1 Organização e Gestão Institucional da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas- FAFIPA1 Antônia Utzig2 Júnior César da Silva3 RESUMO A presente pesquisa apresenta resultados atingidos em investigação no campo da História da Educação, especificamente na área de História das Instituições Educacionais. Na pesquisa, a FAFIPA - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, consistiu na instituição de análise. A investigação visa contribuir para a constituição de uma primeira interpretação sobre o processo histórico de criação e desenvolvimento inicial da FAFIPA, traçando um retrato da Instituição em sua identidade inicial com seus atores, aspectos de sua organização, seu cotidiano, sua cultura e importância na época para a sociedade local e regional. O estudo foi realizado por meio da pesquisa histórica. A partir da análise de fontes bibliográficas, documentais, iconográficas, jornalísticas e orais; que ordenadas e articuladas numa perspectiva investigativa, viabilizou-se a construção de uma interpretação do processo de gênese e desenvolvimento inicial da FAFIPA, conferindo-lhe uma identidade cultural e educacional, um sentido histórico. Palavras-chave: FAFIPA. Organização. Institucional ABSTRACT This research presents results achieved in research in the field of History of Education, specifically in the area of History of Educational Institutions. In research, FAFIPA - Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Patos de Minas, was the institution of analysis. The research aims to contribute to the formation of a first interpretation of the historical process of creation and initial development of FAFIPA, drawing a picture of the institution in its initial identity with its actors, aspects of their organization, their daily lives, culture and importance at the time for local and regional society. The study was conducted by means of historical research. From the analysis of literature sources, documentary, iconographic, journalistic and oral, that orderly and coordinated investigative perspective, enabled the construction of an interpretation of the process of genesis and early development of FAFIPA, giving it a cultural identity and educational , a historical sense. Key words: FAFIPA. Organization. Institutional 1 Trabalho de conclusão de curso - Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista, no Programa de Pós- graduação ―Lato Sensu‖ em Gestão Escolar: Administração, Supervisão e Orientação das Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR. 2 Docente / Orientadora do Programa de Pós- graduação das Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR. 3 Discente do Programa de Pós- graduação das Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR. 2 INTRODUÇÃO A presente pesquisa trata da configuração inicial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas- FAFIPA, através da análise de diversas fontes: bibliográficas, documentais, iconográficas, jornalísticas e orais. As informações fornecidas por estas fontes, uma vez ordenadas e articuladas pela perspectiva de análise investigativa, possibilitou a reconstrução do objeto estudado, fornecendo um conhecimento significativo acerca dos primeiros tempos da referida instituição educacional. As fontes orais foram construídas por meio de entrevistas através de questionários pré-elaborados, bem como por entrevistas verbais seguindo roteiro pré-estabelecido. Esses mecanismos utilizados para recolhimento dessas fontes foram aplicados a 22 sujeitos, sendo um ex-prefeito de Patos de Minas e ex-aluno da segunda turma da FAFIPA e atual Diretor da FADIPA – Faculdade de Direito de Patos de Minas, uma ex-aluna da segunda turma de formandos e atual Diretora da Instituição, uma Secretária que trabalha na instituição em análise há mais de 30 anos, um membro do Conselho Curador e atual Secretário Geral do UNIPAM – Centro Universitário de Patos de Minas, 3 ex-professores que atuaram na FAFIPA no período de 1970 a 1973 e 15 ex-alunos da primeira turma de formandos da respectiva instituição em 1973. Dos 3 ex-professores, um era Bacharel em Ciências Econômicas e ministrava as disciplinas: Estatística Aplicada à Administração Escolar e Estatística no curso de Pedagogia, e Estatística Geral nos demais cursos, um com graduação em Engenharia Elétrica e lecionava a disciplina Desenho Geométrico e Geometria Descritiva no curso de Matemática, um era graduado em Educação Física e ministrava a disciplina de Educação Física em todos os cursos. Já os ex-alunos, 3 cursaram a graduação em Pedagogia, 4 em matemática, 3 em Ciências Biológicas, 3 em Letras e 2 em História, havendo portanto acadêmicos das 5 licenciaturas oferecidas pela FAFIPA na época. As fontes orais possibilitam novos campos de investigação e segundo Paul Thompsom: ―...podem devolver as pessoas que fizeram e vivenciaram a história um lugar fundamental, mediante suas próprias palavras.‖ Através da análise da documentação levantada acerca dos quatro primeiros 3 anos de funcionamento da FAFIPA e das entrevistas realizadas por meio dos questionários (ver anexo - Questionários), permitiu- se traçar um retrato da Instituição com seus atores, aspectos de sua organização, seu cotidiano, sua cultura e seu significado na época para a sociedade que se encontrava inserida. Serão abordados, portanto, neste artigo aspectos institucionais como: organização e gestão, corpo docente, corpo discente, cursos/saberes, serviços administrativos. É analisado também, as condições infra-estruturais iniciais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas – FAFIPA. 1 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INSTITUCIONAL DA FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE PATOS DE MINAS- FAFIPA Em 1970, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas FAFIPA, possuía uma organização institucional na qual a Congregação era o órgão superior de direção administrativa e didática da Instituição. A Congregação era formada pelos professores titulares; por um representante dos professores assistentes, eleito pelos seus pares em reunião a que o Diretor da Faculdade preside; pela representação do corpo discente, composta de dois alunos, eleita pelos estudantes em escrutínio secreto. A estrutura organizacional da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas era constituída pelos seguintes órgãos: Diretoria, Conselho Departamental e os departamentos. Os órgãos possuem constituição, atribuições e competências descritas a seguir: Congregação é o órgão deliberativo em matérias administrativas e disciplinares, e tinha a presidência do Diretor; na ausência deste, do Vice- diretor; na ausência do Vice- diretor, do professor membro do Conselho Departamental mais antigo no magistério da Faculdade. Tem como competência segundo o que consta no Art. 88 do primeiro Regimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas: 1. Eleger a Diretoria, através de lista tríplice, os membros das comissões e seus suplentes; 2. Eleger o Vice-diretor da Faculdade, por maioria simples, em escrutínio secreto, dentre os seus membros professores titulares; 3. deliberar sobre matéria financeira de sua competência; 4. aprovar convênio ou acordo com outras entidades, repartição ou 4 associação nacionais ou estrangeiras; 5. resolver, em grau de recurso, todas as questões administrativas, de ensino, didáticas ou disciplinares que lhe forem submetidas; 6. elaborar e rever e Regimento da Faculdade; 7. aprovar o Regimento do Diretório Acadêmico e as modificações que nele se introduzirem; 8. dispor sobre a arrecadação e aplicação das rendas próprias da Faculdade; 9. deliberar sobre o orçamento de Faculdade; 10. aprovar o plano de aplicação dos recursos orçamentários destinados à Escola; 11. tomar conhecimento de relatório anual a Diretoria e apreciar as contas relativas ao exercício correspondente; 12. assistir, em sessão solene, a colação de grau dos alunos que terminarem e curso; 13. manifestar-se sobre a realização de cursos na Faculdade, encaminhando propostas organizadas à Fundação; 14. propor a instituição de bolsas de estudo; 15. pronunciar-se sobre a matéria prevista no 1º do artigo deste Regimento, nos prazos previstos neste Regimento; 16. decidir sobre a concessão de grau e dignidade acadêmica; 17. Solucionar, dentro de sua competência, os casos omissos neste Regimento e as dúvidas que porventura surgirem da sua aplicação. O Conselho Departamental era o órgão consultivo e deliberativo da administração da Faculdade, em matéria que não seja da competência privativa da Congregação. Era constituído pelo Diretor da Faculdade, como seu Presidente; pelos chefes de Departamentos e por um membro do corpo discente eleito pelos estudantes em voto secreto. A Diretoria, consistia no órgão executivo de coordenação, fiscalização e de superintendência das atividades escolares. O Diretor era nomeado pelo Presidente da Fundação, de acordo como consta no Art. 95 do Regimento: O Diretor será nomeado pelo Presidente da Fundação, dentre os professores titulares eleitos em lista tríplice pela Congregação, lista organizada pela ordem de votos obtidos em escrutínio secreto. Havia também um Vice- diretor, eleito pela Congregação dentre os seus membros titulares, em votação secreta, por maioria absoluta de votos, para uma gestão de quatro anos vedado o exercício de dois pleitos consecutivos. Era competência do Vice-diretor segundo o Parágrafo Único do Art. 98 do Regimento: ―Caberá ao Vice-diretor substituir o Diretor em suas faltas e impedimentos, como também no caso de vacância do cargo antes de terminado o mandato.‖ 5 Os departamentos eram constituídos pelo agrupamento de disciplinas e serviços correlatos e tinham por finalidade a orientação e unidade do ensino e da pesquisa nas diferentes especialidades culturais e científicas. Cada curso da FAFIPA correspondia a um Departamento. O Departamento consistia na menor fração da estrutura da Faculdade, para todos os efeitos de organização administrativa, didático-científica e de distribuição de recursos humanos. Cabia aos Departamentos, na organização de seus programas, distribuir as atividades de ensino e pesquisa de maneira a harmonizar os interesses do Departamento e as preocupações científicos- culturais dominantes do corpo docente da Instituição. Cada Departamento era dirigido por um chefe, eleito dentre os seus membros, para um período de dois anos; devendo recair a escolha em professor titular. Eram membros dos Departamentos os professores titulares e os professores assistentes; além do representante do corpo discente, eleito pelos estudantes da graduação respectiva, em escrutínio secreto. A estrutura administrativa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas era centralizada, seguia as diretrizes estabelecidas pela legislação que regia o ensino no período, a Lei 5.044/68; e era semelhante ao modelo adotado por, diversas outras Instituições de Ensino Superior brasileiras que surgiram nesta contextualização histórica. 1.1 ASPECTOS INSTITUCIONAIS O corpo docente da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas foi formado após a constituição legal da Instituição. Segundo depoimento de Lázaro Pereira da Cunha, professor de Estatística que fora contratado pela FAFIPA na época, “no início foram convocados os professores que estavam inseridos no processo de constituição da faculdade”. É notório, no entanto, que a direção da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, procurou também em primeira instância buscar na própria comunidade, recursos humanos de expressiva competência profissional na área educacional, respeitando as diretrizes 6 estabelecidas pelo Ministério da Educação, como reforça em depoimento o exprofessor Lázaro Pereira da Cunha: Por residir em Patos de Minas, após minha formatura e por já lecionar em vários colégios da cidade e por ter sido convocado a cooperar na constituição da FAFIPA, coloquei também meus documentos a disposição, sendo incluído no processo de aprovação do MEC. Quando a FAFIPA foi autorizada a funcionar e a minha documentação sendo aprovada, passei a ser Titular da disciplina Estatística Aplicada à Educação no curso de Pedagogia e Estatística Geral em outros cursos. Mas significativa parcela dos primeiros docentes da Instituição era de outras cidades, conforme depoimento de Maria José Valadão Mendes de Andrade, aluna da primeira turma do curso de Ciências Biológicas da FAFIPA; Os professores em sua grande maioria vinham de fora, principalmente de Belo Horizonte e juntamente com os professores da cidade formavam o corpo docente da instituição. Dado reforçado por Benedito Alves, também ex-aluno da Instituição que concluiu seu curso de graduação em 1973, tínhamos vários professores que vinham toda semana de Belo Horizonte. Isso porque, como esclarece o ex-professor Lázaro Pereira da Cunha em seu depoimento, Quando o número de professores não era suficiente para atender todas as disciplinas, para o bom andamento do curso, contratava professores de outras cidades que atendiam as exigências do curso de acordo com seus currículos. O corpo docente da FAFIPA era constituído de professores titulares e professores assistentes. Entende-se por professores titulares os regentes de disciplina e por professores assistentes os que auxiliam no ensino de qualquer disciplina. Segundo o Art. 38 do Regimento da FAFIPA, o professor titular era responsável pela orientação e pela eficiência do ensino e da pesquisa na disciplina a seu cargo. Enquanto que, de acordo com o Art. 39 do regimento, era incumbência do professor assistente, cooperar na realização dos cursos normais. Os professores titulares eram indicados pelo Diretor da Faculdade, ouvido o 7 Conselho Departamental, e os assistentes pelos professores titulares, devendo os primeiros ser aprovados pelo Conselho Estadual de Educação. Segundo dados obtidos pelos questionários aplicados aos 15 ex - alunos da primeira turma de formandos da FAFIPA, os professores da própria cidade de Patos de Minas era em sua maioria extremamente qualificados para desempenhar suas funções inerentes ao cargo, como demonstra Celsuita Guimarães Eguchi, que concluiu o curso de Pedagogia em 1973, “os professores de Patos de Minas marcaram muito pela exigência, competência e postura profissional.” Enquanto que, determinados professores que viam de outra cidades, apesar de suas titulações eram considerados sem compromisso, pois faltavam muito ou quase sempre chegavam atrasados, conforme depoimento de Neuza Helena de Queiroz Borges, aluna da segunda turma de Letras da FAFIPA e atual Diretora da Instituição, ―Muitos dos professores que eram de outras cidades, principalmente de Belo Horizonte, não chegavam nos horários das aulas, outros não vinham sem avisar. Quanto a formação, a maioria dos docentes possuía titulação de especialistas com graduação específica, bem como experiência no magistério. Mas, havia professores que não tinham formação acadêmica na área da educação, sendo bacharéis, odontólogos, médicos e sem prática na docência. Por meio dos questionários respondidos por ex- alunos, percebe-se esta presença de docentes na FAFIPA que não possuíam formalmente uma formação pedagógica específica para o exercício de suas funções. O depoimento da ex-aluna Maria Aparecida Nogueira Nascentes, reforça que; no curso de Ciências Biológicas, havia professor que era profissional liberal, médico, dentista, bioquímico. Mas constata-se de um modo geral, que o corpo docente da Instituição era composto de pessoas experientes profissionalmente em suas respectivas áreas e mantinham um satisfatório relacionamento com os discentes, como demonstra em depoimento a ex-aluna do curso de Pedagogia Wilma de Sousa e Silva, “Os professores da FAFIPA tinham bom preparo profissional e excelente relacionamento humano‖. Quanto ao gênero, significativa parcela dos docentes da FAFIPA, em seu funcionamento inicial era do sexo masculino. Pode-se constatar por meio do depoimento do ex-professor Lázaro Pereira da Cunha, que o relacionamento com o corpo discente era amigável, respeitoso, 8 A relação entre professores e alunos tanto na sala de aula, como fora dela era das melhores possíveis. O professor procurava ser amigo antes de tudo, mas sempre com firmeza, respeito e sobretudo lealdade. Quanto ao relacionamento com a direção, ocorria de modo democrático e participativo, de acordo com os questionários aplicados à ex-professores da FAFIPA que trabalharam na Instituição no período histórico em estudo nesta pesquisa. 1.2 CORPO DISCENTE No início da década de 1970 na região do Alto Paranaíba, especialmente em Patos de Minas, havia uma demanda reprimida muito expressiva de pessoas que já exerciam o magistério sem habilitação legal há muitos anos e que não tiveram oportunidade de fazer um curso superior. Com a criação da FAFIPA, essa demanda teve a oportunidade de fazer sua graduação. Segundo dados levantados por meio de questionários aplicados à exalunos das primeiras turmas de formandos da referida Instituição Educacional, a maioria almejava ingressar no ensino superior com o intuito de obter qualificação profissional e titulação superior legal para a docência, bem como para fins de realização pessoal. Outro aspecto a considerar é a origem geográfica desses ex- alunos. A Instituição atendia o Município de Patos de Minas e toda a região do Alto Paranaíba, bem como parte do Noroeste Mineiro. Quanto a origem social desse alunado, os dados mostram que era variada, mas com predominância de proveniência da classe média, conforme depoimento de Maria José Valadão Mendes de Andrade, aluna da primeira turma de Ciências Biológicas, “A maioria dos alunos era pessoas “maduras” com situação social equilibrada. Glória de Melo Bruno Santos que foi aluna da primeira turma do curso de Pedagogia reforça claramente, “A maioria dos alunos da FAFIPA pertencia à classe média.” Essa dita classe média que consistia no nível social da maioria dos alunos da FAFIPA era formada especialmente por profissionais da educação e profissionais 9 liberais, com ocorrência da presença até de padres e freiras, como explicita a exaluna Celsuíta Guimarães Eguchi em seu depoimento, ―De um modo geral eram professores, diretores, funcionários da Delegacia de Ensino, funcionários de bancos, padres, freiras, todos mais maduros, responsáveis”. Nota-se, através do depoimento de Maria Aparecida Nogueira Nascentes, formanda da FAFIPA no curso de Ciências Biológicas em 1973, a expressiva quantidade de alunos que mesmo sem formação em nível superior já exerciam a função de educadores e estudavam na FAFIPA, “A maioria dos alunos da FAFIPA lecionava.” Os ex-alunos da FAFIPA eram, portanto, estudantes-trabalhadores, que estudavam a noite e trabalhavam durante o dia, como em depoimento reforça Osvaldo Matias de Abreu que cursou Matemática, “...boa parte dos alunos da FAFIPA trabalhava como professores durante o dia.” No que diz respeito ao gênero, como é comum até os dias atuais e principalmente tipicamente do período histórico em análise, bem como dos cursos de licenciatura em geral, a predominância do sexo feminino é evidente. Para demonstrar, dos 176 alunos que formaram em 1973, 44 eram do sexo masculino, contra 132 do sexo feminino. Através dos dados explicitados, conclui-se que os acadêmicos da FAFIPA eram em sua maioria do gênero feminino. Quanto à faixa etária desses ex-alunos da FAFIPA, 51,1% ingressaram na Instituição entre os 26 e 35 anos e 26,7% entre os 19 e 25 anos de idade. Apenas 10,4 tinham até 18 anos. O relacionamento com o corpo docente, os dados demonstram que cultivava-se o clima de respeito, amizade e companheirismo, na busca de parceria para o desenvolvimento de um processo ensino-aprendizagem satisfatório; como reforça a ex-aluna Celina dos Santos Gonçalves, “Professores e alunos se relacionavam em clima de amizade, companheirismo e respeito.‖ Quanto à relação dos discentes com a direção, era direta e através de seus representantes nos departamentos, sempre com muito respeito e ética. Segundo dados, obtidos por ex-alunos através de questionários, demonstrou-se que estes tinham admiração pela Direção, por sua dedicação, competência e empenho em melhorar em todos os aspectos a cada dia a Instituição. No que diz respeito as normas disciplinares, os discentes se encontravam 10 sujeitos a advertências, caso desrespeitassem os preceitos estabelecidos pelo Regimento da Faculdade, conforme demonstra em depoimento o ex-professor Lázaro Pereira da Cunha, ―Os alunos estavam sujeitos a advertência verbal e depois escrita, podendo ser suspensos das aulas por um período e até mesmo desligamento da FAFIPA.” Percebe-se, portanto, certa rigidez na punição de condutas acadêmicas não condizentes com os padrões determinados no Regimento. 1.3 FORMA DE INGRESSO DE ALUNOS Obtida a autorização de funcionamento pelo Decreto Nº 66.443, assinado pelo Exmo. Presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici, publicado no Diário Oficial da União em 14 de abril de 1970 e de acordo com as disposições de seu Regimento, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas realizou os exames de seu primeiro concurso vestibular no mês de maio do referido ano. O concurso vestibular era idêntico em seu conteúdo para todos os cursos da FAFIPA, bem como unificado em sua execução, em concordância com os paradigmas de processamento fixados anualmente pela Congregação. O respectivo mecanismo de processo seletivo abrangia conhecimentos comuns às várias formas de educação do segundo grau, sem ultrapassar este nível de complexidade para avaliar a preparação recebida pelos candidatos e sua aptidão intelectual para estudos de nível superior. O vestibular constou das provas de Português, Matemática, História, Biologia e Inglês ou Francês para todos os cursos. O concurso vestibular sempre foi, predominantemente, a forma de ingresso na Instituição conforme se pode observar nas respostas dos questionários dos exalunos. Há ocorrência de poucos casos de ingresso de acadêmicos através de processos de transferências. 11 1.4 CURSOS/ SABERES A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, foi criada com o propósito inicial de atender a demanda local e regional de educadores que exerciam o magistério sem formação em nível superior, bem como possibilitar oportunidades ao significativo contingente de estudantes que findava o segundo grau de prosseguirem seus estudos evitando deslocamento para centros urbanos maiores. Uma Instituição também desta natureza exigia menores investimentos e infra-estrutura simples, o que portanto facilitou sua constituição e funcionamento. Numa reunião do Conselho Curador chegou-se a conclusão de que pela falta de professores habilitados lecionando, não só em Patos de Minas, mas também na região, tornava propício e necessário se criar uma Faculdade de Filosofia com cursos de licenciatura. Naquela época também havia em Patos de Minas cerca de 3.500 alunos que terminava o segundo grau e muitos deles não tinham nenhuma possibilidade de sair para estudar em outra cidade por vários motivos como: financeiros, adaptação e outros (informação verbal)4 Foram autorizadas pelo Parecer 19/70 do Conselho Estadual de Educação cinco cursos de Licenciatura: Letras, Matemática, História, Ciências Biológicas e Pedagogia; com turma de cinqüenta alunos cada, totalizando portanto já de início a oferta de 250 vagas para o ensino superior. Através de concurso vestibular, todas as vagas foram preenchidas. Como a FAFIPA ainda não possuía sede própria, as atividades nos primeiros anos de funcionamento foram desenvolvidas nas dependências físicas de colégios particulares de Patos de Minas. A FAFIPA, estava autorizada a desenvolver através de seus cinco cursos de graduação, habilitação legal e qualificação de professores para atuarem nos níveis de ensino fundamental e médio. A legislação na época que regulamentava a FAFIPA era a Lei 5.044 de 29 de novembro de 1968. De acordo com a referida Lei, as funções do ensino superior são: 4 Depoimento da ex-aluna da FAFIPA e atual Diretora da Instituição. 12 Art. 1- O ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das ciências, letras e artes e a formação de profissionais de nível universitário. Art. 20- As Universidades e os estabelecimentos isolados de ensino superior estenderá à comunidade, sob forma de cursos e serviços especiais, as atividades de ensino e os resultados de pesquisa que lhes serão inerentes. Portanto, de acordo com referida Lei, os fins do ensino superior eram três: o ensino, a pesquisa e a extensão. Analisando o Regimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, Instituição de Ensino Superior mantida pela Fundação Universitária de Patos de Minas, depara-se com os seguintes objetivos: A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Fundação Universitário de Patos de Minas, criada pela Lei estadual nº 4.776, de 27 de maio da 1968, é um estabelecimento de ensino superior e tem por objetivos, especificamente: a) formar profissionais de nível universitário, destinados ao exercício de atividades culturais de ordem desinteressada e técnica, bem como ao magistério, orientação, administração e supervisão de escolas e sistemas escolares; b) realizar pesquisas nos vários domínios de cultura por ela abrangida: c) contribuir para a formação de cultura superior e para o desenvolvimento das ciências e das letras. A partir da análise das funções do ensino de nível superior de acordo com a Lei 5.044/68 e com o os objetivos da FAFIPA, conforme consta em seu Regimento; verifica-se certa consonância da Instituição com a legislação vigente no período. Mas, a Fundação Universitária de Patos de Minas, por meio da FAFIPA, sua mantida, priorizou o ensino, como todas as Instituições de Educação Superior isoladas, que surgiram no contexto histórico das décadas de 1960 e 1970, especialmente após a Constituição de 1967, que deu força à privatização do ensino e determinou ao poderes públicos que prestassem auxílio técnico e financeiro ao ensino particular. Pode-se afirmar que desde o início da constituição da Fundação e como consta no Regimento de sua mantida, havia uma preocupação com a pesquisa e a extensão. Mas alguns fatores dificultavam a fomentação destas funções, como a formação dos professores e a capacitação técnica e recursos financeiros para o desenvolvimento das mesmas. Os cursos de graduação da FAFIPA eram todos noturnos, com duração de quatro anos em regime anual. 13 O ano escolar compreendia dois períodos letivos, que se iniciavam respectivamente ao primeiro dia útil do mês de março e ao primeiro dia útil de agosto. O calendário escolar abrangia, no mínimo, 180 (cento e oitenta) dias de trabalho escolar efetivo nos quais não estava incluído o tempo destinado a exames. Mas havia aulas no sábado em dois períodos: matutino e vespertino, conforme depoimento de Maria Aparecida Nogueira Nascentes, ―no sábado tinha aula o dia todo, começava de manhã, depois a gente tinha um intervalo e no período da tarde havia aula novamente”. Isso decorria do fato da extensão da grade curricular e também pelo fato de muitos docentes serem de outras cidades, principalmente de Belo Horizonte, havendo concentração de aulas no sábado a fim de possibilitar seus deslocamentos até Patos de Minas, como em depoimento argumenta Neuza Helena de Queiroz Borges, os professores que residiam fora vinham muito no final de semana, acumulando muitas aulas na sexta e no sábado. Tínhamos aula o sábado todo.” ―O currículo era organizado de acordo com as condições sócio-históricas da época. Procurávamos adaptar os currículos sem perda de qualidade às nossa realidades e necessidades vigentes na região‖ (informação verbal).5 O currículo abrangia disciplinas elementares, pedagógicas e as específicas de cada curso de graduação, como demonstra em depoimento Maria José Valadão Mendes de Andrade, “O currículo era composto de acordo com o curso. Havia nas Ciências Biológicas, matérias elementares, específicas e pedagógicas.‖ A carga horária seguia as orientações dos currículos mínimos do MEC. A Carga Horária era determinada pela Instituição, mas entretanto tinha um mínimo total que deveria ser cumprido. Cada curso teria que ter basicamente 2.200 horas de conteúdos específicos. Por isso que a carga 6 horária era muita extensa (informação verbal). A FAFIPA, portando currículo estruturado, desenvolvia também atividades extracurriculares com seu corpo discente, como corrobora a ex-aluna Maria Aparecida Nogueira Nascentes, “Fizemos algumas excursões e lembro-me bem da que foi feita a Gruta de Vazante, com o professor de Geologia.‖ 5 6 Depoimento do professor Lázaro Pereira da Cunha que era docente na FAFIPA na época. Neuza Helena de Queiroz Borges, confirma através de seu depoimento, a extensa carga horária do currículo dos cinco cursos de graduação da FAFIPA 14 “A FAFIPA promoveu inúmeras atividades extra–curriculares, através de palestras e conferências, as quais geralmente eram ministradas por exímios professores da UFMG. A Instituição também incentivava a participação de alunos em Congressos regionais‖ (informação verbal).7 Os dados levantados por meio dos questionários aplicados à ex-alunos da FAFIPA, demonstram que o ensino era basicamente teórico, com ausência significativa de atividades práticas e iniciação a trabalhos científicos. Quanto ao sistema de avaliação do corpo discente, o mesmo era diversificado, mas porém através de mecanismos tradicionais, típicos do período histórico em análise. Segundo depoimento da ex-aluna Maria José Valadão Mendes de Andrade, “Aconteciam avaliações orais, escritas e trabalhos diversos explorando o pedagógico e o específico.” A média exigida era de 60% nas disciplinas da grade curricular e 75% de freqüência, como demonstra em depoimento o ex-professor Lázaro Pereira da Cunha, ―A média exigida pela avaliação era de 60 pontos de aproveitamento em 100 e 75% de assiduidade.” 1.5 Serviços administrativos e condições infra estruturais da FAFIPA Os serviços administrativos eram fiscalizados e superintendidos pelo Diretor da Faculdade e exercidos através dos respectivos órgãos: Secretaria, Contadoria e Biblioteca. A Secretaria Geral era dirigida por um secretário designado pelo Diretor da Instituição. A Contadoria correspondia um órgão administrativamente subordinado ao Diretor da Faculdade e funcionava vinculada a Diretoria Executiva da Fundação. Abrangia os serviços de finanças e patrimônio, que lhe cabia executar, na conformidade das instruções que recebia. A Biblioteca da FAFIPA, destinada ao corpo docente e discente, era organizada de modo a atender aos objetivos da Instituição e obedecia regulamento próprio, aprovado pela Congregação. 7 Depoimento da ex-aluna Neuza Helena de Queiroz Borges. 15 Segundo o que consta no Regimento, era competência do Diretor indicar o Bibliotecário e demais recursos humanos necessários para o funcionamento da respectiva repartição. A Biblioteca funcionava diariamente, durante os períodos letivos e no decorrer do período de férias em horários específicos. A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, desde sua criação, até 1975, não possuía sede própria. Primeiramente suas atividades foram iniciadas em 16 de maio de 1970, no prédio do Colégio Marista, instituição educacional da rede privada de Patos de Minas. Em 1971 com o aumento conseqüente de alunos passou também a funcionar nas dependências do Colégio Fonseca Rodrigues e Colégio ―Nossa Senhora da Graças‖. O funcionamento da FAFIPA em três estabelecimentos físicos diferentes gerava inúmeras problemáticas. Apesar dos espaços serem instituições educativas e por sinal, particulares, os mesmos não ofereciam infra-estrutura adequada para que uma instituição de nível superior desenvolvesse suas atividades com qualidade. Em salas projetadas para níveis de ensino como o fundamental, é que estudaram os primeiros acadêmicos da FAFIPA, com ausência de espaços apropriados para laboratórios condizentes com áreas específicas que compunham a grade curricular de determinadas licenciaturas. Muitos docentes que ministravam aulas em turmas lotadas em locais diferentes, geralmente ficavam impossibilitados de cumprir corretamente seus horários. Quando um professor possuía vários horários de aulas num único dia em mais de um espaço físico que se encontrava sediada provisoriamente a FAFIPA sem a presença de intervalos, o mesmo sempre se atrasava, pois o deslocamento de um colégio para outro demandava tempo. Como esclarece Gilcelina Xavier D’alcantara, Secretária de Graduação, Pesquisa e Extensão da FAFIPA há mais de 30 anos, ―Era muito difícil às vezes, um professor dava aula num horário nos Maristas e tinha o próximo imediato no Colégio “Nossa Senhora das Graças”. Isto portanto acabava de certa forma prejudicando o desenvolvimento das aulas, o que poderia ser evitado caso a Faculdade funcionasse em um só local. Administrar a Instituição também nessas condições era complicado. A solução para estes, bem como inúmeros outros tantos problemas oriundos dessa situação, seria a construção de uma sede para a Faculdade. 16 Na reunião do Conselho Curador, datada de 05 de junho do ano 1971, foi discutida a questão da real necessidade de edificação do prédio da FAFIPA, pois neste contexto, em seu segundo ano de funcionamento, o corpo discente aumentou significativamente em virtude das cinco novas turmas de acadêmicos que ingressaram através do concurso vestibular de 1971. Consistia também de extrema importância que a Instituição desenvolvesse plenamente suas atividades em estrutura física própria, pois o MEC- Ministério da Educação, de certa forma, analisava este fator como parte favorável ao reconhecimento de cursos de graduação. Daí em diante se intensificaram tanto interna como externamente os trabalhos para portar a FAFIPA de sede própria. Em 1972, o Sr. Oadi Salum, o Diretor Executivo da Fundação Universitária de Patos de Minas, entidade mantenedora da FAFIPA; após receber autorização do Presidente contratou os serviços de um arquiteto para que o mesmo criasse um projeto arquitetônico infra- estrutural da Faculdade. Neste mesmo ano foi doado pela Prefeitura Municipal de Patos de Minas um terreno de 90 M². A Fundação passa a dedicar-se consideravelmente ao plano de edificação de sua sede e de sua mantida. O Conselho Curador decidiu em 14 de setembro de 1973, que a própria Fundação se responsabilizaria pela construção e que a responsabilidade técnica da obra ficaria a cargo do Engenheiro e Conselheiro Antônio Ciryno Sobrinho. Nesta ocasião também foi marcado para 31 de janeiro de 1974 o lançamento da pedra fundamental, o que de fato aconteceu na referida data (Ver figura 01) 17 FIGURA 01: Lançamento da pedra fundamental. Fonte: Acervo fotográfico do UNIPAM- Centro Universitário de Patos de Minas (Biblioteca Central Dr. Benedito Correia). Reunindo recursos oriundos de anuidades, subvenções oficiais e empréstimo bancário, no período de um ano e meio foi construído o prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, com dois pavimentos e aproximadamente 3.000 M² de área edificada; portando 18 salas de aulas, além de salas de laboratórios, sala de professores, salas para setores administrativos, biblioteca e sanitários. (Ver figura de 02) 18 FIGURA 02: Prédio da FAFIPA- Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas quando foi inaugurado em 1975. Fonte: Acervo Fotográfico do UNIPAM – Centro Universitário de Patos de Minas (Biblioteca Central Dr. Benedito Correia). A inauguração foi realizada em 23 de maio de 1975, um dia anterior ao aniversário do Município de Patos de Minas. Nas solenidades, marcaram presença célebres autoridades políticas do período histórico, como o Governador do Estado de Minas Gerais, Dr. Aureliano Chaves e diversas outras de nível Federal, Estadual e Municipal, além de educadores, estudantes e pessoas da sociedade patense e região. (Ver figura 03). 19 FIGURA 03: Solenidades de inauguração do prédio da FAFIPA em 1975. Fonte: Acervo Fotográfico do UNIPAM – Centro Universitário de Patos de Minas (Biblioteca Central Dr. Benedito Correia). É importante percebermos que a estrutura física foi projetada e construída, no momento histórico de valorização da projeção de estilo moderno, servindo de referência, a construção da Capital Federal. Segundo Ester Buffa e Paolo Nosella, um prédio expressa a concepção, opções, valores e preocupações humanas; À primeira vista, é possível não se perceber o significado dos elementos da composição arquitetônica de um edifício, mas na verdade, cada elemento materializa concepções, opções, valores, preocupações humanas (NOSELLA & BUFFA, 1996, p.42). Pode-se afirmar que as linhas gerais do prédio revelam linhas arquitetônicas retas. Um prédio que representava o processo de modernização que a cidade estava atravessando neste contexto histórico. 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS A configuração inicial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas foi construída por meio de uma análise interpretativa de fontes bibliográficas, documentais, jornalísticas, iconográficas e orais. Utilizando-se desta pluralidade de fontes, pressupostos metodológicos e categorias de pesquisa delineadas pelos autores: Éster Buffa e Paolo Nosella, foi possível retratar claramente aspectos institucionais que caracterizaram a identidade inicial da FAFIPA. Através da análise realizada, pode-se afirmar, que a organização e gestão inicial da FAFIPA era centralizada e seguia as diretrizes estabelecidas pelo governo da época. O ensino era regido pela Lei 5.044/68, mas na instituição, devido a fatores de carência de recursos financeiros e humanos especializados, não foi fomentada a tríade: ensino, pesquisa e extensão. O corpo docente da FAFIPA era constituído por professores de Patos de Minas e de outras cidades, principalmente de Belo Horizonte. Havia tanto especialistas com experiência e formação acadêmica na área educacional, bem como professores que não tinham formação pedagógica e prática no magistério. O corpo discente era na maioria da região do Alto Paranaíba, oriundos da classe média, com predominância do gênero feminino e faixa etária adulta, que ingressaram no nível de ensino superior objetivando qualificação profissional, titulação legal para o exercício do magistério e também para fins de realização pessoal. As condições infra-estruturais não eram fisicamente e equipadamente condizentes para o funcionamento de uma instituição de ensino superior, e pelo fato ainda da FAFIPA funcionar a partir do segundo de atividades em três locais diferentes, eram geradas diversas problemáticas administrativas, dentre outras. O Conselho Curador da mantedora da FAFIPA, diante da real necessidade de construção de uma sede própria para a faculdade, reuniu verbas provindas de subvenção oficiais, anuidades, empréstimo bancário e construiu um amplo prédio, o qual foi inaugurado em 1975; contexto histórico que a instituição já havia formado 21 suas cinco primeiras turmas. Pode-se afirmar, que a FAFIPA no início de suas atividades enfrentou determinadas problemáticas, como ausência de espaço físico adequado, de laboratórios equipados, verbas e recursos humanos para a promoção da pesquisa e extensão, dentre outras; mas a instituição habilitou e qualificou significativo contingente de educadores leigos da região do Alto Paranaíba, conquistou e consolidou importante espaço político institucional não só em Patos de Minas, e sim também em toda a região. REFERÊNCIAS BUFFA, Éster e NOSELLA, Paolo Schola Mater. A Antiga Escola Normal de São Carlos. 1991-1933. São Carlos:Editora da UFUSCAR. 1996 BURKE, Peter.org. A S.Paulo:UNESP. 1992. escrita da história. Novas Perspectivas. 2ªed. FÁVERO, Osmar. A Educação nas Constituintes Brasileiras. 1823-1988. Campinas: Editora Autores Associados. 1992. FONSECA, Geraldo. Domínios de pecuários e enxadachins: história de Patos de Minas. Belo Horizonte: Ingrabrás, 1974. FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e Sociedade. 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Autoriza a instituição da Fundação Universitária de Patos de Minas. Diário do Executivo, Belo Horizonte, 1968. BELO HORIZONTE (Minas Gerais). Lei Nº 6.064, de 15 de dezembro de 1972. Amplia a composição do Conselho Curador da Fundação Universitária de Patos de Minas. Diário do Executivo, Belo Horizonte, 1972. BELO HORIZONTE (Minas Gerais). Lei Nº 6.183, de 16 de novembro de 1973. Modifica a Lei N0 4.776 de 27/05/1968 que criou a Fundação Universitária de Patos de Minas. Diário do Executivo, Belo Horizonte, 1973. BELO HORIZONTE (Minas Gerais). Decreto Nº 16.294, de 22 de maio de 1974. Dispõe acerca da alteração da denominação da Fundação Universitária de Patos de Minas. Diário do Executivo, Belo Horizonte, 1974. BELO HORIZONTE (Minas Gerais). Decreto Nº 11.348, de 30 de Setembro de 1968. Dispõe sobre a instituição da Fundação Universitária de Patos de Minas e de seu Estatuto. Diário do Executivo, Belo Horizonte, 1968. BELO HORIZONTE (Minas Gerais). 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