Tolentino de Nóbrega um cidadão livre e um jornalista independente Um grupo de jornalistas, amigos muito próximos e pessoas desde sempre ligadas à comunicação social decidiu vir a público defender a atribuição da Ordem da Liberdade, a título póstumo, ao jornalista Tolentino de Nóbrega, falecido no passado dia 7 de Abril, no Funchal. Os subscritores desta tomada de posição entendem que o legado de Tolentino de Nóbrega constitui um nobre e distinto exemplo do exercício da profissão de jornalista. Praticou-a, durante 43 anos, com um enorme e intransigente sentido de independência a que aliava um firme e simultaneamente suave compromisso com a defesa da liberdade de expressão. Desde o Comércio do Funchal, onde se iniciou em 1972, até ao Público (passando pelo Diário de Notícias do Funchal, A Luta, Expresso e O Jornal), as sempre difíceis condições políticas, sociais e culturais que enfrentou nunca o impediram de praticar um jornalismo sem medo, marcado pelo rigor e por um escrupuloso respeito pelas normas da ética e deontologia profissionais. Como lembrava o jornal Público, onde, na qualidade de correspondente, trabalhou desde a fundação e durante 25 anos, Tolentino de Nóbrega “leva consigo um catálogo completo dos tipos e formas de pressão” que um profissional do jornalismo pode conhecer. Sofreu condicionamentos de toda a ordem para exercer a sua função. Recebeu ameaças e intimidações físicas, com prejuízos materiais para a sua vida pessoal e familiar. “Se houve lugar difícil para se ser jornalista” nos 40 anos da nossa democracia “foi a Madeira”. Esta pública inospitalidade não o impedia de soberanamente defender e exaltar com paixão a terra onde nascera há 63 anos. Antes aliava a uma elevada consciência cívica, uma atitude de reconhecida modéstia, sem a mais leve exibição ou ostentação de qualquer heroísmo. É por isso tempo de fazer justiça à sua memória, reconhecendo o seu exemplar exercício do jornalismo, e o seu corajoso e perseverante comportamento de resistência à intolerância. Mais do que todas as profissões de fé que possam ser feitas na liberdade de expressão e de informação e na democracia, são os exemplos dados em vida por profissionais e cidadãos como Tolentino de Nóbrega que devem ser exaltados e comemorados. Distingui-lo com a Ordem da Liberdade, embora a título póstumo, cumpriria, na opinião dos subscritores, esse dever, que cabe ao Estado. 19 de Abril de 2015 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Adelino Gomes Agostinho Jardim Gonçalves Ana Sousa Dias António Loja Neves António Perez Metelo Áurea Sampaio Bárbara Reis Clara Ferreira Alves Cláudia Azevedo Diana Andringa Emanuel Sá Silva Eugénio Alves Fernando Paulouro Francisco Pinto Balsemão Helena Marques 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. Jacinto Godinho Joaquim Catanho Fernandes Joaquim Fidalgo Joaquim Furtado José Alberto Lemos José Carlos Vasconcelos José Goulart Machado José Jorge Letria José Paquete de Oliveira José Pedro Castanheira Leonel de Freitas Luís Filipe Malheiro Luís Humberto Marcos Manuel Pinto Maria Antónia Palla 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. Maria Flor Pedroso Mário Mesquita Mário Zambujal Miguel Sousa Tavares Nicolau Santos Nuno Pacheco Pedro Camacho Pedro Sousa Carvalho Ramón Font Rosário Martins Rui Ludgero Olim Marote Simone Duarte Sofia Branco Sónia Matos Teresa de Sousa