TEORIA D A ARQ UITE CT URA II – Ano lectivo 2006/2007
Departamento Autónomo de Arquitectura
Campus de Azurém, 4800-058 Guimarães–P
OBJE CTI VOS, PROGRA MA, METODO LOGI A, AVA LIA ÇÃO E LI VROS
Docent es:
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Ivo Oliveira, arqº.
João Rosmaninho Duarte Silva, arqº.
Paulo Ferreira, arqº.
A disciplina de Teoria da Arquitectura II é um espaço de reflexão autónomo. O programa resulta do trabalho desenvolvido
pelos docentes que ao longo dos anos foram colaborando com a disciplina. As alterações introduzidas procuram, na
articulação com as investigações desenvolvidas na disciplina de projecto III, dar maior operatividade aos estudos
desenvolvidos.
Objectivos
A produção teórica teve um profundo efeito nos pensamentos e práticas de sucessivas gerações de arquitectos, tendo sido
essencial para o sucesso do projecto e para a articulação com a sua envolvente física.
Pretende-se que esta disciplina através da temática “Espaço Habitável e das Formas da Residência”, na sequência do
programa objectivos e metodologia de Teoria da Arquitectura I, continue a proporcionar a familiarização com a arquitectura
ocidental.
A disciplina assente na tradição humanística da arquitectura ocidental, procura incentivar os alunos à reflexão sobre a sua
própria prática profissional através do questionamento de morfologias, percursos e metamorfoses da casa. Fomenta uma
posição crítica e interventiva, através de um trabalho inovador e rigoroso e de uma coerente e intensiva pesquisa, na qual os
estudantes desenvolvem e testam as suas teorias no confronto com teorias, assuntos e metodologias emergentes.
“Tendo como principal objectivo o estudo da habitação e da sua relação com o contexto, procura-se abordar todo o conjunto de questões
relacionadas: ideia e vivência do habitat e a sua evolução, a casa como necessidade primária e como estrutura socio-cultural, a percepção do espaço e
as relações interior/exterior, a evolução dos tipos, dos modelos e das linguagens. O âmbito temporal de estudo está sobretudo centrado no século
XX, apesar de ser matéria de reflexão a evolução das formas, tipos e vivências do habitar em toda a história da civilização ocidental.”
Programa
Tendo como orientação temática geral “espaço habitável e formas de residência”, o programa estrutura-se em cinco
momentos:
01.Significados do habitar
• A habitação como necessidade instintiva, suporte de actividade humana e estrutura socio-cultural:
.Abrigo, segurança, repouso, delimitação de território;
.Alimentação, reprodução, família, conforto, higiene;
.Lazer, estudo, trabalho, informação, comunicação.
02. Dispositivos do espaço habitável privado
• A percepção do espaço habitacional:
.Clausura e espaço contido;
.Relação interior/exterior: permeabilidade, luz, calor, paisagem, espaços de transição;
.Função e polivalência.
03. As formas do habitar
• A habitação na cultura ocidental: vivências e espaços, linguagens e formas, tipos e modelos.
• Tipologias do habitar:
.Forma urbana e relação com o parcelamento do território
(bairro, rua e quarteirão; cidade tradicional, “cidade-jardim” e cidade “carta de Atenas”; centro e periferia)
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.Agregação de unidades habitacionais
(individual, colectiva; acesso vertical ou por galeria; torre, banda, geminada, isolada)
.Organização interna da unidade de habitação
(tipo e estrutura interna do fogo)
.Cliente e representatividade
(habitação económica, operária, burguesa, classe média, luxo; destinada a um cliente específico ou ao mercado imobiliário)
• Teoria, norma e desenho: tratadística, regulamentação e normalização.
04. A cidade como espaço habitável
• Cidade espontânea e cidade desenhada.
• Morfologia e tipologia de espaço urbano.
• Espaço público e privado, colectivo e restrito.
• Cidade, história, cultura e património.
• Cidade e monumento, arquitectura e significado.
• Mecanismos cognitivos da concepção do espaço urbano: modelos de cidade e formas de habitar.
• Mecanismos cognitivos da percepção do espaço urbano: habitar o espaço da cidade.
05 Habitação: teoria, obra e manifesto
• O projecto e a obra de habitação como manifesto de teorias e linguagens na arquitectura no sec. XX:
.Casas manifesto do período heróico;
.O conceito internacional do habitar e as “resistências” regionais;
.As casas da escola do Porto;
.O habitar no primeiro período pós-moderno;
.Tendências contemporâneas.
Metodologia
O programa será desenvolvido em sessões semanais de 4 horas. O tempo lectivo será dividido em partes sensivelmente
iguais (variando conforme as necessidades do programa) entre aulas teóricas (de comunicação e debate da matéria do
programa) e aulas práticas de acompanhamento de trabalhos individuais de avaliação, onde ocorrerão, sempre que oportuno,
exercícios de curta duração.
Na resposta aos exercícios práticos pretende-se que os discentes, individualmente ou em grupo, revelem capacidades de:
01.Pesquisa, produção, organização, análise e interpretação de informação
02.Definição de uma posição crítica relativa à metodologia da investigação
03.Capacidade para gerar teorias e práticas em torno do caso de estudo
04.Capacidade para expôr as teorias e práticas desenvolvidas.
Avaliação
Ao longo do ano lectivo, o discente deverá efectuar um trabalho de investigação em grupo. O trabalho será organizado em
cinco fases. Cada uma das fases será avaliada, e incidirá no cálculo da média final.
A média final resultará da ponderação das notas das 4 fases do exercício prático conforme a fórmula seguinte:
Média Final = (1x 1ªfase + 2 x 2ªfase + 2x 3ªfase + 5x 4ªfase)/10
A nota final resultará da ponderação da média final do trabalho prático com a assiduidade, participação e classificação de
exercícios pontuais a desenvolver (relacionados com o trabalho prático ou com os temas abordados nas aulas teóricas).
Livros
ÁBALOS, Iñaki
La buena vida Barcelona: Gustavo Gili, 2000
ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges
História da vida privada Paris: Seuil, 1981
(ed. port.: Porto: Afrontamento 1998)
ASCHER, François
Metapolis ou l’avenir des villes Paris: Editions Odile Jacob 1995
(ed. port.: Metapolis, acerca do futuro da cidade, ed. Celta)
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AYMONINO, C
La vivienda Racional Barcelona: Gustavo Gili, 1973
BACHELARD, Gaston
A poética do espaço São Paulo: 1996 (1ºed.1957)
BANHAM, P. Reyner
Theory and design in the first machine age London: Architectural Press 1960
BANHAM, P. Reyner
Megastructure. Urban futures of the recent past London: Thames and Hudson, 1976
BENEVOLO, Leonardo
Storia de la Città Roma-Bari: Gius, Laterza & Figli Spa, 2001
(ed. bras.: A História da Cidade, Perspectiva)
BENEVOLO; MELOGRANI; LONGO
La progettazione della città moderna Roma-Bari: 1993
(ed. port.: Projectar a cidade moderna, Presença)
CABRITA, A. M. R.
O homem e a casa: definição individual e social da qualidade da habitação
Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil/Departamento de Edifícios, 1995.
CASTEX, J.; DEPAULE, J.; PANERAI, PH
Formes urbaines: de l’ilot a la barre Marseille: Parenthèses, réed. 1997
CHOAY, Françoise
L’Allégorie du Patrimoine Paris: Seuil 1982
(ed. port.: A Alegoria do Património, edições 70)
CORNOLDI, Adriano
La Arquitectura de la vivienda unifamiliar Barcelona: Gustavo Gili 1988
ELEB, Monique; DEBARRE, Anne
L’Invention de l’Habitation Moderne Paris; 1880-1914
Paris: Éditions Hazan e A.A.M., 1995
FIGUEIRA, Jorge; PROVIDÊNCIA, Paulo; GRANDE, Nuno (Comissários)
Porto 1901 / 2001. Guia de Arquitectura Moderna Porto: Ordem do Arquitectos (SRN); Ed. Civilização, 2001
FORTIER, Bruno
L’Amour des Villes Liége: Pierre Mardaga ed. 1994
GALFERTTI, G.
Model apartments: experimental domestic cells Barcelona: Gustavo Gili, 1997
GARREAU, Joel
Edge City New York: Anchor Books 1988
GAUSA, Manuel
Housing. Nuevas alternatives, nuevos sistemas Barcelona: Actar 1998
HALL, Peter
Cities of Tomorrow Oxford: Blackwell, 1988
(ed. bras. Cidades do amanhã, Martins Fontes)
HERTZBERGER, Herman
Lessons for students in architecture Rotterdam: 010 Publishers 1991
(ed. bras. Lições de arquitectura, Martins Fontes)
HERTZBERGER, Herman
Space and the Architect. Lessons in architecture 2 Rotterdam: 010 Publishers 2000
LEFEBVRE, Henri
De lo rural a lo urbano Barcelona: Península, 1971 (1ºed.1967)
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LYNCH, Kevin
The image of the city Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 1960
(ed. port.: A imagem da cidade, edições 70)
MARTI ARIS, C. ed.
Las Formas de la Residência en la Ciudad Moderna. Vivencia y ciudad en la Europa entreguerras
Barcelona: Servicio de Publicaciones de la UPC, 1991
MONTEYS, Xavier, FUERTES, Pere
Casa collage – un ensayo sobre la arquitectura de la casa Barcelona: Gustavo Pili, 2001
NORBERG-SCHULTZ, Christian
L’Abitare. L’insediamento, lo spazio urbano, la casa Milano: Electa ed., 1984
PEREC, Georges
Láppartement in Espèces d’espaces Paris: Galilée, 1974
VENTURI, Robert et. al.
Learning from Las Vegas: The Forgotten Symbolism of Architectural Form Cambridge: Massachusetts Institute of
Technology, 1977
Artigos
AAVV.
El cuerpo doméstico Arquitectura Viva 23, 1992
AAVV
Habitualmente Quaderns nº227, 2000
CHEONG, H.
Flexibility and habitation Glasgow: Universidade de Glasgow, 1996.
DESPRÉS, C.
The meaning of home Chicago: Journal of Architectural and Planning Research, 1991.
DUTTMANN, Alexander Garcia
Eliminación de la huellas Quaderns nº221, 1996
FRAMPTON, Kenneth
Seis puntos sobre los dilemas de la vivienda A&V nº56, 1995
FRIEDMAN, A.
Design for flexibility and affordability: learning from the post-war home Chicago: Journal of Architectural and
Planning Research, 1997
LAWRENCE, R. J.
The qualitative aspects of housing: a synthesis London: Building Research and Practice, 1990.
MULLER, Willy
Por qué los que hacen automóviles no hacen casas? Quaderns nº218, 1997
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A disciplina de Teoria da Arquitectura II é um espaço de reflexão