Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de São Paulo
PLANO DE CURSO
(De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 4/99,
atualizada pela Resolução CNE/CEB nº 1/05, e
pela Resolução CNE/CEB nº 3/08)
Eixo Tecnológico: Controle e Processos
Industriais
Habilitação: TÉCNICO EM MECATRÔNICA
SÃO PAULO
1
Curso Técnico de Mecatrônica
SENAI-SP, 2008
Diretoria Técnica
Coordenação
Gerência de Educação
Elaboração
Gerência de Educação
Escola SENAI “Roberto Simonsen”
Escola SENAI “Anchieta”
Escola SENAI "Armando de Arruda Pereira"
Escola SENAI "Félix Guisard"
Escola SENAI "Gaspar Ricardo Júnior"
Escola SENAI "Roberto Mange"
Escola SENAI "Antonio Adolpho Lobbe"
SUMÁRIO
I.
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO ............................................................................. 5
a)
b)
Justificativa............................................................................................... 5
Objetivos .................................................................................................. 7
II.
REQUISITOS DE ACESSO .................................................................................. 8
III.
PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO ........................................................ 8
a)
IV.
a)
b)
c)
d)
e)
Perfil do Técnico em Mecatrônica ............................................................ 8
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR......................................................................... 10
Quadro de Organização Curricular......................................................... 10
Desenvolvimento Metodológico do Curso .............................................. 11
Ementa de Conteúdos Formativos ......................................................... 13
Organização de Turmas......................................................................... 16
Estágio Supervisionado.......................................................................... 16
V.
CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES ......................................................................... 17
VI.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................. 17
VII.
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ................................................................. 18
VIII. PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO..................................................................... 21
IX.
CERTIFICADOS E DIPLOMAS .......................................................................... 21
I.
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO
a)
Justificativa
Até os anos 50, o desenvolvimento tecnológico voltava-se para o aperfeiçoamento das
máquinas e equipamentos de produção, tendo em vista a elevação da produtividade
com ênfase na velocidade e precisão dos processos industriais. Alguns consideram
esse período como a era do “hardware”.
A segunda metade do século, denominada de era do “software”, testemunhou o
florescimento dos microprocessadores, tornado possível graças ao extraordinário
desenvolvimento da eletrônica e da ciência da computação. Mais, a partir da década
de 70, a fusão sinérgica desses dois campos de conhecimento com o da mecânica
faria surgir uma nova base tecnológica, a mecatrônica ou automação flexível,
controlada por microcomputadores, a qual viria revolucionar os processos de
produção. Então, e para responder a uma necessidade imposta pela evolução do
mercado, foi possível passar de sistemas rígidos de produção automática, voltados
para a produção de grandes lotes, para sistemas automatizados de produção flexível,
que permitem a diversificação de produtos em série ou ciclos mais curtos de produção.
A palavra mecatrônica foi primeiramente utilizada pelos japoneses, no mesmo sentido
que ela tem hoje, ou seja, processos que envolvem conhecimentos multidisciplinares
da mecânica, eletrônica e ciência da computação. Tal definição não está longe da
veiculada pelo Comitê Assessor para Pesquisa e Desenvolvimento Industrial da
Comunidade Européia (IRDACO), para quem a Mecatrônica constitui a “integração
sinérgica da tecnologia mecânica com a eletrônica e o controle inteligente por
computador no projeto e manufatura de produtos e processos.”
No SENAI-SP, esta base de conhecimento tecnológico foi introduzida por volta de
1990, a partir do Termo de Cooperação Técnica assinado entre o governo brasileiro e
o japonês, que vigorou até 1995, tendo como principal objetivo a transferência de
tecnologia na área da automação da manufatura, por meio da implantação de um
curso de nível pós-médio. A intenção era montar, na Escola SENAI “Armando de
Arruda Pereira”, o Curso Técnico de Informática Industrial, denominação inteiramente
adequada à legislação educacional vigente à época.
Nos últimos anos, em decorrência da intensificação da automatização dos processos
produtivos, o currículo do curso de Informática Industrial passou a incorporar as
inovações tecnológicas relacionadas à automação da manufatura. Inicialmente, não foi
necessário alterar a grade curricular, uma vez que ela refletia a legislação em vigor,
que estabelecia componentes mínimos curriculares. Dessa forma, foi possível
incorporar ao currículo pleno conteúdos específicos, quer sob a forma de novas
disciplinas ou de aperfeiçoamento das já existentes.
5
Contudo, novo quadro legal e novas exigências emanadas dos setores produtivos
sinalizam para o SENAI-SP a necessidade de um novo plano de curso para a
formação em automação industrial, ou seja, o presente Plano de Curso da
Mecatrônica. Trata-se de um novo plano, com denominação mais sintonizada com o
conceito de uma nova base tecnológica, cuja importância pode ser medida pelo fato de
significar uma verdadeira revolução nos processos de produção, alinhando-se a
elevação da produtividade e competitividade à realização de trabalho mais criativo pelo
homem.
A demanda por esta formação ofertada pelo SENAI-SP tem sido bastante expressiva,
conforme se pode observar no quadro abaixo, relativo aos dois últimos anos.
Quadro 1: Processo Seletivo/Relação de candidatos por vaga
Período
Nº.
Relação
de inscritos
Candidato/Vaga
2º Semestre/98
157
3,9
1º Semestre/99
173
4,3
2ºSemestre/99
266
7,4
Com efeito, o quadro é bastante significativo em relação ao número de alunos inscritos
por semestre, quer tomado em absoluto ou em números relativos, como se pode
observar na relação de candidatos por vaga, a qual praticamente dobrou em um
período de um ano. Revela também, de certa forma, a tendência verificada no mercado
de trabalho de demanda por profissionais especializados em automação da
manufatura.
Na verdade, o crescimento da demanda por profissionais da automação da manufatura
não é um fato isolado dentro do contexto da reestruturação produtiva. Ele se explica
pela introdução das máquinas computadorizadas no processo de produção, a qual foi
comprovada pelo SENAI-SP em pesquisa1 realizada em 1997. Com efeito, a pesquisa
revelou que 52% das empresas investigadas afirmaram utilizar maquinário
computadorizado no processo produtivo, baseado nos sistemas de Desenho Assistido
por Computador (CAD), Manufatura Auxiliada por Computador (CAM) e/ou Comando
Numérico Computadorizado (CNC). Este universo pode ser ainda maior se se levar
em conta que 60% da amostra manifestaram a intenção de intensificar a introdução
dessas máquinas com vistas à integração da manufatura.
Diante disso, não é demais afirmar que não se trata apenas de uma mudança de
denominação. De fato, a mecatrônica constitui uma nova base de conhecimento
tecnológico, a da microeletrônica, integradora de áreas notórias do saber, a qual
1
SENAI-SP. Reformulação do modelo de formação profissional: referenciais do mercado de trabalho. São Paulo:
SENIA-SP, 1997.
6
repousa nos princípios da automação flexível e para qual se faz necessária uma nova
habilitação, esta resultante de uma formação em que talvez mais que as competências
do saber fazer importam as competências cognitivas e relacionais. Observa-se, pois,
no processo produtivo uma tendência de, na busca da competitividade, os empresários
fugirem apenas do já tradicional investimento no aperfeiçoamento e otimização dos
equipamentos, cuja operação tem quase sempre requerido a habilidade manual do
trabalhador, para apostarem na reestruturação propriamente dita ou substituição da
base tecnológica.
Trata-se assim de mudança de enfoque. Ou seja, a ênfase hoje não é somente a
máquina, mas o cérebro que a controla, que faz uso de sua capacidade criadora para
solucionar problemas, integrando tecnologias e adaptando a produção a seu entorno.
Ou, dizendo em outras palavras, não se trata mais de formar o profissional para ser
coadjuvante das máquinas no desempenho de tarefas repetitivas ou perigosas, mas de
restituir ao indivíduo a capacidade de controlar todo processo produtivo, fazendo apelo
a sua inteligência e habilidades múltiplas para com ele interagir.
Dado este referencial, julga o SENAI de São Paulo ser de fundamental importância a
estruturação de um curso técnico que prepare os trabalhadores de acordo com o perfil
requerido pelo mercado. Assim, propõe-se, com base no reconhecimento das
necessidades do mercado, a implantação do Curso Técnico de Mecatrônica.
b)
Objetivos
O curso técnico de Mecatrônica tem por objetivo habilitar profissionais em automação
dos processos de manufatura, integrando as tecnologias eletrônica, mecânica, de
controle automático e computação, por meio do desenvolvimento de atividades de
planejamento, instalação, operação, manutenção, visando à qualidade e produtividade
desses processos.
7
II.
REQUISITOS DE ACESSO
A inscrição e a matrícula no Curso Técnico de Mecatrônica estão abertas a candidatos
que comprovem estar cursando ou ter concluído o ensino médio. Dependendo das
circunstâncias, outros requisitos como idade, experiência e aprovação em processo
seletivo podem também ser exigidos.
III.
PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO
a)
Perfil do Técnico em Mecatrônica
Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais
Área: Automação
Segmento de Área: Mecatrônica
Habilitação Profissional: Técnico em Mecatrônica
Nível de Educação Profissional: Técnico
Nível de Qualificação2: 3
Competências Profissionais
•
Planeja, supervisiona, controla e realiza ações de montagem e de manutenção
corretiva e preventiva de sistemas integrados eletroeletrônicos, eletropneumáticos,
eletro-hidráulicos e mecânicos, destinados a equipamentos e processos de
manufatura, atuando em laboratórios, salas de projeto, em oficinas ou a campo,
testando o funcionamento, reparando ou substituindo componentes danificados,
empregando conhecimentos técnicos e de gestão, ferramentas e aparelhos
específicos, de acordo com normas técnicas, ambientais, de qualidade e
segurança, procedimentos industriais e metas da empresa, podendo ainda
programar e operar máquinas e sistemas automatizados de manufatura.
•
Detecta avarias funcionais e estruturais em máquinas e equipamentos
microprocessados, por meio de métodos de análise de falhas, de acordo com
2
O campo de trabalho requer, geralmente, a aplicação de técnicas que exigem grau médio-alto de especialização e
cujo conteúdo exige atividade intelectual compatível. O trabalhador realiza funções e tarefas com considerável grau de
autonomia e iniciativa, que podem abranger responsabilidades de controle de qualidade de seu trabalho ou de outros
trabalhadores e ou coordenação de equipes de trabalho. Requer capacidades profissionais tanto específicas quanto
transversais.
8
desenhos e diagramas, planejando a execução e a verificação das ações de reparo
ou substituição, empregando técnicas e aparelhos de teste.
•
Planeja a instalação, a manutenção e a melhoria de equipamentos e sistemas
automatizados, participando de equipes multi-profissionais, empregando técnicas
de representação gráfica com auxílio de computador, visando atualização
tecnológica, considerando a relação custo-benefício por meio da elaboração de
planilhas de custos.
•
Desenvolve o desenho do produto utilizando recursos de computação gráfica,
gerando programas de usinagem e enviando-os às máquinas de usinagem a
comando numérico computadorizado, podendo elaborar procedimentos para sua
fabricação.
•
Controla a qualidade de produtos em processos de usinagem, empregando
técnicas, instrumentos e aparelhos de medição, de acordo com normas e padrões
de tolerâncias estabelecidos.
•
Participa de programas de manutenção produtiva total, propondo rotinas que visam
garantir a disponibilidade máxima dos equipamentos e sistemas automatizados,
responsabilizando-se pela higiene, segurança e preservação do meio ambiente.
•
Programa, opera e desenvolve algoritmos de controle para servomecanismos e
sistemas automatizados, compondo lógicas seqüenciais e combinacionais.
•
Realiza testes, ensaios, inspeções e experimentos referentes ao desempenho dos
equipamentos, sistemas automatizados e de comunicação de dados, emitindo
relatórios.
•
Realiza atividades de implantação, suporte e manutenção de programas de
qualidade e produtividade, utilizando técnicas de gestão da qualidade,
administração da produção e sistemas flexíveis de manufatura.
9
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
a)
Quadro de Organização Curricular
Lei Federal no 9394/96 e Lei Federal no 11 741/2008
o
Decreto Federal n 5154/04
Resolução CNE/CEB no 4/99,
Atualizada pela Resolução CNE/CEB nº 1/05,
e pela Resolução CNE/CEB no 3/08
LEGISLAÇÃO
IV.
UNIDADES CURRICULARES3
1º
2º
3º
4º
HORAS
Desenho Técnico
75
Metrologia
30
30
60
Eletrônica Geral
75
45
120
Linguagens de Programação
75
45
120
Pneumática e Hidráulica
75
75
150
Eletrônica Digital
45
30
75
Processos de Usinagem
75
75
Eletrônica de Potência
75
75
75
Tecnologia das Máquinas
75
75
Microcontrolador
75
75
Controlador Programável
75
75
Comando Numérico Computadorizado
75
75
Tecnologia de Comunicação
45
30
75
Desenho Assistido por Computador
75
75
Sistema Flexível de Manufatura
75
75
Robótica
75
75
Sistemas da Qualidade
45
45
30
75
105
375
375
Projetos
Carga Horária Semestral
Carga Horária Total
Estágio Supervisionado
TOTAL GERAL
3
CARGA
HORÁRIA
TOTAL
SEMESTRES
375
375
1500
400
1900
Unidade Curricular é a unidade pedagógica que compõe o currículo, constituída por conhecimentos,
independentemente em termos formativos e de avaliação durante o processo de aprendizagem.
10
b)
Desenvolvimento Metodológico do Curso
O perfil profissional do Técnico em Mecatrônica foi definido de acordo com as
competências profissionais gerais da área da Indústria, estabelecidas pela legislação
em vigor4 até 08/07/2008. Atualmente, no currículo do curso foi inserido o disposto no
Eixo Tecnológico Controle e Processos Industriais e na proposta mínima para o
Técnico em Mecatrônica, de acordo com a legislação vigente, qual seja, o Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio5,
Desse modo, o perfil do profissional deve ser alcançado por meio de desenvolvimento
curricular baseado na utilização de métodos, técnicas e estratégias de ensino que
levem o aluno a mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes na resolução de
problemas.
Além da aprendizagem de conhecimentos técnicos sobre mecatrônica com aplicação
na indústria, o curso visa levar os alunos a proporem soluções para os problemas de
configuração, programação e integração de máquinas e sistemas que estejam
fundamentados numa visão global deste processo.
Além disso, é importante considerar que os conhecimentos tecnológicos,
desenvolvidos coletivamente por meio de estratégias diversificadas que facilitem sua
apreensão, devem possibilitar aos alunos perceber a aplicabilidade dos conceitos
internalizados, em situações reais e contextualizadas. Além disso, reitera-se que estes
mesmos conhecimentos necessitam estar estreitamente relacionados a habilidades e
atitudes, visando proporcionar-lhes as condições necessárias para a realização
individual de operações, testes e ensaios específicos da área de Mecatrônica.
Cabe ressaltar, também, que o uso de linguagem técnica, como base para a
comunicação entre colegas e com os encarregados de área, o cuidado com os
equipamentos e ferramentas, o trabalho em equipe e o respeito à higiene e segurança
no trabalho devem estar presentes a toda atividade proposta aos alunos.
Para isso, deve também ser considerada a importância do desenvolvimento de
pesquisa, seja de campo, dadas pelas características dos processos utilizados em
mecatrônica, seja bibliográfica, propiciadas pelo incentivo a leituras técnicas e
pesquisas, incluindo-se o uso da internet, com largo uso de trabalho em equipe. Por
meio dessa estratégia devem ser exercitados o desenvolvimento da iniciativa, tomada
de decisão, criatividade, relacionamento, liderança e ética, contribuindo para o
desenvolvimento de competências, apontadas no perfil profissional que foi
estabelecido para os profissionais a serem formados neste curso.
Desta forma, é a mobilização de conhecimentos técnicos e tecnológicos sobre
mecatrônica, de habilidades e de atitudes que leva os alunos a ter condições de propor
soluções para os problemas de instalação, reparo e manutenção, que estejam
4
Art. 5º da Resolução CNE/CEB nº 04/99.
Parecer CNE/CEB nº 11 de 12/06/2008 e a Resolução CNE/CEB. nº 3 de 09/07/2008.
5
11
fundamentados numa visão global destes processos e na segurança de seus usuários
e terceiros. Além disso, é necessário considerar que o desenvolvimento de uma base
tecnológica sólida, aliada ao desenvolvimento de situações práticas, são os
parâmetros que norteiam as propostas de solução de problemas, cuja culminância
deve ser alcançada na unidade curricular Projetos.
Assim, os processos de ensino e aprendizagem culminam com a elaboração de pelo
menos um projeto final de curso, que deve representar a integração dos
conhecimentos das três grandes áreas, sejam elas Eletroeletrônica, Mecânica ,
Tecnologia da Informação, e também as habilidades e atitudes, apontados no perfil
profissional, num trabalho inspirado em necessidades reais. Para isso, o métodos de
ensino utilizados, durante todo o curso, devem centrar sua ação no sujeito que
aprende, deixando ao docente o papel de orientação e mediação.
Além disso, visando ao desenvolvimento de visão sistêmica, estreitamente relacionada
à capacidade de resolver problemas, os métodos e estratégias de ensino e
aprendizagem devem prever a apresentação periódica de situações-problema típicas
da rotina da mecatrônica, cuja solução envolva conhecimentos, habilidades e atitudes
que caracterizam as diferentes unidades curriculares desenvolvidos.
Algumas considerações devem ser feitas sobre as unidades curriculares que integram
o curso:
Desenho Técnico, Metrologia, Pneumática, Hidráulica e Processos de Usinagem
compõem os fundamentos da área mecânica e constituem-se em pré-requisitos para a
aprendizagem dos conteúdos das unidades curriculares Tecnologia das Máquinas,
Comando Numérico Computadorizado, Desenho Assistido por Computador;
Eletrônica Geral, Digital e de Potência, compõem os fundamentos da área
eletroeletrônica e constituem-se em pré-requisitos para a aprendizagem dos conteúdos
das unidades curriculares Microcontrolador e Controlador Programável;
Linguagens de Programação compõe os fundamentos da área de tecnologia da
informação e constitui-se em pré-requisito para a aprendizagem dos conteúdos das
unidades curriculares Tecnologia de Comunicação e Controlador Programável;
As unidades curriculares Sistemas Flexíveis de Manufatura, Robótica, Sistemas da
Qualidade, além de complementar os conhecimentos, habilidades e atitudes
trabalhados anteriormente, tem como função integrar as áreas Eletroeletrônica ,
Mecânica e Tecnologia da Informação, culminando na unidade Projetos.
No entanto, o curso deve ser visto como um todo pelos docentes, especialmente nos
momentos de planejamento do ensino, de modo que as finalidades de cada módulo
sejam observadas, bem como das suas unidades curriculares sem, no entanto,
acarretar uma fragmentação do currículo. Para tanto, a interdisciplinaridade deve-se
fazer presente no desenvolvimento do curso, por meio de formas integradoras de
12
tratamento de estudos e atividades, orientados para o desenvolvimento das
competências objetivadas.
c)
Ementa de Conteúdos Formativos
DESENHO TÉCNICO
Fundamentos do Desenho; Geometria Plana; Perspectiva Isométrica; Projeção
Ortogonal; Cotagem; Cortes, Seções e Encurtamento; Escalas; Componentes
Padronizados; Desenho de Conjuntos e de Detalhes.
METROLOGIA
Fundamentos de metrologia; Paquímetros; Micrômetro; Blocos-Padrão; Tolerância
Dimensional; Relógio Apalpador e Relógio Comparador; Traçador de altura;
Calibradores e Verificadores; Goniômetro e Mesa de Seno; Projetor de Perfil;
Durômetro; Rugosidade Superficial; Tolerância Geométrica, de Forma e Posição.
ELETRÔNICA GERAL
Tensão elétrica contínua; Corrente Elétrica Contínua; Resistência Elétrica; Resistores;
Fontes de Alimentação CC; Lei de Ohm; Potência Elétrica; Leis de Kirchoff para
Tensão e Corrente; Características de Medidores Elétricos; Tensão e Corrente
Alternada; Osciloscópio; Gerador de Funções; Problemas Comuns em Montagens
Eletrônicas e suas Soluções; Capacitores; Eletromagnetismo; Indutores;
Transformadores Monofásicos; Diodo Semicondutor; Retificação; Diodo Zener;
Reguladores de Tensão Integrados; Transistor Bipolar; Sensores; Amplificadores
Operacionais.
LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO
Introdução à informática; Sistema Operacional; Aplicativos; Programação Estruturada;
Linguagem de Programação; Controle e aquisição de dados; Programação orientada
ao objeto.
PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA
Pneumática: Introdução à Pneumática; Ar Comprimido; Atuadores Pneumáticos;
Válvulas Direcionais; Circuitos Básicos; Comandos Seqüenciais; Elementos Elétricos e
Processamento de Sinais; Elementos de Conversão de Sinais; Comandos
Eletropneumáticos Básicos;
13
Hidráulica: Características dos Sistemas Hidráulicos; Impactos ambientais do óleo
hidráulico quando descartado de forma indiscriminada; Contaminação em sistemas
hidráulicos; Grupo de Acionamento; Atuadores Hidráulicos; Válvulas Direcionais;
Válvulas Pré – Operadas; Válvulas de Retenção; Válvulas de Fluxo; Circuitos
Hidráulicos; Válvula Reguladora de Pressão; Atuador Hidráulico Giratório; Acumulador
Hidráulico; Elementos de Sinais Elétricos; Processamento de Sinais Elétricos;
Eletroválvulas Hidráulicas Convencionais; Formular e montar circuitos eletrohidráulicos básicos; Válvulas Proporcionais.
PROCESSOS DE USINAGEM
Segurança no trabalho; Processos de fabricação; Classificação e Nomenclatura dos
Processos de Usinagem; Ferramentas de Corte; Cálculos de Corte; Elaboração de
Processos; Fluídos de Corte; Manutenção de Máquinas Operatrizes; Processos de
Usinagem.
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Tensão e corrente alternada trifásica; Transformador Trifásico; Motor Trifásico;
Comandos Elétricos; Elementos de Chaveamento de Potência; Retificadores
Trifásicos; Soft Start; Inversores de Frequência; Motor de Corrente Contínua;
Controladores de Motor de Corrente Contínua; Servomotores e drive; Diagnóstico e
correção de falhas.
TECNOLOGIA DAS MÁQUINAS
Mecânica Aplicada; Esforços solicitantes; Mancais; Transmissão de movimento;
Elementos de máquina; Parafuso de transporte.
ELETRÔNICA DIGITAL
Sistemas de numeração; Caracterização da eletrônica digital; Funções lógicas e
ferramentas de minimização; Circuitos combinacionais; Circuitos Sequenciais; Famílias
lógicas; Conversores; Motor de Passo.
TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO
Sistema de comunicação de dados; Transmissão digital de dados; Padrões de
interface serial; Padrões de interface paralela; Protocolos de comunicação orientados a
Bit e Byte; Introdução a rede de computadores; Arquitetura de redes; Sistemas
operacionais de rede; Redes industriais.
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CONTROLADOR PROGRAMÁVEL
Controle Automático; Partes de um CLP; Características e modo de operação;
Normalização; Programação; Tipos de linguagem; Tipos de controlador programável;
Sistema supervisório.
COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO
Torno CNC; Operação de Torno CNC; Fresadora ou Centro de Usinagem CNC;
Operação de Fresadora ou Centro de Usinagem CNC; Manufatura Auxiliada por
Computador – CAM.
DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR
Introdução ao editor gráfico; Configuração do ambiente; Coordenadas; Primitivas
geométricas; Utilização de bibliotecas e símbolos; Manipulação de documentos e
dados; Introdução ao modelamento tridimensional paramétrico.
SISTEMA FLEXÍVEL DE MANUFATURA
Introdução aos Sistemas Flexíveis de manufatura; Partes e Componentes de um
Sistema Flexível de Manufatura; Programação de Sistema Flexível; Operação de
Sistema Flexível de Manufatura; Acessórios especiais para máquinas ferramentas;
Dimensionamento de um Sistema Flexível de Manufatura (Produção); Manutenção.
ROBÓTICA
Introdução; Estrutura e funcionamento; Segurança com robôs industriais; Operação e
programação; Aplicação de Sensores; Visão robótica; Aplicações de robôs em
sistemas automatizados; Manutenção Preventiva; Normas de Segurança.
MICROCONTROLADOR
Arquitetura Interna do Microcontrolador; Programação
Interfaceamento de Periféricos com Microcontroladores.
do
Microcontrolador;
SISTEMAS DA QUALIDADE
Cultura da qualidade; Ferramentas de apoio à qualidade; Estrutura básica de um
sistema de gestão da qualidade segundo as normas da família NBR ISO 9000;
Qualidade total; Auditoria da qualidade; Ferramentas de apoio à produção; Código de
defesa do consumidor; Gestão ambiental.
15
PROJETOS
Projeto; Planejamento do projeto; Desenvolvimento do projeto; Apresentação do
projeto.
d)
Organização de Turmas
As turmas matriculadas iniciam o curso com um número mínimo de 24 e máximo de 40
alunos.
e)
Estágio Supervisionado
O aluno deverá cumprir estágio supervisionado em empresa ou instituição que atue na
mesma área ou em área afim à de sua formação profissional, em conformidade com as
diretrizes emanadas da legislação em vigor, podendo ser cumprido concomitantemente
à fase escolar ou posteriormente a esta.
O estágio, que é obrigatório à obtenção do diploma de técnico, poderá ser cumprido,
optativamente, por aluno matriculado nos módulos correspondentes a qualificações
técnicas de nível médio.
O estágio terá duração mínima de 400 horas e máxima correspondente à fase escolar,
inclusive no caso de qualificação técnica de nível médio. E, segundo critérios definidos
no Regulamento de estágio6 da unidade escolar, será planejado, executado,
acompanhado e avaliado para propiciar a complementação do processo de
aprendizagem.
O estágio somente poderá ser realizado em empresas ou instituições que tenham
condições de proporcionar ao aluno experiência profissional em situação real de
trabalho.
Poderá haver dispensa total do cumprimento do estágio supervisionado para o aluno
que comprovar exercício profissional correspondente ao perfil de técnico na área ou
área afim à de sua formação.
O tempo para a conclusão tanto da habilitação quanto das qualificações é de no
máximo 5 anos a partir da data da matrícula no curso.
6
O Regulamento de Estágio encontra-se arquivado em cada uma das unidades escolares do SENAI de São Paulo, no
qual deve conter o perfil profissional de conclusão, os critérios de avaliação e as atribuições da coordenação, dos
docentes, da supervisão e dos estagiários.
16
V.
CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Em conformidade com o artigo 11 da Resolução CNE/CEB nº 4/99, a unidade escolar:
“poderá aproveitar conhecimentos e experiências anteriores, desde que diretamente
relacionados com o perfil profissional de conclusão da respectiva qualificação ou
habilitação profissional, adquiridos:
I.
no ensino médio;
II.
em qualificações profissionais e etapas ou módulos de nível técnico concluídos
em outros cursos;
III. em cursos de educação profissional de nível básico, mediante avaliação do aluno;
IV. no trabalho ou por outros meios informais, mediante avaliação do aluno;
V.
e reconhecidos em processos formais de certificação profissional.”
A avaliação será feita por uma comissão de docentes do curso e especialistas em
educação, especialmente designada pela direção, atendidas as diretrizes e
procedimentos constantes na proposta pedagógica da unidade escolar.
VI.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação, promoção, recuperação e retenção de alunos são os
definidos pelo Regimento Comum das Unidades Escolares SENAI, aprovado pelo
Parecer CEE nº 528/98, e complementados na Proposta Pedagógica da unidade
escolar.
17
VII. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Salas de aulas convencionais
Laboratórios de:
ƒ
Metrologia
ƒ
Processos de Usinagem
ƒ
Controladores Programáveis
ƒ
Hidráulica
ƒ
Pneumática
ƒ
Hardware
ƒ
Software
ƒ
Eletrônica
ƒ
Desenho e Manufatura Assistidos por Computador
ƒ
Comando Numérico Computadorizado
ƒ
Sistema Flexível de Manufatura
ƒ
Robótica
ƒ
Projetos
Os laboratórios estão equipados como segue:
LABORATÓRIO DE METROLOGIA
Instrumentos de medição linear e angular, utilizando sistemas métrico e inglês; instrumento
para medição de rugosidade superficial; instrumento para medição de dureza; instrumentos
para medição por coordenadas
18
LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA
Bomba de pressão; Acionadores; atuadores; válvulas direcionais, pré-operadas, de
retenção, de fluxo e reguladoras; painel para montagens; dutos e conexões; elementos de
sinal elétrico; válvulas eletromagnéticas (solenóides); válvula proporcional; painel para
montagens de circuitos.
LABORATÓRIO DE PNEUMÁTICA
Compressor de ar; unidade de conservação; válvulas direcionais, de bloqueio, de fluxo e de
pressão; painel para montagens dutos e conexões; elementos de sinal elétrico, válvulas
eletromagnéticas (solenóides); painel para montagens de circuitos.
LABORATÓRIO DE PROCESSOS DE USINAGEM
Máquinas convencionais de usinagem: tornos mecânicos, fresadoras, retificadoras,
furadeiras, esmerilhadora; bancadas de ajustador, material de traçagem; ferramentas
manuais; instrumentos de medição de leitura direta e indireta.
LABORATÓRIO DE CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
Conjuntos para estudos e ensaios de controladores programáveis; sistemas de transporte e
manipulação de peças comandados por controladores programáveis; motores de corrente
alternada e inversores para controle de velocidade e posição.
LABORATÓRIO DE HARDWARE
Microcomputadores PC equipados com software de programação para microcontroladores;
Desenvolvimento de programas utilizando kits didáticos de microcontroladores; redes de
comunicação.
LABORATÓRIO DE SOFTWARE
Microcomputadores pessoais equipados com programas de linguagem de programação,
sistema operacional em ambiente gráfico, editor de textos, planilha eletrônica e banco de
dados; gerenciadores de redes.
LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA
Matriz de contatos (“protoboard’) para montagens e ensaios de circuitos eletrônicos
analógicos e digitais; instrumentos de medição de tensão, corrente, resistência, freqüência e
potência; osciloscópio, gerador de função; equipamento para estudo de eletrônica de
potência e comandos elétricos.
LABORATÓRIO DE DESENHO E MANUFATURA ASSISTIDOS POR COMPUTADOR
Microcomputadores pessoais ligados em rede local equipados com programas para
desenho e manufatura assistidos por computador; impressora e ou traçador gráfico.
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LABORATÓRIO DE COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO
Máquinas de usinagem a comando numérico computadorizado: centro de usinagem, torno;
microcomputadores pessoais ligados em rede local permitindo a manufatura auxiliada por
computador; instrumentos e aparelhos de medição de leitura direta e indireta; software de
programação e simulação de usinagem.
LABORATÓRIO DE SISTEMA FLEXÍVEL DE MANUFATURA
Sistema flexível de manufatura composto por: centro de usinagem, centro de torneamento e
sistema automatizado para carga e descarga de peças; ambiente de informática com
software de apoio à produção.
LABORATÓRIO DE ROBÓTICA
Conjunto de equipamentos gerenciados por Controlador Programável composto por
sensores diversos e robô articulado, podendo constituir uma célula de manufatura com
manipulação de peças e programação feita por software ou no próprio sistema.
LABORATÓRIO DE PROJETOS
Microcomputadores pessoais equipados com programas que permitem o desenvolvimento
de soluções de automação da manufatura; motores, componentes eletrônicos, e materiais,
ferramentas, instrumentos e ambientes que permitam a para realização de projetos
mecatrônicos.
A unidade escolar é dotada de Biblioteca com acervo bibliográfico adequado para o
desenvolvimento do curso e faz parte do sistema de informação do SENAI.
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VIII. PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO
O quadro de docentes para o Curso Técnico de Mecatrônica é composto,
preferencialmente, por profissionais com nível superior, com formação e experiência
profissional condizentes com os componentes curriculares que compõem a
organização curricular do curso.
Na ausência desses profissionais, a unidade escolar poderá contar, para a composição
do quadro de docentes, com instrutores de prática profissional, que tenham formação
técnica ou superior, preparados na própria escola.
IX.
CERTIFICADOS E DIPLOMAS
O diploma de técnico é conferido ao concluinte da habilitação profissional de Técnico
em Mecatrônica que comprove conclusão do estágio supervisionado e do ensino
médio.
O aluno que não comprovar a conclusão do ensino médio receberá uma declaração da
qual deverá constar que o diploma de técnico só será fornecido após o atendimento às
exigências da legislação vigente.
O tempo para a conclusão da habilitação é de no máximo 5 anos a partir da data da
matrícula no curso.
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CONTROLE DE REVISÕES
REV.
DATA
00
Nov/2000
01
Jun/2005
02
Ago/2008
NATUREZA DA ALTERAÇÃO
Primeira emissão, de acordo com o Processo 15030, tomo 03.
Reformulação da organização curricular, de acordo com o
Protocolado 1642/04.
Adequação ao Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Inclusão
do quadro de organização curricular por semestre. Adequação à
nova formatação do Plano de Curso.
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Técnico de Mecatrônica