuns copinhos em cru, colocam uma tampa e vai cozer
em banho-maria, de seguida vai para o congelador para ficar sólido. Vimos e aprendemos
muitas mais coisas.
Enquanto as turmas do 2º e 4º ano tiravam
as toucas e os soquetes de plástico, entraram
as turmas do 1º e 3º ano e nós fomos embora.
Foi um dia maravilhoso e delicioso.
Ofereceram-nos ainda quatro queijinhos
frescos.
Eu adorei este dia e esta visita.
Obrigado professoras por nos terem levado
à fábrica dos lacticínios Paiva.
JOANA PIRES – 4º ano
Espectáculo “AQUALIA”
Hoje fomos ao Teatro Ribeiro Conceição
ver a peça “Aqualia”.
Primeiro vimos um senhor que vinha num
tronco à procura de terra. A seguir vimos peixes, algas e corais.
Depois vimos peixes a dançar. Vimos cavalos-marinhos e muitas outras coisas.
A seguir, vieram peixes que encontraram
uma garrafa de um náufrago a pedir socorro.
Os peixes queriam ajudar o náufrago pondo
a garrafa ao pé da costa. Entretanto uma
tempestade marinha levou a garrafa e também um dos peixes.
O peixe que se perdeu foi para águas profundas e encontrou um tubarão que queria
comer o peixe, mas um polvo salvo-o e convidou-o para ir a casa dele. Ele tinha a garrafa do náufrago. O peixe tentou convencelo a dar-lhe a garrafa e lá conseguiu.
A seguir viram uma tartaruga que lhes levou a garrafa.
No fim roubaram dois cavalos-marinhos e
os pais ficaram muito tristes e encontraram
um mergulhador que libertou os cavalosmarinhos e ficou com a garrafa e o náufrago
ficou salvo.
Eu gostei muito da peça de teatro!
Diogo Pinto - 2º ano
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o Blog
do 1.º
http://colegiodelamego1ciclo.blogspot.com
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o Site
Oficial
doCiclo:
Colégio
de Lamego: www.colegiodelamego.edu.pt
Arcádia
7 DEZEMBRO de 2010
Doutor António Martins
Sete anos como professor de Português
12.º ano entre os melhores do país
Dr. António à lupa: bem constituído,
entrou na casa dos trinta, solteiro, por pouco tempo,
com ele o Português tornou-se uma aula de bemestar, mais amado que temido, moderno, simpático,
disciplinador, à sua maneira, exigente, pontual, pai
da actual cultura do Colégio, inteligente, cauteloso
nas estradas, raramente ultrapassa os 50, apenas
festejou dois títulos de campeão nacional do seu
Benfica, não lhe conheço faltas de aulas.
Vejamos agora o que os seus alunos, hoje a
frequentar o primeiro ano de Medicina no Porto,
dizem dele:
O Português com
o Professor António
Não, não me enganei no título. É que o português, ou melhor, aprender português com o Sr. Prof. António, é mesmo
diferente. No 7.º ano, quando foi meu Professor pela 1.ª vez,
percebi que as aulas podiam ser divertidas e, ao mesmo tempo, fecundas em conhecimentos.
O Sr. Prof. António é um verdadeiro actor na forma como
exerce o seu papel de Professor e como motiva os alunos a
exercer o seu. Ensina as obras dos diferentes autores assumindo a personalidade de cada um deles, transporta-nos para
os enredos e faz-nos sentir personagens integrantes de todos. A sua criatividade tornava as aulas apelativas e, acreditem ou não, até desejáveis!
A disciplina de Português, longe de ser a minha preferida
(sempre gostei mais de ciências exactas) até se tornou agradável e fácil (relativamente) de estudar e aprender. É bem verdade que o professor é determinante no gosto que os alunos
sentem pela disciplina, principalmente no ensino básico.
Tenho de agradecer ao Sr. Prof. António a leitura de algumas obras interessantíssimas que, se não fossem as fichas de
leitura que nos obrigava a fazer, nunca teria lido! Obrigada…
Com o Sr. Prof. António fazer uma oral é assumir o papel
principal de uma qualquer peça. Sentimo-nos encorajados a
dar o nosso melhor e a interpretar a nossa personagem sem
falhas. Quase nos esquecemos que estamos num momento
de avaliação, tal é a forma como o Professor nos faz sentir à
vontade. Numa disciplina em que a oralidade é um elemento
de avaliação com um peso percentual determinante, aquela
capacidade de nos fazer esquecer que estávamos a ser avaliados era essencial.
O português não é fácil e preparar alunos para um exame
nacional – do qual nunca se sabe o que esperar – é especialmente difícil. Durante os seis anos em que fui aluna do Sr.
Professor António senti que deu sempre o seu melhor e que
nos tentou preparar da melhor forma possível para os exames
de 9.º e 12.º ano. É importante dizer que, para nós, alunos que
pretendem ingressar num curso da área de ciências, a disciplina de Português não é específica e, como tal, a nota do exame
tem um peso de apenas 30% na classificação final. Fácil se
torna perceber que nos preparamos substancialmente melhor
para os exames das disciplinas específicas do curso que pretendemos. O Sr. Prof. António sempre teve noção desta realidade mas nunca desistiu de nos motivar, apoiar e preparar
com a mesma garra e com a mesma vontade. Os resultados
estão à vista…
Apesar de o Colégio de Lamego só ter a área de ciências e
tecnologias e a quase totalidade dos seus alunos ter como
objectivo o ingresso em cursos para os quais o Português
não era uma disciplina específica, conseguiu, no ano lectivo
2009/10 um louvável 16.º lugar, entre as 639 escolas que realizaram aquele exame, com a média de 13,24 valores quando a
média nacional não chegou aos 10 valores.
Parabéns Professor António e OBRIGADA.
Bárbara Monteiro Marinho
Porto, 1.º ano de Medicina, ex-aluna
Hoje vou ter Português!
Muito competente...
Desde o 7º ano e até ao 12º ano tive o privilégio de ter como
professor da disciplina de Português o professor António
Martins.
Digo privilégio porque deve ser muito difícil encontrar num
professor as características do MEU! Muito Competente, Exigente, Dinâmico, Criativo, Alegre, Divertido, Amigo, Atento,
Compreensivo, …
Não havia aulas iguais nem repetitivas. As aulas eram sempre interessantes, os temas e os autores podiam até não nos
cativar mas o professor sabia como abordá-los e torná-los
interessantes.
A criatividade é uma das suas armas para cativar a atenção
dos alunos. E sem duvida que conseguia!
Cristina Mendes,
Porto – 1º ano de Medicina, ex-aluna
“Haviam daqueles dias cinzentos ao longo do secundário, de tanto que fazer, que não apetecia nada levantar de manhã. Para quê? Já sabia que iria ter um dia
preenchido do princípio ao fim com coisas que, supostamente, deveria fazer mas, ainda que esse mesmo dia
tivesse 48 horas, não ia conseguir fazer tudo o que deveria ter feito! Há demasiados dias assim. Mas eu tenho a
mania de tentar ver sempre o lado positivo das coisas, e
então pensava: “Espera aí! Hoje vou ter Português!”. E
então ia para as aulas, se não a tempo, pelo menos
mais alegre. É que as aulas de Português, ao contrário
do resto do dia, representavam uma hora e meia colorida
e imprevisível, já que a atmosfera era sempre de descoberta. Para serem transmitidas do professor até nós, as
ideias flutuavam primeiro no ar, quando, de repente, davam uma volta, faziam uma derrapagem súbita, embatiam em cheio nas nossas cabeças e deslizavam lá para
dentro. Era praticamente impossível que não se infiltrassem no nosso cérebro, criassem raízes e crescessem.
E quando isso acontecia, eu ficava maravilhada com a
nova perspectiva que ficava a ter das coisas, isto porque, com a ajuda de Música, Pintura, estilos artísticos e
arquitectónicos, História, histórias, metáforas, desenhos,
esquemas, debates e gargalhadas, o Português entra
pelos olhos e pelos ouvidos, não só o Português, mas
uma nova visão do Mundo. As visões de Pessoa, de Cesário Verde, de Eça de Queirós, de Camões, de Almeida
Garrett e de tantos outros grandes vultos da literatura,
pessoas que mantinham os olhos e os ouvidos bem abertos e que possuíam um largo horizonte à sua frente. E
foi assim que vi também um pouco do que eles viam, e
quem melhor para nos transmitir isso, do que uma pessoa também ela detentora de uma visão alargada e crítica do Mundo como o nosso professor de Português?
Sim, meu professor também, porque ainda que já não
estude aqui no Colégio, tal como o Colégio será sempre
meu, o professor António Martins será sempre o meu
melhor e único”stôr” de Português.”
Raquel de Castro Martins Borges
Porto - 1.º ano de Medicina, ex-aluna
O Colégio reabriu o 1.º Ciclo. Inscreve o teu filho e seu amigo
Arcádia
8
DEZEMBRO de 2010
Acendeu-se mais uma estrela no céu
“A minha mãe fechou os olhos”. Foi assim, através de um simples SMS, que soube que a professora Maria de Lourdes Laranjo, delicada flor que, entre nós, espargiu o seu perfume durante 85 anos, subiu
ao paraíso, aliás, o lugar de eleição de
quem, não se podendo eternizar na terra,
ascendeu à eternidade que acolhe as pessoas de bem.
Estava ainda a ler a pesarosa mensagem e o meu espírito já recuava quarenta
anos, assaltado, de uma vez só, com a
luminosidade que se desprendia da figura
mais esbelta e delicada que se movimentava pelos corredores do Colégio.
Tenho a certeza de que todos os alunos
que tiveram o privilégio de passar pela Ortigosa, adolescentes em aprendizagem
esforçada do Inglês e do Alemão, ao longo de mais de três décadas, me acompanham na recuperação da imagem doce,
bela e afável de uma professora que a nenhum deixava indiferente.
Mas não se fique com a ideia de que a
Doutora Maria de Lourdes Laranjo apenas
nos transmitia a afirmação da feminilidade em todo o seu expoente. Aos nossos
olhos foi também luz de sabedoria, de competência, que a esperança no partilhar de
trabalho sério se encarregaria de fazer brilhar.
Serenamente, aceitando, na sua com-
postura e fleuma de Lady, as nossas hesitações e barbaridades no Inglês ou
aguentando as pequenas diabruras de adolescentes, sabia ser firme quando o impunham as circunstâncias e era preciso
demonstrar o seu papel e vocação de docente, que sempre soube assumir acima
de tudo, sem arrogância nem soberba,
com a determinação de quem não apenas dava aulas, como tantos, mas era,
com propriedade, professora, como poucos outros.
Voltava a ternura e a doçura depois da
palavra mais forte e mais tensa, e era nesse cadinho, em que misturava serenidade, elegância, determinação e firmeza, que
residia a sua força e a sua diferença.
Morreu pessoa de bem como sempre foi
a Doutora Maria de Lourdes Laranjo. Morreu bonita aos 85 anos de idade. “Fechou
os olhos”, enquanto, certamente, escutava palavras de esperançoso conforto: “Em
verdade te digo: hoje, estarás comigo no
paraíso”. E acredito que sorriu. E uma estrela mais se acendeu no firmamento.
José Alberto
Soares Marques
(Presidente da Direcção da Associação dos
Antigos Alunos do Colégio de Lamego)
À Sr.ª D. Maria de Lourdes
Competente professora, Amiga
Dra. Maria de Lurdes
Senhora sempre no nosso coração
Andamos neste mundo como se a imortalidade fizesse parte do gene do ser humano, sorrimos, divertimo-nos, manifestamos
a nossa presença nos acontecimentos mais
revelantes da vida; fazemos 18, 50, 80 anos
e mantemos uma postura de indiferença
perante a morte.
Há momentos, porém, que somos alertados para a realidade da vida, que o seu fim
é a morte que tanto tentamos evitar em pensar nela. O despertar é quando morre uma
grande amiga (e quantas vezes já fomos
acordados!), uma grande professora, uma
referência, uma lenda para todos quantos
tiveram a honra de terem sido seus alunos,
que a respeitavam e admiravam.
Na década de cinquenta, num período e
numa cidade onde a brisa da civilização só
tinha passado ao de leve, ver entrar na sala
de aula uma jovem senhora, com uma serena e sublime beleza, vestida com sobriedade e bom gosto, iniciando a aula com uma
voz bem modelada e com uma perfeita pronúncia inglesa perante uma plateia de qua-
se ignorantes na matéria, havia só uma realidade: tínhamos vergonha de, perante tão
grande e bela personagem, não acompanhar os seus ensinamentos. Só nos restava um desígnio – aprender.
Em todos os acontecimentos de relevo do
Colégio ou da Associação dos Antigos Alunos, a Sra. Dra. Maria de Lurdes Tomé Laranjo estava sempre presente, aquecendonos a alma com o seu carinhoso e afável
sorriso, irradiando simpatia por todos quantos se aproximavam, querendo com ternura
manifestar-lhe apreço e gratidão.
Aos oitenta e cinco anos a nossa querida
e estimada amiga deixou-nos, mas a sua
memória ficará bem viva em todos quantos
tiveram o privilégio de a conhecer, e só morrerá quando essa memória também se for.
À sua Exma. Família expresso a minha
solidariedade e pesar por tão irreparável
perda.
Arcádia
Eng. Manuel José Pinto de Sousa, Ex aluno.
PORTUGAL
CORREIO
EDITORIAL
5100-076 LAMEGO
TAXAPAGA
Colégio de Lamego - 5100 Lamego
Conheci a Sr.ª D. Maria de Lourdes em Outubro de 1971 quando vim trabalhar para o
Colégio de Lamego. Confesso que inicialmente
me senti bastante intimidada, pois eu era uma
miúda junto de um grupo de professores que
via como pessoas mais velhas, mais experientes e com um estatuto de docência muito superior ao meu. Desse grupo de professores
fazia parte a Sr.ª D. Maria de Lourdes.
Porém, bastaram alguns dias para me aperceber que estava errada e que eu, a miúda,
estava integrada numa comunidade escolar
aberta e amiga onde me podia sentir totalmente
à vontade.
Encontrei na Sr.ª D. Maria de Lourdes uma
colega amiga, sempre pronta a ajudar e a aconselhar quando dela me abeirava e pedia a sua
ajuda. Com ela apreendi muito; com o seu sorriso meigo, o seu ar tranquilo, a sua boa disposição e, sobretudo, com a prontidão e atenção que sempre prestava a tudo o que a rodeava procurando ler no rosto de todos nós o
que nos ia na alma.
Era a conselheira de serviço, a amiga que
nunca dizia “não”. O seu sorriso afável acolhia todos os que viessem ao seu encontro.
Convivi com a Sr.ª D. Maria de Lourdes, no
Colégio, cerca de trinta anos ao longo dos
quais a minha amizade, admiração e simpatia
por esta senhora foram crescendo e tornando-se cada vez mais fortes.
Sabia muito bem entrar na sala de professores do nosso Colégio e encontrar a Sr.ª D.
Maria de Lourdes sempre sorridente e bem
disposta, mesmo quando os alunos a tinham
feito zangar porque não sabiam a lição ou não
tinham feito o trabalho de casa.
Senti a sua falta após a sua aposentação;
no entanto continuou a ser a colega amiga e
disponível que sempre fora.
Encontrávamo-nos muitas vezes, quer nas
festas e datas comemorativas do nosso Colégio, na cidade ou na Igreja de Almacave. Conversávamos muito pois a Sr.ª D. Maria de Lourdes interessava-se por tudo e por todos.
Fui surpreendida no passado dia 14 com a
notícia da sua morte. Acompanhei-a, com saudade, à sua última morada, mas confortada com
a certeza que a Sr.ª D. Maria de Lourdes se
encontra junto do Pai e que por certo continuará a interceder por todos nós e pelo nosso
Colégio.
Keep smiling!
Exemplo da amabilidade, da boa educação e
do bom gosto, conhecia a arte de nos falar ao
coração e de descer aos nossos quinze
aninhos para melhor partilharmos problemas,
ideias e experiências.
Comentávamos, entre nós, nos intervalos, a
facilidade com que entrava no nosso mundo;
e tinham a certeza de que, uma vez possuidora
da chave desse mundo que é a juventude,
jamais a tinha perdido, e melhor! Jamais alguém
ousara mudar a fechadura ao enorme portal.
E foi ao revê-la, este ano, já não do outro
lado da mesma imponente secretária, trono que
a fez rainha, mas no exterior do nosso Colégio,
que senti que estava realmente perante uma
grande amiga. Entre breves visitas, curtas
palavras, um doce “Bom dia!” de vez em
quando, resta a imutável imagem do seu
rosto… sorrindo!
Será difícil escrever sobre quem conviveu
comigo apenas um ano, e de quem eu, da sua
vida, sei tão pouco. Mas mais difícil ainda
será caracterizar um tão simples sorriso, sempre
esboçado num rosto jamais enrugado pelo
tempo. Mais do que escrever bem ou bonito,
preocupa-me construir uma imagem de
perfeição de que julgo ser merecedora a nossa
querida Dra. Maria de Lurdes, que, durante
46 anos, se empenhou no ensino do inglês
aos alunos deste Colégio!
O melhor que me ocorre fazer é deixar-vos
um testemunho vivido na primeira pessoa,
como alguém que, como aluna, esteve do lado
de cá da imponente secretária, que era o seu
trono, durante três mil setecentos e cinquenta
minutos falados em inglês, mas principalmente
como alguém que teve o prazer de durante
tantos meses se cruzar, nos corredores, com
o mesmo sorriso terno e delicado.
A colega amiga, Ana Margarida
Ana Sofia Caló, médica, ex-aluna.
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